História Submissão ( Park Jimin ) - II.

" O passado e o futuro parecem-nos sempre melhores; o presente, sempre pior. "

Sun.

Em meio aos prantos, Violet levantou-se fraca, martelando tudo o que seu rei havia recitado para a jovem princesa, que estava tão perdida no meio de tanta submissão. Ela iria mesmo casar-se com um príncipe fajuto daqueles? Sem pensar muito nas consequências e nos sermões que iria levar de seu pai mais tarde, a garota pôs-se a correr para fora daquele reinado pecaminoso e angustiado, sentindo a adrenalina correr em suas finas veias.

Sua mente enfraquecida sussurrava para a princesa voltar para a sua postura e clamar por misericórdia e liberdade. Mas seu coração encorajado ordenava para a dama fugir daquela refeição cheia de assuntos banais e de um casamento forjado, que se dependesse dela, nunca aconteceria nem mesmo depois de sua morte.

ㅡ Isso não é vida! ㅡ Murmurou, sentindo suas pernas enfraquecerem e seu corpo ir ao chão. Ela estava exausta de tudo e de todos.

Sua postura e aparência já não eram a de uma princesa e dama normal, mas sim transparência alguém de dor e sofrimento, o jeito de uma vassala abalada. Talvez aquele mundo de riquezas e perdições estivessem matando-a aos poucos e lentamente, como o fim do mais frio inverno e o começo da mais bela primavera, só que de um jeito pior e doloroso. Tentou levantar-se da terra plana, mas seu corpo clamava por um descanso digno de alguém da realeza e um bom cuidado de sua Bá, que a tratava tão bem naquele castelo amaldiçoado pelo seu rei. Era como uma mãe, que nunca teve.

Talvez sua rainha devestes ter desistido da vida de sua princesa antes mesmo de ser presa à um homem sem modos.

ㅡ Princesa? ㅡ Seus tímpanos receberam uma voz grave, carregada de desespero. Àquilo à incomodou de alguma forma. ㅡ Estas bem, Vossa Alteza? 

ㅡ Violet. ㅡ Ergueu seu belo rosto, encontrando o dono daquela voz tão doce, mas tão destruída. Ele era lindo, e belo. ㅡ Me chame de Violet, meu jovem. 

A princesa sem ajuda alguma levantou-se do chão pela segunda vez naquele dia, e bateu em seus trajes sujos, retirando dali a poeira de cor marrom claro que grudou em sua peça de grife. O garoto à observava em silêncio, como se estivesse com medo de toca-lá, ou medo de apenas tratá-lá com bons modos. Aliás, ele era um vassalo perto daquela formosa dama. Querendo ou não, seu passado e seu presente atormentavam-o de qualquer maneira, todos os dias da semana, fazendo-o fraco e incapaz. Ele não conseguiria livrar-se de tanta escuridão em sua vida, que já fora melhor no passado.

ㅡ Meu jovem? ㅡ Indagou a princesa, tentando manter sua postura de nobre. ㅡ Diga-me teu nome. ㅡ Pediu formalmente. Aqueles modos para o garoto eram estranhos. 

ㅡ Me chamo Park Jimin, minha dama. ㅡ Ajoelhou-se e pousou sua cabeça ao chão marrom, curvando-se perante a princesa, que olhava-o incrédula. 

Ela não queria aquilo de seus seguidores, não queria que eles se rebaixassem há aquele nível por conta de suas hierarquias diferentes, era demais para a dama que queria ser livre de toda nobreza e superioridade. Violet arrumou seu vestido no corpo e ajoelhou-se de frente para o garoto, repetindo seus atos e mantendo silêncio, sinal de respeito que foi ensinado desde o seu nascimento. Aquela era a forma de um vassalo, certo? Certo, mas ela não ligava. Se para ter a devida liberdade e viver livremente sua vida teria que agir e ser como uma vassala, a dama iria fazer sem hesitar ou questionar. Tudo pela liberdade. Era o que a princesa mais queria, ser livre. Ser humana e amar puramente alguém.

ㅡ Sabe meu jovem... ㅡ Ditou abafado, tocando as mãos de Park, que assustou-se. ㅡ Eu não quero ter esta vida amargurada. ㅡ Confessou-se, para o vassalo.

Em um pulo Park levantou-se, juntando as mãos sobre o rosto e pedindo por misericórdia para os céus, e rezando para não ser morto pela realeza, que era tão rígida com aqueles modos físicos e que não deixaria aquele pequeno gesto da garota de lado. Mas a princesa estava sozinha ali, o que ele poderia temer? Traições e mentiras? Ela não iria fazer aquilo com o pobre garoto tão assustado. Ela não era igual seu pai, o seu rei bastardo.

ㅡ Perdoa-me, Vossa alteza. Eu não queria ter lhe tocado. ㅡ Suplicava-se, enquanto Violet levanta-se entristecida. ㅡ Tenhas piedade de mim, por favor. 

Violet se viu perdida nos olhos do moreno que emanavam angústia e sofrimento à cada canto de suas orbes, era como se pedissem ajuda, que mal notou a presença de trotes de cavalos quase inaudíveis e guardas da realeza de Clevh atrás de seu pai que olhava-a com um olhar mortal e medonho. Só se viu em seu conflito com Sebastian, assim que o mesmo fez questão de lhe bofetar no meio do vale e em frente ao Park, deixando-o pasmo. Pela terceira vez naquele dia, ela estava no chão sendo estapeada no rosto com força, e vista com desdém por seu pai.

                                     ***

Violet estava no quarto de mais cedo, o qual o príncipe havia apresentado-lhe, olhando pela enorme janela do castelo sendo tocada somente pela luz da lua, que adentrava o lugar. O quarto era lindo, mas ela sentia falta do seu cômodo. Sentia falta de sua paz. O banquete de comemoração pelo casamento, fora marcado para outro semestre, igualmente à cerimônia. Klaus não suportaria ver o rosto de sua leal princesa destruído pelos tapas de sua majestade em sua mesa, então assim se fez, cancelando-o naquele mesmo dia. Violet odiava-se profundamente quando imaginava-se em uma vida ao lado de Park, o garoto em que roubou-lhe o seu frágil coração machucado, com apenas um olhar de desespero. Era possível apaixonar-se assim? Com um simples olhar? Àquilo era impossível para ela, devestes ser apenas o seu coração buscando por ajuda de alguma forma. A forma e o desejo de amor.

ㅡ Meu jovem... ㅡ Sussurrou para a lua, rezando para vê-lo mais uma vez antes do seu casamento submisso. Era errado, mas a dama queria rever e desfrutar de seu belo rosto, antes de ser entregue para o reinado pecaminoso e angustiante de Clevh.

Queria ser destinada à Park Jimin, e não à Klaus; o príncipe maquiavélico e sem amor algum.

Uma reza e algumas lágrimas de dor, antes da pequena princesa jogar-se na enorme cama e cair em um sono profundo e necessitado por dias. Diferente dela, Park estava desperto em sua cama pequena e dura, olhando para o teto de madeira, desejando ver a sua dama mais uma vez naquele vale. Parecia bobo para o jovem guerreiro e vassalo, mas seu coração batia mais rápido em seu peito com as simples visões de mais cedo: o toque da sua alteza em suas grandes mãos e sua alteza defendendo-o de sua majestade. Naquele momento ele sentiu-se estranho e capaz de matar por aquela garota, que transparência ser infeliz com sua vida de burguesa. Era amor o que ele sentia? Ou apenas compaixão e lealdade à princesa? E ao reino?