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História Strangers - O mal entendido.


Escrita por: AccioShipp

Capítulo 5 - O mal entendido.


Sabe quando você não consegue dormir, pois seus pensamentos vagam apenas a um destino? Você fica rindo sem razão, tentando repassar os bons momentos, e se acha a pessoa mais idiota do mundo? É exatamente assim que Rachel Duncan se sentia.

Fazia duas semanas que não viu ou ouvia falar de Sarah Manning. A mulher loura achou que seria melhor se isolar. Ficar longe do demônio de cabelos morenos. Seu celular sempre desligado, suas portas trancadas, e um Ira confuso resumiu os últimas dias.

Ela queria e não queria a presença da outra.

Rachel deitada na cama, mudava de canal a cada três segundos, demonstrando seu tédio. Discovery Kids, National Geographic, MTV, History Channel, HBO e um monte de blá blá blá de coisas desinteressantes e chatas na Tv. Seus dedos pararam de apertar os botões quando viu um filme chamado “A proposta”. Odiava comédia romântica, mas aquele filme era excepcional.

Batidas na porta irrompeu sua concentração no filme.

— Entra! — ordenou.

— Rachel, Chevalier quer vê-la — Ira disse. Estava apreensivo.

— Ferdinand?

— Olá Rachel. — Ferdinand entrou no quarto. Ele olhou para Ira, pedindo silenciosamente para se retirar. — Quando tempo! Sentiu minha falta?

Rachel se levantou e caminhou até o homem.

— O que você quer? — perguntou amargamente.

— Que falta de educação, meu benzinho. Esperava recepção melhor.

— Quer flores, chocolates e um empurrão da janela? Talvez satanás te aceite, já que chegará de tobogã. — Ela cruzou os braços. — Diga logo o que você quer!

— Adoro o seu senso de humor. — Ele riu. — Eu quero a minha mulher de volta.

Rachel gargalhou como se risse da piada mais engraçada do mundo.

— Já acabou? — Ferdinand apenas a observou, sério. — Ou você quer que eu conte a todos que...

— Que o que? — Ela não ria mais.

— Do seu novo caso amoroso. — Ferdinand a encarava fixamente.

— Que caso amoroso? — Engoliu em seco.

— De quem você acha que estou falando? Sarah Manning é claro. — Ele adorou ver o rosto de Rachel mudar para uma expressão espantada. — Que nojo, Rachel! Há que nível chegou?!

Ela riu.

— Você só pode está blefando! Eu nunca que encostaria um dedo naquela... Em Sarah — disse Rachel, caminhando até a cama, pegando o controle e desligando a televisão. — Eu ainda tenho dignidade — completou, sem olhá-lo.

— As fotos que eu possuo não dizem isso, muito pelo contrário, vemos claramente você pondo muito mais que um dedo nela. — Ferdinand tirou o celular do bolso da calça, mostrando-lhe uma foto sua e de Sarah na casa de Beth, em uma aproximação não muito convencional.

Aquela conversa com Ferdinand, mostrou-se constrangedora.

— Isso é montagem — respondeu com naturalidade.

— Se é montagem, não se importaria de eu postar na internet e marcar toda a família, não é?  — Ele guardou o aparelho novamente. — Ou você prefere voltar a ser a minha mulher? Eu posso te mostrar o que é bom de verdade.

— Você me dá nojo.

— Eu também te amo, querida.

Sarah estava no museu com Cosima. Ela nem sabia como havia ido parar ali, para início de conversa. Estavam a quase quinze minutos observando um quadro cheio de vários nada. Cosima disse algo como “Epifania”, entretanto, Sarah não sabia o que essa palavra significava. Então achou melhor acreditar que Cosima havia dito que um unicórnio vomitou na tela. Isso fazia mais sentindo com certeza.

— Você consegue sentir a emoção que esse quadro transmite? — Cosima perguntou com entusiasmo.

— Pode crê que sim! Eu consigo sentir bem lá no fundo do meu... — Ela quis completar com estômago, mas achou ofensivo. —... coração. Podemos ir?

— Podemos sim.

As duas caminharam em direção a saída do museu histórico. Conversavam sobre várias coisas, quase sempre sobre Delphine e Kira. Tentaram parar um taxi, mas todos passavam direto.

— Sarah?

Uma voz a chamou. Ela conhecia muito bem dona daquele timbre. Jamais esqueceria.

Ela se virou, confirmando sua suspeita.

— Alex? Ai meu Deus, Alex! O que você faz na cidade? — Ela se jogou nos braços da mulher alta.

— Calma aí, tampinha. Eu vim trazer a minha namorada, para uma temporada fora da cadeia. — Uma mulher menor que Alex surgiu. Seus cabelos louros, e olhos verdes. Ela se apresentou como Piper.

— Não sabia que você namorava a sósia da Katy Perry — brincou com a semelhança assustadora das duas. Piper riu.

Cosima pigarreou.

— Ah... Alex, essa é minha irmã Cosima.

As duas se cumprimentaram com um aceno de mãos.

— De onde vocês se conhecem? — perguntou Cosima.

— Vause me fornecia coca, pra vender.

— Wow. — Cosima não esperava aquela resposta.

— Al, vamos logo — Piper disse à Alex.

— Ok... Pipes. Nos vemos por aí, Manning e cópia gostosa da Manning — despediu-se.

[...]

— Pretende fazer alguma coisa?

— Nunca me vi tão sem saída. Céus, eu sou tão idiota! Como se eu não soubesse que eu me arrependeria um dia. Só não esperava que fosse tão cedo — resmungou, irritada.

Rachel e Ira discutiam sobre a visita de Ferdinand, no Graham's — uma cafeteria, na esquina do apartamento dos dois. Ela contava ao irmão como o homem vinha observando seus passos. O quão doentio suas palavras soaram quando confessou que a perseguia há meses. Ferdinand não aceitava o fim do relacionamento, não aceitava ter perdido “sua mulher” — como o mesmo dizia — para Sarah. Sendo que Rachel deu um fim ao namoro, antes mesmo de si imaginar tendo um relacionamento com Manning.

— Já fizeram seus pedidos? — a garçonete perguntou diretamente a Ira. Suas roupas eram extravagantemente curtas dando uma visão agradável de seus seios avantajados e barriga lisinha. Seus olhos castanhos delineados comiam o homem a sua frente, enquanto o cabelo com mechas roxas eram enrolados de forma demasiada pelo dedo indicador da garota.

— Ainda não. — Ira sorriu gentil, fazendo a outra suspirar sonhadora. — Eu desejo um porção de batatas fritas, um hot dog e suco de maracujá.

A garçonete anotou os pedidos sem desviar sua atenção do homem. Ela sorria tanto que Rachel acreditou que a garota estava exibindo seu clareamento dental recente. Ao virar para Duncan, seu sorriso desapareceu e demonstrou tédio.

Rachel bufou, como se não acreditasse que realmente estava vivendo aquela cena.

— Um sanduíche de banana, e um café sem leite, com três pingos de adoçante, por favor. — A garçonete revirou os olhos e murmurou algo, antes de sair.

— Simpática, ela, não é?

Rachel enrugou a testa, como se dissesse “É sério?”

Minutos depois a garçonete retornou trazendo os pedidos. A garota deixou de qualquer jeito o café e o sanduíche de Rachel na mesa, enquanto que com Ira ela só faltou dar comidinha na boca.

— Você já pode retornar para o seu lugar querida. A cozinha — Rachel falou condescendente para a garçonete que foi embora, desejando sua morte lenta.

— Aquela não é a Sarah e a Cosima? — Rachel olhou através do vidro do estabelecimento, vendo as duas saírem de um taxi.

— São elas, sim — respondeu, Rachel, sentindo seu coração disparar. Sarah não a tinha visto, e ela não faria nada para chamar a atenção dela. Desde quando eu me tornei tão covarde? Rachel perguntou a si, em pensamentos.

— Acho que elas estão vindo para cá — Ira disse, levando uma batata a boca.

— Eu preciso ir ao banheiro. — Rachel se levantou, quando percebeu que Ira tinha razão.

Ela avistou a vadia da garçonete e pediu informações do banheiro. A outra disse que era no fim do corredor, a única porta a direita. E Rachel assim fez. Seguiu a passos largos ao banheiro. Pousando seu celular na pia, ela lavou as mãos uma, duas, três vezes. Olhou seu reflexo pelo espelho, e murmurou algo somente para si.

Ao virar-se, ela deu de cara com um homem parado e assustado encarando-a.

— O que você está fazendo aqui, seu tarado? — ralhou ela, ao homem.

— Esse é o... — ele olhou em volta para ter certeza. —... o banheiro masculino.

Ela arregalou os olhos. E ao olhar em volta percebeu o engano. “Garçonete filha da puta, espero que você morra sufocada” amaldiçoou em pensamentos a causadora desse infortúnio.

Pedindo perdão, ela saiu porta a fora dando de cara com Sarah, que a olhou assustada e surpresa.

— O que você fazia aí dentro? — perguntou desconfiada.

— Hey, gostosa. Você esqueceu seu celular. — O homem novamente apareceu com seu celular em mãos, dando a ela.

A situação ficou embaraçosa.

— Obrigada. — Rachel pegou seu celular. O homem retornou para dentro. — Não é o que você está pensando.

— Eu não estou pensando nada.

Elas ficaram em silêncio por uns segundos. Nada diziam, olhavam para todos os lados, exceto em direção uma da outra.

— Então...

— Então... — repetiu Rachel.

— Porque sumiu? Não ligou, não atendeu minhas ligações e quando aparece, te vejo saindo de um banheiro masculino com um cara te chamando de... — surgiu um leve rubor em suas bochechas. — gostosa.

Rachel achou fofo a coloração avermelhada nas bochechas de Sarah. E odiou-se por ter pensando na palavra “fofo,” para descrevê-la.

— É só sexo entre a gente, Sarah. Não confunda as coisas. Não gosto de grude.

Sarah ficou em silêncio novamente.

Rachel olhou para a porta atrás de Sarah. E a puxou em direção ao banheiro feminino. Certificou-se ter certeza que não havia mais ninguém ali, e a puxou para dentro de uma cabine, trancando-a. Tinha sorte do banheiro aparentar ser bem higiênico. Ela pressionou o corpo de Sarah contra a porta. Segurou com delicadeza rosto da mulher, beijando-a. Era apenas um selinho. Um longo e demorado selinho que foi aprofundado quando as mãos de Sarah encontraram caminho na cintura de Rachel. Ela fez uma leve pressão na área, quando sentiu as mãos de Rachel puxarem levemente o seu cabelo.

— Acho que você vai ter que se acostumar. Porque sou bastante grudenta quando quero algo — Sarah murmurou entre o beijo.

Rachel sorriu, mas nada disse.

As duas ficaram trocando carícias por mais alguns minutinhos, antes de acharem melhor retornar. Cosima poderia ficar preocupada, Ira nem tanto.

“Demorou por quê?” essa foi a primeira frase que Cosima fez, quando Sarah voltou.

— Felix me ligou — mentiu.

Rachel saiu do banheiro dois minutos depois. Ao passar pelo filhote de Belzebu, a garçonete lhe lançou um sorriso maldoso. Duncan apenas semicerrou os olhos, contraiu os lábios, e respirou fundo, continuando o seu percurso.

— Vamos embora.

— Mas já?

— Anda Ira...

Rachel caminhou em direção a saída, dando um sorriso contido quando avistou Sarah. Ira ao seu calcanhar.

— Espera — a garçonete chamou Ira, fazendo o casal de clones pararem. — Pega o meu número. A gente podia trocar um ideia.

Rachel pegou o papel antes que Ira o pegasse, o amassou e jogou dentro do copo de café que a garota segurava.

Aquilo era pela informação errada.



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