Marco chegou na delegacia e por ser estrangeiro, os homens o colocaram em uma sala e o fizeram mofar para aumentar a ansiedade dele. Quase duas horas depois, apareceram na sala os policiais para começar o interrogatório.
─ Como eu já disse, eu gostaria da presença de meu advogado.
─ Por que Sr. Reus? O Sr. tem algo a esconder?
─ Eu não tenho nada a esconder, mas gostaria de estar bem orientado.
Enquanto isso, Sophia estava no restaurante com Jordi quando a atenção dela foi para a televisão. O programa mostrava imagens do campo de treinamento do Barcelona com Marco sendo levado pela polícia. A notícia era:
“ Astro do Barcelona envolvido em homicídio na África” – o meia atacante do Barcelona, o alemão Marco Reus, foi preso há algumas horas pelo homicídio de uma modelo alemã na África do Sul. A modelo é uma antiga namorada de Reus e as notícias que correm é que ele queria acabar com qualquer vínculo com ela, já que agora ele está em um relacionamento com a filha do dono do time e a modelo poderia ser uma ameaça.
─ Isso é um absurdo! – Sophia estava chocada
─ Parece que o relacionamento de vocês vazou para a imprensa – Jordi completou.
Sophia imediatamente ligou para o advogado da família e pediu para ir ajudar Marco na delegacia. Ela quis ir para a delegacia, mas Jordi a segurou:
─ Você não vai Soph, vai ser pior para ele, deixa os advogados cuidarem disso.
─ A polícia deve estar de brincadeira nesse caso, primeiro comigo e agora com o Marco, será que eles não estão querendo atingir meu pai ou o time?
─ Soph, eu não queria falar nisso, mas você já pensou que o Marco poderia mesmo ter algo a ver com a morte da garota?
─ Jordi, ele não teve nada com isso.
─ Eu sei que é difícil para você aceitar isso, mas eles realmente tiveram um relacionamento, eu vi na revista, e...
─ Desculpe Jordi, você não conhece o Marco, ele nunca seria capaz de nada similar.
─ Se você está falando – Jordi levantou as mãos em rendimento.
Sophia ficou nervosa o restante do dia e decidiu ir para casa esperar por Marco. O advogado ficou apoiando Marco no interrogatório, mas os policiais pegaram bastante pesado com ele fazendo perguntas de duplo sentido que poderiam comprometer Marco, mas o advogado sempre interrompia qualquer coisa que pudesse atrapalhar Marco.
Após algumas horas, Marco foi liberado, antes de sair da sala de interrogatório, Juan o segurou pelo braço:
─ Por hoje, você está livre Reus, mas eu não acreditei muito nessa estória de que você nunca teve nada com a modelo morta.
O advogado o deixou no apartamento dele. Quando Marco abriu a porta do apartamento viu Sophia no sofá vendo TV, ela levantou e veio correndo até ele e o abraçou forte. Marco passou os braços ao redor da cintura dela e retribuiu o abraço.
─ Você está bem?
─ Soph, tudo que eles estão falando é mentira...
─ Eu sei meu amor.
Sophia então começou a beijá-lo e Marco retribuiu, relaxou ao ver que ela confiava nele. Eles juntos conseguiriam provar a todos que aquilo era uma mentira. Marco foi tomar banho e Sophia fez a comida preferida dele, ele veio até a cozinha vestindo uma bermuda preta com uma camiseta cinza e descalço. Ele sentiu o cheiro e sorriu, a abraçou por trás e a beijou no pescoço:
─ Eu te amo Soph.
Ela virou o rosto e deu um selinho nele.
─ Vai se distrair um pouco que eu sirvo o jantar em alguns minutos.
Marco preferiu jogar um pouco de videogame, estava com medo de ligar a TV e ver mais notícias a respeito dele. À noite, antes de dormir, ficaram conversando um pouco na cama, Marco estava deitado de costas e Soph estava abraçada a ele, apoiada no peito dele com Marco fazendo carinhos no braço dela.
─ Se eu soubesse que daria toda essa confusão nunca teria aceito o pedido do Robin de dar suporte a essa moça aqui em Barcelona.
─ Amor, a culpa não é dela, temos que pensar que ela foi assassinada por algum maluco. O pior é que ela estava longe de casa. Imagino o sofrimento da família dela.
─ Eu sei Soph, mas mesmo sendo egoísmo da minha parte, não queria nunca tê-la conhecido. Eu sinto muito expor você dessa maneira.
─ Não foi você Marco, foi a imprensa.
Eles adormeceram e no dia seguinte tentaram tocar as vidas como se nada tivesse acontecido. Sophia foi para o restaurante e Marco para o treinamento. Os amigos foram bastante solidários ao não comentarem o assunto. Somente Marc comentou:
─ Você e a Sophia estão bem?
─ Dentro do possível sim. Esse caso é uma bagunça e como acredito que eles não têm suspeitos, acabam colocando a culpa em qualquer pessoa. Me incomoda o fato de terem envolvido a Soph nessa sujeira toda, primeiro como suspeita e depois colocando ela em destaque como ontem.
─ Imagino que ela deve estar arrasada, a Sophia é tão discreta.
O treino foi bem e eles aproveitaram para comer no próprio clube porque teriam outras atividades a tarde. Marco estava terminando o almoço, quando uma das secretárias veio até ele:
─ Sr. Reus, após o almoço, o senhor poderia ir até a sala do Sr. Allen, ele gostaria de conversar com o senhor.
─ Claro, eu estarei lá em 10 minutos.
Marco e Marc se olharam e Marc fez uma careta.
─ Será que é seu chefe ou o sogrão que quer falar com você?
Marco deu de ombros e terminaram o almoço. Marco então se dirigiu a sala do sogro. A secretária abriu a porta e fez Marco entrar e saiu fechando a porta nas costas dela.
─ Oi Tom!
─ Oi Reus, sente-se por favor.
─ Obrigado.
─ Gostaria de te tranquilizar afirmando que o clube te dará todo apoio necessário nesse caso. Os relações públicas já estão trabalhando em como você e o clube devem se posicionar nessa situação.
─ Obrigado Tom.
─ Mas como pai da Sophia eu queria te dizer que eu não vou admitir que você faça minha filha sofrer novamente.
─ Essa nunca foi minha atenção.
─ Ótimo, só para você saber que eu estou de olho em você.
Marco encarou o sogro não muito satisfeito, mas não falou nada.
─ Pode voltar ao treino.
─ Obrigado senhor.
Marco destacou a última palavra, até o momento ele o estava tratando cordialmente, mas ele não tinha gostado nada de o sogro ter duvidado dele, de que ele poderia magoar Sophia. Ele se levantou e saiu da sala.
Nos dias seguintes, Marco tentou levar uma vida normal, ele evitava a imprensa conforme as instruções dos Relações Públicas do Barcelona. Ele e Sophia estavam saindo menos ainda, ficando basicamente em casa e recebendo alguns amigos. Sophia tinha sido atacada pela imprensa local também mas estava se saindo bem nas respostas, sendo educada e não passando nenhuma informação.
O clima entre Marco e Tom não estava bom, mas ambos disfarçavam na frente de Sophia, nenhum deles queria vê-la sofrer. Parecia que tudo voltava ao normal até que um dia o advogado de Marco apareceu no apartamento dele numa noite após o jantar.
─ Sr. Reus, apareceram alguns fatos novos no processo.
Marco e Sophia estavam sentados lado a lado no sofá, Marco segurava a mão de Sophia entre as dele e ambos estavam apreensivos.
─ Bons ou maus?
─ O senhor foi chamado a depor na Alemanha.
─ Por quê?
─ Pelo que eu entendi, a polícia local encontrou algumas cartas suas na casa de modelo morta.
─ Cartas? Eu não escrevo cartas.
─ Não entendi direito se são cartas ou bilhetes, a pessoa que estava traduzindo do alemão para o inglês para mim tinha muito sotaque.
─ Mesmo assim, eu nunca escrevi nada para ela. O que dizem esses bilhetes?
O advogado olhou para Sophia e respondeu que não sabia, mas Marco tinha notado o desconforto no homem, provavelmente era algo que Sophia não podia saber.
─ E quais são os próximos passos? O que vamos fazer?
─ Eu já contratei um advogado local muito bom que vai pegar a parte do caso que correr na Alemanha. O senhor e eu vamos amanhã de manhã para Dortmund.
─ Eu também vou – Sophia finalmente falou algo.
Marco e o advogado se olharam e Marco abraçou Sophia de lado e a beijou na bochecha.
─ Amor, não podemos alterar nossas vidas por isso, eu vou com o advogado e volto rápido, você fica aqui cuidando do restaurante e da nossa casa.
─ Mas Marco...
─ Soph, por favor, eu vou ficar mais tranquilo se souber que você está aqui.
Ela cedeu e Marco notou um alívio no advogado e ficou imaginando o que poderiam ter escrito naqueles bilhetes.
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