História Sõrumeito (Alma Gêmea) - Amigos

-- KAGAMI --

          O ruivo sempre achou que os quadros de alguns programas, onde mostravam as mansões de alguns famosos eram exagerados, que a casa era apenas uma amostra do quão podre de rico a pessoa se encontrava e o próprio dono nem deveria morar lá. Talvez isso fosse um pouco... Ou muito ingênuo da parte do Ômega. Fazia mais ou menos meia hora desde que começaram o tour pela casa do moreno e só agora estava sendo levado ao quarto em que ficaria.
          Kagami se perguntava como conseguiam viver em um lugar tão grande assim, não era ruim caso estivessem com pressa? Afinal o corredor era mais comprido que um quarteirão e até descer as escadas, perderiam uma hora de vida. Em sua própria casa já tinha preguiça de sair do quarto e caminhar até a cozinha que se encontrava na outra ponta do lugar, imagina agora? Que precisaria fazer uma corrida São Silvestre apenas para ir ao banheiro, que se encontrava ao final do corredor. Exagerado? Nem um pouco...
          Enquanto Aomine mostrava onde cada comodo ficava e quais ele teria acesso livre, visivelmente irritado por ter ficado encarregado de cuidar do Ômega, várias empregadas se aproximavam o bajulando e elogiando sua aparência. Provavelmente qualquer garoto gostaria de ter tantas mulheres aos seus pés, se entregando facilmente apenas com um pedido... Mas com o moreno parecia diferente. Por mais que estivesse sorrindo, dando atenção a cada um delas e distribuindo cantadas para delírio das mesmas, seu olhar estava vazio e distante, como se não gostasse daquele tipo de situação. Enquanto o Ômega era solitário, o Alfa era cercado de pessoas falsas. Talvez... Não fossem tão diferente um do outro como pensava.
          Uma das meninas agarrou o braço do moreno o colocando entre os seios, se esfregando descaradamente, sendo imitada por mais uma que se apoderou do outro. Kagami que até então apenas observava a cena com pena de cada uma delas, começou a encarar irritado e inconformado com o quanto elas conseguiam ser baixas para conseguir o que querem. Alias, por que estava se incomodando tanto com as empregadas agarrando o Alfa? Ele não era nem mesmo seu amigo, por que seu lobo então estava tão agitado pedindo que o ruivo descesse a porrada em cada uma para nunca mais chegarem perto do moreno?
          Aomine percebeu a leve aura de raiva do Ômega, dando um sorriso de canto discreto. Desvencilhou os braços de cada uma pedindo que voltassem ao trabalho, algumas até tentaram o convencer a continuar com elas por um tempo, mas desistiram ao notarem o semblante sério do maior. O moreno mais do que ninguém sabia que a maioria dos que se aproximavam dele, visavam segundas intenções. Tais como se casar com o herdeiro e ter parte da vasta riqueza que a família possuía, ter um filho com o Alfa e garantir que futuramente a empresa passe ao nome dele, ganhar a confiança e possivelmente passar a perna quando menos esperar... Eram tantos motivos que seria impossível dizer todos.
          Olhou novamente para o ruivo que mantinha a cara fechada e emburrada, fingindo olhar um dos quadros da parede. Estava com cíumes? Por mais que achasse estranho dizer isso de um homem, o ruivo estava mais do que fofo e lindo daquele jeito. Sempre pensou se um dia encontraria alguém que se importaria com ele e não com os bens que possuía, teria esse pedido enfim se realizado? Ainda era cedo para se ter certeza.
          Kagami continuava a olhar para qualquer coisa que estivesse no corredor, evitando contato visual com o Alfa. Havia deixado escapar um pouco sentimentos e sabia que ele havia percebido, porém achou estranho o mesmo começar a caminhar sem tentar provocá-lo. Poderia mentir dizendo que não se importava, mas por alguma razão havia ficado triste com a reação do maior.
          Notou o moreno parar em frente de uma das portas do enorme corredor, parecia pensativo e indeciso sobre algo, como se aquele quarto talvez fosse bom demais para um simples empregado. Demorou alguns segundos para Aomine finalmente se decidir e voltar a caminhar, parando novamente três quartos a frente do anterior, abrindo um sorriso um tanto suspeito.

          - Esse aqui é o seu quarto. - O moreno dizia o olhando, dando espaço para que o ruivo abrisse a porta.
          - Ok... - Respondia desconfiado com a educação repentina do Alfa.
          - Apenas isso?. - Aomine perguntava com um tom de irritação. - Você ganha um quarto, vai ser tratado como um familiar e agradece com um "Ok"?.
          - E o que eu deveria responder?.
          - "Muito obrigado Aomine-sama, você é realmente o melhor". - Respondia o provocando.
          - Eu sou seu empregado, não puxa saco... - Kagami respondia suspirando.
          - Entra nessa merda antes que eu mude de ideia e bote você pra dormir com os cachorros. - Aomine dizia rispido, irritado com a falta de respeito do menor.

          Kagami o obedeceu entrando no comodo em que passaria - ou pelo menos tentaria - suas noites de sono. Olhou ao redor impressionado com o tamanho do quarto, era praticamente metade de sua casa ou talvez mais. Porém estranhou o tanto de móveis e objetos espalhados pelo lugar, não pareciam ser de decoração e sim pertences de alguém. Perto da cama, uma mochila e bola de basquete estavam jogados de qualquer jeito, a mesa ao lado possuía materiais escolares e roupas sujas sobre ela.

          - Alguém já não usa esse quarto não?. - Kagami perguntava caminhando até o centro do local. Definitivamente alguém já havia se instalado no comodo.
          - Sim. - Aomine respondia fechando a porta atrás de si, dando um sorriso de canto. - Eu.
          - Hein...?.
          - Você vai dormir comigo, ruivo. - O moreno dizia se aproximando mais, mordendo o lábio inferior sensualmente. - Ou talvez passar as noites em claro...

          Cada centímetro do corpo do Ômega respondeu as palavras que o Alfa havia acabado de proferir, se arrepiando e deixando seu rosto com uma coloração mais vermelha que seu próprio cabelo. Agora havia entendido a estranha atitude do moreno a alguns minutos atrás no corredor, esse era seu plano.

          - Eeh... Seu cheiro ficou mais forte. Gostou tanto assim da noticia?. - Aomine pergunta debochado, começando a retirar o shorts devagar.
          - Nem um pouco. - Respondia rapidamente.
          - Entendo. - O moreno dizia ficando apenas de cueca. - Vamos ver por quanto tempo essa reposta vai durar.

          Kagami instintivamente olhou para baixo, visando o volume avantajado do Alfa. Seu corpo esquentou, sua mente ficou em branco e seu lobo se agitou o fazendo dar um gemido baixo. Ao perceber o que havia feito, tampou a boca rapidamente olhando para o moreno que sorria vitorioso. Maldito seja seu lobo que tinha mal gosto e havia escolhido um cara tão egocêntrico como parceiro.

          - Você já deve ter percebido o que está acontecendo não?. - Aomine perguntava caminhando em sua direção.
          - Dane-se, eu não quero isso. - Respondia se afastando.
          - Eu também não pedi pro meu parceiro ser um homem. - O moreno dizia o prensando contra a parede, sorrindo.
          - Então por que está fazendo isso?. - Perguntava sério.
          - Eu não aceitei a escolha dele, mas nada me impede de me divertir com você. - O Alfa dizia como se o Ômega fosse seu mais novo brinquedo.
          - Você é ridículo. - Kagami dizia tentando empurra-lo.
          - Não importa o quanto você me odeie ou sinta nojo... Seu corpo sempre vai me responder positivamente. - Aomine dizia pressionando a ereção do menor contra sua perna. - Viu?.

          Ele tinha razão. Não importa o quanto tente se afastar, o quanto odeie gente do tipo dele... Era impossível se afastar do Alfa. Seu corpo não o obedecia e ainda deixava visível o quanto o moreno o deixava excitado com pouca coisa.

          - Não precisa sentir vergonha, você me deixa do mesmo jeito apenas com seu cheiro. - Aomine dizia pressionando sua ereção contra a do Ômega, arrancando gemidos baixos do mesmo. - Apenas relaxe e aproveite.

          Kagami estava se odiando por ter tão pouca força de vontade, deixando com que seus instintos o comandasse. Sabia que se machucaria e muito caso aceitasse se relacionar sempre que o Alfa quisesse, afinal ele mesmo disse que queria apenas se divertir. Estava entrando em um jogo em que não havia saída...
          Aomine sorriu ao perceber que finalmente o ruivo havia aceitado sua sugestão, aproximando seus rostos. A pele macia, a face corada e os olhos suplicantes... Aquilo estava o deixando completamente perdido e confuso. Ao mesmo tempo que estava orgulhoso de ainda ter um poder de persuasão forte, conseguindo ter quem quisesse, estava se sentindo péssimo por estar fazendo isso com o Ômega.
          Durante toda a vida se negou a se apaixonar por alguém, sempre teve duvidas sobre os sentimentos das pessoas. Se realmente o amava ou apenas estavam tentando usa-lo para algum objetivo próprio. Mas dessa vez o destino havia colocado alguém em sua vida, cuja pessoa seu lobo havia escolhido. Deveria se entregar aos sentimentos novos que o preenchiam e tentar pela primeira vez amar alguém?
          Segurou fortemente a cintura do ruivo, roçando levemente as ereções sob a roupa. Aproximou seus lábios dos dele, sentindo a respiração ofegante e quente do menor contra a sua, o arrepiando de imediato. Ficou surpreso ao sentir os braços de Kagami envolverem seu pescoço aproximando mais, colando suas bocas, iniciando um beijo. Como...? Como um simples beijo podia trazer tantas sensações diferentes e boas ao mesmo tempo? Como o ruivo conseguia despertar tantos desejos que estiveram guardados no fundo de seu coração?.

          - Onii-chan!. - Seiji gritava do corredor.
          - Sério que ele escolheu justo agora pra me chamar!?. - Aomine pensava ouvindo os passos do menor se aproximando.

          O moreno se afastou rapidamente ficando de costas para porta e de frente para o guarda-roupa, fingindo procurar algo afim de esconder a ereção. Kagami se sentou na cama fechando levemente as pernas, a última coisa que precisavam era do mais novo pegando em seu pé.

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-- " O amor realmente deixa as pessoas idiotas. 
Tava mais do que na cara que ele me via como um brinquedo naquela época. 
Não deve ser fácil tentar amar depois de tantas desilusões que a vida nos faz passar. Talvez por esse motivo escolhi sofrer na mão dele até que o mesmo tomasse uma decisão.
Aomine Daiki foi o meu Demônio, assim como meu Anjo... " --

-- AOMINE --

          - Onii-chan, deixa eu ir junto hoje!?. - Seiji perguntava animado entrando no quarto.
          - Não. - Respondia seco, irritado pelo irmão ter interrompido quando finalmente o ruivo havia se rendido.
          - Vai, por favor! Eu juro que vo ficar quetinho. - O azulado implorava, com as mãos juntas.
          - Igual da outra vez?. - Aomine dizia virando a cabeça, o olhando. - Eu não vou voltar pra casa só por que você ficou com medo de um dos meus amigos.
          - Ele disse que ia me esmagar!. - Seiji se defendia, envergonhado.
          - Ele diz isso pra todo mundo.
          - Mas...
          - Dessa vez não Seiji, talvez na próxima ok?. - O moreno dizia voltando a procurar o uniforme. Odiava ver a cara triste do menor.
          - Ok... - O menor respondia cabisbaixo, saindo do comodo.

          Aomine não estava sendo ruim ou não gostava da companhia do irmão, mas o clube de basquete era o único lugar onde podia ser sincero com seus sentimentos sem se preocupar com nada. E por mais que o pequeno tivesse prometido que não o atrapalharia, sabia que uma hora ou outra ele iria pedir pra voltar pra casa. Não tirava a razão dele sobre isso, seus amigos eram mesmo um tanto anormais e assustavam a primeira vista... Até a segunda, talvez.

          - Onde ele quer ir?. - Kagami perguntava de costas para o moreno, ainda estava envergonhado do que havia acontecido a alguns minutos.
          - Por que quer saber?. - Perguntava enquanto vestia o uniforme do clube.
          - Só pensei que podia ajudar.
          - Eu faço parte do clube de basquete da escola. - Respondia para surpresa do Ômega. Desde o começo estava se mostrando fechado, porém agora estava o respondendo. - Ele gosta de sair comigo e acha legal o esporte, mas sempre fica com medo de algo e pede pra voltar.
          - Entendi... - Kagami dizia pensativo. - Eu-
          - Você não vai comigo. - O cortava. - Eu aceito que você me vigie em qualquer lugar, menos lá.
          - Seu pai não vai gostar disso.
          - Basta você não contar. - Dizia com um sorriso de canto.
          - Você não presta. - Kagami provocava, sorrindo um pouco.
          - É a vida. - Aomine dizia indo até a porta. - De qualquer forma, hoje você tem o dia livre.

          Kagami apenas assentiu o vendo sair. Havia feito sua escolha, mesmo que não tivesse raciocinado direito na hora pelos instintos e sabia que não teria volta. Não dizia isso por medo de se negar novamente ao Alfa ou que ele se zangasse, mas sim que não conseguiria viver sem ter o moreno novamente em seus braços. Talvez isso provava o quanto era masoquista...

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          - AOMINECCHI!. - Kise gritava, acenando do outro lado da quadra.
          - Larga a mão de ser bicha escandalosa!. - O moreno dizia incomodado. Era sempre a mesma coisa.
          - Pensei que você não vinha hoje!. - O loiro dizia se aproximando, sorrindo.
          - E eu já faltei alguma vez nos treinos?. - Perguntava olhando ao redor, procurando o resto dos integrantes do clube.
          - Não, mas sempre tem a primeira vez pra tudo certo?
          - Que seja... Cade o pessoal?.
          - Midocchi foi no mercado comprar o item da sorte diário junto com o Muracchi, que foi só pra comprar doces. - Kise dizia pensativo. - Kurokocchi deve tar no vestiário e o Akashicchi parece que foi falar com um dos professores.
          - Ok. - Aomine dizia começando a caminhar em direção a onde o azulado se encontrava.
          - Ué, vai me deixar sozinho de novo?. - Kise perguntava erguendo uma sobrancelha.
          - Sem drama, você sabe que não consigo ficar muito tempo no mesmo lugar que você. Irrita. - O moreno dizia se referindo ao jeito animado do amigo.
          - Insensível... - Kise brincava fingindo estar triste, batendo a bola de basquete e se distanciando.

          Sério... Como podia existir um Alfa tão fora do padrão? Sua raça é agressiva e fria por natureza, afinal eram os lideres da sociedade. Mas o loiro era mais animado e sentimental do que qualquer Ômega, algumas pessoas até chegaram a pedir exames para comprovar se ele era mesmo um Alfa. Em compensação Kuroko era um Ômega desprovido de sentimentos, totalmente indiferente em qualquer situação.
          O menor ainda guardava as roupas no armário, parecia distraído ou pensativo. Isso não significava coisa boa, se até mesmo o mais "frio" do grupo parecia ter alguma preocupação na vida, era por que realmente algo estranho estava acontecendo. O moreno se aproximou devagar, o erguendo por baixo dos braços para o alto.

          - Boa tarde Tetsu!. - Aomine dizia sorrindo, ainda o segurando no alto.
          - Boa tarde Aomine-kun. - O menor respondia com sua tipica expressão neutra. - Você parece animado hoje.
          - Animado?. - Perguntava o soltando. - Eu to normal, não?.
          - Quando você está animado, você consegue me ver. - Kuroko respondia com um pequeno sorriso, eram amigos a muito tempo. - Agora quando está normal, as vezes não me percebe e passa reto.
          - Agora to me sentindo mal... - Aomine dizia se referindo ao jeito que tratava seu melhor amigo.
          - Eu não disse isso com essa intenção. - O azulado dizia sorrindo.

          Kuroko Tetsuya. O único Ômega em que depositaria sua confiança e até sua vida sem preocupação nenhuma. Talvez pelo jeito neutro do menor, nunca teve medo de expressar suas emoções perto do mesmo ou de contar alguma coisa importante. Sabia que Kuroko era diferente dos outros e não se deixaria levar pelos sentimentos tão facilmente, algo que para o moreno, todos os Ômegas deviam aprender.
          Um dos fatos que o ajudavam a gostar tanto da companhia do menor era que o azulado era seu ajudante em dias de cio. Haviam se conhecido quando tinham apenas cinco anos, desde então sempre foram grudados e protetores um com o outro. No dia que o primeiro cio do Alfa começou, Kuroko se propôs a ajuda-lo sem nem mesmo contar a seus pais, algo que de certo modo causou problemas mais a frente quando descobriram e o moreno para não ficar em divida, o ajudava da mesma forma quando preciso. Não passavam de amigos se ajudando, mas para algumas pessoas era mais do que isso.

          - E ai, vai me contar o problema do dia?. - Aomine perguntava encostando na parede, cruzando os braços.
          - Você não deixa escapar nada né?. - Kuroko perguntava o olhando. - É incrível como consegue perceber facilmente quando estou pensando em algo.
          - Sou seu amigo a anos Tetsu, alguma coisa eu deveria ter aprendido sobre você não acha?. - O moreno dizia sorrindo.
          - Até mesmo na ca-.
          - Sem piadas desse tipo por favor!. - Aomine dizia corando, o menor sempre apelava pra parte sexual por que sabia que o Alfa ficava sem jeito.
          - Mas você não liga de falar dessas coisas com qualquer outra pessoa. - O azulado dizia pensativo, tentando arrumar alguma explicação para ser tratado diferente.
          - Você é meu amigo de infância Kuroko, é como se fosse parte da minha família. - O moreno respondia sem graça, desviando o olhar. - Então é mais difícil falar coisas do tipo.

          Kuroko apenas sorriu, satisfeito com a resposta. Para o Alfa dizer algo do tipo e ainda o incluir na família, era por que realmente era bem querido por ele. Sempre se preocupou com ele, afinal por causa de seu jeito agressivo e frio, espantava qualquer pessoa que pensou em ser sua amiga. Por mais que Aomine dissesse não ligar de estar sozinho, era visível o quanto era doloroso pro mesmo não ter alguém pra conversar além dele.

          - E então? Vai me dizer?. - Aomine perguntava novamente, um pouco impaciente.
          - Não é nada grave como você deve estar pensando, apenas me sinto incomodado com uma coisa. - O menor respondia dando um pequeno suspiro.
          - Envolve o Akashi né?. - O moreno dizia percebendo o corpo do menor reagir ao nome. - Acertei...
          - Parece que um amigo dele conseguiu uma bolsa nessa escola e assim que o Akashi-kun soube, praticamente correu pra sala dos professores, querendo que deixassem ele sobre seus cuidados. - Kuroko contava visivelmente frustrado.
          - O Imperadorzinho fez isso?. - Aomine perguntava retoricamente, surpreso. - Isso é mesmo possível...?
          - Pra ele se importar com alguém a esse ponto, é por que existe uma relação especial entre eles...
          - Kuroko, você... - Aomine dizia começando a ligar os pontos.
          - Eu amo o Akashi-kun. - Respondia apertando o shorts que usava, envergonhado.

          Claro! Como podia ser tão burro!? Kuroko sempre estava perto do ruivo o ajudando no que fosse necessário e sempre defendeu seus príncipios. Por mais que Akashi não demonstrasse tanto interesse pelo menor, nunca o afastou e algumas vezes até o pediu para que o acompanhasse em algum lugar, dizendo que ele era o mais confiável entre o grupo. Os olhares que Kuroko direcionava ao ruivo sempre eram afetuosos e carinhosos, seu semblante neutro e sua falta de sentimentos pareciam sumir levemente sempre que os dois estavam juntos conversando.

          - E por que você não disse a ele?. - Aomine perguntava, como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.
          - Talvez tenha sido um erro contar a você, Aomine-kun. - Kuroko dizia o olhando irritado. - Você não entende sobre essas coisas.
          - Só tenho poucas expectativas sobre a relação de vocês dar certo. Ambos são muito diferentes... - Pensava, nunca diria isso para o menor. A última coisa que faria era acabar com as esperanças do Ômega. - Ok, até confesso que foi uma ideia idiota. Mas quanto mais demorar, mais difícil vai ser de se confessar.
          - Eu não simplesmente gosto ou amo ele. - Kuroko dizia corando. - Meu lobo escolheu ele! Sempre fica agitado e desesperado quando o Akashi-kun está por perto.
          - Isso explica por que ele parece tão diferente quando ta a sós com Imperador. - Aomine pensava.
          - Geralmente quando isso acontece, é por que os dois estão sentindo a mesma coisa. - Kuroko dizia um pouco triste. - Mas... Ele continua indiferente em relação a mim. Não fica nervoso nem me trata carinhosamente, nem se quer se incomoda com a minha presença.
          - Ei, ei... A gente ta falando do Akashi! Acha mesmo que ele iria demonstrar o lado fraco?. - Aomine dizia tentando anima-lo.
          - Já sei!. - Kuroko dizia o olhando. - Por que você não pergunta se ele sente algo por mim?.
          - Bebeu!? Ta fumando por acaso!?. - Aomine perguntava surpreso com a falta de senso do menor. - Nem morto que vo perguntar algo do tipo pra ele.
          - Baka...
          - Eh!? Por que!?.

          Kuroko apenas sorriu, sempre se sentia melhor ao conversar abertamente com o moreno. Aomine ficou o olhando por alguns minutos, para em seguida retribuir o sorriso do menor. Parece que os problemas deles estavam apenas começando, muita coisa viria pela frente e não seria nada fácil supera-las.

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-- " Por isso sempre recusei amar. O tanto de problemas que apenas começar uma relação trazia eram grandes demais.
Nesse dia eu não fazia ideia de que o maior desafio para ter o ruivo pra mim seria justo o Imperador.
Esse dia foi o começo de confusões, brigas e romance. Kuroko foi o meu apoio, Akashi foi o obstáculo e Kagami Taiga... Foi a minha luz." --