História Stupid liar - Hurts

Aqui estou eu, chorando igual uma garotinha que quer que a mamãe compre a boneca mais cara da loja. Não havia ninguém em volta, era somente eu, ele e a minha vontade compulsiva de querer castra-lo. O show havia acabado, havia latas de cerveja por toda parte, alguns bêbados cambaleantes saiam do local com uma certa dificuldade, já outros jogavam-se no chão e ali mesmo adormeciam.
Me : então é isso? É isso que você quer? É isso que você, dono da razão suprema, acha que é certo?
Tae : você não muda mesmo né? Continua agindo como uma criançona. Você não se cansa de continuar repetindo a mesma conversa e usar os mesmos argumentos toda vez?
Me : eu não significo nada pra você né? Quer dizer, você pode vir aqui toda noite, pode fazer seu showzinho e achar que todos esses bêbados aqui te adoram e te idolatram, você se diverte com algumas garotas, dança, brinca com elas e acha que está tudo bem por quê pra você não há nada de errado em deixar sua namorada em casa chorando como uma louca por quê ela sabe que mesmo que você não esteja comendo essas putinhas daqui, você está fazendo elas rirem, você está fazendo elas se sentirem as garotas mais sortudas do mundo.
Tae : Jennie, você sabe que eu não estaria com você se eu não te amasse, então para de ser tão chata, eu nunca te trairia e eu acho que você está  deixando esse ciúme todo te dominar. Eu sei que pra você eu nasci em um berço de ouro, cercado de coisas boas e eu sei que pra você seria fácil para mim te trocar, mas presta atenção, você é única pra mim e talvez eu não me case com você, talvez nós não viajemos pelo mundo juntos, mas por uma única vez se concentre no agora ,ok? Eu canto aqui toda noite porque essa é a forma como eu me sinto livre e mesmo que isso não signifique nada pra você eu acho que está na hora de você parar de ser tão mesquinha e começar a enxergar o meu lado da história também.
Me : não! Esta na hora de você parar de ser tão egoísta e começar a entender o que amar significa!!
Tae : se eu só faço merda na sua vida então termine logo com isso. Se pra você a minha palavra é a apenas um sinônimo de mentira então eu não vejo mais nenhum motivo para nós estarmos juntos.
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Não consegui pensar em uma resposta, não consegui encarar o que ele havia dito como se fosse uma simples brincadeira. Ele continuava ali me observando, esperando eu recair e concordar com o que ele havia dito, nós dois sabíamos que não importava quem estava certo ou errado, pois ele sempre conseguia me fazer parecer a vilã. Eu e ele brincávamos sempre de estar terminando um com o outro, brincávamos descaradamente com os sentimentos um do outro. Mas agora não era como se estivéssemos encenando uma história, era real.
A neve começou a cair devagar, já devia estar passando das 2 da manhã. Eu até pensei em voltar pra casa, pois alguém deveria estar preocupado, mas aí eu lembrei que não ia ter ninguém lá me esperando. Já fazia tempo que eu não sentia aquilo, aquela sensação de solidão. Já fazia uns minutos que estávamos ali encarando um ao outro, analisando cada aspecto um do outro, mas não havia barulho, perturbação, palavras. Tudo naquele momento terno e sereno se resumia a uma calmaria externa e um explosão interna. Eu nem estava mais pensando, as lágrimas caiam mesmo que não houvesse um comando ou uma permissão para elas caírem. Minhas pernas já dormentes começaram a se mover sozinhas e passo por passo fui me aproximando dele. Levantei minha mão devagar e ele fechou os olhos, provavelmente esperando um tapa. Eu até pensei em dar um, pensei em arrancar os olhos dele e faze-lo engoli-los, mas eu só apoiei delicadamente minhas mãos em seu rosto  e brinquei com suas bochechas pálidas e geladas, dando leves apertadas. Ele abriu os olhos e fez uma expressão de surpresa. Era engraçado pensar que eu ainda conseguia surpreendê-lo. Quer dizer, se nem eu mesma me amava,então porquê alguém me amaria? Ele pôs as mãos em minha cintura e eu deixei meus braços rodearem seu pescoço, antes que eu percebesse nós estávamos dançando. Ambos sabíamos que depois que aquele abraço acabasse não haveriam outros, nós não ririamos mais das piadas um do outro.        Ele começou a cantar baixinho no meu ouvido uma versão bastante calma de love's not over, uma música que ele e os amigos haviam feito. Eu sabia ela de có e mesmo que eu preferisse continuar ouvindo somente a voz dele preenchendo minha alma, comecei a cantar junto. A neve começou a cair em maior quantidade e eu estava com muito frio. Eu poderia dizer para mim mesma que aquele abraço era quente o suficiente para me manter viva, mas simplesmente não era. Pensei em me soltar dele devagar, esperar ele tirar o casaco, me dar ele, beijar minha testa e trocar um rápido olhar de dúvida  comigo. Mas eu ignorei a perfeição que aquele momento trágico poderia ter tido. Me soltei dele e corri como se minha vida dependesse do desempenho das minhas pernas. Uma dor horrível se formou na minha garganta e tudo que eu mais queria era gritar, gritar até minhas cordas vocais doerem. Mas me controlei, não sei por qual motivo eu fiz aquilo, mas algo dentro de mim reprimiu aquele sentimento e deixou todas as minhas memórias inundaram minha mente. Eu me contorcia por dentro, como se me auto-torturasse. Estava doendo,doia muito mais do que qualquer maldito corte que eu já tivesse feito em meus braços.
   Pensei em olhar para trás, em ver que tipo de expressão irônica ele estava fazendo, mas não adiantaria mais, eu estava longe demais. Cheguei no meu apartamento depois de ter corrido muitas e muitas quadras. Tomei todos os remédios que encontrei, antidepressivos, soníferos etc. Pensei por um certo minuto em desistir de tudo e ter logo  uma oversose. Eu já não tinha mais medo da morte, Taehyung tinha se tornado tudo para mim, ele era meu motivo para sorrir, chorar...ele era meu mundo inteiro. Agora tudo que me restava era o medo de viver.
Deitei-me no chão da sala enquanto minha gata lambia as lágrimas que encharcavam meu pescoço. Joguei meu braço sobre meus olhos e observei cuidadosamente meu pulso, lá estava ela, marcando minha pele do mesmo que jeito que quem havia sugerido aquela tatuagem marcava meu coração. Adormeci gradativamente. E embora eu não quisesse e nem me importasse com aquilo ,nenhum único sonho invadiu meu subconsciente aquela noite...
"O amor era apenas uma doença que provava a fragilidade dos humanos"...
Continua...