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História Stigma - Capitulo Único - Stigma


Escrita por: MissaBaby

Notas do Autor


Uma coisinha bem bad e bem fofa pra vcs <3

Capítulo 1 - Capitulo Único - Stigma


Eu tenho escondido isso, vou te contar uma coisa

I've been hiding this, I'll tell you something

Apenas para deixar enterrado

Just to leave buried

Agora eu não posso mais suportar isso

Now I cannot bear this anymore

Por que eu não podia dizer, então?

Why could not I say then?

Eu fui ferido, de qualquer maneira

I've been hurt, anyway

Realmente, eu não posso suportar isso.

Really, I cannot bear this.

 

(Kim Taehyung)

Tentei me mexer na pequena cama novamente, mas minha irmã ainda estava encolhida e grudada em meu corpo. E eu a preferia desse jeito, assim poderia protegê-la dele.

Meus lábios estavam cortados, e meu supercilio, que nem havia terminado de cicatrizar, estava cortado novamente.

Ele havia chegado bêbedo ontem novamente. E quando cheguei da casa de Hye flagrei meu pai levantando a mão para agredir minha irmã, e quando entrei na frente da menor, acabei levando três socos. Localizados nos lábios, supercilio e bochecha. Ficamos deitados na cama, até que ele pegasse no sono para que ela pudesse fazer um curativo em mim.

Conversei com Hye a noite inteira, e por mais que ela quisesse parecer leve, para me animar, eu sentia em cada frase escrita uma frase subliminar denunciando a sua preocupação.

Assim que ouvi a porta bater, indicando que meu pai havia saído para trabalhar e voltar, mais uma vez, bêbado.

— Taehee... — A chamei.

Ela abriu os olhos ainda sonolentos e me olhou sem entender.

— Se arruma para o colégio. — Falei.

— Ele já foi? — Perguntou e eu apenas assenti.

Minha irmã se levantou apressada, indo para o armário que nós dividíamos. Após a morte da mamãe e o começo do alcoolismo do papai, Taehee se mudou para o meu quarto, onde tinha a minha proteção. E como eu não fazia questão de ter muitas roupas, deixei-a com a parte de cima do guarda-roupa e eu fiquei apenas com a parte das quatro gavetonas.

Ela pegou seu uniforme rapidamente e foi para o banheiro se trocar, enquanto eu colocava qualquer roupa preta para ir trabalhar. Assim que terminei de amarrar o tênis surrado, ela saiu do banheiro e enfiou um pouco de roupa na mochila, junto dos materiais.

— Vou fazer um trabalho com a minha amiga depois da aula, e como ele será bem grande, vou dormir lá. Tudo bem para você? — Perguntou.

— É ótimo. Menos um dia sem brigas. — Falei e ela suspirou. — Você sabe que quanto mais dormir em casa de amigos, melhor para nós, certo?

Ela assentiu cabisbaixa e eu fui até ela, beijando o topo de sua cabeça. — Eu vou conseguir a sua guarda. E assim que conseguir, iremos para a casa da Hye até eu comprar um apartamento para nós, tudo bem?

— Obrigada oppa. — Falou.

— Desculpa por isso Tae. — Falei triste.

— Não se culpe. — Falou sorrindo e escutou a buzina do carro da mãe de sua amiga, que sempre a levava e a trazia do colégio. — Agora eu tenho que ir, eu te amo oppa.

— Também te amo maninha. — Falei sorrindo e acenando para ela.

Assim que ela fechou a porta, entrei no banheiro e escovei os dentes, pegando a mochila, o celular e o molho de chaves. E antes de sair deixei um bilhete para o meus avisando que eu, nem Taehee dormiríamos em casa hoje. Porque, afinal, ele ainda é nosso pai. Assim que grudei o bilhete na geladeira, saí trancando a casa e andando até o trabalho.

(^.^)

— Annyeong jagiya. — Falei depositando um selar em seus lábios.

— Annyeong Taetae. — Falou me entregando o capacete.

Hye, minha namorada, havia saído mais cedo de sua faculdade e vindo me buscar no trabalho.

— Hye, eu sei que você e seus pais não ligam para isso, mas me deixa muito sem graça ter de pedir isso novamente...

— Sim Tae, você pode dormir lá em casa, hoje, amanhã, depois de amanhã. Seja lá o que for você vai ser sempre bem vindo. — Falou sorrindo.

— Obrigado, meu amor. — Falei sorrindo.

Ela me deu um rápido selinho e falou animada: — Sobe ai logo! Minha mãe fez bolo.

Ri de sua frase e subi na garupa, colocando o capacete.

Assim que chegamos a sua casa, fomos recebidos com abraços de seus pais, e latidos de Sunsimmie, o nosso cachorro.

— Aish, ele só me dá confiança quando você não está! — Hye disse fingindo estar emburrada.

— Claro, ele prefere a mim a você. — Falei e em resposta, recebi um tapa nas costas.

— Vou lá em cima trocar de roupa. — Ela falou e levou minha mochila consigo.

O senhor e senhora Lee me convidaram a ir à cozinha e tomar um café com eles, e enquanto eu me deliciava com o maravilhoso bolo com gostinho de comida de mãe, da senhora Yubi, eles começaram.

— Aconteceu novamente, não é, filho? — Minho, pai de Shin Hye, falou.

— Sim. Dessa vez foi menos grave. — Falei ainda olhando para o bolo a minha frente.

— Mas, mesmo assim aconteceu. — Yubi disse. — Taehyung, olha para mim.

Fiz o que ela pediu: — Eu acordei de madrugada escutando o choro de Hye. Minha filha sente a sua dor, querido. Nós não queremos que vocês sofram. Você, Shin Hye e sua irmã.

Hye entrou na cozinha calada, e se sentou ao meu lado, apertando minhas mãos.

— Nós já tentamos varias vezes convencê-lo de vir morar conosco, mas nunca aceitava por conta de Taehee. Então, como está perto dela fazer dezenove anos, decidimos entrar na justiça e lutar pela guarda de sua irmã. — O senhor Lee disse.

Os encarei sem reação alguma. Estavam querendo pegar a guarda de Taehee?

— V-vocês querem, o que? — Perguntei.

— Queremos a guarda de sua irmã, Taehyung. — Yubi disse.

— Omo! — Falei.

— Está tudo bem para você? — Hye perguntou meio receosa.

— Mas é claro que está tudo bem para mim! Eu aceito tudo para tirar minha irmã das garras daquele cara. — Falei.

Hye comemorou e pulou no meu pescoço, causando risadas coletivas.

— Muito obrigado. — Falei emocionado.

Levantei-me e abracei todos juntos — incluindo Sunsimmie —.

(^.^)

Após ligar para Taehee e conta-la da novidade, tomei um banho e me deitei com Hye. A mais nova estava deitada em meu peito desnudo. A manta da cor de menta nos cobria da cintura para baixo fazia cocegas nas minhas pernas.

— Oppa. — Escutei-a me chamar manhosa.

— Sim?

Ela não me respondeu nada, apenas levou a minha mão, que estava fazendo desenhos invisíveis em suas costas, a seu cabelo, indicando que eu deveria fazer um carinho ali, para que ela pudesse dormir.

Ri soprado comigo mesmo e beijei o topo de sua cabeça.

— Dorme bem meu amor. Eu estou aqui com você. — Falei baixinho.

Ela pegou no sono rapidamente, mas o meu sono não vinha. Não depois da mensagem que recebi de meu pai.

“Não espere boa coisa quando você chegar aqui.”

Estava angustiado. Estava preocupado com a ideia de ele fazer alguma mal a Taehee, que sempre chegava mais cedo que eu. Estava com medo de Taehee ter dito algo apenas para provoca-lo. Estava com medo.

O que você faria no meu lugar mãe?

Mais uma vez, chore, porque eu não consegui protegê-la.

Once again, cry, because I could not protect her.

Ela faz tanta falta para mim. O seu cheiro de jardim de rosas pela casa; a sua voz, a sua gargalhada, dos domingos em que passávamos o dia em casa; apenas eu, ela, meu pai.

Há seis anos, ela se foi em um acidente de carro. Meus pais estavam voltando da noite de casal deles. Estavam fazendo dez anos de casados, meu pai havia planejado uma noite de jantar a dois. Eu estava na casa de um amigo da época, Jung Hoseok, e Taehee estava na casa de uma amiga.

Estávamos jogando um jogo qualquer no videogame da época, quando o telefone da casa dos Jung tocou. E logo após isso, eu só me lembro da senhora Jung me dizer que eu teria de me trocar, pois meus pais haviam sofrido um acidente de carro. A minha vida deu uma pausa ali.

Você, que foi punida em meu lugar

You, who were punished in my place

Você, que era delicada e frágil

You, who were delicate and fragile

Desculpe-me.

Excuse me.

Por que tinha que ser ela?

Por que a minha mãe?

Essas eram as perguntas que rondavam a minha mente. Mas ai eu entendi o porquê de minha mãe ter me deixado. Ela, não foi embora por completo, deixou uma parte dela com todos nós, mas, principalmente em Hye. Foi bem naquele dia em que eu esbarrei em Lee Shin Hye sem querer.

Ela estava indo pegar algo para sua mãe comer, já que a mesma se recusava a sair do lado do marido, que havia quebrado a perna. Eu estava apressado para chegar ao andar onde ocorria a cirurgia da minha mãe, ela estava apressada para chegar a lanchonete. Nós nos esbarramos, pedimos desculpas um ao outro e seguimos os nossos caminhos. O senhor Lee entraria em cirurgia logo, e essa seria longa.

E nós nos encontramos novamente, na sala de espera, conversamos, trocamos números e redes sociais. E nos encontramos novamente na semana seguinte, no colégio. Eu estava abalado pelo falecimento da minha mãe, e Hye foi a peça chave para o meu sorriso voltar a brilhar. Mas, aí veio o alcoolismo do meu pai.

No começo, ele aceitava nossa ajuda. Chegou a se internar, entrar para grupos de apoios, ir a psicólogos, psiquiatras e tudo o que pudesse te tirar do vício. Mas, tudo isso foi temporário. Logo ele voltava a beber e a se culpar pela morte de minha mãe, que eu nunca soube como ocorreu.

Depois, veio as agressões verbais, e consequentemente, veio as agressões físicas. E eu me isolei do mundo novamente.

Eu trocava palavras apenas com minha irmã, que ficava totalmente irritante quando eu menos estava bem, com Hoseok, que foi embora para a sua cidade natal, e Shin Hye. A ferida em meu peito se abriu novamente. Foi como se Hye tivesse costurado todo o meu coração, mas meu pai veio e puxou a linha, abrindo a ferida.

Mais profunda, mais profunda, a ferida só fica mais profunda

Deeper, deeper, the wound only gets deeper.

Como pedaços de um vidro quebrado que eu não posso reverter

Like pieces of a broken glass that I cannot reverse

Mais profundo, é apenas o coração que se machuca todos os dias.

Deeper, it's just the heart that hurts every day.

E nessa minha linha de pensamentos, eu acabei dormindo.

(^.^)

Assim que cheguei a porta de casa, pude escutar uma gritaria vindo de lá, então, me apressei e encontrei aquilo o que eu mais temia. Meu pai estava batendo em Taehee, totalmente sem piedade. Senti um fogo subir pelo meu corpo, e me incendiar de ódio.

Peguei a garrafa na mesa da entrada da porta e a quebrei em sua cabeça.

Meu peito estava cheio de estafa. Passavam-se milhares de coisas na minha cabeça todos os dias. E ontem, refletir sobre tudo o que vinha acontecido e o que eu passei, me deixou com uma sensação estranha. Não era boa, de fato.

— Taehyung! — Minha irmã gritou quando eu desferi o golpe nele.

Assim que eu o vi batendo com a cabeça na janela, senti uma sensação boa, como se algo tivesse sido destrancado em mim. Paz.

E foi assim que eu avancei mais vezes nele, até o esfaquear com a garrafa.

— Taehyung? Desculpe-me filho. — Ele disse antes de cair, morto, no chão da sala.

Deusdocéu eu acabei de matar meu pai, na frente da minha irmã mais nova.

Assim que minha ficha caiu, soltei a garrafa quebrada e ensanguentada, indo ao chão junto.

Passei as mãos pelo cabelo, deixando os sujos pelo sangue. Escorei na porta e chorei.

— Liga para o resgate logo, Taehee! — Falei.

Fui ao banheiro e lavei minhas mãos, troquei de roupa e as sujas joguei dentro de uma sacola qualquer.

Saí puxando Taehee, sem dizer nada. Assim que chegamos à praça perto de casa, saquei o celular do bolso e disquei os números sem dificuldade.

— Taetae!

— Oi Jagiya.

— Aconteceu de novo?

— Pior. Mas, por favor, preciso que você faça algo para mim.

— Tudo.

— Venha buscar Taehee, na praça aqui perto de casa. Ela irá te contar quando chegar.

— Taehyung, você está me assustando. O que aconteceu?

— Só faça isso para mim, por favor. Eu amo você.

Desliguei o celular e me virei para Taehee, que ainda estava chorando.

— Me desculpe por tudo o que eu fiz. Eu não queria. E-eu só queria, faze-lo sentir, o que eu sinto.

— Tae, está tudo bem. — Falou me abraçando. — Onde você vai? Vai fugir da policia?

— Não, pelo contrario. Vou me entregar. — Falei e ela me olhou chocada.

— Não Tae! Eu nunca mais vou te ver se você for. — Ela disse me prendendo.

— Desculpe, mas tenho que arcar com as consequências, pequena. — Falei sorrindo. — Eu amo você.

Me desculpe, me desculpe

I'm sorry, I'm sorry

Me desculpe, minha irmã

I'm sorry ma sister

Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, isso não pode ser apagado.

Even though I try to hide or hide, this cannot be deleted

 

— Tae... — Falou.

— Você irá ficar bem com eles. Por favor, os explique tudinho. — Falei e beijei o topo de sua cabeça.

Fui ao posto da policia mais próximo e pedi para falar com um policial sobre um assassinato.

— Eu matei o meu pai. — Falei.

Estávamos sentando um de frente para o outro, o policial parecia não ter mais que trinta e cinco anos, me olhou chocado.

— O que?

— Eu matei meu pai. — Falei e ditei o endereço da minha casa. — Liguei para o socorro antes de vir para cá.

O meu interrogatório se estendeu. O silencio se permaneceu até eu pedir uma ligação.

— Yoboseyo? — Hye atendeu com a voz embargada. Estava chorando.

— Oi querida.

— Taehyung? Ah meu Deus. Mamãe e papai querem conversar com você.

— Passe o telefone para eles.

— Taehyung! Você pirou?! — A senhora Lee disse desesperada.

— Me desculpe.

— Pare de se desculpar! Eu já liguei para um advogado! Não se preocupe, eu vou fazer de tudo para te tirar dessa. Seu cabeção! — Ela disse e eu ri fraco.

— Amanhã o seu advogado vai aí, para conversarem. — A voz do senhor Lee ecoou.

— Obrigado. Eu amo vocês.  — Falei e senti me cutucarem.

— O seu tempo acabou. — O policial falou.

— Eu tenho que ir agora. Desculpem-me pelos transtornos! Eu amo vocês.

Desliguei o telefone e me virei para o policial, que me levou a minha cela. Escura, vazia e com um cheiro horrível de mofo com agua sanitária.

(^.^)

Após cumprir seis anos de prisão, pelo juiz ter considerado homicídio culposo, Taehyung havia sido solto. Foram longos seis anos na prisão, sem as risadas escandalosas de Hye, os bolos deliciosos da Yubi, os domingos ao lado de Minho assistindo futebol e tomando cerveja, sem as conversas sobre meninos com Taehee. Taehyung sentiu muita falta disso, mas estava feliz, pois sua irmãzinha havia feito vinte três anos, estava namorando com o menino dos seus sonhos, e mais feliz ainda, por Shin Hye, que havia o esperado por seis anos, que o visitava todos os dias, e quando não ia, mandava Taehee ou seus pais no lugar.

Taehyung de longe era o homem mais feliz. Após sair da prisão, se casou com Shin Hye. Ninguém se importou pelo fato deles serem novos. O que vale, acima de tudo, é o amor. E agora, dez anos depois ele, realmente, descobriu o significado de família e amor.

O garoto, agora homem, saía apressado do campus da faculdade. Estava bastante ansioso para ver sua mulher. Hye havia viajado e deixado apenas Taekwon, de dois anos, consigo. Mas, esse, ficava com os avós para que ele pudesse estudar. Taegeuk, sua filha caçula de sete meses, havia viajado com a mãe, o que automaticamente o deixava com uma saudade duplicada.

Enquanto Taehyung esbarrava nas pessoas em seu caminho, pedia desculpas sem ligar muito. Só queria chegar em casa, encontrar a esposa e os dois filhos, tomar um banho e ter um bom jantar em família.

Chegando a seu carro, Taehyung não esperou muito para dar partida e ir quase voando para casa. Parou o carro de qualquer jeito em frente à residência. Ligou o alarme do mesmo e já em frente a porta da casa, podia escutar as vozes de Taekwon e os gritinhos de Taegeuk, riu consigo e destrancou a porta. Assim que seus filhos e Hye o viram, sorriram, iluminando até o fundo da alma escura de Taehyung. E Ele se sentiu o homem mais sortudo do mundo.

Essa luz, essa luz, por favor, ilumine meus pecados.

This light, this light, please light up my sins.

Onde eu não posso voltar o sangue vermelho está fluindo

Where I cannot turn red blood is flowing.

The Fim.


Notas Finais


Camilla WarlockBane: Hi Nenéns! Espero que tenham gostado :3

Izabelle (Hyama-shi): (ela ta loca. - novamente -)

Comentem o que acharam! Beijinhos das autoras drogadas! <3


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