“ Quero colocar minhas mãos em suas mãos, sentir o calor da sua pele, ficar despreocupado sob as luzes das estrelas. Estou me mexendo de acordo com a batida de seu coração Eu estava tão perdido até esta noite. Esta noite” – The Wanted (I found you)
Taehyung abriu os olhos na manhã seguinte ao sentir uma forte dor de cabeça. Olhou ao redor e viu Jungkook ao seu lado, trajando um roupão de banho, assim como ele mesmo.
Flashs da noite anterior vieram em sua mente, e entre eles, o beijo.
Taehyung não culparia a bebida ou diria que foi um erro, ele assumiria o que fez, como -quase- tudo em sua vida. Beijar Jungkook foi um erro sim, mas foi um erro que ele adorou ter cometido.
Olhou para o garoto encolhido ao seu lado e sorriu, levando os dedos aos cabelos negros.
Jungkook era tão precioso, que mesmo sabendo que tudo aquilo não acabaria bem, continuou ali, ao lado de Taehyung, como quase sempre esteve. Mesmo indiretamente...
Taehyung sabia que tinha que conversar com Hoseok e que ele mesmo iria correr para os seus braços, não importa quando, mas iria, se desculpando, dizendo que agiu por impulso e que queria deixar as coisas bem, e todas aquelas baboseiras que dizia e Taehyung escutava.
Jungkook sabia que Kim não poderia escolher entre ele e Hoseok, pois com toda a certeza do mundo, o marido seria escolhido. Foram anos juntos e Taehyung não trocaria aquilo por alguns minutos.
— Bom dia. — a voz de Jungkook tirou Taehyung de seus pensamentos.
— Bom dia, Gukkie, dormiu bem? — Taehyung perguntou se virando para o castanho que sorriu, assentindo.
— E você? Como se sente? — levou a mão à testa de Tae, checando se ele tinha febre. — Você bebeu demais noite passada.
Taehyung sorriu e puxou Jungkook para seu peito, o abraçando. É claro que a atitude surpreendeu o Jeon, mas não fez nada além de aproveitar a aproximação.
Mentiria se dissesse que seu coração não estava fodidamente acelerado.
— Eu estou bem, foi um momento de fraqueza. — sorriu no que o outro o soltou. — Todos nós temos esses momentos, não é?
E Jungkook nunca assumiria que o seu foi quando Taehyung o beijou e disse que estava apaixonado por ele.
— É claro. — sorriu.
Ficaram alguns segundos se encarando, um esperando que o outro tomasse a atitude de beija-lo, o que não aconteceu.
Cacete!
Se soubessem que iriam se apaixonar tão rapidamente, nem sequer tinham se envolvido. Mas esperem, estavam apaixonados pelo o que eram ou pelo o que “ofereciam”?
Taehyung se levantou, dizendo que precisavam ir ou se atrasariam. Jungkook disse que chamaria um táxi e eles poderiam ir.
E foi o que aconteceu, nenhum beijo para “marcar” o dia, nem mesmo recapitularam o dia seguinte, nada!
— Obrigado por ter me ajudado ontem, foi bem legal da sua parte. — Taehyung disse quando já estavam no taxi.
— Não se preocupe com isso, eu sou seu secretário, estou aqui para fazer o que você deseja. — Jungkook o olhou e sorriu pequeno antes de desviar o olhar para longe.
Mentiria se não dissesse estar chateado por Taehyung não ter lembrado da noite anterior, mesmo não sabendo que o loiro lembrava e muito bem.
—X—
Jungkook abriu a porta do apartamento e viu Jimin escorado no balcão da cozinha conversando alguém no telefone. O alaranjado arregalou os olhos quando o viu entrar.
— Tudo bem, baby, eu ligo pra você depois, até mais. — Jimin se despediu de quem quer que fosse. — Eu não acredito que você passou a noite fora!
— Jimin, por favor, sem gritos, minha mente está um caos. — Jungkook pediu quando roubou a xícara de café do amigo.
— Como assim? Você passa a noite com Victory Kim e não vai contar para o seu melhor amigo o que aconteceu? Desembucha! — Jimin o puxou até o sofá e sentou em suas pernas, como se o pressionasse a continuar.
— Ele me beijou! — Jungkook despejou de uma vez.
Jimin arregalou os olhos.
— E depois? Ele se arrependeu? Vocês transaram? Conta de uma vez.
Jungkook deu de ombros, evidentemente chateado com aquilo.
— Ele disse que estava apaixonado por mim e me beijou, e hoje pela manhã, agiu como se nada tivesse acontecido. — disse.
— Jungkook, o que você esperava? Que ele te acordasse com flores? Você sabe que seria assim, ele é casado, você é o amante dele, não é nada além de um sexo grátis. — Jimin disse levando as mãos aos cabelos castanhos de Jungkook e os acariciando. — Você também sente isso?
Jungkook assentiu.
— Eu acho que sim. Eu sei que no começo foi apenas para uma vingança idiota, mas agora... eu não sei mais. — deixou os ombros caírem, como se realmente não quisesse continuar aquela conversa.
— Ah, Jungkook! — abraçou o amigo.
Abraços eram o ponto fraco do Jeon, esse em si não foi diferente, ele só teve tempo de corresponder ao contato antes de se entregar as lágrimas.
É claro que não queria estar assim, apenas sabia que gostava até demais de Jungkook, mas não sabia se deveria.
Parecia tão errado!
— Isso não importa mais. — Jungkook se livrou das lágrimas que manchavam seu rosto. — Eu já estou no fundo do poço pra querer voltar atrás agora.
— Você sabe que pode voltar atrás, Jungkook. Sabe que eu nunca gostei da ideia de você trabalhar lá, nunca gostei do Victory ou Taehyung ou seja lá qual for o nome dele. — Jimin passou a mão no rosto do amigo.
— Eu só preciso de um ano lá, Jimin, um ano e eu posso dar adeus a ele, ao Jung, à todos. — Jungkook disse voltando a tomar o café na caneca de Jimin. — Ele pode destruir minha carreira profissional se eu cometer qualquer erro, então eu não tenho escolha.
Jimin suspirou.
Não importaria o que dissesse, Jungkook não iria ouvir. O Jeon era cabeça dura demais e isso foi algo que Jimin teve que aprender a lidar desde cedo.
— Eu preciso me arrumar ou vou me atrasar, te vejo as seis. — Jungkook falou antes de se levantar e correr para o banheiro.
Depois do banho quente, onde ele pôde colocar os pensamentos em dia, Jungkook escolheu uma blusa preta e calça jeans da mesma cor, e por cima, um blazer branco que tinha comprado na Itália.
Repartiu o cabelo ao meio, deixando sua testa bem evidente, passou um pouco de maquiagem e logo estava pronto, em frente ao espelho, encarando o próprio reflexo.
Era engraçado como tinha mudado tanto em apenas um mês e poucos dias. Se deixar levar sempre foi o seu forte.
Mudou seu jeito de se vestir, de falar, de conviver com os outros...
Com certeza não era mais aquele Jungkook que não se importava com quanto pesava ou o que vestia.
Jungkook tinha muito o que acertar com as pessoas, mas primeiro de tudo, tinha que aceitar as coisas com si mesmo. Deixar toda aquela coisa de vingança para trás era um ótimo começo, e depois, ele sairia por aquela porta de vidro, para bem longe de Taehyung.
— X —
— Você está super atrasado. — Mark disse assim que o castanho entrou na recepção. — O Yoongi chamou vários representantes da Valentino, Calvin Klein, Alexander Mc Queen e Azzaro para contar sobre a sua ideia. — segurou no braço do castanho.
—Azar... de quem? — Jungkook perguntou quando o outro terminou sua bronca.
— Pelo amor de Deus, apenas vá até a sala de reuniões, sua sorte é que Hoseok ainda não chegou. Corre! — Mark pegou a bolsa do mais novo, o arrastando para fora.
Jungkook se apressou em ir até a sala indicada e assim que viu vários representantes sentados na mesa de vidro e Yoongi olhando para o relógio, abriu a porta, atraindo a atenção de todos ali.
— Me desculpem pelo atraso, isso não vai mais acontecer. — Jungkook disso ao entrar.
— Sem problemas, Jeon, estávamos conversando sobre a sua ideia incrível. — Yoongi falou aliviado.
— É impressionante como um garoto tão jovem pode ter tido uma ideia tão fantástica. — Uma mulher loira disse.
— Eu só não entendo uma coisa...— um senhor falou por sua vez.
— O que senhor Patrice? — Yoongi perguntou com medo da resposta.
— Se a ideia da coleção é sua, porque se chama “J Hope by Jung Hoseok”? Deveria ter o seu nome aqui, garoto.
Jungkook abriu a boca sem saber o que dizer, Yoongi ao seu lado ficou pasmem igualmente.
A porta foi aberta novamente e dessa vez, Hoseok entrou por ali.
— Olá, senhores, bom dia. Desculpem-me pelo atraso, esse trânsito estava terrível. — Hoseok disse de bom humor. Jungkook tinha medo desse sorriso. — Vejo que estão falando sobre a minha mais nova coleção.
Yoongi iria protestar, mas Patrice falou primeiro.
— Era exatamente sobre isso que estávamos falando. Você tem sorte, Hoseok, tem um funcionário excelente e com ideias incríveis. — disse folheando as páginas do catálogo. — Mas acho que todos nós concordariamos em dizer que o nome dele deveria estar aqui também, não acha?
Hoseok olhou para o secretário, que o olhava com os olhos quase fechados, como se pedisse desculpas por aquilo.
— Eu concordo com o Patrice, Hoseok, aposto que as pessoas pagariam milhões para um novo fashionista patrocinado por marcas mundialmente conhecidas. — a mesma mulher loira de antes opinou.
Jungkook sentiu seu coração querer sair pela boca e a vontade de vomitar aumentou.
Hoseok riu e se virou para Jungkook outra vez.
— Ele é muito novo para isso, e além do mais, a Dunaway não está aqui para lançar novos fashionistas, mas para mostrar às pessoas o que elas devem comprar. — Hoseok respondeu. — Estou disposto a colocar o nome dele na capa da próxima edição, mas ele vai continuar sendo um secretário.
—X—
— O que acha que está tentando fazer? — Jungkook ouviu a voz de Hoseok assim que todos saíram a sala de reuniões.
— Perdão?
— É exatamente o que você vai ter que pedir. — se aproximou do menor. — O que acha que está fazendo, hein, Jungkook?
Os dedos de Hoseok envolveram o pulso do Jeon de uma forma já tão conhecida pelos dois, que o mais novo parou para pensar no que estava fazendo.
— Eu não estou fazendo absolutamente nada, Hoseok. Ou devo lhe chamar de senhor Jung-Kim? — elevou o tom de voz.
Hoseok o jogou na cadeira e apoiou o joelho na mesma, para que este não escapasse.
— Você não vai durar um ano aqui dentro se continuar desse jeito, entendeu? — apontou o dedo da cara de Jungkook.
— Tenta me tirar daqui, Hoseok. Aposto que o seu marido adoraria saber da primavera de 2012! — gritou.
Hoseok não pensou antes de levantara mão e acertar o rosto do secretário com um tapa.
— Você pode ter feito isso comigo naquela época, Jungkook, mas eu não tenho mais vinte anos e você não é mais uma criança. — Hoseok sussurrou. — Esse é o seu último aviso, Jungkook, é melhor você sair do meu caminho.
Hoseok largou o menor, saindo da sala em seguida. Jungkook colocou a mão no peito, controlando a respiração ofegante.
Queria tanto que alguém entrasse por aquela porta, dizendo que tinha visto tudo e então Jungkook contasse tudo o que tinha acontecido.
Seus pedidos foram atendidos e a porta de vidro foi aberta.
— Acho que me atrasei para a reunião. — Jungkook se virou e viu Jackson ali.
— Está realmente bem atrasado, senhor Wang. — brincou.
— Fiquei realmente impressionado com a sua ideia, Jungkook. — sorriu. —Vou ter o enorme prazer em te patrocinar.
Jungkook sorriu, agradecendo o hyung por aquilo.
— Que horas você sai para almoçar? — Jackson perguntou interessado.
— Ao meio dia e meio. — Jungkook respondeu enquanto recolhia algumas revistas na mesa.
— Tudo bem, eu vou te acompanhar, se me permitir. — pegou as revistas das mãos de Jungkook. — Te encontro no Park's Café.
E então, Jackson saiu, deixando o pequeno Jeon paralisado.
Queria sair correndo e entrar dentro de Taehyung, pedir para que ele o protegesse e que não deixasse que Jackson o tocasse.
— Você está bem? — a voz de Mark o tirou de seus pensamentos.
— Ham? Sim, estou, só estava pensando... — Jungkook suspirou.
— O senhor Kim está te chamando na sala dele, melhor se apressar, eu termino isso pra você...
Jungkook agradeceu em uma reverência antes de caminhar rapidamente até a sala do chefe.
Bateu de leve na porta, obtendo uma resposta imediata para que entrasse.
— Mandou me chamar, senhor Kim? — perguntou quase nervoso.
Taehyung riu.
— É estranho você me chamar de senhor Kim depois de tudo. — se levantou. — Feche a porta, por favor.
Jungkook se virou e girou a chave na maçaneta, logo vendo o loiro vir em sua direção e segurar o seu rosto.
— Eu me lembro muito bem da noite passada, Jungkook, se isso te aflige. — deslizou o indicador no lábio inferior do secretário.
Taehyung se aproximou de volta, deslizando seus lábios nos de Jungkook, quase os tocando. O loiro queria provoca-lo, leva-lo ao limite.
— Me beije logo!
Taehyung sorriu, quebrando a distância entre os dois e logo captando seus lábios rosados.
Jungkook sentiu seu coração acelerar mais uma vez, logo levando suas mãos até os fios loiros.
Kim puxou o garoto para cima, logo entrelaçando as pernas do secretário em seu quadril. O beijo foi cessando aos poucos e Taehyung se ergueu um pouco, tocando a testa do outro com os lábios.
— Isso foi fofo. — Jungkook falou sorrindo levemente corado.
— Eu sei, você me deixa assim.
Jungkook sorriu e selou os lábios do chefe novamente, logo se afastando.
— Pode ficar até mais tarde hoje? — Taehyung perguntou se afastando e voltando à sua mesa.
— Depende, quer brincar comigo ou me dar trabalho? — Jungkook riu.
— É que você está realmente muito gostoso nessa roupa branca, Jungkook. — assumiu.
O Jeon riu envergonhado.
— Tudo bem, acho que posso ficar até mais tarde. — sorriu.
Jungkook selou mais uma vez os lábios de Taehyung antes de sair da sala.
Decidiu não falar nada sobre Jackson, pois sabia que Taehyung surtaria. Virou-se para a mesa ao lado e viu Mark arrumando o suéter que vestia.
— Jungkook! — gritou ao ver o outro. — Você viu quem está aí? — o moreno negou. — Jackson Wang!
— V-você gosta tanto assim do Wang? — Jungkook gaguejou.
— Eu o amo! — segurou os ombros do secretário. — E não é amor de fã, eu amo de paixão mesmo. — sorriu. — Meu sonho é poder beijar aquela boca.
Jungkook engoliu em seco.
Ele não podia fazer isso com Mark; não podia sair para almoçar com Wang e provavelmente serem pegos aos beijos por aí, mas também não podia deixar de ganhar o patrocínio da Wang's e não terminar sua “vingança” contra Hoseok.
E novamente Jungkook teve que sorrir para mascarar seus problemas, e que problemas!
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