— Ai, isso é tudo culpa sua, Yoongi! Eu disse que nós tínhamos de ver a documentação antes de comprarmos as passagens e hospedagens. Você é um babaca!
— Calma, Hoseok, não precisa gritar comigo desse jeito não. Eu já pedi desculpas e ‘tô aqui nessa merda pra fazermos um novo.
— Se não der certo, eu faço greve. – E desligou o telefone.
Não aguentava mais! Yoongi sempre fazia tudo impulsivamente, e aquilo o irritava! Nem parecia que já tinha seus 27 anos. Hoseok não. Sempre avaliava as consequências de tudo o que faziam.
Agora, gastaram uma fortuna em passagens aéreas e hospedagens em uma praia brasileira, e se os passaportes não fossem renovados teriam de pagar a taxa para cancelar em cima da hora. Queria matar Yoongi por ser tão irresponsável.
Alguns minutos depois, seu celular tocou e o nome do Min apareceu na tela de bloqueio.
— Seok, amor da minha vida, meu querido, a luz que ilumina meus dias...
— Fala.
— Precisamos de você aqui. Tem que assinar os formulários e tirar uma foto nova. – Era engraçado o modo como a voz de Yoongi saia de maneira receosa. Hoseok estava a ponto de uma combustão instantânea.
— Chego em cinco minutos.
Seu nível de irritação impedia-o de raciocinar de maneira coerente, então a única coisa que queria fazer, era pegar Yoongi pelo pescoço e estrangulá-lo.
Suas roupas não eram das melhores, então vestiu algo um pouco mais apresentável para policiais federais e uma foto de passaporte, arrumou os cabelos e sorriu para o espelho. Era lindo, e não seria um Min Yoongi babaca que arruinaria sua extravagância.
Chegou ao endereço que lhe foi passado pelo Min, e ao entrar, buscou com os olhos o baixinho. Sentou-se ao seu lado e deu-lhe uma cotovelada.
— Gi, que eu tenho que fazer pra poder ir embora logo?
— É só esperar um pouquinho amor, já já eles chamam a gente de novo, aí é só ler a digital e tirar uma foto. Falando nisso, ‘tá bonitão.
— Eu sou lindo. Ao contrário de você que tem que se esforçar, tem gente que nasce assim, se chama boa genética.
Dava para perceber o nível de irritação apenas pelo tom de voz grosseiro que saia de Hoseok. O ruivinho estava putasso.
— Min Yoongi e Jung Hoseok. – Após alguns minutos de espera, logo foram chamados e atendidos. Uma senhora muito educada era quem atendia os dois.
— Boa tarde, preciso do antigo passaporte e um documento válido, como o RG ou a carteira de motorista. – Hoseok pôs suas identidades em cima da mesa, e a senhora sorriu pequeno ao Jung e olhou para o Min, que vasculhava a carteira e seus bolsos desesperadamente. – Algum problema senhor?
— Eu… sinto muito, acho que esqueci meu RG em casa… Seok, amor, pode esperar e guardar lugar enquanto eu vou em casa buscar? — Hoseok bufou mas assentiu. Yoongi deu um beijo discreto em sua bochecha antes de sair correndo.
Hoseok sentou-se novamente nas cadeiras duras da sala de espera. Idosos e jovens ocupavam a sala em proporções quase iguais, mas havia também uma criancinha pequena no colo da mãe. O menino chorava alto e atraía olhares desconfortáveis das pessoas ao redor.
Hoseok achava fofo. Não que fosse sádico ou algo assim, mas sempre quis ter um filho, e sonhava em adotar uma criança com Yoongi. Mesmo sendo meio babaca, ele era quem amava.
Aproximou-se lentamente da mulher com o menino e deu um sorriso. O garoto parou de chorar por alguns segundos, então o Jung começou a fazer caretas, e o choro irritante foi substituído por uma amável risada. Do bolso de sua calça tirou uma bala de morango, coisa que fez os olhos do menininho brilharem.
— Qual é seu nome? Eu sou Hoseok. — Tentou chamar a atenção do menino para si novamente, a mulher ria das graças de Hoseok.
— O nome dele é Kang JeonHun. — Ele devia ter uns três para quatro anos de idade, e era a coisa mais fofa que Hoseok vira em sua vida toda. Duvidava que Yoongi discordaria. Com um sorriso esbelto e uma cara de pau do tamanho de um abacateiro, pediu para pegar o menino no colo, que foi de bom grado assim que estendeu-lhe as mãos.
Yoongi chegou no meio de suas brincadeiras com o bebê, e sorriu ao tirar uma foto sem que os dois percebessem. Revelaria em tamanho 3X4 e guardaria em sua carteira, junto a identidade, para que jamais esquecesse novamente.
— Min Yoongi e Jung Hoseok, dirijam-se à mesa quatro com as identidades em mãos.
Hoseok olhou em volta e sorriu ao ver o namorado, ergueu um pouco a criança para mostrá-la ao mais velho e a devolveu para a mãe, do bolso de sua calça, tirou um pequeno pacotinho com três pequenas balas, que ao chegarem nas mãos do menino, foram agradecidas com um sorriso e uma risada alegre que fez o coração do ruivo bater mais forte. Yoongi sorriu com carinho para os dois e o puxou pelos ombros até o local onde foram mandados, não sem antes receberem um “obrigada” alegre da mãe da criança, que mastigava as balas e não chorava mais.
— Olá, sou Min Yoongi, vim renovar meu passaporte. — A atendente olhou-o com cara de poucos amigos e pegou os documentos, passando os dados necessários para a papelada ao seu lado. Hoseok estava impaciente, hora ou outra olhava para trás e via o menininho mastigando as balas. Meu deus, queria tanto um filho!
— Sr. Jung? Seus documentos, por favor. — O olhar de peixe morto foi dirigido para Hoseok.
Não demorou para que tudo o que tinham que fazer ali fosse finalizado.
Porém, antes de irem embora, Hoseok olhou para a senhora com a criança e sorriu grande, soltou-se de Yoongi e passou a mão nos cabelos curtos da criança que dormia no colo da mãe.
Ao voltar para perto do namorado, sorriu grande.
— Yoongi, vamos fazer um? — Sussurrou próximo do ouvido do Min.
— Mas Hoseok, homens não engravidam…
— Podemos tentar… — murmurou ao entrarem no carro, e beijou os lábios do mais baixo.
**
Ao fim do dia, os dois estavam exaustos e suados. Hoseok tinha a cabeça deitada no peito nu de Yoongi. Nas duas feições, enormes sorrisos se faziam presentes.
— Gi… eu quero adotar uma criança…
— Então vamos.
— Você me ajuda a cuidar dela?
— Por você, eu faço tudo.
— Até prestar atenção na documentação na hora de comprar passagens?
— Até isso.
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