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História "Sorte" de Garota - Os nossos Segredos


Escrita por: NehS

Capítulo 3 - Os nossos Segredos


Fanfic / Fanfiction "Sorte" de Garota - Os nossos Segredos

"Já acordou algum dia pensando em quão errado estava sua vida? É estranho, a gente bem que tenta, mas não consegue evitar ao fato de as vezes se sentir inútil. Acredito que todo mundo já passou por isso, alguns conseguem usar ao seu favor, lutar por uma vida decente em meio as indecências da vida, para muitos, esse caminho os levam a depressão. Mas gente como eu, simplesmente não faz nada, se a sua vida parece errada, é só passar um corretivo e rabiscar por cima."

—  O que acha Luph? — Ellie perguntava a seu gato, mesmo  sabendo que ele nunca iria responder, o que botava em dúvida a sua saúde mental.

— Eu sei que é só um parágrafo Luph, que não da pra entender muito do que vai falar o livro, mas já dá pra notar que é sobre mim.

Podia parecer estranho, mas Ellie perguntava, e, respondia ao seu gato como se eles realmente falassem um com o outro, as vezes até brigavam. O Luph do seu subconsciente era bem crítico.

Havia passado tanto tempo escrevendo, que de novo estava atrasada, pensou seriamente em comprar um despertador, mas pra que gastar dinheiro com algo tão fútil, ainda estava pagando o espelho que havia dado a Luph de presente no dia dos gatos.

Juntou suas coisas, se despediu de Luph, e saiu para mais um dia de aula com uma leve impressão de estar esquecendo algo.

Não levou muito tempo para perceber que se tratava do tal caderno do garoto, se arrependeu profundamente de tê-lo levado pra casa, talvez se tivesse deixado onde estava, ele teria o encontrado agora. Entrou na sala com uma sensação ruim, já imaginava a reação do garoto ao descobrir que ela havia pegado, levado e esquecido o seu caderno em casa. Podia ser presa, acusada de roubo, as vezes era bem dramática.

Ao entrar, suspirou em alívio ao notar a mesa do garoto vazia, alívio esse que durou menos de dois segundos quando o mesmo passou pela porta. Resolveu não arriscar dessa vez, embora ele parecesse mais preocupado do que irritado, iria sentar ao lado de Amy, depois, pensaria numa forma de falar com o garoto.

Sentou-se ao lado de Amy, cumprimentou ela e o resto da turma. Deu por falta de Mathew, mas pensou ser melhor assim, já tinha problemas demais pra resolver hoje, não queria o explicar a razão de ter fugido ontem.

A aula começou, e todos ficaram em silêncio. No segundo dia de aula já se podia dividir a turma em dedicados ou bagunceiros, e a turma de Ellie, que era o meio termo daquilo, até mesmo os garotos Ethan e James pareciam gostar de estudar. Como sempre Ellie era a única que não estava totalmente na aula, e Amy havia notado.

— Ellie? Você não parece nada bem, tá estranha.
— Não é nada, e eu to bem sim.
— Será mesmo? Você nem está anotando o que o professor pediu.
— Eu não consigo ler direito.
— Estamos na primeira fila Ellie, praticamente na cara da lousa.
— Não importa, depois eu pego com você.
— Ok, mas eu tenho a leve impressão que o motivo de você tá assim está bem ali — Amy apontava para o garoto sentado no canto da sala, como alguém que acusava um culpado.
— Não sei do que você tá falando.
— Claro que sabe, não para de encará-lo.
— Lógico que não!! Eu não estava olhando pra ele!
— A sua reação só prova o quanto estou certa. Mas, não me diz que… Não, não acredito que está apaixonada por ele Ellie, você o conheceu ontem, não é nem por ter conhecido ontem, é por ser ele, nossa você tem um gosto exótico, e é bem rápida, mais dou o maior apoio — Amy falava frenéticamente, não dando a mínima chance pra Ellie responder.
— Não é nada disso, você é louca! Não to apaixonada por ninguém, e se estivesse ele com certeza não seria esse alguém, credo! É só que...
— Só que…

Decidiu contar a verdade a Amy, afinal a história real era bem menos maluca do que ela tinha pensado.

— É só isso? — perguntava Amy, duvidando do que acabara de ouvir — Todas essas rugas por causa de um caderno velho?
— Não é só um caderno velho, é o caderno velho Dele — agora Ellie apontava pro garoto — ele me da medo, como vou dizer a ele que o tal caderno ta comigo.
— Não seja por isso, eu mesmo falo com ele.
— Não, deixa comigo.

A discussão sobre quem falava com o garoto durou as aulas inteiras, mesmo com os professores pedindo constantemente para que elas prestassem atenção. O sinal tocou, dando fim a última aula, depois do intervalo os alunos iam embora, então era agora ou nunca. Tomou coragem, e enquanto todos saiam da sala, foi em direção ao garoto.

— Oi.
— O que você quer? Se não notou estou ocupado! Se veio pra fazer eu ser expulso da aula de novo, chegou tarde dessa vez. — o garoto falava enquanto vasculhava a sua mesa.
— Desculpa por ontem, mas foi voce quem gritou.
— Que ótimo, veio aqui pra dizer que eu fui o culpado, já pode parar de me atrapalhar.
— Está procurando alguma coisa?
— Nossa, quanta inteligência.
— Por acaso, não seria um caderno velho né?
— Por que? Você viu ele por aí? Onde viu? Me fala garota! — o garoto perguntava feito louco, agora Ellie tinha toda a sua atenção.
— Eu, o achei ontem, e… Levei pra casa.
— O que deu em você garota, como pode pegar as coisas dos outros e levar pra casa! Isso é roubo sabia? Me devolve agora!
— Ei! Eu não roubei nada, eu ia devolver, mas, deixei em casa.
— Você é uma idiota! Se tiver faltando uma folha daquele caderno voce vai se arrepender.
— Calma! É só um caderno, se você faz tanta questão dele assim, me segue, eu vou te devolver.

O garoto estava vermelho de tanta ódio, dava pra notar de longe, Ellie estava quase se arrependendo de ter chamado ele pra sua casa, afinal ele era um garoto, e ela morava sozinha, além disso, como Amy havia dito, ele era ele.

Aproveitou o movimento dos alunos saindo do colégio, se sentia mais segura entrando com alguém em sua casa, com milhares de testemunhas oculares.

— Seus pais não vão se irritar de me ver aqui? — perguntou o garoto desconfortável com a situação.
— Eu não moro com os meus pais. — Ellie respondeu, mas dessa vez não ia chorar, também estava desconfortavel para pensar em qualquer outra coisa.
— Seus tios então.
— Eu moro sozinha.
  — Mas você so tem 17 anos.
— Pra meus pais não, espere aqui. Vou buscar seu caderno.

O garoto ficou intrigado com a história de Ellie, ele também morava sozinho, a diferença é que ele tinha idade pra isso. Estava repetindo o ensino médio pela segunda vez, pois tinha desistido de ser o filho perfeito dos pais que o viam sempre como delinquente, não importasse o que fazia.

Ellie desceu as escadas com o caderno na mão, notando que o garoto permanecia em pé, no mesmo lugar.

— Esta aqui. Desculpa por tê-lo pego. — a garota o entregou o tal caderno.
— Se você contar a alguém o que leu aqui, eu e-eu…
— Não se preocupe, eu não abri. Não faço a mínima ideia do que tem aí.
— Nossa, eu estava com raiva achando que você tinha lido…
— Mas eu não li, olha, sei que não me deve nada, mas será que podia não contar a ninguém que moro sozinha?
— Obrigado garota, e desculpas também pelo que eu disse, bem, agora eu vou embora, e fica tranquila, você não leu o meu, então não contarei seu segredo.
— Meu nome é Ellie!

O garoto pareceu a ignorar, algo que ele fazia muito mal diga-se de passagem, andou em direção a porta, mas antes de sair, sem virar para Ellie, falou:

— Me chame de Aaron.



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