História Still Loving You - Make Me Wanna Die

Eu tive tudo

Oportunidades para eternidade

E eu poderia pertencer à noite

The Pretty Reckless — Make Me Wanna Die

Jimin chegou em casa exausto. Após toda aquela sua reflexão, havia retornado para a sala de aula, sem antes, é claro, de receber uma bronca. Não era a primeira vez em que matava aula, tornando aquela repreensão apenas mais um fato comum daquele dia.

O que mais surpreendeu-lhe foi o fato de Hoseok também não ter voltado, já que este não era muito de matar aula. E quando fazia-o, era por um motivo plausível.

Na última aula, o alfa finalmente regressou. Estava um pouco molhado, e parecia até mesmo... corado?  

Hoseok raramente corava.

Ao voltar para seu lugar, Jimin perguntou-lhe o que estava acontecendo, e a única palavra que teve em resposta foi:

— Yoongi.

Aquilo esclarecia tudo.

Jimin tinha total ciência de que Hoseok sempre fez de tudo pelo pequeno garoto de cabelos coloridos. Na verdade, sentia até uma certa pena do alfa por isso. Poucas eram as vezes em que o ômega retribuía. E isso machucava Hoseok de maneiras que Yoongi mal podia imaginar.

Depois disso, não perguntou mais nada.

Com cuidado, retirou os sapatos e colocou a mochila em cima do sofá. Um suspiro satisfeito saiu por seus lábios ao sentir o calor praticamente acolhedor daquele local.

Sua mãe sabia que possuía uma grande vulnerabilidade ao frio, e por isso tornava a ligar o aquecedor presente na casa em temporadas mais geladas, assim evitando que ficasse resfriado durante semanas, como ficava na época em que sua mãe optava por mantê-lo desligado, pensando que o frio que Jimin sentia não era assim tão grave quanto ele dizia.

Até o dia em que o ômega teve uma hipotermia.

Foi então que acabou descobrindo que seu filho era vezes mais afetado pelo frio do que outros ômegas.

Mas mesmo assim, Jimin gostava do frio. Achava que aquela época dava um ar mais "romântico" à tudo. Não que, depois de tudo o que passou, ainda fosse chegado em romance. Mas achava bonito como alguns casais demonstravam afeto com aquele clima.

— Mãe...?

— Ah, Jimin, já chegou? — ela inclinou a cabeça para fora da cozinha, ficando praticamente idêntica à Jimin ao sorrir, quase fechando os olhos — Como foi a escola hoje?

— Ah, foi... boa, eu acho.

— Park Jimin, da última vez em que você me disse isso, eu descobri que você estava com bulimia. Agora faça-me um favor e me diga o que há de errado. — Park YangMi conhecia seu filho melhor do que ninguém, sabia dizer com perfeição quando havia algo de errado com ele.

Ela saiu da cozinha, parando em frente à Jimin. Os dois eram extremamente parecidos em diversos aspectos: a forma de analisar as pessoas era idêntica, assim como a maneira que seus olhos quase desapareciam ao sorrirem; andavam rebolando delicadamente os quadris. Se deixasse, a mais velha poderia usar Jimin facilmente como um espelho para maquiar-se.

YangMi tinha apenas um pouco mais de um metro meio, porém isto não impedia-a de ter uma personalidade forte e altruísta.

— Droga, eu realmente não consigo esconder nada de você. — ela sorriu, percebendo que o filho finalmente estava dando-se por vencido.

— Vamos, senta aí. O almoço pode esperar. — sentou-se no sofá, seguida por Jimin. Ele pegou uma almofada, abraçando-a, como se quisesse buscar conforto em algum lugar —Você sabe que não precisa esconder nada de mim, certo?

Sabia disso.

Sua mãe estava ciente de tudo o que havia acontecido entre ele e Jungkook há três anos, e também sabia sobre Jeonghan. Até porque, os dois haviam conhecido-se devido ao fato de frequentarem o mesmo grupo de apoio, assim iniciando toda aquela confusão.

— Bem... eu voltei a me envolver com o Kook. — não sabia por onde ou como começar. Afinal, como explicaria que havia seduzido um alfa e quase feito sexo com ele diversas vezes, apenas por vontade de vê-lo babar?

...

Pois é, não estava fácil para ninguém.

Na verdade, havia uma explicação perfeitamente lógica para todo o comportamento de Jimin.

Park YangMi nasceu da união quase impossível entre dois alfas. O que fazia com que seu comportamento fosse idêntico ao de um alfa, mesmo que tivesse nascido como ômega. E quando Jimin veio a nascer, não foi diferente.

Na maioria das situações, a repreensão vinda de alguns alfas não surtia efeito, sem falar que conseguia controlar-se perfeitamente bem durante seus cios. E após mudarem-se para Busan, a presença daquilo tornou-se ainda mais recorrente. Se Jimin não soubesse controlar os próprios instintos, Jungkook e ele provavelmente teriam feito sexo naquele quintal, sem importarem-se com a pouca idade ou o fato de poderem ser pegos a qualquer momento.

Porém, ainda haviam poucos alfas que ainda conseguiam dominá-lo.

Jeonghan era um deles.

— Em que sentido? — YangMi virou um pouco a cabeça, quase como um cachorrinho.

— É meio complicado de explicar...

— Por que você não me conta desde o começo? — sorriu, dócil — Pra início de conversa, como vocês voltaram a se falar?

— Então... — sentiu o rubor tomar conta de suas bochechas. Lembrou-se do dia em que relatou todos os acontecimentos para Jin, Taehyung e Namjoon. Sua reação foi praticamente a mesma.

Mesmo estando apenas os dois em casa, Jimin inclinou-se para frente, sussurrando tudo no ouvido de YangMi, como se ela fosse sua fiel confidente. A mais velha pareceu um pouco surpresa, porém ao contrário do que o ômega pensava, não expressava nenhum tipo de desapontamento.

— Só que na verdade... — afastou-se um pouco, voltando a falar normalmente — Eu não comecei toda essa bagunça por causa de uma vingança idiota. Eu nem guardo mais tanto rancor dele à ponto de fazer uma coisa dessas. O meu único objetivo com isso era tentar descobrir o porquê de ele ter mudado tanto de uma hora para outra e ter feito tudo aquilo. Mas... talvez eu tenha me empolgado um pouco com essa história de fazer o que eu quiser.E quando me dei conta que estava perdendo o foco... nós dois já estávamos em um ginásio, dirigindo palavras ásperas um ao outro.

Havia sido apenas naquela manhã de segunda que Jimin deu-se conta de que estava tudo dando errado. Pela primeira vez na vida, deixou-se levar pelos próprios instintos, ao invés de ouvir a voz da razão. Estava perdendo o controle por causa de um alfa.

Desde o início, todas aquelas provocações eram executadas por mando de seu lado mais animalesco, o lado que nunca havia dado sinal de vida durante anos.

E não era isso o que queria.

— É como se eu estivesse andando em círculos. Quando eu olho pra ele, vejo alguém que só me enxerga como um pedaço de carne e... algo dentro de mim parece não se incomodar com isso. Parece querer fazer o mesmo com ele, como se quisesse... dar o troco. E é praticamente isso que eu estou fazendo nas últimas semanas. Eu estou me deixando levar pela emoção.

— Hum... — YangMi cruzou as pernas, parecendo estar pensativa — E por que você simplesmente não pergunta pra ele o porquê de tudo aquilo?

— Porque eu não sei como chegar no assunto. Eu não posso simplesmente forçá-lo do nada à falar. Ele vai estranhar, com toda certeza.

— Sinceramente, vocês adolescentes são muito complicados... — ela pressionou as têmporas — Mas, se quiser um conselho... eu acho que você não deveria se estressar tanto com isso. Quer dizer, eu sei que é importante pra você, Kook era um bom garoto e você não foi o único a ficar surpreso com a mudança dele. Mas... apenas deixe as coisas acontecerem normalmente. Se você tentar se aproximar, aos poucos ele vai começar a se abrir pra você como fazia antigamente. É só esperar. Além disso, você sabe o que acontece quando ômegas passam por uma carga emocional muito grande...

Ah, e ainda existia aquele fatídico detalhe.

O lado emocional de um ômega afetava de maneira desastrosa o seu organismo. Era de se admirar pessoas que possuíam cios perfeitamente regulados, pelo simples fato de que:  é praticamente impossível ter um cio regulado.

Tanto ômega quanto alfa (mesmo que isso ocorra em escalas maiores em ômegas do que em alfas), ao sentirem emoções de maneira mais intensa (um grande período de estresse ou tristeza, por exemplo),  passavam por um extenso desequilíbrio em seu organismo, resultando em um "cio surpresa".

Jimin lembrava-se perfeitamente bem de, certa vez, ter passado por dois cios no mesmo mês devido ao estresse que estava sofrendo em seu relacionamento com Jeonghan. Aquilo havia sido algo horrível. Tanto o cio quanto o relacionamento.

Mesmo que conseguisse controlar com maestria seus desejos carnais, ainda sentia a dor que corroia seu corpo a cada segundo, em um claro sinal de insatisfação.

— Sim, eu sei, mas... e se ele não fizer isso?

— Ele vai fazer. Confie em mim. — ela sorriu mais uma vez.

◊◊◊

 Jungkook olhava para o teto de seu quarto, ainda pensando nas palavras que Jimin havia lhe dirigido.

"Você poderia ter tirado isso à limpo há muito tempo atrás, quando teve chance. Pena que agora você nunca poderá descobrir isso."

Aquilo doeu em seu peito, como um caco de vidro sendo fincado em seu coração.

Jimin tinha toda a razão. O que não faltaram em sua vida foram chances de  dizer ao ômega seus verdadeiros sentimentos. Aqueles os quais estava reprimindo há anos, e esperava poder continuar pelo resto da sua vida.

Até que o ômega finalmente voltou e desestabilizou-o por completo.

No início, pensou que poderia lidar perfeitamente bem com aquilo, que Jimin seria apenas mais um ômega em sua vida. Achava que nunca iria voltar a remoer toda aquela angústia que sentira quando Jimin deixou Seul. Mas Jungkook achou errado.

Tudo no alaranjado mexia consigo, desde seu comportamento, até sua aparência. E aquilo não era algo recente.

Antigamente, surpreendia-se com o quão facilmente Jimin conseguia contrariá-lo, sem fraquejar nenhuma vez. Talvez fosse por isso que sempre quis estar próximo ao ômega. Jimin era alguém que não podia ser dominado, ou seja, era diferente dos outros ômegas. E aquilo despertava uma curiosidade em Jungkook que ninguém nunca havia conseguido despertar.

Queria estar cada vez mais próximo ao ômega, como se fosse um viciado dependente de uma substância química. Logo, não tardou a apaixonar-se perdidamente por Jimin. Mas seu grande erro foi demorar demais para perceber.

Jurava que todos aqueles flertes que Jimin lançava-lhe descaradamente não significavam nada, e que tudo era apenas mais uma besteira do alaranjado.

Talvez aquele tivesse sido um de seus pensamentos mais errôneos.

Lentamente, deu-se conta do que realmente sentia pelo Park, porém já era tarde demais. A este ponto, os dois já estavam separados pelos quilômetros de distância que haviam entre Seul e Busan.

Após a volta de Jimin, que agora estava completamente mudado, voltou a guardar seus sentimentos para si. Mesmo que sentisse como se a vida estivesse dando-lhe uma segunda chance para declarar-se de uma vez, preferiu não arriscar-se. Afinal, as chances de o ômega decidir revidar de vez por tudo o que havia feito eram bem grandes.

Certo, talvez merecesse aquilo. Todos os fatos estavam ocorrendo devido a sua falta de fé em seus sentimentos, porém seu orgulho de alfa não permitia que se rendesse daquela forma.

Sabendo que Jimin poderia ser algo "perigoso", preferiu continuar fingindo ser a pessoa arrogante, egoísta e canalha que  todos achavam que fosse, e tentou enganar até mesmo à si. Mas quanto mais tentava afastar o alaranjado de seus pensamentos, mais ele parecia domina-los, como um parasita alimentado-se de seu sofrimento.

E naquele momento no ginásio, sentiu vontade de dizer que era tudo verdade, que ainda amava-o.

Mas simplesmente não foi capaz.

Teve medo de ser rejeitado da maneira mais humilhante possível, assim como fizera várias vezes com Jimin.

Tinha medo de receber sua sentença final.

◊◊◊

Dias que não valem à pena serem descritos passaram-se rápido, como o virar de uma folha. No tempo em que Yoongi e Jungkook estiveram fora, absolutamente NADA realmente interessante aconteceu na escola.

Na quinta-feira voltaram, coincidentemente no mesmo dia do aniversário de Hoseok. Mas mesmo assim, fora um dia tranquilo. Não fizeram nada que pudesse ser considerado realmente surpreendente naquele dia, além de dar os devidos parabéns ao alfa. Afinal, a verdadeira surpresa seria revelada apenas na noite de sábado.

Apesar de tudo, tanto Jungkook quanto Jimin pareciam estar estranhos um com o outro. As provocações usuais foram substituídas por olhares tensos e pensativos, as vezes até mesmo tristes. Em poucas ocasiões, ainda provocavam-se como normalmente faziam, porém isto acontecia de maneira rara, quase escassa.

Todos já haviam reparado neste detalhe. Até porque, precisaram encontrar-se após a aula durante este meio tempo para poderem organizar tudo o que estavam planejando.

O único fato realmente marcante que havia sucedido-se  fora a descoberta do namoro de Taehyung.

Na quarta-feira, o beta chegou ao local de encontro extremamente tímido, acompanhado de outra pessoa, que não era ninguém mais, ninguém menos que Byun Baekhyun, o atual namorado de Taehyung.

E finalmente, entenderam o porquê do beta recentemente aparentar estar sentindo-se mais feliz que o comum. Ele finalmente havia encontrado o amor.

Rapidamente, Baekhyun estabeleceu uma certa relação de confiança com os outros. Era incrível como tinha facilidade em conquistar as pessoas de maneira tão repentina. Em poucas horas, interagiam com o Byun como se já conhecessem-se há anos.

Sem contar que Taehyung e Jimin, após finalmente terminarem tudo o que estava faltando, tiveram uma conversa séria.

Depois de tantos anos, o beta finalmente tomara coragem para dizer à Jimin o que realmente sentia. Mas agora, todos aqueles sentimentos eram memória distantes. Mesmo assim, não queria passar os próximos anos de sua vida ao lado de Baekhyun ainda pensando em seus antigos sentimentos reprimidos por Jimin.

Posteriormente, sentiu como se tivesse acabado de retirar um peso de suas costas. Sem falar no fato de que o ômega foi totalmente compreensivo, e sentia-se feliz por Taehyung finalmente ter encontrado alguém para amar.

E agora, lá estavam os seis arrumando-se, juntamente com Baekhyun, na casa de Yoongi, preparando-se para a surpresa que estavam arquitetando durante aquela semana.

Era uma fria noite de sábado. As ruas exalavam um ar gelado, como se pudesse matar uma pessoa de hipotermina a qualquer instante.

Yoongi e Jimin preparavam-se no mesmo quarto. O alaranjado penteava os cabelos em frente à uma penteadeira ao perceber que o mais velho olhava-se no espelho constantemente, parecendo estar insatisfeito com algo.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou, levantando-se  e parando atrás de Yoongi, notando que ele ainda não estava pronto.

— Sei lá... de repente isso não me pareceu uma ideia muito boa. — Jimin franziu o cenho, desentendido — A gente nem chegou a avisar o Hoseok que iríamos fazê-lo sair de casa. E se ele não quiser sair?

— Aí a gente tira ele à força de lá, ué. — deu um tapinha no ombro do maior — Qual é, Yoongi, não vai dar nada errado. Confia.

Claro, tirando a possibilidade que podemos ser estuprados. — pensou, ironicamente — Ah, não. Só pessoas bonitas são estupradas. E eu não sou bonito...

— Hey... — Jimin notificou-se de que Yoongi parecia mais pensativo que o comum — Por que você ainda não está pronto?

Sentiu o rosto tornar-se quente. Perdera-se tanto em seus pensamentos que simplesmente havia esquecido de arrumar-se.

— Eu não sei por onde eu começo. — respondeu por fim. Um sorrisinho quase diabólico formou-se no semblante de Jimin.

— Quer que eu te ajude? — sabia muito bem que Yoongi odiava precisar de ajuda para qualquer coisa. Tinha certeza de que se Jimin fosse um alfa e não tivesse tanta intimidade com o Min, este já teria lhe socado bem no meio do rosto.

Ao contrário do que Jimin pensava, Yoongi não lhe deu uma patada ou simplesmente fechou o rosto como normalmente fazia. Ele respirou fundo e fitou o próprio reflexo.

— Você não deveria perder seu tempo com alguém sem salvação como eu...

— Do que você está falando?

— Eu não sou bonito, ok? Por mais que qualquer pessoa tente me fazer parecer como tal, eu nunca vou conseguir ficar como você ou o Jin. — Jimin sentiu vontade de rir. Nunca havia ouvido tanta besteira em tão pouco tempo.

Yoongi era simplesmente lindo. A aparência delicada parcialmente escondida pelos óculos grossos chamava a atenção de qualquer um que passasse. O problema era que o ômega não reconhecia isso.

— Você pode até ver alguém feio. Mas... eu vejo alguém lindo. Tanto por dentro, quanto por fora. E eu tenho quase certeza que não sou o único. — lentamente, Jimin retirou os óculos de Yoongi e colocou-os sobre a penteadeira. Na verdade, até o alaranjado ficou surpreso com o resultado. Aqueles óculos ocultavam grande parte das expressões sutis do Min, que tornavam-no ainda mais belo. Jimin realmente perguntava-se como alguém tão belo daquele jeito poderia se achar feio — E agora, o que você vê?

Yoongi encarou-se por alguns segundos, parecendo formular uma resposta coerente.

— Na verdade, eu não estou enxergando nada.

Jimin revirou os olhos. O ômega era um caso perdido.

— Eu vou pegar suas lentes...

◊◊◊

Após cerca de meia-hora, os dois finalmente estavam prontos. Desceram as escadas que davam na sala, onde os outros já esperavam-nos.

Não foi de surpreender o fato de que o queixo de todos ali presentes, exceto por Jimin, caiu ao deparar-se com alguém que dizia ser Min Yoongi.

Diferentemente do ômega ácido de aparência descuidada que conheciam, aquela pessoa que descia as escadas com delicadeza possuía uma beleza andrógena. Os olhos eram adornados por um leve delineado e um toque esfumado de sombra nas extremidades. Sem falar que seu verdadeiro olhar não estava mais sendo impedido pelo par de óculos de armação quase maior que seu rosto.

Seus lábios rosados  estavam graciosamente destacados por algum tipo de brilho labial, mas nada em exagero. Tudo no ômega fazia-o assemelhar-se com uma delicada boneca de porcelana.

Não que o Yoongi que conheciam não fosse bonito. Muito pelo contrário, já haviam perdido a conta de quantas tentativas foram executadas para conseguir convencer o ômega de que seu pensamento estava errado.

E agora lá estava ele, valorizando tudo o que possuía de mais belo em sua aparência. Até porque, era completamente raro vê-lo se produzir daquela forma.

Jimin sorriu satisfeito. Após uma longa conversa com Yoongi, finalmente conseguira convencê-lo a pelo menos colocar as lentes. Com um pouco mais de lábia, arrumara uma forma de fazer com que deixasse que passasse maquiagem em si. Mas mesmo que Jimin não tenha exagerado, o ômega ainda reclamou bastante. Principalmente do delineador.

Ficaram naquele silêncio por um tempo. Todos olhavam boquiabertos para o resultado dos esforços de Jimin.

Logo, Yoongi percebeu que estavam encarando-lhe demais.

— Perderam o cu na minha cara ou o que? — e assim, conseguiram convencer à si mesmos de que aquele era o verdadeiro Min Yoongi.

— É porque não é normal te ver parecendo gente. — provocou Jungkook. Antes que o ômega pudesse revidar, Jimin segurou em seu braço, negando com a cabeça, enquanto Jin laçava um olhar mortal para Jungkook, que não tardou a calar-se.

— Eu vou avisar pro Hoseok se preparar. — Jimin tentou mudar de assunto, pegando seu celular e digitando a seguinte mensagem ao alfa que não estava presente:

Jimin:

Hoseok, arrume-se. Em trinta minutos eu estarei aí. Não faça perguntas.

A única coisa que eu tenho a lhe dizer é:

Esta noite será inesquecível.