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História Sõrumeito (Alma Gêmea) - Trabalho


Escrita por: Taigacchi

Notas do Autor


Olá a todos!

Pra quem já havia visto os primeiros capítulos, comentado e favoritado. Peço desculpas por ter excluído a fanfic sem um aviso prévio.

Tive alguns problemas familiares e achei que jamais conseguiria continuar a escrever, por isso havia desistido momentaneamente. Mas como nada dura pra sempre, minha fase Emo acabou e voltarei a posta-la normalmente.

Aos que acabarem de chegar, sejam bem-vindos a minha história! Aos que já a conheciam, peço novamente o apoio de vocês.

Boa leitura!.

PS: Explicações sobre algumas coisas que iram acontecer ao longo da história.

Cios - Uma semana inteira de puro instinto. Quando ômegas e alfas perdem qualquer senso e a única coisa que eles pensam é em sexo. Um Ômega só estará satisfeito quando um Alfa estiver enterrando o membro bem fundo dentro de si, literalmente.

Nó - Durante o sexo entre um ômega e um alfa, o alfa tem um nó. Na hora da ejaculação, ele se prende/ata ao ômega, numa maneira de que ele/a engravide mais rápido. Um nó pode ser longo e durar até meia hora, ou pode ser curto e só durar enquanto o alfa ejacula.

Marca - É a união mais forte entre um ômega e um alfa. Até mesmo um casamento perde para uma marca. Quando um omega é marcado por seu alfa, suas almas se ligam e eles pertencem um ao outro para sempre. Com a marca (que seria uma mordida no pescoço do Ômega que deixara uma pequena cicatriz), o casal passa a um outro nível de ligação. Do tipo, saber o que o outro está pensando sem precisar perguntar. O que ele está sentindo e até mesmo se o cio se aproxima.

Capítulo 1 - Trabalho


Fanfic / Fanfiction Sõrumeito (Alma Gêmea) - Trabalho


-- KAGAMI --


          Kagami Taiga. Um jovem magro, musculoso de estatura média, com um tom de pele levemente bronzeado, olhos e cabelo vermelho. Kagami tem uma personalidade despreocupada e irresponsável por natureza, e, apesar de possuir poucos amigos, é extremamente leal e protetor. Ele está disposto a ir para baixo lutando por seus amigos, independentemente do quão fútil possa ser o motivo. Possui uma mente simples e sempre está aberto a amizades, porém mesmo com sua personalidade divertida e animada, ainda havia uma coisa que o poderia desanimar durante a vida... Era um Ômega.
          Ômega... São mais raros, sendo apenas 5% da população – a maioria é mulher, homens sendo raridade. Existe muito preconceito com os ômegas porque eles não podem se ligar normalmente, apenas ligações de alma gêmea… além do cio deles ser um tabu. Ninguém sabe muito sobre os cios, porque ômegas são raridades e ninguém saí falando sobre cios numa conversa normal. A época acontece a cada mês, durante mais ou menos cinco dias. Nesse período, o ômega fica num estupor constante de necessidade de ser atado – ele não vira um bicho atrás de sexo, mas… fazendo uma analogia, é como se você ficasse meio bêbado e cheio de tesão, podendo ou não fazer coisas que se arrependeria depois. Ômegas tendem a esconder seu status porque a sociedade é preconceituosa em relação a eles, como se eles fossem uma sub-raça, o que eles obviamente não são… Além de existir casos de alfas que estupram ômegas e colocam a culpa nos hormônios. Se fossemos resumir tudo, poderíamos dizer que Ômegas são os últimos da hierarquia, sendo considerados até animais, já que Alfas os obrigam a ser totalmente submissos a suas ordens. Todos os ômegas tem capacidade de engravidar. Inclusive os homens, porém esses só podem engravidar caso estejam na época do cio.
          Foi em seu aniversário de doze anos que Kagami descobriu o que era, ao sentir uma dor forte em seu estômago e sangue escorrer por suas pernas, devido ao útero estar se formando repentinamente. Nada foi mais humilhante do que aquilo, seu pai teve que o trancar em seu quarto enquanto acalmava os animos dos Alfas ali presentes, excitados ao sentirem o forte aroma que o corpo do ruivo estava emitindo. Mesmo quando achou que nada poderia piorar naquele dia, sua mãe insistiu em ter uma conversa adulta explicando tudo o que sua raça precisava saber, até coisas que não eram nem um pouco necessárias.


✼ --- ✼ --- ✼


          Kagami estava fazendo a mala, preparando-se para se mudar para o primeiro trabalho que conseguiu. Sua mãe, Aimi, possuía uma saúde fraca e por isso não era apta a exercer qualquer tipo de trabalho. Seu pai, Akira, era o General do Exército e raramente conseguia tempo para voltar para casa, mesmo que ganhasse um ótimo salário, era difícil crescer sem sua presença. Poderia citar mais alguns motivos que obrigaram o ruivo a procurar algum tipo de serviço tão cedo, como o alto preço dos remédios e alimentos, após uma pequena crise econômica que envolveu o país. De qualquer forma, nada poderia mudar a dificuldade que estavam passando a não ser que alguém daquela casa trabalhasse.
          Todos os dias, durantes horas andava embaixo do sol quente, procurando alguma loja ou algo do tipo que aceitassem Ômegas como funcionários. Uma coisa difícil diga-se de passagem, já que praticamente cem por cento da população seguia a maldita hierarquia criada desde o começo dos tempos. Foi em uma praça pouco movimentada, quando se sentou para descansar depois de mais um dia sem sorte, que um homem bem vestido e com uma presença forte se aproximou, perguntando se não gostaria de trabalhar como empregado particular de seu filho. Segundo ele, haviam comentado sobre um jovem de cabelo ruivo procurando emprego desesperadamente e como estava com falta de empregados na mansão, achou que seria uma ótima oportunidade de ambos saírem ganhando.


          - Onii-chan, você vai mesmo embora?. - Takashi perguntava entrando no quarto, com uma cara triste.
          - Não é embora Takashi, só vou me mudar pro meu trabalho. - Respondia dando um largo sorriso, fazendo carinho na cabeleira vermelha. - E não é como se eu não fosse voltar! Todo fim de semana vou estar aqui com vocês.
          - Mas eu quero você aqui todo dia!. - Dizia envergonhado, apertando a blusa do maior. - Sem você fica tudo chato...
          - Então basta você ser o animado da casa. - Se abaixava a olhando nos olhos. - Eu sei que vai ser estranho no começo, mas é o único emprego que consegui. Não posso desistir dele por causa de alguns detalhes.
          - Eu sei... - O pequeno dizia cabisbaixo. - É por causa da mamãe né?
          - Por vocês dois. Quero que você continue no colégio particular. - Se levantava começando a fechar a mala. - Só de pensar meu irmãozinho no público cheio de marmanjo drogado e malandro...
          - Onii-chan, hoje em dia as coisas mudaram... E outra que particular não é diferente do público nisso.
          - Quer dizer que tem fedelho tentando te levar pro mal caminho!?. - Perguntava a olhando incrédulo. - Só me diz os nomes que amanhã não aparece um vivo!


          Takashi sempre se perguntou o por que de seu irmão ser tão super protetor, como se já tivesse acontecido algo em sua vida e ele não estivesse lá para protege-lo. Não estava reclamando, ao contrário, sempre agradeceu por receber tanto amor de sua família e ser tão querido, se pudesse até pediria mais.


          - Ai você seria preso, deixando eu e a mamãe sozinhos nesse mundo complicado.
          - Só era eu armar uns planos com os presidiários e fugir da cadeia. - Respondia em tom brincalhão.
          - Onii-chan!. - O repreendia impressionado com a cara de pau que ele falava uma coisa tão séria.
          - Ta bom, parei, parei!. - Dizia rindo.
          - Baka...


          Kagami se sentou na cama procurando descansar um pouco, finalmente sua mala estava pronta e em pouco tempo passariam para busca-lo. Até ponderou ir a pé mesmo para o local, mas segundo o senhor que o contratou, a mansão era bem afastada da cidade e a segurança era alta. A única coisa que passou por sua cabeça ao escutar essas palavras, foi que estaria indo para alguma família importante e que os guardas contratados meteriam chumbo em qualquer um que se aproximasse do local.


          - Vem, senta aqui. - Dizia batendo em sua coxa.
          - Eu não sou mais criança! Tenho onze anos...
          - Seu Onii-chan vai embora e é isso que ele ganha?. - Dizia fingindo-se de triste, recebendo uma cara emburrada do menor que o obedeceu.


          O abraçou forte, deixando sua cabeça sobre a dele. A partir de agora iria morar em uma casa totalmente estranha, com pessoas que nunca viu e seria um empregado particular do filho do dono. O certo seria dizer escravo, afinal é assim que os Alfas praticamente veem a sua raça, ainda mais os especiais como ele. O único pedido que fazia mentalmente a toda hora, era não ser tratado como um animal exótico pelos funcionários e moradores da mansão.


          - Vou sentir falta de vocês. - Quebrava o silêncio, iniciando carinhos leves no cabelo do irmão. - Vai ser difícil acordar sem você gritando na minha orelha.
          - A culpa é sua por dormir igual uma pedra... - Ria baixo, apertando ainda mais o abraço. - Não vai Onii-chan... Por favor... A gente arruma outro emprego pra você! Só é procurar melh-
          - Desculpa. - Dizia o cortando. - Desculpa Takashi, mas não vou ter outra oportunidade como essa tão cedo, talvez até não tenha mais nenhuma.
          - Onii-chan... - Começava a chorar, escondendo o rosto no peito do maior.
          - Eu também não quero ficar longe de vocês. - Enxugava suas lágrimas com uma mão. - Mas não vai ser por muito tempo, é só até tudo voltar ao normal.
          - Promete?. - Dizia olhando em seus olhos, esperançoso. - Promete que quando os preços voltarem ao normal, você sai desse trabalho?.
          - Eu, Kagami Taiga. - O ruivo dizia pegando um das mãos de Takashi, cruzando o dedinho com o dele. - Prometo voltar para casa assim que a situação financeira da família voltar ao normal!
          - Tonto, não precisava disso. - Ria um pouco esfregando os olhos, cessando o choro. - Você nunca quebrou uma promessa, então eu acredito!
          - Esse é meu irmãozinho!.
          - Toma bastante cuidado quando tiver lá ta Onii-chan?. - Apontava o dedo para Kagami, mostrando-se sério. - Principalmente com os invejosos!
          - Invejosos...?
          - Sim ué! Você é o Ômega mais bonito do mundo! Concerteza vai ter alguém te jogando praga pra ir embora. - Cruzava os braços convicto,fechando os olhos.
          - Pode deixar!. - Respondia sorrindo.
          - Ah! Esqueci de estender a roupa!. - Dizia correndo em direção ao irmão, o abraçando novamente e depositando um beijo estalado em sua bochecha. Antes de sair pela porta, se virou sorrindo. - Te amo!
          - Também te amo, pequeno. - Retribuía o sorriso amoroso do menor, que se pós a correr em direção a lavanderia.


          Agora teria que passar pela pior parte da despedida, falar com sua mãe. Por mais que estivesse doente, por mais que estivesse cansada ou ruim em algum dia importante, ela jamais faltou em algo relacionado a ele ou ao seu irmão. Sempre se esforçava o máximo possível para sempre estar presente na vida dos filhos, ignorando completamente a saúde frágil para trazer felicidade aos dois.
          Após deixar a mala na sala, se encaminhou até o quarto de seus pais. Aimi estava sentada, lendo algum livro de culinária, seus longos cabelos ruivos estavam soltos brilhando ao entrar em contato com a luz que escapava pelas cortinas da janela. Realmente, não discordava quando seu pai falava que ela era a mulher mais bonita do mundo. Ao notar a presença do filho, fechou o livro o colocando na escrivaninha próxima da cama, dando um pequeno sorriso, porém acolhedor.


          - Parece que você já se arrumou. - Dizia com uma voz doce.
          - É, não devem demorar muito pra passar... - Respondia se aproximando, sentando na beirada. - Melhorou da tontura?.
          - Eu já disse que não foi nada de mais filho. Não precisava ter me obrigado a descansar.
          - Mesmo se tivesse só quebrado a unha, ia te por pra descansar de qualquer maneira. - Dizia se emburrando. - Não gosto quando você se esforça além da conta, sabendo que está doente.
          - Kagami... - Como era bom ver o amor que o ruivo possuia por ela, aquilo sempre a dava forças para continuar em frente. - Eu já falei muitas vezes não? Eu faço as coisas quando estou disposta, não fico forçando meu corpo quando estou mal.
          - Mas...
          - Não precisa se preocupar tanto. - Dizia segurando o rosto do filho, fazendo carinho em suas bochechas. - Eu não me sentiria bem em não fazer nada pelos meus amores.


          Muitas vezes já sentiu raiva de seu pai estar ausente por tanto tempo, quando a situação da familia se encontrava complicada e sua mãe parecia piorar um pouco a cada dia. Ele era um Alfa poderoso não? Seria fácil para ele largar o posto que possuía e arrumar um emprego bom pela cidade, mas sempre se recusou a isso. Após algum tempo que veio a entender o quão difícil seria para seu pai conseguir algum emprego que o pagasse da mesma forma que aquele.


          - Lembre-se de não ficar nervoso, tenho medo do que os Alfas daquela casa poderiam fazer com você.
          - Mãe!. - Envergonhava-se. - Eu sei me cuidar tá? Calma...
          - Eu não to preocupada com você, to preocupada com eles!. - Dizia, o deixando confuso. - Por mais que eu tenha deixado você trabalhar para essas pessoas ricas, ainda não gosto da ideia de você estar sozinho em um lugar desconhecido.
          - Eu não vou ser o único empregado de lá, não vou estar sozinho. - Dizia sorrindo. - Eu faço amizade fácil lembra?.
          - Por isso que sinto medo, Kagami. Por não ser aceito na sociedade como um macho Ômega, tenho medo de que você acabe se apaixonando pelo primeiro Alfa que o tratar bem, apenas para te usar. - Pensava um pouco aflita, porém sem demonstrar para o filho.
          - Você vai ficar bem né? Eu expliquei tudo certinho pro Takashi como cuidar de você e ficar de olho caso tente se esforçar além da conta. - Dizia sério, Aimi era ótima em exagerar. - Assim que eu chegar lá, vou ligar pra casa e você já anota o telefone. Qualquer coisa só é me ligar!.
          - Realmente, seu irmão tem razão.
          - Hm?.
          - Você é super protetor demais. - Dizia rindo, arrancando um bico de indignação do filho. Delicadamente o puxou para um abraço, fazendo carinho na cabeleira ruiva e depositando um beijo em sua testa. - Então eu digo a mesma coisa. Qualquer coisa basta ligar para casa e eu vou lá correndo te buscar, levo até seu pai junto.
          - Viu quem eu puxei?. - Ria retribuindo o gesto de carinho, dando um largo sorriso se levantando. - Bom, acho que é melhor eu ficar lá fora né? Não seria legal ter que me esperarem no primeiro dia...
          - Sim, concordo. - Respondia sorrindo, deixando algumas lágrimas escaparem. Parte de felicidade, ao perceber como Kagami havia se tornado um belo homem e outra por tristeza, por o ver sair de casa tão cedo mesmo sendo necessário. - Kagami.
          - Oi?. - Dizia se virando para trás, a olhando.
          - Te amo muito. - Dizia dando um lindo sorriso.
          - Também te amo demais, mãe. - E como a amava.


          Agora, uma nova fase de sua vida iria começar. Iria seguir um caminho completamente diferente do que havia imaginado, porém o faria ser o melhor de todos. Com um sorriso e a mala em mãos, se encaminhou para fora de casa rumo a seu primeiro emprego.


✼ --- ✼ --- ✼


-- " Muitas vezes imaginei que estaria sozinho.
 Muitas vezes pessoas se aproximaram de mim apenas por interesse em um Ômega raro. 
Não duvido que com ele também foi assim, mas o jogo acabou virando... Algo que não passava de interesse e atração, se transformou em amor. " --


-- AOMINE --


          Aomine Daiki. Cabelos e olhos azuis escuros, possui um corpo tonificado e muscular, com um tom de pele levemente escura.  Aomine tem uma personalidade descontraída, mas leva as coisas a sério quando o tempo exige. Era muito obstinado e imprudente quando mais novo, mas ao longo do tempo, ele atingiu uma atitude mais cautelosa em relação a vida e lida com problemas com cuidado. Além disso, ele tem o hábito perturbador de remover inconscientemente suas roupas, incluindo a cueca, em momentos inapropriados. Mania adquirida ao treinar com sua mestre e mãe, Aiko,  em montanha nevosas. Para orgulho de sua família, era um Alfa esplêndido assim como seu pai. Possuía uma aura forte de liderança e dominação, colocando facilmente qualquer Ômega ou Beta em seus encantos.
          Alfas... As vezes são incontroláveis por causa dos hormônios, são mais charmosos e tem mais facilidade para influenciar as pessoas, conseguindo mandar quase em todos os Betas e Ômegas. Por volta de 15% da população é alfa e os alfas podem se ligar tanto com betas quanto com ômegas e outros alfas, com ligações normais ou de alma gêmeas… Alfas entram no cio mais ou menos uma vez há cada mês por uns três dias, mas não é nada parecido com o cio dos Ômegas. Eles conseguem se controlar, apenas sentem uma vontade muito grande de “atar” alguém, como se o alfa estivesse num estupor de tesão, que obviamente passa quando ele consegue o que quer… então o alfa tem umas horas de descanso até a vontade voltar. Obviamente existem alfas homens e mulheres, mas a maioria é homem.
          Foi aos dez anos que descobriu sua raça, ao exalar um cheiro afródisiaco a Betas e Ômegas insconscientemente, causando um pequeno tumulto. Naquele dia, havia ido junto a seu pai resolver alguns problemas da empresa e por isso, haviam bem mais pessoas reunidas no local do que normalmente. No começo até havia se assustado ao notar a aproximação de algumas mulheres do local, com rostos vermelhos e respiração ofegante. Seu pai, Daichi, na mesma hora percebeu o que estava acontecendo e o pegou no colo, emanando sua aura por cima da de seu filho, eliminando o cheiro do menor do lugar antes que a situação saísse do controle.


✼ --- ✼ --- ✼


          Aomine estava fazendo suas lições, quando foi chamado por um dos mordomos da mansão, dizendo ser ordem de seu próprio pai. Estranhou por alguns minutos, já que raramente ele estava presente durante o dia e na maioria das vezes estava tão ocupado no escritório que nem mesmo voltava para dormir. Isso era algo que por muitos anos o incomodou e irritou, odiava ver sua mãe cuidar sozinha dos problemas familiares ou dos funcionários do local.  
          Entrou na sala escura e lotadas de livros, onde seu pai estava sentado na mesa lendo alguns papéis. Ao notar a presença do filho, com um aceno de cabeça, o mandou fechar a porta e sentar-se na cadeira a sua frente. Revisava pela última vez o contrato assinado pelo jovem de cabelos ruivos, antes de dar atenção ao moreno.


          - Eai, me chamou pra nada?. - Aomine perguntava sentado, colocando os braços atrás da cabeça. apoiando-a.
          - Não lembro-me de o ensinar a ser tão ansioso, Aomine. - Dizia o olhando, colocando os papéis em cima da mesa.
          - E o senhor me ensinou algo?. - Respondia ríspido, sentindo a pressão da aura do maior aumentar.
          - Lembre-se que você não possui autoridade quando estou presente, fedelho.
          - Coisa que acontece uma vez por semana. - Dizia sem se incomodar com o Alfa mais velho, disputando o território na pequena sala.


          Uma mistura de arrependimento e orgulho preenchia Daichi por dentro. Era difícil distinguir o que estava sentindo no momento, seria orgulho de ver que seu filho havia se tornado um Alfa perfeito ou arrependimento de não ter tido tempo de o educa-lo, para saber respeitar Alfas com posições maiores.


          - Não estou aqui pra discutir com você, garoto. - Dizia dando um pequeno suspiro. - E por quanto tempo você vai levar essa mania estranha para frente?
          - Hã...? Mas o que!? Quando!?. - Dizia ao notar que estava apenas de cueca novamente. Seria até mais fácil andar pelado de uma vez.
          - Enfim, preciso lhe contar uma coisa.
          - E seria...?. - Perguntava crente que seria apenas mais algum trabalho para exercer durante sua ausência.
          - Contratei um empregado particular para você. - Dizia arrancando uma expressão de surpresa do moreno. - Um macho Ômega para ser exato.


          Aomine demorou alguns minutos para absorver e analisar apropriadamente a informação que recebeu, arregalando os olhos em seguida pelo susto. Encarou novamente Daichi tentando ver se tudo não passava de uma brincadeira de mal gosto, mas a seriedade que ele passava acabava com todas as chances de ser mentira.


          - Se ta me zuando velho!?. - Perguntava levemente indignado. - Como assim se contrato um Ômega pra me servir? Ainda mais macho!
          - Ele precisa de trabalho e eu preciso de alguém para te vigiar, apenas isso. - Respondia sem dar importância a carranca do filho.
          - Cara, eu tenho dezessete anos! Sei me virar até melhor que você. - Dizia o olhando feio, o que ele estava tramando fazendo isso?.
          - Sua idade não faz diferença, Aomine. Cada vez mais recebo mensagens dizendo que você está brigando na escola e até maltratando Ômegas. - Dizia cruzando os braços, sério. - Sabe o quanto isso é ridículo?
          - Elas que vem com papo besta de eu ser a alma gêmea ou algo do gênero!. - Se defendia. - Mesmo eu dizendo que não é verdade, elas ficam insistindo. A única maneira que arranjei pra pararem com isso, era maltratar.
          - Não me importa seus motivos, há várias outras maneiras de cuidar da situação. - O repreendia, irritando-o ainda mais. - Por isso contratei esse garoto que parece descente. Ele tem a mesma idade que você, então por que não viram amigos?
          - A claro, morro de vontade de ter um Ômega MACHO correndo atrás de mim o dia todo. - Respondia sinico, se levantando.
          - De qualquer forma, eu apenas queria te avisar, não saber da sua opinião. - Dizia caminhando pela sala.
          - Como sempre. - Dizia nervoso caminhando até a porta.
          - Ah, mais uma coisa. Ele ira estudar com você.
          - Hã? O que!?. - Era só o que faltava.
          - Isso que ouviu. Agora se retire que tenho trabalho a fazer. - Sentava-se na cadeira, organizando os papéis.


          Louco. Ele está profundamente louco. Havia acabado de falar o motivo para tantas reclamações referente a escola e ele resolve como? Contratando um Ômega para segui-lo vinte e quatro horas por dia, tirando o fato de que era um macho... MACHO, era a última coisa que precisa diante daquela situação, ter uma espécie rara tentando seduzi-lo.
          Caminhou pelo longo corredor decorado com inúmeros quadros caros, insconscientemente deixando sua aura se alastrar pelo local. Estava nervoso, possesso diria e por isso não conseguia controlar completamente a presença forte que possuía, deixando alguns dos empregados que limpavam os vários quartos, amedrontados. Seiji ao perceber o irmão, abriu a porta do quarto o chamando, precisava acalma-lo antes que algo de pior pudesse acontecer.
          Aomine entrou no quarto do pequeno, sempre se impressionando com a variedade estampas de tigres espalhadas pelo quarto. O quanto ele poderia amar eles? Até mesmo podia jurar que um dia, havia visto um pijama com forma do animal felino. Seiji caminhou até ele, o abraçando e empurrando até a cama, o sentando para em seguida segurar seu rosto fortemente e apertar.


          - Pode ir tratando de se acalmar Onii-chan. - Dizia com cara de bravo. - Quer por acaso mais gente se despedindo por causa da sua incompetência em controlar sua presença?
          - Não precisa falar desse jeito... - O moreno dizia desconcertado com a bronca que estava levado, ele realmente era filho de Aiko.
          - Então me conta o que aconteceu, assim eu te ajudo ta?. - Perguntava sorrindo, o soltando. Caminhou até o guarda-roupa arrancando de lá um shorts de adulto. - Agora veste isso, já sou grandinho pra ficar te vendo de cueca.
          - Ho, então o Onii-chan não precisa mais dormir com você quando tiver uma tempestade a noite... - Brincava colocando a roupa, deixando-o com a boca aberta em formato de um "O".
          - E-eu disse pra ver você assim!. - Tentava arrumar a situação. - Não é legal eu ficar vendo o volume que você tem...
          - Hai, hai. Vou ver o que faço com essa minha mania. - Dizia dando um pequeno sorriso, fazendo carinho no cabelos azuis claros do menor.
          - Agora me conta, o que aconteceu pra ficar desse jeito?.
          - O pai Seiji, o pai... - Respondia dando um longo suspiro. - Ele contratou um Ômega raro pra me acompanhar em todo lugar.
          - Raro?
          - Sim, é homem. - Dizia para espanto do azulado. - Eu já tenho problemas o suficiente na escola, agora vou ter em casa também.
          - Bom, em casa eu não sei o que dizer... Mas na escola, acho que isso resolveria tudo não?. - Perguntava pensativo.
          - Hm?.
          - Bem, as meninas correm atrás de você por que ta solteiro certo?. - Perguntava retoricamente, mas recebendo um aceno positivo. - Então, se souberem que você já tem um Ômega, com certeza se afastariam por respeito.


          Pelo menos era o normal, porém já viu inúmeros casos de meninas psicopatas que por mais que o Alfa tivesse seu par predestinado ao lado, continuavam a arrastar asa. Hoje em dia isso é bem menos frequente, quase não acontece, mas ainda sim não era impossível. Tentar roubar o Ômega de outro Alfa ou vice-versa, era como um tabu para qualquer raça.


          - É uma boa ideia... Se ele não fosse HOMEM!. - Dizia dando enfase na última parte. - Eu não sou gay.
          - E por acaso a gente escolhe a alma gêmea?. - Seria até bom se pudéssemos escolher, mas daria tanto rolo. - Eles não vão poder desconfiar mesmo que seu par seja um garoto.
          - Mas imagina se ele se apaixona por mim? Ai lasco. - Dizia fazendo careta, arrancando um suspiro de indignação do menor.
          - Você é preconceituoso?. - Perguntava.
          - Claro que não, sou de boa quanto a isso.
          - Então pronto! Você conversa com ele, fazem um trato e sua vida fica mais calma. - Dizia cruzando os braços.


          Seiji provavelmente seria bem mais travesso e difícil de se persuadir do que ele quando crescesse. As ideias que o menor tinha, eram completamente loucas, porém geniais. Não seria uma má ideia o usar dessa forma, poderia se livrar das loucas e ainda poderia controla-lo da forma que quisesse.


          - Hm... Vo pensar nisso.
          - Você quem sabe. - O azulado dizia, abrindo um pequeno sorriso. - Mas séria bem legal ver você namorando um garoto!
          - Guarde suas fantasias apenas pra você, por favor...


          Agora basta esperar que o novo empregado chegue e começar a arquitetar os planos para finalmente se sentir livre tanto em casa, como na escola. Ainda não aceitava a ideia de ter um tipo raro o servindo, porém seria interessante observar como ele se comporta em frente a um Alfa dominante.


✼ --- ✼ --- ✼


-- " Desde minha infância, sempre estivesse ciente de que todos se aproximavam de mim pela minha posição.
Algum apenas pelo dinheiro que minha família possuía, outros apenas por eu ser um Alfa mais desejado do país.
Porém ele chegou e destruiu completamente os motivos que me impediam de amar... Em nenhum momento demonstrou interesse por dinheiro ou posição social. Ele sempre quis meu bem independente da situação.
No começo apenas queria usa-lo e me divertir, agora... Queria-o inteiro para mim por toda vida. " --

 


Notas Finais


Este é o começo da história que ainda terá muitas brigas, bagunças e romance.

Espero ter agradado a todos vocês.
Se gostaram, favoritem e comentem, me ajuda a melhorar cada vez mais

Até a próxima!.


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