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História Spectrum (Dramione) - Capítulo 2


Escrita por: malfoyazedo

Capítulo 3 - Capítulo 2


Pinklink.

A cadeira balançava com o vento gélido que entrava pela janela aberta. A chuva havia parado de cair e a única coisa que restara era o céu nublado e escuro pela chegada da noite. Não nascia estrelas ali e ele sabia disso.

Lembrava-se da primeira vez que pusera os pés na cabana. A neblina a cobria e os céus estavam tomados pelas criaturas de capas negras. Era impossível ver o céu dali e as árvores e o lago que a rodeavam só serviam para isolá-la. Apenas quem era permitido entrava. As madeiras desgastadas das paredes pareciam que cairiam a qualquer momento, mas o lugar se mostrou forte com o tempo.

Sabia do perigo, e mesmo com a grande quantidade de feitiços que lançara ao redor da estrutura de madeira, a qualquer momento poderiam descobrir e então estaria morto.

Cortando o raciocínio, caminhou até a janela aberta e observou as enormes árvores. Não queria pensar naquilo. Queria evitar o máximo que pudesse, mesmo sabendo que não podia.

O breu da noite já chegava e logo nada lá fora iria poder ser visto. Fechou os vidros assim que o vento soprou novamente, trazendo o frio para dentro do quarto. A cadeira de balanço que havia trazido até ali, continuou com o seu incessável balançar por um tempo antes de finalmente parar.

Virou-se de costas para a janela e observou a cama onde a garota de cabelos emaranhados dormia. Viu o suor escorrer por sua testa e seus lábios se entreabrirem ao dizer algo. Por um momento achou que ela havia acordado, mas ao se aproximar notou que ainda dormia. A garota remexeu-se na cama e ele tinha a certeza que era outro de seus constantes pesadelos.

Colocou as costas da mão em sua testa, sentindo-a ferver e revirou os olhos.

 Ótimo, Granger  sussurrou irritado.  Ótimo.

Draco Malfoy se virou, saindo do quarto com passos rápidos e descendo as escadas. Chegou à cozinha, onde mais cedo tentara fazer algo comestível sem a ajuda de sua varinha.

— Pink — chamou, fazendo com que a elfo aparecesse em sua frente.

— Pode dizer, meu senhor — respondeu-o com a voz estridente.

— Vá lá e faça de novo o que quer que tenha feito para a temperatura daquela Sangue-Ruim abaixar — pediu, apoiando-se com os dois braços sobre a mesa de madeira e abaixando a cabeça.

Por que havia feito aquilo?

 

Hermione acordou sobressaltada. Seu peito subindo e descendo rapidamente. Os pesadelos, mais uma vez, tomaram conta de seu sono, perturbando-a.

Sentou-se na cama, ouvindo as molas rangerem e notando que continuava no mesmo quarto em que apagara. Percebeu o breu que se encontrava e tentou regular sua respiração e acalmar sua mente. Minutos se passaram, quando se sentiu mais calma pode ouvir a chuva fraca batendo no vidro da janela. Deixou seus olhos se acostumarem com o escuro e se levantou, indo em direção à janela, única fonte minima de luz que conseguia encontrar. Observou o escuro a fora, apreensiva. A lua não era vista dali, o que impedia sua iluminação natural e, de alguma maneira, a copa das árvores formavam sombras na escuridão, fazendo com que a paisagem ficasse assustadora.

As dúvidas ainda rondavam sua mente. Precisava saber de Harry e Rony. Precisava saber onde estava e sair dali, e precisava arranjar um modo de avisar aos dois que estava bem e, por alguma razão, com Draco Malfoy.

Não imaginava o real motivo para ele salvá-la e, muito menos, sacrificar sua vida para protegê-la. E principalmente, se aquele lugar era aonde os seguidores de Voldemort iam, por que os que estavam na floresta aquele dia não os acharam?

Irritada com tantas perguntas sem respostas em sua mente, Hermione fechou os punhos e os bateu com força na parede de madeira, se arrependendo no segundo seguinte. O estrondo foi alto e por um momento pensou que a casa fosse desabar. Mas isso não aconteceu. Deu um passo para trás, aliviada por não ter destruído o local e ouviu a porta se abrir violentamente. Virou-se, vendo a sombra esguia formada pela luz que havia no ambiente de fora.

O garoto se mexeu e a claridade tomou conta do lugar, fazendo os olhos de Hermione arderem desacostumados.

— O que pensa que está fazendo, Granger?

Draco Malfoy desceu as íris tempestuosas para o seu corpo e, tão rápido como entrou, saiu do quarto proferindo palavras inaudíveis. Hermione, consequentemente, olhou para baixo, sentindo-se corar subitamente. Estava vestida apenas com uma calça extremamente larga em suas pernas e um sutiã branco e apertado que faziam seus seios saltar.

Não demorou a ouvir um estalo e um elfo aparecer ao seu lado, tremendo e com uma blusa velha em suas mãos.

— Desculpe Pinklink, senhorita. Não foi a intenção deixá-la assim — desculpou-se, deixando evidente que era uma elfo e entregando-lhe a camiseta. — Mas a senhorita precisava de um banho morno para a queimação.

— Queimação? Você quer dizer que eu estava com febre? — questionou Hermione. A criatura balançou a cabeça rapidamente em afirmação.

Pegou a camisa gentilmente e a vestiu, vendo que essa ficava extremamente larga em seu corpo. Ignorando a rosto ainda fervendo pela vergonha, agradeceu com um sorriso a criatura trêmula e encolhida em sua frente.

— Meu senhor me pediu para dizer que se a senhorita quiser comer algo deve descer — concluiu, sumindo com outro estalo.

Sentiu seu estômago se contorcer de fome com a citação da elfo. Andou até  a porta lentamente e estacou, lembrando-se do que acabara de acontecer. Seu rosto queimou ainda mais, ela sabia que estava corada novamente. Seu estômago mais um vez roncou, alertando-a de que realmente precisava comer.

Que droga!

— Hã... Pinklink...? — tentou, esperando que a elfo aparecesse e lhe entregasse um prato cheio de comida.

Ouviu o estalo e sorriu satisfeita, vendo a criatura a sua frente.

— Não teria como eu comer aqui?

— Senhorita, se quiser comer vai ter que descer e tirar o próprio jantar. O senhor de Pinklink não a deixou tirar o jantar para a senhorita — respondeu.

Hermione suspirou aborrecida e agradeceu, vendo-a sumir na sua frente novamente.

Voltou a andar lentamente até o andar inferior. Chegou até a sala e respirou fundo, olhando para a mesma porta que havia saído correndo mais cedo. Poderia tentar novamente, mas não era louca e nem estava tentando cometer suicídio. Aparatar não era uma opção estando tão fraca. Ainda sentia as consequência do cruciatus em seu corpo e sabia que para se recuperar precisava comer e descansar.

Continuou seu caminho com passos curtos até o arco que dava para a cozinha. O piso rangia conforme andava e ao adentrar o cômodo, viu Draco Malfoy sentado em uma das cadeiras sob a mesa.

Tentando evitar a vermelhidão, andou até a geladeira, fingindo não tê-lo notado ali, só assim notando a elfo ao seu lado, pendurada pelas orelhas.

— O que está fazendo?! — questionou com a voz alta.

A criatura se encolheu ainda mais com a exclamação da menina. Hermione encarou Malfoy chocada e viu quando os olhos cinza viraram nas órbitas. 

— O que pensa que está fazendo, Malfoy?

— Cale a boca, Granger, e volte ao que ia fazer.

Hermione bufou irritada. Voltou sua atenção para Pinklink, ignorando completamente a ordem do loiro. Retirou os prendedores de suas orelhas rapidamente e a elfo caiu no chão choramingando.

— Não, senhorita. Pinklink tem que se castigar por se esquecer de colocar as roupas na senhorita.

— Granger, o que pensa que está fazendo com o meu elfo? — Ouviu a voz alta atrás de si, que foi seguida pela mão em volta de seu braço, o apertando fortemente.

Hermione se virou para encarar as íris cinza e a pele pálida. A feição de Draco Malfoy era de completa irritação e enquanto trocavam faíscas com o olhar, sentia a mão do garoto se fechar mais em seu braço. Não reclamou e não lhe daria o prazer.

— Está castigando-a por ter me visto de sutiã, Malfoy? — perguntou inconformada com a atitude, fazendo a raiva pelo garoto em maltratar a outra criatura a impedir de corar com suas próprias palavras.

— Não mexa com a porra do meu elfo, Granger — cuspiu, soltando seu braço agressivamente e lhe dando as costas.

— Então não a castigue por isso! — gritou, saindo com passos duros da cozinha.

 

Havia contado cinco horas desde que saíra da cozinha e seu estômago implorava por comida. Não sabia se Malfoy ainda estava lá e não queria arriscar descer e ter outro encontro desagradável.

Observou a copa das árvores e o céu, esperando que a lua aparecesse a qualquer momento, mas isso não aconteceu. A cadeira de balanço onde estava fazia um barulho irritante enquanto ia para frente e para trás. Hermione havia a empurrado com muito esforço até a frente da janela e ficara ali por todo aquele tempo, perdida em seus pensamentos e esperando a aparição de algo no céu.

Depois de mais alguns minutos, ouviu seu estômago roncar novamente e levantou-se, decidida a ir até a cozinha e preparar algo para comer, com ou sem Malfoy em seu caminho.

Ouviu o estalo no segundo em que segurou a maçaneta da porta, virou-se para ver a elfo com um enorme prato de comida em sua mão.

— Meu senhor me pediu para trazer para a senhorita — comunicou com a voz estridente.

Hermione agradeceu aliviada e sentou-se na cama, pegando o prato com uma sopa de qualquer coisa dentro. Ao sentir o cheiro do alimento, sua barriga comemorou e, sob o olhar da elfo, começou a comer, sentindo o gosto dos legumes em sua boca.

Depois de alguns segundos, estranhou que a criaturinha ainda estivesse ali e não fazendo um dos caprichos de Malfoy. Abaixou o prato enquanto engolia uma colherada.

— Ele pediu para ficar aqui?

— Sim, senhorita, até você comer tudo.

Hermione a observou por um segundo antes de se voltar para a comida, sem dar muita importância para aquilo.

— A senhorita não deveria ter gritado com o meu senhor — a elfo falou depois de algum tempo. — Ele é muito bom com Pinklink, quase nunca a castiga.

Hermione mais uma vez parou de comer para encará-la. Surpresa com a afirmação, afastou o prato de si, o entregando a elfo.

— Obrigada, mas acho que não estou mais com fome.

— Mas as ordens do senhor foram para que Pinklink não saísse daqui até que tenha terminado tudo.

Hermione sorriu para a elfo e se levantou, indo até o banheiro.

— Me faz um favor? Diga a ele que se quiser que eu coma tudo, que venha ele mesmo garantir isso então. — desafiou-o, fechando a porta cuidadosamente atrás de si.



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