O oceano profundo e incrivelmente azul reluzia em formato de íris no reflexo do espelho grande, emoldurado em ouro. Alec encarava a si mesmo, suas roupas simples e um pouco maltrapilhas, seus cabelos bagunçados sobre os olhos, aqueles incríveis olhos azuis. O rapaz geralmente não se importava por suas roupas simples, afinal ele era um servo, e era isso que os servos usavam. Mas agora, ele estava na presença de um príncipe, um futuro rei, e se sentia demasiadamente sem jeito.
Não que Magnus se importasse com o fato de ele ser um servo. Ele nunca se importara. Mas Alec as vezes sentia-se insuficiente para o tão belo príncipe, que teria todas as moças e moços do reino que desejasse, em um estalar de dedos.
- No que pensas meu amor? - a voz de Magnus era doce e aveludada, e seus braços eram esguios e fortes contra a cintura de Alec.
- Nada de importante, Vossa Alteza - Alec deu um sorrisinho quando o cheiro de Magnus chegou até seu nariz.
- Alexander, sabes que não me agrada ser chamado com tal formalidade quando estamos a sós... Bem... não quando estamos vestidos - Magnus sorriu.
Alec levantou a cabeça, encarando o grande espelho defronte a eles. Formavam um casal bonito. Magnus usava uma roupa totalmente preta, mas ainda visivelmente cara e de boa qualidade, que o deixava ainda mais alto visivelmente. Ele era lindo, por Deus como era, a pele morena, acompanhada de olhos puxados e com uma cor diferente, um verde-dourado que para Alec era a mais valiosa pedra preciosa já encontrada. E elas estavam ali, brilhando enquanto olhavam para o servo de olhos azuis.
- Perdoe-me meu amor - Alec disse por fim, virando-se para o príncipe. Tinha medo de por acidente, chamar Magnus por apelidos afetuosos quando estivessem em público.
- O que te abalas tanto? - O sorriso de Magnus se desfez, e ele levantou a mão, passando os dedos esguios e enfeitados por anéis no rosto de Alec.
- Nada - Alec murmurou e cobriu a mão de Magnus com a sua. A mão macia do futuro rei, contra a mão calejada e pequena do servo. - só estava com saudades tua, viajara por tanto tempo.
- Lamento por ter demorado meu querido - Magnus sorriu solenemente e puxou Alec para mais perto. - as coisas não saíram como o planejado.
- Eu entendo - Alec respondeu deitando a cabeça no peito de Magnus.
Os aposentos de Magnus era totalmente decorado e grande. Havia tudo que o príncipe desejava, mas ele só sentia que estava completo, quando Alec estava lá com ele, dormindo em sua cama, em seus braços.
Eles não poderiam se assumir, é claro, além das classes diferentes, os dois eram homens, e nunca aceitariam que o futuro rei casasse-se com um homem, ainda mais um servo. Mas Alec entendia isso, e seus sentimentos para com Magnus eram tão intensos, que ele não se importava que o príncipe fosse dele apenas por debaixo dos panos. Magnus amava Alec, arriscaria até a própria coroa por ele, mas Alec nunca aceitaria tal coisa, nunca se perdoaria por ser o motivo de Magnus desistir de tudo, inclusive de seu reino.
- Agora é você que estás a pensar em demasia - Alec disse levantando a cabeça, a ponto que poderia encarar os olhos de Magnus.
- Eu estava a pensar em você, meu príncipe - Magnus disse com um sorriso no rosto, Alec se afastou.
- Não gosto quando me chamas dessa forma - disse o servo com certo receio - não sou um príncipe, Magnus.
- Para mim tu és - a voz do moreno de olhos puxados continuava macia como ceda, ele segurou nas mãos de seu amante, e conduziu-o até a frente do espelho novamente - és o mais belo príncipe que eu já tive a honra de conhecer.
- Não seja bobo.
Magnus riu. Uma risada calma e genuína que era especialmente reservada para Alec, pois só o moreno de olhos azuis conseguia causar tal coisa. O príncipe se adiantara até a mesinha de cabeceira e pegou sua coroa dourada, cravejada por safiras azuis, que não o deixavam esquecer dos olhos do tão amado Alec. Ele voltou para trás do menor e colocou a coroa com cuidado na cabeça de Alec, fazendo-o arregalar os olhos.
- O que estás a fazer? - disse com certo desespero, mas não ousou se mexer, com medo de que derrubasse a coroa do príncipe.
- Lhe mostrando o quanto se parece com um príncipe, que não é em vão quando chamo-lhe de tal - Magnus soltou a coroa.
Alec nunca se preocupara com sua aparência, nunca se achara bonito, mas olhando-se agora, os olhos tão brilhantes quanto as jóias na coroa. Ele era bonito, mas não chegava nem aos pés de um príncipe. Magnus era um príncipe, e Alec jamais vira alguém tão lindo quanto ele.
- Uma coroa não me deixas mais bonito - disse por fim.
- Exatamente - Magnus sorriu - não é porque não usas uma desta que não és um príncipe. Tua beleza és única, Alexander. És tão bonito quanto qualquer príncipe, até mais, e não é uma jóia que mudará isso. Eu o vejo como um príncipe. Tu és meu príncipe sem coroa... A não ser a minha é claro, que por acaso ficara incrivelmente bela em ti.
Alec cada vez se encantava mais pelo sotaque de Magnus, era lindo e único. Bem, na verdade não era único, mas já que raramente os outros membros da corte dirigiam-lhe a palavra, para ele aquele sotaque era apenas de Magnus.
Ele corou com as palavras e tirou a coroa de sua cabeça com extrema cautela, e a devolveu para seu lugar. Finalmente virou-se para Magnus e o abraçou sem pudor.
- Eu o amo tanto - disse baixinho, como se fosse um segredo. E realmente era.
- Eu o amo mais - Magnus respondeu com um sorriso. Ele segurou na cintura de Alec e tomou os lábios do garoto nos seus.
Alec não hesitou em retribuir o beijo do príncipe. Aquela boca já conhecida e macia era o vício de Alec enquanto suas línguas guerreavam dentro da boca.
O beijo fora se intensificando cada vez mais, e Magnus não perdera tempo, e começou a tirar suas botas, assim como Alec. O príncipe escorregou as mãos esguias pelas laterais do corpo do menor, e forçou-lhe na coxa, levantando e segurando o rapaz em seu colo, tudo sem por um fim no beijo incansável.
Alec abraçou o pescoço de Magnus, e colocou seus dedos entre os fios de cabelos macios do príncipe, puxando avidamente. Magnus caminhou as cegas até a enorme cama que jazia no centro do quarto. Ele colocou Alec com cuidado entre os inúmeros travesseiros e subiu por cima do moreno, ainda beijando-o como se não necessitasse de ar em seus pulmões.
As mãos pequenas e calejadas de Alec agarraram as pequenas cordinhas da blusa de Magnus, e desamarrou-as timidamente, deixando o peito moreno do príncipe a mostra, o tão conhecido corpo que chegava a brilhar aos olhos de Alec.
Logo as roupas caras e nobres de Magnus estavam jogadas no chão junto com as de Alec, como iguais.
O corpo quente de Magnus era como fogo para Alec, um fogo que não apagaria nunca, e só se acenderia quando fosse Alec que estivesse ali.
Os dois continuavam de roupas íntimas, e Magnus puxou Alec para baixo de uma forma que suas ereções se tocassem, fazendo um gemido escapar da garganta do servo.
- Alteza - Alec gemeu desconcertado.
Magnus só aceitava ser chamado formalmente, quando tal formalidade viesse em um gemido. E Alec concordava, já que ele também adorava.
- Diga-me o que queres meu amor - Magnus sussurrou contra o ponto de pulso de Alec, onde deixava beijos e algumas marcas.
- Quero você Majestade - Alec disse tentando colar seu corpo ainda mais no do príncipe.
- Como me queres? - A voz de Magnus continuou baixa, porém estava mais rouca, infestada por prazer e desejo.
- O quero em mim, completamente, Vossa Alteza - Alec gemera ao sentir os dentes de Magnus em seu pescoço - Por favor!
Magnus sorriu e tirou sua cueca e em seguida a de Alec. O príncipe posicionou-se entre as pernas pálidas do amante e penetrou com um pouco de força, fazendo o menor gemer manhoso.
Magnus aumentou a força e a velocidade dos movimentos, e os gemidos de Alec começaram a ficar cada vez mais altos, era música para os ouvidos de Magnus, dar prazer ao seu pequeno príncipe era o que lhe dava prazer.
O príncipe fez um movimento com ainda mais força, e mais fundo, tendo plena convicção que havia acertado algo.
- Alteza!!!! - Alec berrou, seus olhos azuis estavam cheios de lágrimas prazerosas, dando ainda mais certeza a Magnus.
- Vire-se - Magnus pediu se afastando do amante.
Alec respirou fundo e se virou. Magnus beijou-lhe por toda a extensão das costas até chegar em sua bunda. O príncipe mordeu fortemente a região, fazendo Alec contorcer-se em um gemido rouco.
Magnus se afastou e mordeu os próprios lábios antes de novamente penetrar no rapaz, fazendo-o agarrar com demasiada força em um dos travesseiros.
Os movimentos do príncipe de olhos puxados eram certeiros e fortes, deixando os gemidos de Alec cada vez mais altos, a ponto que o garoto estava quase a gritar.
Os dois chegaram ao ápice juntos, e Magnus virou Alec para si novamente, tomando-lhe o membro nos lábios. Alec gemeu rouco estimulando os movimentos de Magnus a partir dos cabelos do príncipe.
Magnus se afastou e se deitou ao lado do rapaz de olhos azuis, e puxou o cobertor fino sobre eles.
- Eu te amo mais que tudo, Alexander - Magnus sussurrou antes de beijar os lábios do menor.
Alec retribuíra, mas quando se separaram, ele ficou encarando seu amado.
- Eu também te amo mais que tudo - murmurou com um sorriso.
- Fique comigo meu príncipe - Magnus disse calmamente, enquanto os dedos esguios acariciavam o rosto jovial de Alec - fique comigo para sempre.
- Sabes que não é possível, meu amor - Alec respondeu pesaroso - você irás casar-se com uma princesa que seus pais irão escolher Magnus. Serás rei.
- Achas que não sei? - Magnus suspirou frustado - sei também que tu não aceitarias ficares comigo, contanto que para isso eu perderias meu reino, minha coroa.
- É claro que não! - Alec desviou o olhar - não permitiria tal absurdo.
- Eu irei me casar, nós dois sabemos disso - Magnus continuou - mas meu coração a inteiramente seu, Alexander, é a ti que eu amo. E se aceitares ficar comigo, assim como estamos, às sombras, eu aceito, aceito a ti como meu amante, que na verdade és o amor da minha vida, mas se preferes assim... Apenas não me deixe, Alexander, eu imploro a ti.
Alec sentiu seus olhos marejarem. Tinhas um príncipe em sua frente, se declarando, tinhas o amor de sua vida, tinhas Magnus. Ele não precisava de nada mais.
- Eu não tenho forças para ficar distante de ti meu amor - disse por fim, arrancando um sorriso de Magnus.
- Quero que sempre tenhas em tua mente, que apesar de quaisquer coisas que eu fizer em público, meu coração e meu pensamento estarão inteiramente contigo, sempre voltarei para você no fim do dia, não como príncipe, não como o rei que virei a ser, mas como Magnus, seu Magnus.
Alec transbordava alegria, ele beijara Magnus novamente, completamente caído em paixão pura. Ele sentia como se estivesse em um conto de fadas, e que finalmente encontrara seu príncipe encantado, ou mais precisamente, sua metade que estava a faltar.
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