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História Start again - Memories


Escrita por: bgalvao

Capítulo 2 - Memories


Fanfic / Fanfiction Start again - Memories

Enquanto as visitas não chegavam, eu tirei um cochilo e flashs da noite anterior passavam na minha mente me revelando o que aconteceu até a vinda do hospital.

Rio de Janeiro, réveillon.

 - Júlia, já terminou, minha filha?- minha mãe parou na porta, arrumada para a festa da virada de ano. Eu não estava nem um pouco animada para descer e fingir que minha vida era a melhor. Terminei de me arrumar e peguei a bolsa.

    - Estou pronta! – passei com um ar de insatisfação.

  Eu não desejava ir a essa festa, mas como tudo na minha vida, eu não tenho escolhas. Era obvio que meus pais só queriam minha presença para exibir minha gravidez. O novo herdeiro da família. Minha barriga já constava uma grande saliência, o que dificultava descer as escadas, estava de nove meses do filho do meu namorado. Que era mais meu do que dele. Já que ele era um farrista de marca maior.  E o pior, ele estaria lá. O pivô das coisas ruins da minha vida. Meu namorado desde os 16 anos do qual eu engravidei aos 19. Pedro não me amava, longe disso. Eu sabia que eu era um aperitivo para ele, e agora que engravidei ele não faz nem questão de disfarçar.

- Vamos, estamos atrasados Júlia! – meu pai berrava. - Calada, ignorei o comentário e me dirigi para a limusine que esperava do lado de fora.

- Não vai fazer essa cara de sofrimento na frente do Pedrinho, não é? – minha mãe perguntou - Sabe que seu relacionamento com ele é importante para nós! Sorria!

- Para seus negócios, não para mim! Vocês nunca pensaram em mim!

- Não vamos discutir isso agora. Vamos, limpe o rosto! Todos na festa estão nos esperando para conhecer o futuro herdeiro. - Fiz o que ela mandou e passei a mão na barriga. Théo estava tão ansioso quanto eu.  Chutava a todo momento.

O trajeto todo meus pais conversavam sobre as pessoas que veriam lá e como eu deveria me comportar. Estacionamos na frente de uma mansão estupidamente grande. Com toda a alta sociedade do Rio presente. Senhores de idade mais avançada fumavam charutos acompanhados de suas mulheres que riam de piadas toscas.

- Boa noite Cida, como vai? – minha mãe cumprimentou uma antiga amiga, cuja sua filha era minha inimiga, uma vadia assim como a mãe. Nossos olhares se cruzaram como uma arma mortal que atravessa um campo minado.

- Boa noite querida, vou bem e você Julia? Pelo visto está mais perto do que nunca, posso? – ela pediu permissão para acariciar minha barriga e eu deixei. Enquanto isso Camila observava com um olhar invejoso. Ela era louca para ter algo com Pedro, e agora que eu teria um filho dele, ela mal podia se aguentar de inveja.

- Cuidado, ouvi falar que depois que se pari seu corpo se deforma todo – Camila me alfinetou.

- Pode até ser , mas com certeza o meu homem continuará me amando – respondi a altura indo ao encontro de Pedro, que vinha na minha direção. O beijei fingindo empolgação vendo o olhar carrancudo dela.

- calma gata, a noite mal começou!                       

- Agora que não estamos mais sobre o olhar do seus pais podemos parar de fingir não é?

- quem disse que eu estava fingindo, podemos continuar se quiser – ele sorriu safado.

-haha, claro que não, aqui é uma festa, não um motel – cruzei os braços.

- Então, prefere ver meus pais ou ir para a mesa pedir algo? Por mim iriamos fazer o segundo.

- Não viaja Pedro, vamos ver seus pais logo – passei na frente dele que me seguiu.

- Olá senhor e Senhora Rezende – cumprimentei os dois e eles sorriram.

- Boa noite Julia querida, como vai nosso Théo?  - A mãe de Pedro, a dona Eliza acariciou minha barriga. Ela parecia ser melhor do que o pai, que vivia sempre mais fechado.

- chutando  muito.

- Ah não se impressione, nessa fase eles chutam muito. Com Pedro era a mesma coisa.

- Pedro, porque não mostra o ambiente para Júlia - o pai dele perguntou lhe cutucando e piscando o olho.

- Falou!

O Salão de jantar estava mais cheio que a entrada. Custou até acharmos uma mesa.  Um dos garçons foi passando e Pedro fez um sinal para que ele se aproximasse.

- Boa noite, o que vão querer? – um senhor de bigode e um bloco em mãos perguntou.

- Para mim wiskhy e para minha namorada um coquetel. – o garçom anotou.

- Já trago.

- Agora fala por mim Pedro? - me movi desconfortável.

- Claro que não – ele sorriu – então, o que achou do ambiente?

observei, mas não me surpreendendo com nada. Era igual a todas as outras festas que já fomos.

- Está tudo lindo...

- Realmente tudo lindo - ele sorriu olhando  em volta, mas entendi o que ele quis dizer. Referia-se as patricinhas da festa. Revirei os olhos. Se eu não tivesse com essa barriga iria me retirar imediatamente.

- Caramba esse garçom está demorando! - ele bateu na mesa raivosamente.

- Pedro, ele mal saiu, tenha paciência!                                 

- Não importa, está demorando e vou verificar isso! Garanto que ele não voltará a servir na próxima festa.

Fiquei sentada na mesa esperando pacientemente e Pedro estava demorando mais que o garçom. Já estava ficando desconfiada e resolvi ir atrás para ver o que aconteceu. Algumas pessoas abriam passagem para que eu passasse devido a gravidez, foi quando vi a patética cena de Pedro e Camila juntos. Ela estava se jogando para cima dele enquanto o desgraçado servia bebida no copo dela. O sangue me subiu a cabeça, eu iria acabar com aquilo num instante.

- Pedro – gritei chamando as atenções próximas. Ele me olhou e a cor sumiu do seu rosto. – O que pensa eu está fazendo?

- Nada amor, eu só...

- Estava pagando bebida para essa vadia não é? Não adianta negar! – comecei a me exaltar e um grupo foi se reunindo em volta de nós.

- Não era nada disso Julia, me escuta! – Ele pegou no meu braço e eu o puxei de volta.

- me solta!

- você não pode se estressar, pensa no bebe! – Sei por que ele disse aquilo, foi só para parar com o barraco, pois seus pais estavam olhando. Pois eu não importava queria que descobrissem tudo mesmo.

- Você não se importa comigo, só com vadias como ela, então tcharam! pode fazer bom proveito! – me enfiei na multidão deixando para trás os gritos de Pedro.

Comecei a andar rápido no meio da rua, a testa suada e o sangue começou a gelar. Tirei o salto e fui andando com ele na mão. Parei no meio da estrada e pensei no que fazer com aquela situação. Estava tão cansada daquela vida que levava. Não queria voltar atrás e fingir que nada aconteceu ou no dia seguinte ter que forçar sorrisos e concertar tudo. Foi então que decidi, iria embora.

Um ônibus foi passando, levantei depressa e fiz sinal pra que ele parasse. Subi com dificuldade, observando quase tudo vazio. Só tinha o motorista e o cobrador e algumas pessoas. Todas bem humildes.

Sentei ao lado de uma senhora que tinha um menino ao lado. Seu olhar era triste e perdido e o garoto de estatura mediana e olhava curioso. Umas dores começaram a me atingir e a senhora voltou seu olhar para mim.

- São contrações – ela soltou de forma direta.

- é, acho que são...

- o que uma garota tão jovem faz nesse ônibus de noite? Ao menos sabe para onde está indo?

- não, mas não pretendo voltar. – ela franziu a testa.

- e posso saber porque?

- Problemas – falei curta.

- ah, eu entendo.. Se fosse você teria cuidado para não parir essa criança aqui. – assenti calada.

A noite passou lenta e as dores só aumentavam. A senhora me prestou ajuda durante toda a madrugada e quando estava amanhecendo eu me senti um pouco melhor. Vi um bar no meio do caminho, lembrei que estava fraca e precisava me alimentar.

- desculpe, mas vou ter que descer aqui...

- já, nem chegamos ao destino ainda! – a senhora argumentou preocupada.

- Pode deixar, eu sei me virar. Obrigada por tudo – relutante ela soltou minha mão e puxei a corda fazendo o ônibus parar. Desci observando o ambiente, estava tudo vazio, só poucas pessoas conversando em suas mesas.  Fui até o barman e pedi um suco e um salgado, que não estava com uma cara boa, mas quando a fome falava mais alto esses detalhes eram ignorados. Peguei o dinheiro na bolsa para pagar quando senti algo escorrendo pelas pernas, era a bolsa. Théo estava nascendo!

Acordei assustada devido as sensações que o sonho me provocou e pensei em não contar nada ao casal quando chegassem. Pelo menos não nesse momento...


Notas Finais


bjs :*


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