P.OV (Thali)
Toda essa situação parecia um pesadelo, vi a Gabie na minha frente e eu não sabia direito o que fazer. Levantei, fui até ela e a puxei para o meu quarto, deixei minha mãe sozinha na sala sem entender o que estava acontecendo. Entramos no quarto e eu fechei a porta, vi quando ela sentou na minha cama e ficou encarando pra parede. Eu não sabia o que dizer, não sabia se deveria dizer algo, mas a gente não poderia ficar nesse clima pra sempre.
- Ei, olha pra mim. – me aproximei dela e segurei seu rosto em direção ao meu.
- Melhor não! – ela desviou o olhar.
- Amor, a gente precisa conversar. Por favor, eu quero que você olhe nos meus olhos. Eu preciso disso! – implorei.
Me arrependi de ter feito esse pedido, pois no mesmo instante que ela olhou nos meus olhos, ela começou a chorar. Eu estava tão nervosa que não consegui segurar as minhas lágrimas, abracei-a na tentativa de acalma-la, mas ela se afastou de mim. Saber que eu tinha magoado a Gabie me partia o coração, e saber que eu não poderia fazer nada para concertar era o que mais me deixava triste! Eu estava tomada pela tristeza, me sentia devastada, tudo o que eu dissesse pra ela seria inútil, mas eu precisava dizer algo. Afinal nós duas precisávamos superar tudo aquilo. Eu tenho certeza que não estou grávida e preciso que ela acredite em mim!
- Gabie! – falei.
- Ontem você prometeu que não iria procurar o Gabriel, hoje acordou toda romântica dizendo que iríamos contar para os seus pais. Daí eu chego aqui um pouco mais cedo e dou de cara com isso? Agora eu entendi o motivo de você ter pedido pra eu vir mais tarde. Eu realmente sou uma palhaça! No mundo não deve existir uma pessoa mais trouxa do que eu. – ela dizia com raiva.
- Para! Eu não sabia que ele viria, eu não pedi pra ele vir. Eu te juro! Se tu quiser pode olhar no meu celular, eu não liguei, não mandei mensagem. Ele que apareceu do nada. – me expliquei.
- E o que ele falou Thalita? Teste de gravidez? É sério isso? Você sabe como eu estou me sentindo? Eu me sinto um lixo. Na verdade nós sabemos que eu sou um lixo. Tudo tem que acabar dando errado pra mim. Eu estava feliz demais né? Devia ter desconfiado que algo de muito ruim teria que acontecer na minha vida. – ela me falou e agora me encarava.
- Claro que não! Ele disse aquilo pra te irritar. Para com isso, eu te imploro! Você não é um lixo. – falei.
- É mentira dele? É mesmo uma mentira? Então a gente vai agora fazer o exame. – ela disse e levantou da cama.
- Que é isso Gabriela? Você não ta acreditando em mim? – perguntei com raiva.
- Você não vai? – ela me perguntou.
- Não preciso fazer exame por pressão! Eu não estou grávida e tenho certeza disso. – falei e me aproximei dela.
- Não vai, né? Não vai mesmo? Ok. – ela disse e saiu do quarto.
- Você vai embora? Nós precisamos conversar. – gritei, enquanto ia atrás dela.
Ela simplesmente saiu tão rápido da minha casa que quando abri a porta da rua ela já tinha descido, provavelmente desceu pelas escadas. Eu poderia ter pegado o elevador e ter ido atrás dela, mas resolvi deixa-la pensar um pouco, essa ideia dela foi muito idiota e eu não vou fazer um exame só pra ceder aos caprichos dela! É óbvio que não estou grávida, conheço muito bem o meu corpo pra isso ter acontecido, se eu tivesse grávida eu sentiria as transformações, dizem que as mulheres sentem. Quando estava retornando para o meu quarto vi que a minha mãe estava me encarando sentada no sofá.
- Que cena foi essa? – ela me perguntou.
- Não sei do que você está falando. – eu disse.
- Tudo bem. – ela disse e foi em direção à cozinha.
Eu fui para o meu quarto, liguei para o Rafa e ele me disse que estava fora da cidade junto com o André, procurei alguns amigos para conversar, mas todos estavam ocupados, liguei pra Gabriela e ela não me atendia. A necessidade de conversar com alguém era tão grande que eu decidi falar com minha mãe, aquela tristeza já estava tomando conta de todo o meu corpo. Eu precisava desabafar com alguém, precisava de conselhos e a minha mãe me parecia ser a pessoa certa naquele momento. Então gritei e ela logo entrou no meu quarto.
- Fecha a porta! Eu preciso conversar contigo. – falei temendo o que ela acharia disso tudo.
- O que aconteceu? Você realmente ta grávida? – ela dizia enquanto fechava a porta.
- Não sei... Não, é claro que eu não estou grávida. – falei.
- Então o que é? – ela me perguntou e sentou na minha cama ao meu lado.
- Eu menti para vocês! No dia da festa de noivado eu não entrei em estado de choque, eu não passei os dias na casa do André, pelo menos não na casa que vocês conhecem. – expliquei.
- Continue, Thalita! – ela me disse impaciente.
- Eu estou apaixonada por outra pessoa. Foi esse o motivo de ter fugido da festa de noivado. – falei.
- Você ta com outro rapaz? Se você estiver grávida pode ser do Gabriel ou do outro rapaz? Thalita, que irresponsabilidade. – ela disse revoltada.
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