História Sucker for Pain - Beginning

Depois de muito tempo trancado nesse quarto consegui formular uma única frase com sentido em minha cabeça.

"Eu sou atraído pela dor"

Essa seria a única explicação para tudo que eu permito que façam comigo. Para tudo o que ela faz comigo.

Mesmo depois de anos investindo em algo que só foi real em meu coração, nada no coração de Isabella parece ter mudado. Ela continuava fria e arrogante comigo, me trata como um lixo e mesmo assim eu continuo beijando o chão pelo qual ela passava.

Hoje finalmente caiu a ficha: Isabella não é capaz de amar. 

Hoje tinha tudo para ser um dia especial para mim, hoje é meu aniversario. Minha mãe preparou uma linda festa, vieram alguns amigos de outras cidades já que por aqui ninguém gosta de ficar próximo de mim. E então começou, meus olhos brilharam quando eu a vi na porta de meu quarto com uma sacola roxa em mãos, aquele era meu presente. Eu nem precisava saber o que havia dentro da sacola para considerar aquele o melhor presente do mundo. Ela havia se lembrado de mim. Ela se lembrou do meu aniversário. Meu coração explodia de felicidade até que Isabella resolveu abrir sua linda boca.

"Vim porque minha mãe me obrigou. E não fique feliz pelo presente, foi minha mãe que escolheu e eu nem ao menos sei oque é"

Então meu sorriso murchou.

Talvez a culpa fosse minha por ama-la tanto e deixar isso tão claro. E é por isso que ela faz oque quer comigo. Por que ela sabe que eu sou um escravo de seus jogos.

E de repente ela partiu. Desceu as escadas correndo após me dizer que estava com "problemas femininos". No momento fiquei triste mas entendi, já havia visto minha mãe passar por isso diversas vezes e sei que não deve ser nada fácil.

O problema foi quando decidi olhar pela janela para ver se ela estava em condições de atravessar a rua - já que morava na casa em frente a minha - com a dor que estava sentindo já que não me deixou acompanha-la apesar de muito insistência de minha parte.

Quanta inocência Justin, as vezes você se supera.

Isabella entrava no carro de seu suposto namorado Jonathan. Um dos grandes responsáveis pelo meu sofrimento. Os olhos da morena de pele clara se encontraram com o meu olhar vazio e tudo o que ela fez foi soltar seu típico sorriso debochado antes de Jonathan arrancar com o carro.

E foi como se um balde de água fria caísse sobre mim. Pedi para que minha mãe acabasse com a minha fracassada festa, e assim ela o fez. Pediu para que todos fossem embora com a desculpa de que eu não estava me sentindo bem - o que não deixava de ser verdade. Nesse momento eu não estava em condições de ver ninguém. 

Me sentei em minha cama abraçando minhas pernas tentando pensar em qualquer coisa que não fosse no quanto essa garota me odeia.

Isabella nunca gostou de homens que a tratam bem. Jonathan mesmo uma vez já há empurrou contra o armário do colégio na frente de todos. E quem é que foi que ficou tão mal por ela que levou um boque de rosas em sua casa? Sim, eu. E quem é que foi xingado e viu o buque sendo jogado contra sua própria cara? Sim, eu.

Meu coração está com tanta raiva que eu seria capaz de explodir. Nunca pensei que um dia eu poderia sentir raiva da minha garota, mas confesso, estou achando prazerosa essa sensação.

Nesse momento estou odiando Isabella com todas as minhas forças.

Ela acabou com minha festa. 

Mas essa será a última vez que ela acabará com minha vida.

-1 ano depois - Isabella Sparks - College Cecilly Hills.

Nesse momento eu chorava como nunca chorei antes. Minha vida desmoronou em um único dia. O que estava acontecendo? Quem poderia ter feito isso comigo?

"Você está expulsa"

"Você está expulsa"

"Você está expulsa"

Consegui ser expulsa do grupo de teatro ,das líderes de torcida - que no caso eu era a líder - e do grupo de química em um único dia. Só Deus sabe o quanto isso era importante para mim ,era o que mantinha minha popularidade em pé.

Fui expulsa simplesmente porque eu não estava trazendo boa fama a eles. O porque? Não sei como alguém conseguiu um vídeo meu transando com o professor Andy de Biologia em sua sala. 

Como pude ser tão descuidada meu Deus?

Os que não riam de mim me olhavam com nojo. E não foi só isso. Haviam vários boatos sendo espalhados sobre mim -alguns verdadeiros - como deu estar transando com o irmão de 15 anos de Michelle, minha melhor amiga. O que resultou nela me dando umas bofetadas na frente da escola inteira.

Me permiti a chorar mais. Isso não poderia estar acontecendo. Eu nunca fiz mal a ninguém então porque estavam fazendo mal a mim? Soltei um soluço e ouvi o som da campainha tocando. Quem poderia ser já que perdi meus amigos e minha mãe havia ido viajar com seu novo namorado mil vezes mais importante que sua própria filha? Boa pergunta.

Sentei-me na cama limpando a lágrimas que escorriam enquanto encaixava meus pés em meu chinelo. Desci as escadas e andei em direção a porta não me importando se a pessoa do outro lado visse meu rosto vermelho e inchado. Eu já estou fodida demais para me preocupar com isso.

- Quem é você? - perguntei confusa ao olhar para um belo garoto pelo vão da porta. Seu rosto é bem familiar mas realmente não me recordo.

- Sou tudo o que te restou - disse e empurrou a porta me fazendo cambalear para trás. Que porra esse garoto pensa que é?                                                 

- Vai me dizer de onde te conheço para invadir minha casa e me tratar de forma tão estúpida? - perguntei irritada. Ele poderia ser um assaltante ou um estuprador mas ele é tão bonito que...

- Sou Justin ,Justin Bieber - sorriu debochado enquanto eu gelei - Não me reconheceu Bella? - se aproximou de mim.

- Eu..eu - recuperei meu folego - Não Justin ,não te reconheci. Você está..- antes que eu pudesse terminar a frase ele me interrompeu.

- Lindo, maravilhoso, esplêndido? - sorriu convencido. Revirei os olhos sem ânimo para aquilo.

- Você invadiu minha casa para isso? - disse cansada - Meu mundo está desmoronando eu não tenho tempo para besteiras - me exaltei.

- Não se preocupe baby - me chamou da forma em que me chamava antigamente de forma cínica - Eu serei o seu mundo agora. 

Estou morrendo devagar mas o diabo está me apressando
Veja, sou um otário pela dor, sou apenas um boneco.