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História Stalker - Vermelho


Escrita por: MoonyQueen

Capítulo 8 - Vermelho


Fanfic / Fanfiction Stalker - Vermelho

Eu estava notavelmente nervosa quando fui para a escola na segunda; eu sentia que estava incrivelmente perto de solucionar tudo, mas afinal, será que eu gostaria mesmo de saber a verdade?

Acreditei que, se as coisas continuassem a acontecer nesse ritmo, eu descobriria o mistério até o final de semana.

Fui para a escola propositalmente mais tarde que nos dias anteriores – mas não muito; eu cheguei às sete horas em ponto.

Apesar de conseguir esconder, minha paranoia tinha se intensificado um pouco. Assustava-me toda vez que o telefone tocava, ou quando alguém batia na porta. Ficar sozinha tinha se tornado uma tarefa difícil.

Suspirando, sentei no chão e me recostei sobre meu armário, caderno em mãos, comecei a desenhar. Meu lápis deslizava sobre a superfície do papel, para cima, para baixo, na horizontal, fazendo sombras. Todos os traços se encontravam em harmonia perfeita, logo percebi que havia acabado de desenhar a imagem que não saía de minha mente, a imagem que ainda me aterrorizava.

A janela estava adornada com minha cortina lilás, a chuva caía e escorria pelo vidro, distorcendo a imagem de um homem – não, um garoto de minha idade – Seus olhos, obscurecidos por seu cabelo negro; lábios e nariz de forma perfeita. Fiquei arrepiada.

“Que legal.” Me exaltei, não tinha percebido que Jungkook havia se sentado ao meu lado. Sorri, agradecendo pelo elogio. “Quem é?”

“Eu não sei.” Essas palavras tinham um significado mais profundo para mim do que pareceram ter para ele. Fechei o meu caderno, bufando, não queria mais desenhar.

Sua mão tocou levemente minhas costas, e eu o escutei suspirar como eu havia feito antes. Enquanto eu refletia sobre minhas preocupações e receios, ele massageava a parte de cima de minhas costas, e dessa forma eu consegui ficar mais tranquila e esquecer um pouco de meus problemas. Ficamos sentados lá, em silêncio, até que o sinal tocou.

No ginásio, sentei o mais longe possível – e fora de alcance – das janelas, no canto à direita de onde eu costumava me sentar. Isso funcionou por algum tempo – a desagradável sensação de estar sendo observada não viera – mas só por alguns minutos. Quando eu tentei descobrir o porquê disso, notei que o outro lado do ginásio também tinha janelas. Grunhindo, passei meus olhos pelas janelas do outro lado, mas, com tantas pessoas do lado de fora passeando, conversando com amigos ou fazendo simplesmente nada, não conseguia discernir se, de fato, alguém ali estava olhando para mim. Essa pessoa, seja ela quem for, era inteligente.

Jungkook estava sentado opostamente a mim, do outro lado do ginásio. Fiquei intrigada com isso, mas já tinha uma resposta – enquanto eu ficava confusa tentando descobrir se ele era ou não má companhia, ele, com o tempo, acabou se  cansando de mim. Tentei não me preocupar com isso, afinal, cada pessoa tem sua opinião e se essa era a decisão dele, eu não podia fazer nada.

Nayeon colocou sua bolsa levemente no lugar em que eu costumava me sentar, procurando por mim. Eu levantei minha mão, gritei seu nome, esperando que ela me visse. Quando me viu, veio saltitando animadamente em minha direção.

“Adivinha?” Ela disse, se sentando ao meu lado, olhava para a quadra para ver se o professor já não havia a chamado.

“O quê?”

Ela virou para mim e logo franziu a testa. “Eu falei pra adivinhar.”

Eu encolhi meus ombros, entediada. “E eu tentei, o que é?”

Revirando os olhos, Nayeon começou a contar como havia sido o café da manhã dela com Jackson no dia anterior, tudo detalhadamente – até mesmo as partes dos beijos – com um sorriso tímido em seu rosto. “Ele gosta mesmo de mim,” ela afirmou, colocando uma mão sobre o peito. “E saber que logo eu vou ter de quebrar seu coraçãozinho, me deixa triste.”

“Você não deveria.” Eu balancei minha cabeça de maneira desapontada. “Você não deveria brincar com os sentimentos dele, ele vai se machucar de verdade.” Vendo que Nayeon não se preocupava nem um pouco com isso, eu adicionei. “E Namjoon pode não gostar do fato de você ter magoado o amigo dele – ele pode não confiar mais em você.”

Isso deixou Nayeon pensativa, e ela concordou. “É, acho que você está certa...” Assim que ela disse essas palavras, ela se arrependeu. “Nah! Ele é popular, ele sabe que essas coisas acontecem, tenho certeza disso.”

Eu apenas balancei minha cabeça, desapontada por não ter conseguido fazer Nayeon desistir dessa ideia idiota e insensível. Então, se eu não conseguia fazê-la raciocinar, eu faria Jackson.

Nessa hora eu me decidi; contaria tudo a ele.

_______________

Segunda-feira é dia de duas aulas de Culinária seguida de um intervalo para o lanche.

Jin provou ser capaz de derreter chocolate com perfeição. Depois das instruções da Sra. Cho, pegou algumas barras de chocolate – branco; Jin gosta mais desse sabor – e colocou-as em um vidro com medida, e, depois, pôs o pote de vidro com o chocolate dentro de uma panela cheia de água. Deixei então que Jin desse conta do resto, mesmo reclamando e dizendo que não conseguiria eu insisti que ele cuidasse do chocolate.

"Olha, Lia!” Ele gritou, levantando a espátula do pote de vidro. Dali pingava puro chocolate branco, definitivamente delicioso. Ele virou a espátula e disse. “Eu consegui!”

“Viu?” Eu fiquei de pé perto dele, com as mãos na cintura, rindo. “Eu falei que você ia conseguir.”

Rindo sozinho, Jin apagou o fogo e levou o pote com o chocolate derretido até os moldes. “E agora?”

“Encha os moldes até preencher tudo, mas não deixe transbordar.” Eu lhe disse, e voltei aos meus pensamentos. Eu já tinha nota o suficiente para passar em Culinária, então deixei de trabalhar e estava deixando Jin fazer tudo e melhorar suas habilidades, já que, como já foi notado, ele se atrapalhava um pouco na cozinha, apesar de amar.

“AH NÃO! LIA! ESTÁ POR TODO LUGAR! AAAH!”

Saí de meus devaneios, dando dois passos até chegar perto de Jin, que, como já era esperado, estava coberto de chocolate.

Fiquei intrigada; como ele conseguia se sujar até nas costas? Suas mãos nem alcançavam ali.

“Como foi que você fez essa sujeira toda?” Eu perguntei, notando que, o modo que ele segurava o pote com o chocolate derretido, era completamente errado.

“Eu não sei.” Ele choramingou, sem se mexer. Olhei para a Sra. Cho, que fez um sinal para mim como se dissesse ‘sim, você pode pegar mais chocolates.

_______________

Depois que nossos pirulitos de chocolates se tornaram um sucesso – COMIGO dessa vez no comando – Jin e eu nos sentamos em nossa mesa, ele lambendo seu chocolate contente e eu guardando o meu cuidadosamente em um plástico e amarrando com um laço cor-de-rosa.

“Você não vai comer o seu?” Jin perguntou, levantando uma sobrancelha. Eu balancei a cabeça negando, sorrindo para ele.

“Não...” Eu disse, já predizendo qual seria sua próxima pergunta.

Seus olhos brilharam. “Posso... posso ficar com ele então?”

Bingo! Típico do Jin, e eu também já tinha preparado uma resposta. “Nãoooo.” Eu cantarolei – só para implicar com ele – colocando o chocolate no bolso do meu uniforme, o tempo todo mantendo meu sorriso. “Eu vou dar esse chocolate para outra pessoa.”

E iria mesmo –  percebi que, se eu não conseguia chegar perto dele através de nenhum modo de comunicação, o chocolate seria minha última chance. O único problema era; como eu daria a ele?

_______________

A hora do intervalo trouxe vários tipos de problemas. Eu esperava encontrar Jackson sozinho e contar sobre o plano de Nayeon, mas isso pareceu um desafio maior do que eu tinha imaginado. Quando eu me aproximei do grupo deles – suando frio – Nayeon perguntou o que eu queria. Eu rapidamente inventei uma mentira e a perguntei se não gostaria de ir ao cinema ver um filme que estava em cartaz naquele fim de semana – porque dizer que eu queria conversar com Jackson em particular pareceria muito suspeito – todo o tempo dando olhares para Jackson, esperando que ele entendesse a mensagem.

Ele não entendeu, simplesmente girou os olhos e disse que já tinha levado Nayeon para assistir aquele filme. Quando eu tentei protestar e convidá-la para assistir outro filme, ela recusou, dizendo que estava muito ocupada com Jackson. Isso me irritou, mas deixei passar, acreditando que talvez ela não passasse muito tempo com ele. Jackson então disse que ele era melhor companhia que eu.

Irritada, minha mente gritou para que eu deixasse que Nayeon fizesse aquele idiota sofrer, mas eu não conseguia fazer isso, assistindo de longe como ela ficava pendurada no braço de Jackson, mas flertava descaradamente com Namjoon.

Eu suspirei, virando a esquina do corredor para me ver livre daquela cena.

Eu tentei pensar no que dizer – ou fazer – para conseguir a atenção de Jackson. Eu não podia deixá-lo sofrer com a pior desilusão amorosa de sua vida, e também não queria que Nayeon começasse a ser mal vista pelo resto da escola. Eu definitivamente nasci para isso, ser uma mediadora. Ou pelo menos era isso o que eu acreditava.

Antes de sair de cena totalmente – eu decidi deixar um recado no armário de Jackson pedindo para que ele me encontrasse no dia seguinte durante o intervalo – eu senti alguém colocar a mão sobre meu ombro. Esperando ver Jungkook, eu me virei para cumprimentá-lo, mas me deparei com uma pessoa totalmente diferente.

“Porque você está nos espionando?” Yugyeom perguntou, irritação clara em sua expressão. Eu pisquei, formando as palavras em minha mente antes de responder.

“Hmm... eu não estou espionando...?” O que era para parecer uma afirmação pareceu mais uma pergunta, e eu fiquei com raiva de mim mesma por ficar tão nervosa sob pressão.

Ele bufou. “Ah, claro.” É por isso que eu odeio os Kingkas – eles se acham tanto! “Se Jungkook te disse alguma coisa sobre a gente ser um perigo para a Nayeon, esqueça. Você causa muito mais perigo a ela do que nós causamos.”

E ela causa mais perigo a vocês do que eu, pensei, girando meus olhos.

“A não ser,” Ele disse sugestivamente. “Que você esteja nos observando.”

Eu fiquei perplexa, mas decidi responder usando o mesmo veneno. “E eu tenho certeza que Jin deve ter feito a mesma coisa, apenas observando de longe quando um de seus melhores amigos entrou para o grupinho dos Kingkas e passou a ignorá-lo. Ah, qual era o nome dele mesmo? Hm...” Eu fingi ter dificuldade para me lembrar, colocando um dedo sobre meu queixo. Fingindo ter encontrado a resposta, estalei os dedos e o olhei friamente. “Ah, é verdade, era você, não é mesmo?”

Ele me olhou com raiva – um olhar que eu nunca esperei ver em sua face. “Onde você ouviu isso?”

Eu encolhi meus ombros. “Tudo o que sei é que você está totalmente errado. Eu não estou observando vocês, nem tomando conta da Nayeon – e se você quiser pode contar para eles o que eu disse.”

“Então por que você está aqui?” Ódio e confusão se misturavam em sua voz.

Eu dei um falso sorriso doce. “Por acaso você tem alguma aula com o Jackson?” Quando ele disse que sim, eu sorri mais ainda. “Ótimo. Diga a ele que eu tenho algo muito importante para contar, amanhã, na hora do intervalo.” Eu me virei, dando as costas para ele, rapidamente, mostrando através da linguagem corporal que eu estava irritada. “Ah!” Eu exclamei, virando, voltando a olhá-lo, “E é melhor ele não faltar.”

_______________

Eu não me sentia como eu mesma – o modo que falei com Yugyeom não era da minha natureza, e isso me assustou. Mas sentir a adrenalina correndo por minhas veias – esse sentimento era maravilhoso.

Fui para a aula de Música com a mente vazia. Lá fiquei escutando Yoongi e Hoseok em mais um debate, e percebi então, que os dois já haviam terminado seus projetos de música e eu não tinha finalizado o meu, por isso me neguei a participar daquela excitante conversa que eles tinham.

Mas eu não pretendia terminar o meu projeto naquela hora, ao invés disso, eu tentei criar um discurso em minha mente – um para poder conversar com Jimin. Mas eu não encontrava as palavras certas para me expressar. Então, ao me dar conta de que não conseguiria, coloquei um pedaço de papel dentro de um envelope, prendi o bonito pacote contendo o pirulito de chocolate dentro, e escrevi ‘sinto muito, me perdoa?’ em letras maiúsculas.

Além disso, eu notei que em todas as aulas, inclusive quando conversava com Yoongi, Hoseok me olhava de uma maneira estranha. Tentei ignorá-lo, acreditando que ele estava apenas tomando conta de mim a pedido de Jimin.

Na aula de Ciências, eu não fiquei surpresa por Jimin não se sentar à minha frente. Ele preferiu se sentar ao lado de Hoseok e de um outro garoto de nossa sala.

Quando a aula terminou, todos saíram rapidamente, loucos para irem para suas casas, e eu fiquei esperando pelo melhor momento para colocar o envelope no bolso de sua mochila. Fiz isso enquanto ele estava conversando com o Sr. Bui sobre uma questão do livro, fingi que fui jogar algo na lixeira e consegui. Coloquei o envelope entre dois papéis que estavam no bolso de sua mochila, assim ele não veria de primeira. Quando o fiz, tomei cuidado para não esbarrar em seu celular, que estava quase caindo da beirada de sua mesa. Notei que a capinha era vermelha, assim como a de Taehyung. Seria alguma nova moda?

Encontrei Jungkook perto do meu armário – o que me surpreendeu; pensei que ele tinha decidido me ignorar – disse que queria me acompanhar no caminho de casa. Eu tinha descoberto semana passada que ele morava perto de minha casa. Concordei, dizendo que adoraria que ele caminhasse até lá comigo.

“Então,” Jungkook começou o papo casualmente. Pensei que o resto da frase também fosse ser casual, mas não foi. “Por que você estava conversando com o Yugyeom hoje?”

Fiquei chocada ao ver que ele sabia quem era o Yugyeom. “Huh? Ah, bem. Eu queria conversar com a Nayeon, mas ele disse que eu não podia falar com ela.” Eu tinha que mentir, mas isso não era um problema, era?

“Ah.” Ele murmurou.

Eu de repente me lembrei de algo. “Por que você não se sentou ao meu lado hoje durante a aula de Ed. Física?”

Ele sorriu levemente, olhando para mim com seus hipnóticos olhos negros. “Eu pensei que você não queria.”

Fiquei confusa. “Por quê?”

Ele encolheu os ombros. “Você parecia preocupada; além do mais, eu não sou o melhor tipo de –.”

“Companhia.” Eu finalizei para ele, girando meus olhos. “Eu sei, eu sei.”

Fiquei me perguntando por que ele ainda se referia a ele mesmo como uma má companhia. Talvez, depois de ouvir durante tanto tempo que ele era uma má pessoa, ele começou a acreditar nisso?

Logo chegamos à minha casa, mais rápido do que esperava. Eu queria passar mais tempo com Jungkook. Pensei então em convidá-lo para entrar, mas achei muito cedo para isso.

“Ah, essa é sua casa?” Jungkook perguntou quando paramos em frente, olhando para minha pequena casa.

“É... um palácio, não?”

Ele riu ao ouvir isso, passando a mão em minhas costas levemente. “Minha casa também não é grande coisa.”

Eu suspirei, agradeci por caminhar comigo até ali, e relutantemente o deixei ir.

Queria que ele tivesse ficado.

_______________

Um raio cortou o céu, e eu sabia que aquela seria mais uma noite chuvosa. O telefone não havia parado de tocar desde que eu havia chegado em casa, mas toda vez que eu atendia, a ligação era cortada. Eu nem estava me importando com isso, mas agora que a noite se aproximava, eu começava a ficar nervosa.

TRIIIING~! TRIIIIING~!

Levantei minha cabeça rapidamente, olhando para o telefone. Décima sexta vez que toca nas últimas duas horas.

Ignorei, voltando minha atenção ao dever de Ciências. Tocou por mais alguns minutos até parar novamente.

Quando eu estava no meio de uma das questões mais difíceis do dever, o telefone interrompeu meus pensamentos de novo.

Com raiva, eu me levantei, indo em direção do telefone e atendendo, quase arrebentando o fio com a força que puxei.

“Escuta,” Eu disse, a raiva aparente em minha voz. “Eu estou muito ocupada tentando estudar, e eu adoraria não ser mais interrompida! Então se você puder-.” Eu não terminei de falar já que fui cortada.

“Wow! Lia! Se acalma!” Reconheci a voz como sendo de Taehyung. “Eu te ligo mais tarde então.”

“Era você que estava me ligando antes?”

Ouvi uma risada baixa antes de ele voltar a falar. “Não, eu acabei de sair do trabalho.” Me senti então culpada; pedi desculpas. “Não, não,” Ele murmurou. “Eu odeio quando você pede desculpas; você tem suas razões.”

Eu bufei. “Alguém tem me telefonado desde que cheguei em casa, e toda vez que eu atendo, desligam antes de dizer alguma coisa. Desculpe, de novo.”

Imaginei que ele estivesse revirando os olhos ao me ouvir naquele momento, mas quando ele falou de novo, eu vi que estava enganada.

“Lia,” Ele disse, sério, algo raro em Taehyung. “Eu acho que isso tem a ver com a história que você me contou outro dia, sobre ter uma pessoa te seguindo. Talvez fosse melhor você ligar para a polícia.”

Eu, dessa vez, girei meus olhos, dando uma risadinha para não preocupá-lo. “Não, não, isso não é necessário. É provavelmente a Nayeon de novo – ela me passou um trote ontem por telefone.”

Escutei-o bufando do outro lado da linha. “Eu acho que a Nayeon não tem cérebro o suficiente ou paciência pra fazer algo desse tipo.”

Apesar de concordar, eu ainda esperava que fosse a Nayeon que estivesse me ligando.

_______________

Estava olhando o céu tormentoso enquanto tentava dormir. Eu me virei de novo, deixando escapar um gemido de desprazer quando percebi que, provavelmente, tinha acabado de arruinar a posição mais confortável que eu conseguira. Irritada com minha falta de sono, me levantei da cama e fui para a cozinha beber um copo de leite.

Caminhava hesitante pelo corredor, tocando a parede para ter um pouco mais de segurança.

Tateando com meus dedos sobre o balcão da cozinha, coloquei um pouco de leite dentro de um copo de vidro, bebi de um gole só, e coloquei mais no copo. Um raio, lá fora, iluminou tudo, e pude ver algo.

Virei-me rapidamente, olhando através da janela da cozinha. Eu podia jurar que ter visto alguém lá fora, iluminado pela luz do raio. Não conseguia me mover de tanto medo, percebi que seria patético correr para meu quarto, e me esconder no meio dos travesseiros e cobertores. Seria quase humilhante, então fiquei apenas olhando para o mesmo lugar, esperando que outro trovão pudesse iluminar e revelar se havia, de fato, alguém ali.

O céu se iluminou de novo, mas não havia ninguém de pé lá fora. Fiquei aliviada, e então, corri para meu quarto, finalmente admitindo para mim mesma que estava muito assustada para ficar ali por mais tempo.

Assim que cheguei em meu quarto, acendi a luz e me sentei em minha cama, sabendo que não seria capaz de dormir. O que fazer, minha mente se perguntava; olhei à minha volta, procurando por algo que me distraísse. Um trovão pôde ser ouvido mais uma vez, mas dessa vez, também ouvi algo além dele. ‘Pi-pi-pi-pi-pi-pi’, o som era abafado. Agucei meus ouvidos, tentando escutar em meio aos sons dos trovões o que era aquilo. Sim, definitivamente era isso; o toque de um celular. Porém, esse toque não era nada parecido com o do meu. Pensei em verificar, só para ter certeza de que não era o da minha mãe – ela sempre esquecia o celular dela em casa, então era algo absolutamente normal – mas primeiro, eu teria de esperar os trovões pararem.

‘Pi-pi’ pude ouvir, os trovões haviam cessado. Quando estava a ponto de procurar pelo celular de minha mãe, parei, o som havia aumentado.

Isso não era normal.

Meus olhos se fixaram na janela do meu quarto, adornada por minha cortina lilás, e estiquei meu braço lentamente. Passando minha mão pela parede, eu encontrei o interruptor. Descansei minha mão ali, esperando para ter certeza se essa ação seria mesmo necessária. Tudo em silêncio, enquanto eu esperava. Então...

‘Pi-pi-pi’

Eu apaguei a luz rapidamente, congelando ao ver a imagem da mesma pessoa de antes, olhando para mim intensamente através da janela, me observando como se eu fosse a coisa mais interessante no mundo, um celular com capa vermelha em sua mão.

Eu quase caí, me movendo torpemente enquanto agarrava um travesseiro e um cobertor, corri para o banheiro o mais rápido possível. Assim que alcancei a maçaneta da porta, um trovão soou mais uma vez, me fazendo saltar. Em uma fração de segundo, acendi a luz do banheiro, fechei a porta, tranquei-a, e me joguei dentro da banheira. Foi então ali, olhando para a porta trancada, que eu deixei um suspiro de alívio escapar de meus lábios.

Aquela noite, eu não dormi.

              


Notas Finais


Queriiiidxs do meu coração! Já estou melhorando da gripe, então aí vai mais um capítulo! O Stalker tá cada vez mais ousado, não acham? Hahahaha!
Mais uma vez, obrigada pelos comentários de sempre! Amo!
Saranghae~


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