História Substitute (Vkook) - VIII

“Eu sei que que ele não satisfaz como eu e ele sabe que não há ninguém assim como você? Então deixe-me te dizer todas as coisas que ele não disse. Eu tenho esses sentimentos por você E eu não posso mais me conter” – Feelings ( Maroon 5)

Jungkook estava ansioso para voltar ao trabalho naquela manhã. Queria ver como Taehyung o trataria depois da noite anterior. Sabia que ele não beijaria seus pés, muito menos o trataria com desdém, mas continuava ansioso e com vontade de ver o loiro outra vez.

Abriu os olhos assim que o despertador tocou, e pela primeira vez, não quis o jogar longe. Chutou as cobertas e logo saiu do quarto.

Caminhou até a pequena cozinha e ligou a cafeteira. Depois do café pronto, o colocou em sua caneca do Homem de Ferro e caminhou até a varanda, vendo o trânsito matinal do centro da cidade.

— O que está fazendo aqui? — a voz de Jimin foi ouvida, fazendo o garoto se virar.

— Eu quem lhe pergunto, não deveria estar na cafeteria?

Jimin deu de ombros.

— Senhor Park me deu uma folga. — riu.

— Empresta seu pai para mim, quero ter ele como chefe. — fechou a veneziana e colocou a caneca na prateleira.

Jimin fechou a cara com uma expressão de nojo.

— Ew, eu imaginei você transando com o meu pai agora, que nojo, Jungkook! — acertou o braço do castanho com um soco fraco. — Falando nisso, como foi ontem?

Jungkook sorriu e suspirou.

— Foi bom. — deu de ombros.

— É claro que foi, você ouviu os lamentos dele e tomaram chá de camomila enquanto falavam sobre política e economia. — Jimin girou os olhos e Jungkook riu.

— Não seja ridículo...— disse atraindo a atenção do menor. — Nós fizemos crochê. — riu mais alto ao lado do amigo.

Jungkook olhou as horas no relógio de parede e suspirou, pensando que em alguns minutos iria ver Taehyung outra vez.

— Tenho que me arrumar ou vou me atrasar... — Jungkook falou correndo para o banheiro.

— Com certeza, e eu vou ficar aqui no meu sofá, comendo pipoca de micro-ondas e sorvete de creme enquanto assisto a saga Crepúsculo. — Jimin respondeu ao seu jogar no sofá.

Jungkook riu ao fundo, chamando o alaranjado de ridículo antes de ligar o chuveiro. Jimin parou de rir quando ouviu um toque em seu celular, era uma mensagem.

Garoto do Café:

Bom dia, Minnie. O que acha de almoçarmos juntos hoje? Eu posso passar no café e podemos ir ao centro...

Jimin sorriu.

“Não estou no café hoje, doce, mas podemos combinar sim, seria um prazer...”

Garoto do Café:

O prazer fica pra depois. Tudo bem, nos encontramos no horário de sempre, em frente ao café. Tome cuidado <3

Jimin sorriu bobo antes de se levantar e ir para o quarto escolher qual roupa usaria para esse almoço.

—X—

Jungkook saiu do elevador rezando para que Hoseok não estivesse lá. Mas suas orações terminaram ao ver o mesmo sair pela porta de vidro.

— Olha só quem chegou...

— Hoseok, eu estou atrasado...

O moreno mais velho riu.

— Hoseok? Deixou o respeito em casa, Jungkook? Aqui eu sou o seu chefe, então você deve me chamar de senhor Jung-Kim, entendeu bem? — empurrou o menor pelo ombro.

Mark que observou a cena de sua mesa, se levantou assim que Hoseok saiu e abriu a porta para Jungkook.

— O que aconteceu aqui? — Mark perguntou ao puxar o mais novo.

— Não se preocupe, eu estou bem. — referenciou o hyung. — Senhor Kim já chegou?

— Não, ele não vai vir hoje. Achei que ele tivesse te dado um dia de folga. — disse retornando para a sua mesa.

— Antes tivesse dado...— balançou a cabeça e ligou seu computador.

Jungkook ficou decepcionado por não ter visto Taehyung naquela manhã. Não sabia se o outro tinha se arrependido do que fizeram ou se simplesmente tinha faltado por faltar.

— E então, algo de especial para hoje? — Tuan perguntou.

— Não. Acho que vou voltar para casa e fico no sábado.

— Não mesmo, docinho.— a voz de Yoongi foi ouvida. Jungkook se virou para o de cabelos tingidos de verde. — Hoseok vai fazer uma reunião em duas horas, eu vou sair para almoçar e volto a tempo. Esse telefone não vai parar hoje, então não saiam daqui.

Jungkook bufou.

Queria tanto que Taehyung entrasse por aquela porta ou que lhe mandasse uma mensagem dizendo para repetirem o que fizeram na noite anterior. O tédio tomava conta de seu pensamento naquele momento.

Ele só queria que Taehyung entrasse por aquela porta e lhe desse bom dia, como se nada tivesse acontecido, como se fossem meros desconhecidos, como se não estivessem sentindo tudo aquilo.

Não queria quebrar a cara no final, muito menos o coração de Taehyung. Mentiria se dissesse que nunca foi sua intenção, mas olhando de perto, até que se arrependia.

— X —

Taehyung estava jogado em uma cama de um hotel de quinta, foi ali que ele passou a noite, se remoendo por algo que nem tinha culpa.

Voltar para casa e ouvir os lamentos e reclamações de Hoseok estavam fora de cogitação, apesar da saudade do pequeno Taewon apertar seu peito.

Queria receber uma ligação de Jungkook, dizendo que precisava de seus corpos juntos outra vez, que queria ouvir seus gemidos altos no pé de sua orelha, clamando por favor que o fodesse mais rápido.

Queria voltar para a revista, ver Jungkook e rir das coisas mais ridículas que ele falava, queria colocar seu cabelo atrás da orelha e vê-lo sorrir por isso.

Algo em Jungkook deixava o Kim totalmente diferente de quem ele já estava habituado a ser. Isso porque Jungkook era diferente (óbvio), o trazia uma paz que ele não conhecia, o dizia coisas e o faziam sentir coisas que Taehyung nunca recebeu de ninguém.

Mas Jungkook tinha a vida toda pela frente, dez anos de diferença era muito sim mas quando Taehyung estava com o castanho, aquilo simplesmente não importava, ele não sentia aquilo. Pelo contrário, se sentia uma criança como Jungkook.

Taehyung se levantou da cama, bagunçando os fios e mordendo o lábio, logo rindo por lembrar da noite anterior.

Que loucura!

Depois de tomar um banho, colocou o seu terno e recolheu suas coisas, logo saindo do quarto. Voltar para casa era uma péssima e ótima opção. Queria tomar um banho e descansar antes de voltar para a revista, mas sabia que poderia encontrar Hoseok e tudo o que ele não queria era dar explicações.

Por isso não entendia a lógica dos relacionamentos: pra quê dar explicações? A vida é de quem, afinal?

Mas Taehyung nunca, jamais ergueria a voz para o marido numa situação daquelas. E nem em qualquer outra. Poderia até mentir, mas magoar Hoseok? Nunca!

— X —

— Está atrasado, sabia disso? — Hoseok disse quando Jungkook entrou na sala de reuniões.

— Me desculpe, hyung, eu...

A porta se abriu e Taehyung passou por lá, logo tomando o seu lugar e fazendo com que Hoseok fechasse mais ainda seu semblante.

— Ele foi me avisar sobre a reunião, Hoseok, não se preocupe. — mentiu.

Taehyung não queria mentir, mas Jungkook parecia tão indefeso e com medo de Hoseok, que ele não teve outra opção.

— De qualquer forma, já que estamos todos presentes, posso começar a reunião. — Hoseok começou. — Como bem sabem o meu marido foi até a Itália para conversar com os donos das maiores marcas de acessórios do mundo, temos um desfile marcado para daqui três meses, então peço que apenas façam o trabalho de vocês. Yoongi, vou precisar de novas ideias para esse desfile.

— Que bom que tocou nesse assunto, Hoseok, estava ansioso para ele. — Yoongi se levantou, colocando uma pasta na frente de Hoseok. — Passei muito tempo pensando nisso e cheguei a conclusão que deveríamos usar texturas: pele de onça, zebra, cobra...

Jungkook fez uma cara de nojo.

— Isso é tão antiquado, Yoongi.

O de cabelos esverdeado abaixou o rosto, triste com o erro em algo que deu tão duro.

— Eu pensei que pudéssemos usar os florais. — Hyuni falou e Hoseok revirou os olhos.

— Florais na primavera, que inovador. — Taehyung falou pela primeira vez.

Todos ficaram em silêncio, sabiam que quando Hoseok fechava o punho sobre a mesa, pelo menos três seriam demitidos.

— E se usássemos tons de azul e verde para representar uma esperança nessa nova estação? — a voz tímida de Jungkook foi ouvida e Hoseok olhou para o mais novo com desdém, já Taehyung, o olhou com realmente aquela esperança. — Podemos chama-la de “ J Hope” “j” de Jung e Hope, sobre a esperança sobre toda essa coisa que a Coréia anda passando.

Aplausos foram ouvidos para a ideia tímida do novo secretário substituto.

E Hoseok não podia negar que a ideia era fantástica, mas seria melhor ainda se tivesse vindo de outra pessoa, não daquele secretário xereta. Taehyung sorriu para o Jeon, quase em uma forma de agradecimento por finalmente ter colocado um fim naquilo.

E Hoseok não gostou nada daquele sorriso!

— X —

Quando a reunião acabou, Yoongi parabenizou Jungkook sobre a ideia de “ J Hope” e disse que iria consulta-lo depois para conversarem sobre a coleção.

— Estão todos falando sobre a sua coleção, Jungkook! — Mark disse animado enquanto chegava em sua mesa.

— Imagina, foi só uma ideia simples. — deu de ombros, não gostava de se gabar. — Qualquer um poderia ter feito o mesmo.

— Não seja bobo, foi fantástico. — Mark comentou antes de ver a porta de vidro e Hoseok passar por ela feito um furacão, logo indo à sala de Taehyung. — Está dando a minha hora e pelo jeito a coisa aqui não vai acabar bem, deveria ir embora.

— Está tudo bem, ainda tenho que ligar para o Wang e falar sobre a coleção. — Jungkook mentiu.

Mark deu de ombros.

— Você quem sabe, cara. — pegou a bolsa e desligou o computador. — Nos vemos amanhã.

— Até mais. — sorriu.

Jungkook se sentiu solitário, quase viajou até o fundo de seus pensamentos, estes que foram interrompidos por gritos que vinham da sala de Taehyung.

Hoseok jogou um vaso de planta no chão, enquanto gritava algo que Taehyung não entendeu.

— O que você está fazendo, Hoseok? — Taehyung gritou.

— Eu estou cansado disso, cansado desses malditos sites de fofocas, AISH! — berrou derrubando algumas revistas que também estavam na mesa.

— E o que meu cacto novinho tem a ver com a sua raiva? — Taehyung se levantou para pegar o pequeno vasinho que estava no chão.

Hoseok pegou o marido pelo colarinho, o beijando com força, algo que Taehyung não esperava e com certeza não queria.

— Hoseok, pare já com isso!

— Você reclama quando nós não transamos e reclama quando nós transamos, qual o seu problema?

Taehyung quis rir. Aquilo era uma piada ou...?

— Eu não quero desse jeito, não sei porque veio aqui, mas se essa foi a sua intenção, dê a volta e saia.

— E como você quer, então?

— Eu quero que você me diga a verdade, me conte porque não transa mais comigo!

— Ah, você não quer.

— Quero, me conte. O que está escondendo?

— Eu não me sinto mais sexualmente atraído por você, satisfeito?

— O-o que?

— Eu estou tentando, mas e-eu não consigo! Eu sinto muito. Nós não somos mais jovens, Taehyung! Nós temos trinta anos, não temos todo aquele fogo de antigamente.

Taehyung não queria ouvir. Então ele estava velho e acabado? Era aquilo que Hoseok queria dizer?

O loiro não viu quando o marido saiu da sala e logo, as lágrimas rolaram pelos seus olhos. Caminhou até a janela, olhando para a cidade noturna.

Mãos envolveram sua cintura e Taehyung deixou mais algumas caírem dessa vez.

— Você não deveria se importar com o que ele disse, Taehyung. Você é o homem mais bonito e sexy que eu já conheci em toda a minha vida. Você é perfeito para mim, TaeTae...

E novamente era Jungkook, dizendo as coisas que ninguém nunca o disse, o fazendo se sentir ótimo quando tudo ao seu redor o colocava para baixo.