Estava triste e melancólica
Mas você me faz sentir
Você me fez sentir
Nova em folha
Como uma virgem
Tocada pela primeira vez
Madonna — Like a Virgin
Dak-Ho sentou-se em sua cama, ligando o celular. Apertou os lábios ao perceber que havia uma senha.
Pensou por um instante. Jimin não seria tão óbvio à ponto de colocar a data do próprio aniversário como senha. Ou seria...?
◊◊◊
— O que?! Eu não acredito que você disse isso pra ele! — exclamou Jimin, quase pulando no pescoço de Hoseok em meio ao refeitório.
Naquela manhã de segunda, o alfa contava aos outros sobre tudo o que dissera à Yoongi durante a festa — que por sinal, havia faltado. Para falar a verdade, não era de se surpreender, já que todos que ainda estavam na festa até o momento da discussão dos dois viram o ômega correr para fora do local.
— Sinceramente, nem eu acredito que disse isso... — debruçou-se sobre a mesa, sentindo-se cansado — Na hora, eu simplesmente explodi com ele e acabei falando tudo sem pensar...
—Eu acho que ele mereceu. — todos olharam para Jungkook, prestes a bater no alfa — Quer dizer, ele tem deixado os seus sentimentos de lado... e nem ao menos tentou parar para refletir por um momento. Não acha que já estava na hora de alguém jogar algumas verdades na cara dele?
— Sim, mas... eu não queria ter falado daquele jeito com ele. Sabe, o jeito que ele me olhou... foi horrível. Foi como se ele tivesse ficado com medo de mim.
— Bom, não é todo dia que vemos você chutar o pau da barraca. — Namjoon deu um gole em seu suco, parecendo parcialmente despreocupado com o conflito interno de Hoseok.
— Você fala isso como se o que eu fiz fosse certo...
Hoseok sentia uma parcela de culpa. Afinal, sentia como se tivesse machucado os sentimentos frágeis de Yoongi. Eram poucos os que sabiam, mas por trás daquela pessoa tímida e arrogante que o ômega acabava mostrando-se ser, existia alguém muito sensível e instável. Demorou alguns anos, mas Yoongi finalmente sentiu-se confiante para mostrar aquele seu lado para Hoseok. E aquilo fez com que o alfa finalmente percebesse que estava apaixonado por Yoongi.
Queria ser aquele que protegeria os sentimentos do menor, aquele que livraria-o de todo o mal presente neste mundo. Doía-lhe o coração ver Yoongi na maioria das vezes naquele limbo entre a depressão e a solidão. Lembrava-se claramente da época em que o ômega era puro sorrisos e afeto por si. Porém lentamente, a personalidade de Yoongi foi alterando-se. Aos poucos começou a fechar-se ainda mais e seus reais sentimentos tornaram-se inconstantes.
Por fora, era aquele ômega durão de língua afiada que apenas Jungkook ousava provocar, porém por dentro, ainda era aquele Yoongi sentimental que todos achavam que perdeu-se conforme o tempo, porém cerca de cinco vezes mais sensível.
Contudo, Hoseok sabia como enxergar através da carcaça de angústia de Yoongi. Passara tardes ouvindo todos os desabafos do ômega sobre o quão sufocantes eram aqueles estereótipos. Era como se o alfa estivesse tendo acesso aos mais profundos pensamentos do menor.
E agora, sentia-se horrível por ter falado com Yoongi daquele jeito. Recordava-se com clareza de tê-lo visto tremer e segurar as lágrimas ao máximo enquanto lhe eram dirigidas aquelas palavras ásperas.
Ok, talvez algum dia realmente contasse ao Min como sentia-se em relação à toda aquela confusão, porém não daquela forma seca e áspera.
Segundos após deixa-lo sozinho, arrependeu-se. Sua vontade era de voltar e dizer que não queria ter dito aquilo. Não daquela maneira. Entretanto, seu corpo parecia mover-se contra a sua vontade, com se afastar-se fosse a melhor decisão.
— Teoricamente, foi. — respondeu Namjoon.
— Mas é claro que não! Quem fala para alguém esquecer uma confissão inteira? Eu... estava com a cabeça tão quente naquele momento que acabou saindo da boca pra fora. Além disso, eu sabia que o Yoongi era mais sensível do que parecia e mesmo assim falei com ele daquele jeito.
— 'Tá, mas eu aposto que se você tivesse falado com ele de uma maneira normal, ele provavelmente nem daria ouvidos.
— Eu odeio concordar com o Kook, mas é verdade. — Taehyung finalmente pronunciou-se — Falando no Yoongi, eu liguei pra casa dele pelo menos umas oito vezes só ontem, mas ninguém atendeu.
Todos olharam para o beta, levemente assustados. Yoongi não era muito não deixar de atender ao telefone. E quando fazia aquilo, geralmente era por um bom motivo.
— Vocês acham que... aconteceu alguma coisa com ele? — Jimin deixava claro o que estava tentando dizer. Aquela probabilidade possuía diversas chances de ocorrer. Até porque, não sabiam do que Yoongi era capaz — Ele... está sozinho em casa, será que...?
Um nó formou-se na garganta de Jimin, impedindo-o de continuar. Então, Hoseok levantou-se bruscamente.
— Não.Ele nunca faria isso. — em seguida, o alfa começou a afastar-se da mesa. Jimin perguntou aonde ia, e Hoseok apenas respondeu: — Vou ver se o Yoongi está bem.
E assim, saiu correndo para fora do refeitório. Os quatro entreolharam-se e suspiraram. Não importava quantas vezes dissessem para Hoseok parar de correr atrás de Yoongi, este nunca conseguia ficar mais de um dia longe do pequeno ômega.
— As pessoas fazem loucuras quando estão apaixonadas... — murmurou Taehyung.
— Hum... Jimin, eu não estou com a mínima vontade de assistir o resto das aulas de hoje. Quer ir pro ginásio comigo?
— Ah, claro.
Jungkook e Jimin saíram do refeitório, deixando um Namjoon e um Taehyung completamente chocados para trás.Estavam mais chocados até do que quando Hoseok contara que levantou a voz para Yoongi.
— Desde quando eles começaram a se entender? — sussurrou o beta.
— Dede quando porcos voam...
◊◊◊
Jimin e Jungkook sentaram-se lado à lado na arquibancada. Desde o ocorrido no hospital, haviam combinado de levar uma "amizade colorida" até que Jimin finalmente pudesse compreender os próprios sentimentos. O ômega queria decidir aquilo com calma, afinal, se desse uma resposta precipitada demais, poderia arrepender-se pelo resto de sua vida.
E por incrível que pareça, Jungkook estava respeitando bem a escolha de Jimin, não pressionava-o ou tentava acelerar a sua resposta. Estava apenas... sendo aquele Jungkook que o ômega conhecera quando criança.
— Sabe... isso é estranho. — Jimin pensou em voz alta.
— Isso o que?
— Isso. Nós dois aqui, sentados, sem provocações nem nada. Apenas... nós.
— Bem... talvez eu não seja o tempo todo aquele alfa canalha que todo mundo pensa que eu sou.
—Não? — o ômega fingiu surpresa; Jungkook deu um sorriso contido, como se fosse uma criança com vergonha.
— Não. E... talvez eu não seja assim tão seguro de mim. Aliás, eu demorei uma penca de anos pra perceber que tinha me apaixonado por você.
— Percebe-se. — os dois riram ao mesmo tempo. Desde que abriram-se um para o outro, pareciam ter deixado todo o orgulho de lado e jogado para o alto a falsa personalidade que haviam criado conforme a crueldade do mundo afetava-os — Mas... por que você agiu assim por tanto tempo?
— Não sei... acho que foi só o meu lado mais "alfa" tentando me mostrar de uma forma bem esquisita que eu não preciso de ninguém. Mas também... eu acho que só estava tentando te esquecer. Fodendo com qualquer que quisesse e me comportando como se não me importasse com ninguém... foi como se eu tivesse deixado os meus instintos falarem por mim durante todo esse tempo. Até que naquela hora, na festa, eu... dei um "basta" nisso e tomei coragem pra falar algo que eu tranquei no meu coração durante todos esses anos.
Jimin ficou alguns minutos em silêncio, tentando processar tudo aquilo. Jungkook estava voltando a abrir-se da mesma maneira que fazia antigamente.
—Já que é assim... talvez eu não seja assim tão corajoso como todo mundo pensa.
— Não?! — dessa vez, Jungkook realmente surpreendeu-se. Jimin negou com a cabeça — É zoeira, né? Quer dizer, você já bateu de frente com um monte de alfas e... desde que você voltou tem passado essa impressão de alguém corajoso pra caralho.
— Sabe... não é bem assim. Quer dizer, eu tenho essa coisa de não ser afetado pela maioria dos alfas e tudo mais... porém tudo o que eu falei e fiz para você a partir do instante em que cheguei foram palavras e atos de um Jimin amargurado pelo passado e cego por vingança infantil. Eu nunca te odiei, ok? Mesmo que você tenha ferrado grande parte da minha vida... — falou claramente brincando — Eu não te odeio de fato. Talvez no fundo eu tenha te odiado de verdade. Mas só um pouquinho. Porém... eu sempre pensei que você tivesse um real motivo pra ter feito tudo aquilo. E você realmente tinha. Eu... realmente estou feliz que você finalmente tenha se aberto e tudo mais.
O alaranjado virou a cabeça um pouco para o lado, impedindo Jungkook de ver sua face parcialmente enrubescida.
— Se você quiser,nós podemos fingir que nada daquilo aconteceu e continuarmos como antes...-
— Não. — Jimin rapidamente virou a cabeça, olhando Jungkook no fundo de seus olhos — Se não tivéssemos passado por tudo aquilo, não seriamos quem somos hoje. Se você não tivesse jogado água em mim, eu não teria ido para Busan e continuaríamos nos afastando, até... sei lá, você virar um Jeonghan dois ou coisa do tipo. Eu realmente não quero pensar no que aconteceria.
— Mas você foi quem mais sofreu com toda essa confusão. E a culpa é minha.
Rapidamente, Jimin segurou uma das mãos de Jungkook e colocou-a sobre seu coração.
— Está sentindo isso? É o meu coração batendo, o que significa que eu estou vivo. E é isso que importa. Você não é o único culpado, ok? Eu também deveria ter sido menos covarde e confrontado você quando tive chance, então cala a boca e vamos seguir em frente.
A este ponto, as bochechas antes parcialmente avermelhadas de Jimin estavam completamente rubras. Posteriormente, uma leve tonalidade vermelha surgiu no rosto de Jungkook.
— Isso foi muito gay. — falou baixo, tentando virar o rosto da mesma maneira que Jimin.
— Eu sei.
◊◊◊
Hoseok bateu na porta da casa de Yoongi várias vezes. Sua preocupação aumentava a cada segundo que esperava pelo ômega atender. Tinha medo do que levara Yoongi a fazer após toda aquela discussão.
Então, tocou a maçaneta e puxou-a para baixo, surpreendendo-se ao perceber que a porta estava aberta.
A casa estava imersa no silêncio, o que era algo raro de acontecer, já que sempre que Yoongi ficava sozinho em casa, este colocava alguma música de um rapper que gostava no volume mais alto que se era permitido e saía andando pela casa apenas com uma boxer e uma blusa longa.
Subiu as escadas, ouvindo os degraus rangendo sobre seus pés. Ao chegar no corredor, percebeu que a porta do quarto de Yoongi estava entreaberta.
Com um certo pavor do que poderia encontrar, Hoseok abriu a porta, ouvindo os sons de baixos soluços, quase como lamúrias. E finalmente, ao olhar para o chão, teve uma das visões mais sofridas de sua vida.
Yoongi estava deitado no chão, com as roupas completamente encharcadas. De seus lábios saíam curtos murmúrios, enquanto seus olhos estavam banhados em lágrimas. Mas o que mais assustava naquela imagem era o corte ensanguentado que havia em uma de suas mãos.
Olhou para a penteadeira, percebendo que grande parte dos objetos que lá haviam estavam jogados no chão, incluindo alguns feitos de vidro.
O ômega tremia, tanto devido ao frio quanto por causa do choro constante. Era a primeira vez que Hoseok via-o em um estado tão profundo de desespero.
Pensando rápido, o alfa pegou-o no colo sem muita dificuldade, como se este fosse uma princesa ou algo do tipo.
Os olhos semicerrados de Yoongi abriram-se gradativamente ao perceber a presença de Hoseok. Estava tão próximo ao alfa que podia sentir a temperatura quente de seu corpo em contraste com a quase hipotérmica que o dominava.
— Hoseok...? — chamou-o com a voz fraca, apenas para certificar-se de que não era um sonho — É você mesmo...?
— Sim... meu deus, como você está gelado.
Se não fosse pela respiração fraca do ômega, Hoseok teria certeza de que estava carregando um cadáver. Era extremamente doloroso vê-lo naquele estado.
Com cuidado, carregou-o até o banheiro e ligou o chuveiro.
Enquanto esperavam a água esquentar, Yoongi pareceu murmurar algo, atraindo a atenção de Hoseok.
— P-Por que você voltou?
O alfa olhou para baixo, pensando por alguns instantes. Era exatamente isso o que se perguntara desde que havia saído do colégio.
Por que estaria importando-se tanto com alguém que mal dava bola para seus sentimentos? Sentia-se como um grande tolo apaixonado. Das outras vezes em que Yoongi estava sozinho em casa e sentia necessidade de estar com alguém, Hoseok era o primeiro a oferecer-se. E perguntava-se o porquê de estar dando de tudo para alguém que só o via como amigo.
E com esse pensamento, a resposta surgiu como mágica na mente de Hoseok.
— Porque eu te amo.
Sim, esta era a resposta absoluta. Se não fosse pelo seu amor por Yoongi, nunca teria toda aquela paciência com o ômega. Se não fosse por seu amor por Yoongi, este provavelmente já estaria afogando-se em depressão e solidão.
Ao perceber que o rosto do menor ficara completamente vermelho, pôde prever uma rejeição da mesma forma que ocorrera no ano anterior. Então, colocou Yoongi com roupa e tudo dentro do chuveiro e fechou a porta do boxe.
— Lave o sangue e depois vá para a cama, eu vou fazer algo pra você comer.
E assim, Hoseok saiu em disparada para a cozinha, deixando um Yoongi razoavelmente confuso para trás.
O ômega retirou suas roupas e observou o sangue escorrer para o ralo. O corte não estava mais sangrando tanto como antes, mas ainda doía. Sentia como se aquela fosse a sua punição por ter rejeitado Hoseok durante tanto tempo.
Durante mais de um ano, estava esfaqueando o coração da única pessoa que aceitara-o do jeito que era. Hoseok era único, como um floco de neve. Desde a mistura de delicado e sexy que era, até a sua forma especial de ser. Yoongi sentia-se um grande idiota por não ter percebido antes. E mais idiota ainda por não ter percebido que havia apaixonado-se por Hoseok.
E não amava-o porque ele vivia lhe mimando ou coisa do tipo. Amava Jung Hoseok por quem ele era. Amava-o pela pessoa doce, gentil e carinhosa que era.
Lembrava-se de ter passado noites em claro após a confissão do alfa. Estava confuso e perdido. Mas agora, tudo parecia tão claro a sua frente.
Havia apaixonado-se perdidamente por Jung Hoseok.
◊◊◊
Yoongi estava sentado na cama, enquanto Hoseok enfaixava cuidadosamente sua mão. Aproveitou aquele momento para observar a expressão focada do maior, os olhos fixos na atadura e os lábios entreabertos...
Aquilo atiçava a imaginação de Yoongi ao extremo.
Após comer um prato de sopa feito pelo alfa, havia conseguido convencê-lo a tirar as calças, já que a roupa que separara para Yoongi era apenas uma blusa longa e uma boxer, e o ômega sentia-se levemente constrangido ao ser único quase semi-nu ali.
— Pronto. — disse Hoseok ao terminar o curativo. Então, os dois ficaram imersos em um silêncio constrangedor. Mesmo que fosse doloroso para o alfa continuar ali, sabia que se deixasse Yoongi sozinho naquele estado, provavelmente este faria alguma besteira.
— Hey, Hoseok... — sentiu seu corpo estremecer. O alfa estava sentado ao seu lado e o espaço entre os dois era extremamente pequeno — Eu... e-eu... me desculpe por ter brincado com os seus sentimentos durante todo esse tempo. Eu... não sabia que você se sentia daquele jeito.
— 'Tá tudo bem... me desculpe por ter falado com você daquela forma.
— Mas você estava com a razão... eu tenho sido um grande idiota por não perceber que aquilo estava te magoando. — e foi nesse momento que Yoongi, de maneira quase inconsciente, segurou na mão de Hoseok, entrelaçando os dedos — Merda, eu achei que tinha perdido você.
Uma pequena lágrima escorreu pelo rosto do ômega. E, como se Yoongi fosse a criatura mais delicada do mundo, Hoseok limpou aquela lágrima com o polegar. Cuidadosamente, trouxe o menor para perto de si abraçou-o, logo em seguida dando um beijo em sua cabeça.
Gentilmente, acariciou os braços de Yoongi, sentindo a pele arrepiar-se sobre seu toque.
— Você nunca vai me perder, ok? Não importa o que aconteça, eu...sempre estarei aqui por você. — e mais uma vez, Hoseok sentiu-se um idiota rastejando de volta para Yoongi.
— Eu amo você, Jung Hoseok. — praticamente sussurrou a frase, porém foi ressoada em uma frequência que o maior pôde escutar perfeitamente bem.
— O-O que? — sabia o que ouvira, porém precisa ter certeza de que não era apenas mais um sonho.
Yoongi afastou-se. Por um momento, Hoseok pensou que fosse fugir ou chorar, como este sempre fazia quando perdia o controle de seus sentimentos. Porém desta vez, havia sido diferente.
O menor permaneceu com o olhar firme, apesar das bochechas completamente vermelhas. Ele encostou a testa na de Hoseok, sentindo sua respiração quente.
— Eu. Amo. Você. — em um movimento mais ousado, sentou-se no colo do alfa e entrelaçou os braços em seu pescoço — Eu amo você.
Yoongi apertou os cabelos negros do maior. Todos os seus instintos gritavam para empurrá-lo naquela cama e deixa-lo fazê-lo seu de inúmeras formas. Seu coração batia descompassado e seu corpo começava a esquentar gradativamente.
Hoseok apertou de leve a cintura do ômega, ainda surpreso com a repentina declaração. Tudo estava acontecendo de maneira tão rápida e irreal que o alfa sentia como se fosse seu subconsciente pregando-lhe uma peça mais uma vez.
— Isso é um sonho?
— Não. — Yoongi passou as mãos pelo rosto de Hoseok e aproximou-o do seu — Eu estou fodidamente apaixonado por você, e eu vou repetir isso quantas vezes você quiser.
O alfa segurou nas mãos de Yoongi, percebendo o quão quente ele estava. Há muito tempo estava sonhando com aquele dia.
Com lentidão, aproximou sua boca a do Min. Ambos os corações batiam tão rápido quanto um piscar de olhos. Estava dando-lhe tempo o suficiente para afastar-se, caso se arrependesse da decisão. Entretanto, Yoongi permaneceu parado, fitando com desejo os lábios de Hoseok.
Ao perceber o olhar do outro, Jung sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Era a primeira vez que via-o tão desejoso daquele jeito. E sem esperar mais, Hoseok uniu os lábios em um beijo calmo e puro.
Inicialmente aproveitou para sentir a textura macia da boca do ômega, que voltara a apertar seus cabelos. Então, deslizou a língua adentro a cavidade bocal de Yoongi, que suspirou ao sentir o músculo entrando em contato com o seu.
Era a primeira vez que Yoongi ia além dos simples selinhos que deram naquele mesmo. E aquilo estava sendo vezes melhor do que imaginara. Nunca pensou que fosse se sentir tão quente ao ter a língua de Hoseok acariciando a sua com tanta maestria. Seu corpo vibrava e ansiava por mais a cada estalo que a aquele beijo produzia. Yoongi sentia como se após o fim daquele contato, não pudesse mais se responsabilizar por seus atos.
Inquieto, remexeu-se no colo de Hoseok, entrelaçando as pernas em sua cintura e colando os corpos agora extremamente quentes.
Não pôde evitar de gemer baixo ao sentir Hoseok chupar seu lábio inferior ao fim daquele ato. Havia sido ótimo. Imensurável.
— Hoseok, eu... — precisou de alguns segundos para retomar o fôlego — Quero que você me faça seu.
Imediatamente, o alfa entendeu do que Yoongi estava falando. Mordeu o lábio inferior, pensando no que responder, ação que fez o outro suspirar em deleite.
E se Yoongi se arrependesse depois? E se aquilo os distanciasse ainda mais?
— Hey, pare de ficar pensando tanto... — ajeitou-se sobre o colo de Hoseok, ficando sentado bem em cima do volume que começava a formar-se entre suas pernas — Eu tenho certeza de que quero fazer isso.
— Certeza mesmo?
— Uhum...
E com um cuidado que nunca pensou que tivesse, Yoongi o fez deitar na cama e colou os lábios mais uma vez, dando início à um beijo necessitado e afoito. As línguas entrelaçavam-se fora das bocas, enquanto Hoseok acariciava o corpo do menor, hora deslizando as mãos por suas costas e hora apertando as coxas desnudas, causando deliciosos arrepios da pele alva e sensível.
Assim que a falta de ar fez-se presente, Yoongi sentou-se em cima da cintura de Hoseok. Ao fazer certa pressão para baixo, os dois gemeram com o toque da excitação do alfa na entrada do menor.
Mas aquilo não era o suficiente para Yoongi. Seu corpo aclamava por toques de forma cada vez mais intensa. E deixando-se levar por instinto, rebolou lentamente para frente e para trás, pouco importando-se com os gemidos manhosos que deixava escapar. Paralelamente, Hoseok acariciava cuidadosamente a parte interna das coxas do Min, ameaçando encostar em sua intimidade. Aquilo atiçava-o a continuar rebolando daquela maneira tão obscena, enquanto sentia sua entrada começar a umidificar-se.
Hoseok subiu os toques até a virilha de Yoongi, esfregando os dedos naquele local. Então, parou por um momento para apreciar a visão de um Yoongi completamente corado e excitado rebolando em seu colo. Mal haviam começado e o ômega já estava uma bagunça de gemidos e prazer.
Logo, chegou extremamente perto do pênis de Yoongi. Por um momento, ele parou de rebolar, inquieto.
— Eu posso...?
— Deve.
Delicadamente, a destra de Hoseok adentrou sua boxer. Com leveza, deslizou os dedos pela ereção já formada ali,provocando um gemido mais alto em Yoongi, que pressionou os quadris para baixo, voltando a ter contato com o membro de Hoseok.
Seu polegar e indicador acariciaram a glande avermelhada, sentindo o pré-gozo umedecer os dígitos. Desceu-os em formato de anel, chegando até a base e fazendo uma breve pressão. Subiu-os novamente, levando Yoongi a revirar os olhos de prazer. Já havia tocado-se algumas vezes, porém quando era outra pessoa que fazia, a sensação parecia ser ainda melhor.
Começou a subir e descer constantemente a mão. A este ponto, Yoongi praticamente pulava no colo de Hoseok. Seu corpo parecia queimar em meio aos toques ousados, porém delicados, do alfa.
Relutante, o maior parou de tocá-lo. Yoongi quase reclamou, porém Hoseok logo inverteu as posições, ficando por cima.
Sem aguentar mais todo aquele calor que consumia seu corpo, o maior retirou a blusa e jogou-a em um canto qualquer do quarto. O Min suspirou ao percorrer os olhos pelo seu torso esguio, porém firme e os músculos suaves. Instintivamente, deslizou a destra por seu peito, trilhando cada gomo delicado de seu abdômen, até chegar no cós da boxer.
Timidamente, Yoongi apertou de leve a ereção ali formada, mordendo o lábio inferior ao ouvir Hoseok rosnar. Esfregou a palma lentamente, arrancando gemidos baixos e contidos do maior, o qual apertou sua cintura novamente e moveu os dedos um pouco adentro a blusa cinza que o Min ainda usava.
As pontas dos dígitos tocaram por baixo da blusa com cuidado a barriga lisa e branca de Yoongi. A pele quente arrepiou-se com o contato, enquanto o menor suspirava em satisfação. Segurou na barra da blusa, ajudando o ômega a retira-la.
O rosto de Yoongi tornou-se ainda mais vermelho. Ao fazer menção de cobrir o corpo, Hoseok segurou suas mãos e depositou um beijo na atadura que cobria parte da destra.
— Está tudo bem... — a voz rouca fez com que uma espécie de carga elétrica atravessasse o corpo do Min — Apenas eu lhe verei assim.
Então, Hoseok depositou um beijo no pescoço de Yoongi, seguido por outro na clavícula e mais um sobre seu coração, que àquele ponto, já batia como um louco, dando a impressão que iria explodir a qualquer instante.
Os beijos de Hoseok em sua derme lhe davam a sensação de um pequeno incêndio estar iniciando-se em seu corpo. Era tudo novo demais para si. Sem falar que quando o alfa chegava próximo a última peça de roupa que restava-lhe, seu membro pulsava dolorosamente, implorando por alívio.
O alfa beijava com carinho cada pedacinho de sua pele, desde as costelas até os quadris. Vez ou outra, Yoongi apertava seus cabelos na tentativa de descontar toda aquela energia que percorria seu corpo.
Ao chegar no início de sua boxer, Hoseok olhou para Yoongi como se estivesse pedindo permissão.
Razoavelmente constrangido, o ômega assentiu com a cabeça. Então, Jung puxou cuidadosamente a peça já molhada e jogou-a em um canto. Em toda a sua vida, Yoongi nunca pensou que fosse se expor tanto para alguém. Mas como tratava-se de Hoseok, não importava-se.
— Eu vou te preparar, ok?
—Uhum. Só... seja delicado, por favor. — e foi assim que o maior quase desabou ali mesmo. A frase havia sido proferida de maneira manhosa e arrastada, seguida por um entreabrir de lábios sugestivo. Yoongi estava sendo extremamente fofo, e Hoseok estava adorando.
Voltando a recobrar o sentidos, Jung apenas cutucou com a ponta do indicador a entrada que já expelia lubrificante. Então, introduziu o dedo apenas até a metade, ouvindo Yoongi gemer incomodado, entretanto, ele logo abriu mais as pernas, em um pedido silencioso para que continuasse.
Sem muitos problemas, Hoseok conseguiu colocar o resto do dedo ali. Começou a movê-lo lentamente, ouvindo Yoongi reclamar baixo do incômodo.
O segundo dedo foi um pouco mais complicado, levando em conta o fato de que a entrada do ômega era extremamente apertada. Inicialmente, Hoseok precisou parar por alguns minutos para que o menor se acostumasse.
A sensação de Yoongi era que sua entrada queria expulsar aqueles dedos à todo custo, como se soubesse que eles não faziam parte de seu corpo. Sua respiração falhava constantemente, mas, conforme o fôlego voltava, o ômega conseguiu acostumar-se com aquela pressão levemente incômoda.
Ao perceber isto, Hoseok voltou começou a mover os dois dedos na tentativa de alargar a entrada de Yoongi. Afinal, não queria que sofresse em sua primeira vez.
Em certo momento, conseguiu acertar um ponto que fez com que os músculos do Min se contraíssem. Um gemido um pouco mais alto escapou por seus lábios, seguido por um aperto ao redor dos dedos de Hoseok.
— Você gosta quando eu toco... aqui? — pressionou o ponto, ouvindo Yoongi fechar os olhos e gemer em puro deleite. Seu corpo tremia devido ao prazer repentino que alastrava-se em seu corpo a partir daquele ponto.
— S-Sim... ah! — sentiu seu ar faltar novamente, aquela sensação era simplesmente incrível. Toda vez que o alfa acertava aquele ponto, era um novo timbre que Yoongi descobria que conseguia alcançar. Suas mãos apertavam os lençóis da calma, enquanto os dedos dos pés apertavam-se. Sues dentes castigavam os lábios rosados ao tentar conter os sons que fazia sem nem ao menos perceber, porém era inútil. O prazer estava dominando tanto sua mente quanto seu corpo.
Posteriormente, Hoseok retirou os dedos, recebendo um gemido frustrado de Yoongi como resposta.
— Vire de costas e relaxe. — sussurrou no ouvido do ômega, mordiscando o lóbulo de sua orelha.
— O-Ok... — Yoongi já tinha ciência do que iria acontecer à seguir. E mesmo que Hoseok tivesse pedido para que relaxasse, não conseguia conter os leves tremores que percorriam seu corpo em ansiedade.
Yoongi deitou de bruços na cama, sentindo Hoseok voltar a sentar-se sobre sua cintura. O alfa abaixou-se e beijou o pescoço do Min, causando-lhe um delicioso arrepio. Desce para uma das omoplatas, tocando delicadamente a região com a boca. Aos poucos, foi a vez da cintura e dos quadris sentirem os lábios macios de Hoseok. Aquilo acalmava o ômega, que lentamente deixava de lado todo o seu pavor do que estava para acontecer.
Por fim, a boca do alfa afastou-se das costas de Yoongi, que pôde ver sua boxer ser jogada junto à pilha de roupas que se formara ao lado da cama. Era agora.
— Você não precisa fazer isso se não quiser, ok?
— Mas eu quero.
Então, Yoongi levantou os quadris e usou as mãos para apoiar-se na cama. Sentiu as mãos de Hoseok em sua cintura, seguidas pela sensação de algo úmido tocando sua entrada. Logo, o maior introduziu apenas a glande, mas foi o suficiente para fazer Yoongi gemer de dor. Aquilo estava sendo bem diferente do leve incômodo provocado pelos dedos. A pressão exercida era muito maior, sem falar que o que era inserido por si só já era maior que apenas dois dedos.
Enquanto isso, Hoseok precisava conter-se ao máximo para não machucar Yoongi. Afinal, se este não relaxasse, seria doloroso para ambos. Sua entrada praticamente esmagava seu membro, e era tudo tão quente e úmido que causava-lhe uma sensação de prazer imensurável. Mas precisa pensar em Yoongi também. Se começasse a fodê-lo como seus instintos mandavam, o ômega provavelmente precisaria andar de cadeira de rodas pelo resto do mês.
Cuidadosamente, introduziu-o até a metade, agora ouvindo Yoongi soluçar dolorido.
— Desculpe... eu te machuquei?
—N-Não... apenas continue. — mesmo com a cabeça baixa, Hoseok pôde ver uma pequena lágrima escorrer por um dos olhos de Yoongi — Por favor...
Foi a vez do alfa de ficar assustado. Se alguém ouvisse-os naquele momento, provavelmente pensaria que Yoongi estava sendo violentado ou coisa do tipo. Sentia como se estivesse machucando seu pobre ômega.
— Está tudo bem mesmo?
— Droga, Hoseok! Claro que sim. Só... continua logo. Eu não me importo de acabar me machucando depois... se eu estou com você, já está tudo bem.
Se fosse possível, o coração do alfa já teria pulado para fora do peito. Yoongi não fazia ideia do quanto esperara para ouvir aquele momento.
Com todo cuidado do mundo, Hoseok introduziu o membro por inteiro. Assim, precisou ficar imóvel por alguns momentos, até que Yoongi conseguisse se acostumar com aquela invasão.
Sua cabeça pendeu para trás, posteriormente um gemido escapou por seus lábios. A sensação de ter seu membro dentro de Yoongi era melhor do que qualquer coisa. Nem em suas fantasias mais obscuras já havia imaginado que aquilo seria tão bom.
Então, Yoongi finalmente começou a empinar os quadris, pedindo por um toque mais profundo. Hoseok deu a primeira estocada, ouvindo o ômega gemer incomodado. Não fora não muito forte, muito menos fundo. Havia sido algo para começar.
Na segunda estocada, os gemidos saíram mais manhosos e quase em sincronia com os de Hoseok. E assim, as estocadas começaram a tornar-se cada vez menos espaçadas.
Yoongi nunca havia desfrutado de sensações tão boas como naquele momento. Era como se a cada investida, o alfa tornava-se capaz de fazer com que visse estrelas, ou até mesmo a galáxia inteira.
Aos poucos, Yoongi perdia a timidez e pedia das maneiras mais obcenas possíveis que Hoseok fosse mais fundo, conseguindo acertar a próstata do menor várias vezes. Os gemidos misturavam-se conforme os cheiros tornavam-se mais intensos.
E, sem nem ao menos precisar tocar-se, Yoongi gozou, sentindo uma carga elétrica intensa atravessar seu corpo e fazê-lo gemer alto e arrastado. Ao sentir as paredes se contraírem contra seu pênis, Hoseok desfez-se segundos depois.
Quando os ofegos tornaram-se inconstantes, o alfa retirou-se de dentro de Yoongi, jogando-se exausto ao seu lado na cama. O menor deitou-se de bruços, com as bochechas mais rubras do que nunca.
No momento em que os espasmos do orgasmo pararam, Yoongi virou-se para Hoseok e olhou em seus olhos.
— Então... estamos meio que namorando agora, né? — perguntou, revelando aquele seu lado mais tímido.
— Sim. — Hoseok puxou o lençol o colocou-o por cima dos dois — Você não faz ideia de quanto tempo eu esperei por isso.
— Desculpe... eu devo ter sido um idiota por não ter percebido antes.
— Relaxa... está tudo bem agora, não está?
— Sim. — Yoongi deu um selinho em Hoseok —Está tudo ótimo.
◊◊◊
Naquela manhã de terça, Hoseok acordou ao ouvir seu telefone vibrando. Pensou em não conferir o que era naquele momento, pois queria aproveitar a sensação de estar com os braços ao redor de um Yoongi adormecido, enquanto este abraçava-o possessivamente . Porém, ao ver que era uma mensagem de Jimin, preferiu ver logo o que era.
No exato momento em que abriu o arquivo que o ômega havia lhe passado, entrou em choque.
Era o vídeo de Jungkook.
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