Antes das 15 horas já estava no apartamento deles, conforme o endereço que o Pac me mandou no whats.
Toquei a campainha e esperei, enquanto pensava se tinha pego uma mochila boa, se estava ou não vestida direito para a ocasião e se tinha ligado o alarme do carro.
Quando Mike abriu a porta e veio me cumprimentar, me disse no ouvido:
-Você está radiante.
Apenas sorri e perguntei se podia entrar, sendo respondida em seguida por Pac:
-Claro que pode princesa!
Acho que fiquei vermelha nessa hora. Receber elogios me alegra, mas se vier dele, aí me desmonta de vez.
Logo que entrei, perguntei por Cellbit.
-Ele saiu-disse Pac indo pra cozinha-Quer comer alguma coisa?
-Ah, não, muito obrigada.
-Então senta aí, ele já chega.
-Ué, tá de regime moça?-disse Mike sentando ao meu lado
-Sim e não-respondi me virando pra ele.
Pac foi pra sala com uma lata de Pepsi e um sanduba nas mãos. Depois de se ajeitar no sofá e ligar a TV, disse pra mim:
-Espero que saiba cozinhar. Não aguento mais a comida do Tayr. Não que ele cozinhe mal, a comida é super gostosa, mas tô enjoado já.
-Concordo-disse Mike olhando pra fora-Eu não quero engordar outra vez. Já não basta ter que comer fast food sempre que a gente sai.
-Não se preocupem rapazes. Minha mãe me ensinou a cozinhar e, modéstia a parte, ensinou muito bem.
A campainha tocou e eu fiz questão de ir atender.
Abri a porta e era Cellbit, com umas sacolas na mão e o celular na outra.
Peguei as sacolas -realmente pesadas- e fui cumprimentá-lo.
-Oi!! -Disse com o jeitinho meigo que só ele tem-Prazer!
-Oi! O prazer é meu, Rafa.
-Dani, né? Seja bem vinda, você é parte da família agora!
-Muito obrigada! Tenho certeza que não vão se arrepender da escolha.
Depois que ele entrou, eu fechei a porta e fui pra sala. Sentei no sofá e Cellbit me olhou, dizendo:
-Se apresente! Queremos saber sobre você, Bolacha de Maizena.
-Bom, meu nome é Dani, eu tenho 19 anos e mo...rava sozinha aqui em São Paulo faz uns... 5 ou 6 meses.
-Certo. Agora, nos fale sobre sua escolaridade, moça bunita-disse Mike com um sorriso
-Bom, eu tenho o ensino médio completo, tenho curso de inglês certificado, curso de informática e estou correndo atrás de faculdade. Esse foi um dos motivos pelo qual estou em São Paulo.
-Ah, quem diria hein?
-Mike, isso lá são modos?-disse Pac dando um tapinha no coco do Mike
-Nem liga Dani,o Mike é assim mesmo - falou o loiro com uma xícara da Hatsune Miku na mão
-Mas, fugindo do assunto, o que te trouxe aqui?-disse Pac desligando a TV.
-O meu carro-eu disse em tom irônico
-Isso eu sei né, quero saber suas razões.
-Ah eu vim atrás de uma vida melhor. Vim procurar um bom emprego e uma faculdade boa, apesar de que o custo de via aqui é bem alto. Não sei como vocês aguentam pagar aluguel do apê.
-Bom, acho que já temos todos os dados necessários pra te contratar-disse o loiro tomando um gole de Nescau-Você quer mesmo trabalhar aqui? É bem puxado...
-Sim, eu quero. Não ligo pra isso. Eu quero ser o orgulho dos meus pais antes deles partirem.
-Certo.
Vi que Pac foi pro quarto e ouvi o barulho de gavetas batendo, logo concluí que ele procurava algo.
Ele voltou e vi em suas mãos umas folhas, uma caneta e uma espécie de cheque -que eu não tenho a mínima ideia de pra que vai servir- e logo ele foi pra copa/cozinha e me chamou.
-Leia e assine esses termos. Sendo maior, a responsabilidade é sua, entendido moça? Apesar que faremos de tudo pra que nada aconteça pra você.
-Entendi-disse eu pegando as folhas e a caneta.
Após uns minutos sozinha lendo, notei que os três estavam no quarto de Cellbit, conversando. Ouvi alguma coisa ou outra, e então ouvi Mike dizer:
-É mas vocês tem que ver moços, que ela tem só 19. A gente tem que cuidar muito bem dela, do contrário um puta processo vai vir pra gente responder.
-Mas é claro que a gente vai cuidar bem dela! Ela não vai ser nossa empregada, vai ser nossa irmã-disse Cellbit.
Eu terminei de ler e assinar os papéis e fui pro quarto deles.
-Licença rapazes, onde fica o banheiro?
-Anh, tipo assim, atrás de você?
-Ah, sim. Obrigado.
Eu fui pro banheiro e lá chorei de emoção. Fiquei pensando no quanto três desconhecidos poderiam ser tão importante pra mim, e no quanto uma garota como eu se tornaria tão importante pra eles.
Mike bateu na porta e disse:
-Moça, a gente vai sair. Vem com a gente!
-Já vou Mike!-disse enxugando o rosto meio às pressas.
Logo que saí, ele estava à minha espera na porta do banheiro. Ele passou o braço por cima do meu ombro e disse com um lindo sorriso:
-Bem vinda à família dos doidos, maninha.
Nós rimos e fomos conversando até o carro de Cellbit -que pra ser sincera eu nem sabia que dirigia- e eu fui pensando no quanto minha vida mudou em menos de 1 ano.
Obrigado Senhor, se não fosse você colocar aqueles anjos chamados pais na minha vida, eu nunca teria conseguido. Obrigado mesmo, do fundo do meu coração.
Essa é a 1 e meia -quase segunda- pétala do meu trevinho de sei lá quantas folhas.
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