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História Still Loving You - Whataya Want From Me


Escrita por: Hyogie

Notas do Autor


Olá \o/

Esse capítulo acabou ficando um pouco curto em comparação aos outros, mas é porque eu não queria que ficasse muito cansativo, ok? Prometo compensar no próximo <3

Boa leitura!

Capítulo 3 - Whataya Want From Me


Fanfic / Fanfiction Still Loving You - Whataya Want From Me

Não vou te decepcionar

Fiquei confuso, preciso de um segundo para respirar

Só continue se aproximando

Adam Lambert — Whataya Want From Me

Em meio ao jardim da casa de Hoseok, ele e o ômega mais baixo dançavam lentamente apenas ao som do vento batendo nas árvores. O alfa segurava em sua cintura com delicadeza e guiava-o pelo gramado, tomando cuidado com as pequenas flores que ali haviam.

Mesmo que Yoongi insistisse que não dançava bem, Hoseok de alguma forma havia conseguido convencê-lo. Era  incrível como tinha facilidade em persuadi-lo, mesmo sem usar a voz de alfa.

Hoseok dizia que aquilo era uma espécie de exercício de relaxamento e, mesmo que o ômega não admitisse em voz alta, o mais velho tinha razão.

A proximidade dos corpos e o olhar confiante e concentrado do maior causavam um certo desconforto em Yoongi. Eram poucas as vezes em que via Hoseok realmente parecer um alfa "padrão"; na maioria das situações, o comportamento afetado e o corpo esguio (porém firme) faziam com que fosse constantemente confundido com um beta, e as vezes com um ômega.

Para falar a verdade, só descobrira que Hoseok era de fato um alfa no dia em que este tivera um cio quando voltavam para casa. O que, para falar a verdade, havia sido bem constrangedor. Era incrível como ele conseguia conter-se de maneira tão natural em meio à estes períodos, ao contrário de outros alfas, que pareciam fazer questão de mostrarem que estavam no cio. E era por causa disso que Yoongi confiava em Hoseok mais do que qualquer pessoa. Ele não se comportava como os outros.

E foi devido a estes pensamentos que acabou lembrando-se de como haviam se conhecido.

Havia sido logo no começo do fundamental, Yoongi tinha acabado de ser transferido de sua antiga escola.

Desde pequeno, sempre fora muito tímido, o que lhe causava uma extrema dificuldade em conseguir socializar com as pessoas. Não conhecia ninguém ali. Estava totalmente sozinho.

Durante o intervalo, dirigiu-se até uma árvore no canto mais isolodo do pátio e subiu em seus galhos, posteriormente acomodando-se em um galho mais firme. Estava isolando-se de todos mais uma vez. Havia sido exatamente por causa disso que mudara de escola.

As vezes, a única coisa que queria fazer era desaparecer totalmente. Sentia como se pertencesse a qualquer lugar, menos aquele. O que, na verdade, eram pensamentos bem maturos para uma criança.

Quando pensou em fechar os olhos e dormir, sentiu os galhos se mexerem. Alguém estava subindo na árvore. Assim que deu-se conta, havia um garoto sentado à sua frente.

Ele não parecia representar ameaça alguma. Para falar a verdade, Yoongi achou-o até mesmo fofo. Sabia que estavam na mesma sala, porém não importava o quão se esforçasse, não conseguia lembrar de seu nome.

Pensou em dizer algo, porém a timidez foi mais forte.

— Você é o Yoongi, né? — a voz inocente e fina transmitiu um certo conforto para o pequeno ômega, que assentiu timidamente — Eu sou o Hoseok, prazer.

Ele sorriu, estendendo a mão para Yoongi. Por um momento, hesitou em aperta-la.

— Hey, tá tudo bem. Eu não mordo. — o ômega sentiu seu rosto esquentar. Não queria deixar claro que estava morrendo de timidez por dentro. Lentamente, apertou a mão do outro, sentindo a maciez da pele e evitando olhar em seus olhos — Você não é muito de falar, né?

— É... — murmurou, arriscando por um momento olhar nos olhos de Hoseok. E havia feito aquilo na hora certa, pois pôde vê-lo sorrir mais uma vez.

— 'Tá tudo bem, eu conheço muita gente que é assim. — Yoongi franziu o cenho. Então haviam mais pessoas que eram como ele? — Você parece uma boneca de porcelana.

— O que... você quer dizer com isso?

— Quer dizer que você é... — ele fez uma pausa, parecendo procurar a palavra certa — Bonito, só que de um jeito delicado.

Franziu o cenho mais uma vez. Não se achava bonito.

Para falar a verdade, ninguém nunca havia lhe dito algo do tipo. E de acordo com sua lógica, se nunca lhe disseram, então era porque não era.

E quem diria que daquela simples conversa surgiria uma longa amizade.

Foi despertado de seus pequenos devaneios ao perceber que seu rosto estava extremamente próximo ao de Hoseok. O alfa olhava no fundo de seus olhos, como se estivesse desvendando-o. Eram exatamente aqueles momentos que faziam com que Yoongi mostrasse suas faces mais vulneráveis. Mas isso era algo que ele permitia que apenas o maior visse.

Sentiu o rosto esquentar rapidamente, fazendo com que desse alguns passos para trás, retirando as mãos de Hoseok de sua cintura.

Há tempos aquele clima "estranho" pairava sobre os dois. Desde que o alfa declarara-se para Yoongi, e o mesmo simplesmente não havia dito nada, os abraços começaram a ficar mais curtos, os toques mais limitados e as palavras mais secas. E eram poucas as vezes em que esqueciam tudo aquilo e teciam momentos como aquele.

A verdade era que Yoongi simplesmente não sabia o que sentia por Hoseok. Não sabia se era capaz de retribuir os sentimentos do alfa.  Não sabia se o que sentia era apenas amizade, ou se havia algo mais.

E por causa disso, os dois brigavam com certa frequência. E geralmente, as causas não eram devido aos sentimentos confusos de Yoongi, como muita gente pensava. O que ocasionava confronto era o fato de o ômega sempre achar que o outro fazia tudo com segundas intenções, o que provocava certa irritação em Hoseok, pois isso fazia-o pensar que o menor não confiava mais em si.

— É-É melhor eu voltar pra casa... — amaldiçoou-se mentalmente por gaguejar — Você sabe que se a sua mãe me ver aqui, nós dois estamos fodidos.

Ah, claro. E ainda havia o fato de que a mãe do alfa DETESTAVA Yoongi por ele não comportar-se "como um ômega". E se ela visse-o com o cabelo descolorido (cabelos coloridos em ômegas não eram uma coisa que a sociedade aplaudia), com toda certeza geraria uma grande confusão.

— Então... nos vemos amanhã? — perguntou o alfa, já destrancando o portão e abrindo-o para Yoongi.

— Uhum.

E sem mais nenhuma palavra, o ômega deixou o local.

◊◊◊

Yoongi jogou-se em sua cama, afundando o rosto em um dos travesseiros. Odiava não ter ciência dos próprios sentimentos. Perguntava-se à si mesmo por quanto tempo mais os dois ficariam daquele jeito.

Tinha medo de perder a amizade de Hoseok por causa de uma coisa tão boba. Julgava à si mesmo como imaturo por já estar com 17 anos na cara dura e ainda não saber lidar com o que sentia. Via várias pessoas declarando-se e namorando, como se fosse algo realmente fácil. O que lhe fazia cogitar na possibilidade de estar fazendo alguma coisa errada.

E simplesmente não sabia como falar sobre aquilo com alguém. Uma das poucas pessoas à quem confiava todos os seus segredos às sete chaves era Hoseok. O problema era que Hoseok era o problema.

E foram estes pensamentos que fizeram com que lágrimas solitárias rolassem por seus olhos e entrassem em contato com o tecido do travesseiro. Estava completamente sozinho com aquele problema.

Aos poucos, sua visão tornava-se embaçada, tanto pelas lágrimas quanto pela falta dos óculos.

Depois de alguns minutos, pegou no sono, ainda com as lágrimas manchando suas bochechas.

◊◊◊

Quando tudo aquilo aconteceu, estavam no 9º ano, no último dia de aula.

Ao ressoar do último sinal do dia, indicando o início das férias, todos os alunos começaram a deixar o recinto escolar, inclusive Park Jimin.

O ômega saía calmamente, até que de repente tropeçou em algo (ou alguém. Nunca saberemos), fazendo com que caísse no chão por um momento.

Depois disso, tudo aconteceu muito rápido: sentiu algo gelado entrar em contato com todo o seu corpo e pôde ouvir os risos e gritos das pessoas ao redor. Seus lábios tremiam devido ao frio do ambiente.

Assim que tomou coragem para olhar à frente, pôde ver ninguém mais, ninguém menos que Jeon Jungkook segurando um balde que pingava água. Ele ria, assim como todos os outros. Jimin estava chocado demais para fazer qualquer coisa, eram vários pensamentos diferentes passando por sua cabeça.

Ao seu lado, Yoongi sacudia-o pelos ombros freneticamente, perguntando o que havia acontecido, porém Jimin nada respondia.

Seu choque era tento que demorou para perceber que Yoongi não estava mais ao seu lado, e sim em cima de Jungkook, enquanto Hoseok e Namjoon tentavam tira-lo de cima do alfa. Jin, que parecia ser a pessoa mais calma naquele momento, tirou seu casaco e usou-o para cobrir o ômega molhado.

Com cuidado, o mais velho escoltou o ômega de lá, na tentativa de leva-lo para um lugar mais seguro.

Mas se havia algo daquele dia que Jungkook nunca conseguira esquecer era o olhar de decepção de Jimin sobre si. Os olhos escuros por um momento pareceram julga-lo até o fundo de sua alma.

E então, Jungkook acordou sobressaltado.

Olhou ao redor. Estava em seu quarto. E ainda estava escuro.

Levou uma das mãos à testa. Não entendia o porquê de ter sonhado com aquela memória tão distante.  Estaria seu subconsciente pregando uma peça em si?

Lembrava-se de que no ano seguinte, havia recebido a notícia de que Jimin mudara-se para Busan, e provavelmente não voltaria mais. Depois daquilo, a tensão entre ele e Yoongi só tendeu a aumentar, até transformar-se no que era atualmente.

Talvez a volta de Jimin tivesse desencadeado aquele sonho, porém não era nenhum expert em mente humana para ter certeza ao pensar naquela probabilidade.

Mesmo assim, era estranho pensar que o ômega havia voltado para sua vida há um pouco menos de 24 horas e já estava causando-lhe as mais diversas sensações. Desde ódio até confusão. Parecia até mesmo que Jimin estava lá apenas para enlouquecer-lhe de todas as formas possíveis.

Para Jungkook, aqueles pensamentos eram totalmente estranhos. Era a primeira vez que pensava em alguém com tanta intensidade.

O que mais Park Jimin seria capaz de fazer consigo?

◊◊◊

Dia seguinte

O frio da manhã fazia com que Jimin esfregasse suas mãos cobertas por luvas constantemente. Mesmo que o caminho de sua casa até a escola fosse curto, não deixava de ser torturante.

Fazia o possível para andar rápido, porém suas pernas pareciam ter ficado "duras" por causa do frio.

Quando finalmente chegou ao ambiente escolar, deu graças à todos os deuses existentes. Podia sentir o olhar das pessoas sobre si, afinal, era um ômega com cabelo laranja e roupas escuras. Ou seja: estava totalmente fora dos padrões impostos.

Não que realmente se importasse com aquilo.

Ao andar pelos corredores, pôde ouvir alguém lhe chamando. Olhou ao redor, finalmente encontrando um ômega pequeno e de cabelos desgrenhados. Não tinha dúvida, era um dos colegas de Jungkook.

Se não lhe falhasse a memória, seu nome era Dak-Ho.

O pequeno ômega apontou para o banheiro masculino, entrando logo em seguida. Mesmo desconfiado, Jimin seguiu-o e entrou no banheiro vazio.

— Sim? — antes que o alaranjado pudesse olhar nos olhos do outro ômega, foi jogado de forma bruta contra a porta — Hey, o que foi que eu fiz?!

— O que você fez com o Jungkook? — praticamente rosnou a frase. Jimin franziu o cenho, um tanto confuso — Desde ontem, ele 'tá estranho. E o principal suspeito é você.

— Eu não fiz nada com ele. Ele não é alguém que valha a pena.

— Não se faça de desentendido e responda logo! Senão eu...

— Você o que? — olhou no fundo dos olhos de Dak-Ho. Então, segurou em seus pulsos — Você não me assusta, Jung Dak-Ho. Afinal, você é só mais um ômega padrão e fútil.

Com confiança, Jimin desceu uma das mãos pela cintura do menor, trazendo-o para mais perto. Dak-Ho parecia tão chocado que simplesmente não sabia como reagir.

Rapidamente, o alaranjado inverteu as posições, jogando o ômega contra a porta. Aproximou os rostos, sentindo a respiração quente de Dak-Ho. Logo em seguida, as íris de Jimin tornaram-se azuis e brilhantes.

— Você ainda não me respondeu o que você vai fazer... — falou roucamente, divertindo-se internamente ao fazer o ômega tornar-se vermelho como um pimentão.

Em um ato de desespero, Dak-Ho empurrou-o para trás e saiu rapidamente do banheiro, tapando o rosto. O que desencadeou uma forte crise de risos em Jimin. Aos poucos, seus olhos voltaram à cor normal.

Ouviu o som de uma descarga, então, a porta de uma das cabines foi aberta por Hoseok.

— O que você fez com ele? — perguntou, enquanto lavava as mãos.

— Nada demais, só dei um sustinho de leve. — emitiu um estalo com os lábios.

— Bom, eu devo admitir que foi digno. — os dois sorriram, cúmplices — Vem, é melhor irmos pra classe antes que fiquemos atrasados.

◊◊◊

Em meio à aula de literatura, grande parte dos alunos prestava atenção em qualquer coisa, exceto na matéria.

Para os que estavam interessados, SunHee lia um curto poema.

Namorados

O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:

— Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.

A moça olhou de lado e esperou.

— Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listrada?

A moça se lembrava:

— A gente fica olhando...

A meninice brincou de novo nos olhos dela.

O rapaz prosseguiu com muita doçura:

— Antônia, você parece uma lagarta listrada.

A moça arregalou os olhos, fez exclamações.

O rapaz concluiu:

— Antônia, você é engraçada! Você parece louca.

-Manuel Bandeira-

— Bom, o poema pode ter diferentes interpretações. Alguém aqui gostaria de compartilhar alguma? — perguntou a professora, dirigindo-se para toda a sala. Lentamente, um beta levantou a mão — Sim?

— Posso ir ao banheiro? — SunHee revirou os olhos, então, assentiu com a cabeça.

— Mais alguém?

O silêncio fez-se presente na sala de aula. Então, Jimin finalmente levantou a mão.

— Pelo que eu entendi... logo no início o rapaz fala que ainda não se acostumou com o corpo e com o rosto da moça, o que pode indicar que os dois se conhecem desde pequenos e, talvez, a moça tenha mudado. Mudado até demais. Depois, o rapaz compara-a à uma lagarta listrada. E de acordo com a biologia, lagartas, depois de certo tempo, passam por uma metamorfose e se transformam em borboletas. Ou seja elas mudam de corpo e "rosto". E talvez... ele tenha associada isso à mudança da namorada. — Jimin fez uma pausa, lançando um rápido olhar à Jungkook — As vezes, as pessoas se chocam tanto com uma mudança que acabam ficando sem reação e não sabem lidar com isso. Elas meio que não... aceitam.

A sala inteira tornou-se boquiaberta em questão de segundos. Era a primeira vez que ouviam alguém falar tanto em uma aula de literatura.

— Foi uma boa interpretação, Jimin. — o ômega sorriu, docemente. Então, a professora começou a escrever na lousa.

Enquanto isso, Jungkook permanecia chocado. Jimin havia acabado de lhe mandar um indireta em plena aula.

◊◊◊

Durante o intervalo, Jimin parou Jungkook no meio do corredor.

— Tem algo que eu quero que você faça. — disse, em um tom quase sério, se não fosse por seu sorriso parcialmente diabólico. O jovem alfa sabia que aquilo não resultaria em algo bom.

— O que é?

— Eu quero que você volte a andar com o Yoongi e os outros.

— VOCÊ FICOU LOUCO?! É BEM MAIS FÁCIL ME PEDIR PRA ME SUICIDAR LOGO.

— Mas eu não estou pedindo. Eu estou mandando. — Jungkook franziu o cenho. Ainda estava tentando engolir o fato de que era um ômega quem estava lhe dando ordens — Além disso, eles sabem do nosso acordo.

— Contou pra eles?!

— A boca é minha, ué. Eu falo o que eu quiser e com que eu quiser. Mas relaxa, foi só pra eles mesmo. Agora vamos, eles já devem estar nos esperando.

E então, o ômega praticamente arrastou-o pelos corredores, fazendo com que se sentisse como se estivesse sendo arrastado para o inferno.

Porém, era apenas o começo.

 

 



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