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História Sui Generis - Primavera


Escrita por: markie

Notas do Autor


Esse capítulo está maior, mas tem motivos para ser. Considerem como se a história estivesse terminado no anterior, sendo esse aqui algo extra para dar atenção aos meninos.
Inteiramente dedicado pra Kô, que se leram as notas finais do capítulo anterior viram que me fez postar este. Essas cinco e poucas mil palavras é todinho pra você! ♥ Espero que aprecie (moonface).

Bem, agora só me resta desejar boa leitura!

Capítulo 5 - Primavera


Suavemente a noite caía no sábado, e ainda com a brisa que envolvia as ruas, as temperaturas não davam indícios que abaixariam tão cedo. Mark nunca imaginaria que o verão naquele lugar poderia causar uma sensação daquelas, mas de certa forma não sentia-se tão incomodado.

— Está bom desse jeito, Mark? — a esposa de Junghee perguntava enquanto se levantava do chão, finalizando a arrumação do colchão e dos lençóis que o aconchegaria naquela noite. — Não coloquei cobertas porque essa época do ano é bem quente. Se quiser tomar um banho sinta-se à vontade, Jinyoung estará aqui para o que precisar.

— Obrigado noona. — sorriu gentil, ficando sem graça com os preparativos da mulher de cabelos caramelizados. — Uma boa noite. — por força do hábito reverenciou levemente, vendo-a sair do ambiente.

Foi então que pôde ter a privacidade que tanto ansiava nos minutos que permaneceu na casa: sem pais, sem parentes, sem amigos; apenas ele e seu irmão, que apesar de correspondê-lo na situação, sentia aquele característico nervosismo por estar de volta em um ambiente fechado com o rapaz.

— Você vai tomar banho agora? — o Park mais novo perguntou, virando-se para olhar seu semelhante ainda parado próximo do colchão que lhe serviria de cama àquela noite, observando-o concordar e ir em direção da mala para pegar roupas limpas. — Sabe Mark… Você mudou bastante.

O acastanhado girou seus calcanhares e fitou Jinyoung, dando um sorriso de canto, deslizando seus olhos desde os pés do rapaz, percorrendo suas canelas expostas, vendo a bermuda quadriculada e a regata branca cobrindo partes de seu corpo, subindo até ver o rosto do mais jovem.

— Você também mudou muito, com certeza não é aquele garoto que tinha um pijama de listras e que tinha medo do escuro. — soltou com humor, rindo da expressão que lhe foi lançada assim que estava com as vestimentas em mãos. — Estou mentindo?

— Acho que a mania de me atormentar não mudou. — deu de ombros, ignorando o que lhe foi dito, jogando o peso na própria cama. — Vai logo tomar seu banho, você deve estar cansado com a viagem.

Mark balançou a cabeça positivamente e deixou o moreno sobre a cama, dirigindo-se ao banheiro, onde livrou-se de suas roupas e meteu-se abaixo do chuveiro, apreciando o ponto frio já selecionado.

Enquanto o rapaz estava dentro do banheiro, Jinyoung permitiu-se sorrir acima do colchão. Estava tão feliz que poderia sair pulando pela casa, gritando ao mundo o tamanho de sua felicidade, mas pensou que isso seria demasiadamente vergonhoso para alguém de vinte e dois anos, então descartou a ideia.

Suspirou profundamente, reparando que depois de cinco anos estaria ali, dividindo outra vez seu quarto com o Yi-En. Isso não poderia ser mais nostálgico e surreal, chegava até mesmo lhe causar risos. De certo ele havia crescido bastante, desenvolvido seu corpo e virado um homem que deveria ser muito cobiçado por mulheres longe dele.

Foi então que começou ficar tenso apenas com aquele pensamento, Mark teria se envolvido com alguém naqueles anos que não presenciava sua vida? Os mesmos lábios teriam sido roubados por outro alguém? Seus dedos teriam dedilhados outras peles que não seria a sua? Não gostou de visualizar determinadas cenas em sua mente e acabou erguendo o tronco, passando as mãos por seus cabelos.

Por que havia pensado naquilo? Agora ficaria com aquele incômodo dentro do peito, o corroendo até que fosse liberto. Porém parou onde estava e desviou, pensando e acreditando então que Mark não seria capaz, logo retornando ao ponto de início, lembrando que ele não tinha que o impedisse de fazer tudo aquilo que temia.

Mas que droga. ele sussurrou e se inquietou, mas, de repente, escutou duas suaves batidas da porta, o que de certo serviu como distração.

— Mãe? — assim que abriu a porta, viu a mulher do lado de fora, que logo lhe ofereceu um sorriso curto. — Está tudo bem?

— Ah, Jinyoung! Mark já está no banho? — indagou, recebendo um pouco mais de espaço pelo filho mais novo e uma confirmação do mesmo. — Vim dar boa noite pra vocês, mas vejo que só conseguirei dar um beijo em você.

Ao receber o beijo em sua testa, o moreno se lembrou de quantas vezes ficara furioso pelo que a mulher havia feito. Ele era consumido pela mágoa e ficava se corroendo sozinho, afirmando com suas forças que conservaria aquele sentimento para o resto de sua vida, mas como um passe de mágica tudo desapareceu assim que a viu parada com seu irmão nos fundos da grande casa. Simplesmente esqueceu-se dos momentos ruins, não sentindo nada além de uma alegria estranha.

Afinal, tinha reencontrado as pessoas que mais amava em sua vida.

— Hum, talvez seja estranho a maneira que pode interpretar isso, mas dê um beijo nele por mim, ok? — afagou os fios escuros, distanciando-se do lugar após vê-lo assentir e lhe desejar boa noite.

O baque foi silencioso, e assim que o Park se virou, deparou-se com Mark saindo do banheiro, rapidamente sentindo o aroma gostoso do sabonete que usara. Era suave, mas mesclado com dominância, fazendo-o querer sentir um pouco mais.

— Soyoung desejou boa noite. — logo proferiu, sentando-se na própria cama. — E mandou um beijo também.

Mark ainda passeava a toalha pelos fios que ficaram úmidos em sua nuca pelo banho, assentindo às falas do moreno atentamente. Havia escutado essa parte da conversa já que a água não caía mais, então não o questionou sobre mais coisas. Pôs a toalha pendurada em um lugar apropriado e correu para a cama de Jinyoung, balançando-o pelo seu peso repentino.

O mais novo ficou na mesma posição, não olhando para o irmão por alguns instantes, querendo com todas suas forças resistir ao olhar que pairava sobre si. Porém foi fraco, Jinyoung sempre seria fraco com aquelas íris tão profundas lhe fitando como se fosse uma das maravilhas do mundo, e como se estivesse com medo, virou o rosto ao seu semelhante.

Cinco segundos.

Contou mentalmente o tempo enquanto divagava naqueles orbes enigmáticos que o irmão poderia lhe apresentar de vez em quando, até que o próprio reagisse. O sorriso de canto surgiu, não tardando para que aquele rosto se aproximasse do seu, causando como de costume os batimentos descontrolados dentro de seu peito.

As pálpebras do moreno caíram suavemente quando os narizes encostaram-se devagar, fazendo carinho um no outro. Contudo, diferente do que Jinyoung pensava, Mark não o beijou, e sim riu contido com as reações do mais jovem.

— Sabe Jinyoung… Você está tão bonito. — o acastanhado sussurrou rente os lábios do outro, ainda contendo o sorriso aberto que queria aparecer, apreciando com carinho as reações alheias, principalmente o rubor que já era notável em sua face.

Devagar, o moreno abriu seus olhos, fitando os semelhantes à sua frente, desviando por um segundo à boca avermelhada.

— Você pintou o cabelo e cresceu bastante também… — rebateu baixo, um pouco atordoado pela proximidade dos dois.

— Isso significa que estou mais bonito? — riu leve, acariciando o rosto corado com sua respiração. Sem dar-lhe tempo, roubou um selinho e deitou-se na cama em seguida. — Sabe… Estou curioso sobre duas coisas.

— O que?

— Sobre sua faculdade.

De fato, demorou um longo tempo para que o moreno pudesse se adaptar aos costumes do país, logo foi difícil conviver na faculdade de música. Primeiro pelo idioma que possuía pouquíssimo conhecimento, sabia apenas o que havia aprendido com seu pai e já não se lembrava com exatidão. Mas ainda que estivesse ali por um motivo tão peculiar, a esposa de Junghee e o próprio tiveram uma paciência e compreensão desigual consigo, e até mesmo a garotinha de, atualmente, cinco anos lhe trouxera alguns sorrisos.

— Lá é legal, um lugar onde a maioria tem um bom relacionamento. Foi um pouco difícil no começo, mas consegui lidar. — Mark se apoiou nos cotovelos, erguendo um pouco o tronco para olhá-lo.

— E o Jaebum? — tentou não levantar suspeitas de um possível ciúme, mas estranhou a demora de Jinyoung para lhe responder.

— Hm… Ele é meu amigo. — respondeu simplista. — Nos demos bem porque ele também é coreano e… Sei lá, só isso. Por quê?

— Nada, foi só pra saber.

— Certeza? — insinuou algo em sua voz, vendo o homem balançar a cabeça positivamente. — Não é nenhum ciúme não, né? — provocou, porém num jeito descontraído, ouvindo Mark bufar e rir leve, assim se deitando novamente soltando algum resmungo.

Só que essa palavra acabou o recordando do próprio sentimento de minutos atrás, assim, rapidamente ficou sem jeito, ficando com seus pés, peito e cabeça virados para frente.

— O que foi Jinyounggie? — Mark questionou quando viu a atmosfera tensa pairar no ambiente, não obtendo respostas. — Jinyounggie?

— Vou beber água.

O mais velho foi deixado sozinho no cômodo em poucos segundos, sequer lhe dando tempo para pedir um pouco. Acabou ficando sem entender, virando-se de bruços sobre a cama macia. Foi então que sentiu aquela fragrância única que seu irmão tinha impregnada na fronha clara, tendo a certeza que nunca se enjoaria da mesma. Afundou a cabeça no travesseiro, notando o sorriso que apareceu em seu rosto. Era um cheiro de bebê recém-lavado.

Admirado pelo aroma alheio, nem mesmo percebeu o dono voltar e fechar a porta. Jinyoung subitamente ficou disposto a libertar aquele sentimento enquanto bebia água, pois viu que não valeria a pena conviver com ele. E se Mark já lhe atormentava naturalmente, que mal havia em ouvir suas risadas mais uma vez? Se aproximou do homem e sentou na beirada da cama, não demorando para ter sua atenção.

— Também tenho uma curiosidade. — as sobrancelhas do acastanhado se arquearam. — Hm, como foi passar esse tempo longe de mim? Digo, você ficou com alguém?

Os olhos do mais velho passaram pelo rosto alheio, avaliando-o com cautela antes de deixar brotar um sorriso em seu rosto. Ele ergueu-se, sentando-se apoiado em uma das mãos, tocando a bochecha esquerda com a livre.

— Tem medo que eu tenha feito isso? — perguntou mansamente ao caçula que, enquanto fitava qualquer ponto do quarto, assentiu um pouco relutante. — Pois pare com isso, foi algo muito idiota pra pensar e ficar com essa cara feia. — lhe deu um peteleco no meio das sobrancelhas.

— Yah! Não estou fazendo cara feia! — olhou-o. — E qual é o problema? Eu só vi que seria possível… Duvido que não tenha pensando algo assim de mim também!

— Só quando vi aquele seu amigo aqui! — impôs-se, ligeiramente afetado pelas palavras do mais novo. — Aliás, o que vocês faziam aqui dentro?

— Que eu saiba você tinha somente duas curiosidades. — Jinyoung cruzou seus braços, numa ação infantil.

— Qual o problema de eu ter mais uma? — aumentou o tom de voz e, num ímpeto, agarrou os ombros do moreno e o pôs deitado na cama. Não notou quando ficou irritado com o assunto, porém ainda não sentia ânsia de recompor-se e pedir desculpas. No momento só queria respostas, por isso nem mesmo o olhar assustado de seu irmão poderia lhe parar.

— E você ainda diz não ter ciúmes. — o rapaz riu fracamente depois do susto. — Conversando, apenas conversando, Mark… Falo sério. — fitou-o nos olhos, gradativamente vendo o semblante suavizar.

— Mesmo? — desconfiou.

— Ele é apenas meu amigo, pare de bobagem também. — revirou os olhos, ganhando o silêncio alheio no segundo seguinte. Vagarosamente o mais velho afastou-se, pondo-se ao lado dele, vestindo uma expressão incerta e soltando um ‘hum’ como resposta.

Jinyoung voltou a se sentar na cama e fixou seu olhar ao irmão, que em pouco tempo lhe olhou também. Um ‘desculpe’ saiu de seus lábios, para que em seguida colasse-o aos do moreno sutilmente. O mais novo retribuiu-o com um sorriso leve e, pegando em seu rosto, distribuiu mais dois selos demorados, apreciando o sabor daquela parte que lhe era tão agradável.

— Vamos deitar, está tarde. — murmurou, sendo atendido pelo castanho.

Sem muita demora os rapazes se posicionaram em seus devidos lugares, logo tendo a graça da escuridão que os acolheu assim que as luzes foram apagadas. No celular de Mark marcavam exatamente uma e quarenta da manhã, hora da qual ele conseguiu sentir o cansaço empregado em sua pele. Contudo, ainda não queria dormir, e por isso ficou vagando na internet em seu celular.

Jinyoung, por sua vez, ficou pensativo por algum tempo. Na verdade, ele estava com vontade de ganhar um beijo de Mark em que compartilharia sua saliva e vice-versa, só que achava demasiadamente vergonhoso pedir-lhe isso de repente. Ficara um pouco indeciso em ignorar sua timidez, mas sequer sabia se era certo trocar aquele carinho num momento daquele, quando mais velho tinha que descansar devidamente.

Foi assim por meia hora, o moreno acabou deixando suas ideias esvaíssem e estava quase rendendo-se ao sono que o tomava aos poucos, porém algo conseguiu lhe distrair. Algo, nada mais sendo, a voz grave de seu irmão mais velho.

— Jinyounggie. — Mark o chamou baixo, esperando alguns segundos para ouvir um resmungo. — Posso fazer uma pergunta indecente?

Um gelo completo atingiu o moreno subitamente, o jazendo estático sobre a cama. Em sua mente começou cogitar inúmeras possibilidades do que poderia lhe perguntar, mas nada pareceu correto.

— Pode. — cedeu então à curiosidade, mudando sua posição na cama, ficando de barriga para cima.

— Você se tocou nesse tempo… Pensando em mim?

À medida que as palavras foram atingindo seus tímpanos, um constrangimento gigantesco trouxe hemácias em demasio para suas maçãs faciais e um nó à sua garganta. Inquiriu-se sobre a naturalidade do tom expresso do homem, dando-lhe o silêncio, a princípio, como resposta.

— Que pergunta é essa?

— Você disse que eu poderia perguntar! — defendeu-se do tom esganiçado, embora encontrasse um pouco de graça nele. — E é uma pergunta simples, que se responde com sim ou não. — remexeu-se no colchão, ficando de lado, virado à cama do irmão, ainda que este não pudesse lhe ver.

— Por que isso do nada? E outra, do que adianta saber? — demonstrava, sem querer, sua vergonha no timbre de sua voz e se amaldiçoava-se por tal.

— Largue de ser chato… Se quiser que eu responda também, sim, eu me toquei nesse tempo pensando em você.

Jinyoung não pôde controlar a vermelhidão que permanecera em seu rosto, mesmo que tivesse reconhecimento do outro. Era um assunto inadequado, ele classificaria, para estarem conversando no meio da madrugada quando tudo que deveriam fazer era terem bons sonhos. Entretanto, embora tivesse essa opinião, acabou seguindo a mesma resposta do outro, concordando que sim, se tocara, querendo em seguida afundar-se e desaparecer no colchão macio sob si.

Foi então que o mesmo idealizou-o por alguns segundos se tocando e tendo pensamentos pecaminosos, ficando um pouco sem jeito por isso. E antes que pudesse esquecer do que assunto, pareceu ouvir um riso contido de seu irmão. Estranhou o ato, até mesmo refletiu sobre a ideia de indagar sobre, mas não foi preciso. Nada foi preciso quando suas bochechas arderam com a próxima fala do Yi-En.

— O que você pensava?

Honestamente, para ele, tudo estava esquisito. Afinal, apesar de sua timidez, nunca ficara tão vermelho quanto estava e Mark nunca foi tão ousado quanto naquele momento, e Jinyoung se viu ligeiramente sem falas. Não por não sabê-las, mas por sentir vergonha demais para proferi-las.

— Isso já é demais, Mark. Por favor, você está me deixando verdadeiramente envergonhado.

Pensou que receberia mais daqueles diálogos que lhe afetavam tanto, porém se viu enganado quando tudo que ouviu foi a risada breve do irmão, o que trouxe um alívio ao seu peito. Por alguns instantes sentiu medo do silêncio que se instalou no local, mas resolveu esquecê-lo e pôr-se a tentar pegar no sono outra vez. O que foi impossível, pois Mark o despertou totalmente com aquele assunto peculiar.

Jinyoung cogitou seriamente a ideia de ir novamente molhar sua garganta, isto é, se não fosse por um outro corpo subindo em sua cama lhe assustando no mesmo segundo. Seus olhos se arregalaram e seu cérebro pareceu parar de funcionar, embora tentasse processar o que acontecia.

— E quem disse que eu não gosto de te deixar envergonhado? — a voz rouca atingiu seus lábios com murmúrio, antes mesmo que pudessem se colar aos seus.

A princípio o caçula ficou sem reações, entretanto, as emoções pareceram voltar com força total no segundo seguinte. Não foi difícil idealizar o acastanhado acima de si, lhe proporcionando os beijos mais cálidos que seus lábios vermelhos poderiam dar.

Era aquilo que ansiava, ainda que estivesse sutilmente tímido. Seu desejo era apenas o beijo de línguas que trocavam, obtendo sem dificuldade o sabor característico do irmão em sua boca. Esse era para ser o único desejo, porém Mark foi capaz de mudar seus pensamentos quando distribuiu seu peso acima de seu quadril.

A atmosfera ficou pesada assim como suas respirações que preenchiam ruidosamente o quarto entre o beijo que partilhavam. A língua do mais velho encontrava sua semelhante dentro da cavidade bucal aquecida, levando aquele calor para suas peles junto de seus dígitos que já acariciavam a barriga lisa de Jinyoung, aquele que reagia tão bem.

O mais velho captou com graça o gemido rouco que arranhou a garganta do irmão assim que puxou-lhe o lábio com lentidão. Sentiu a necessidade de vê-lo, tateando então a sua direita à procura do abajur mais próximo. Assim que o acendeu, um suspiro escapou de seus lábios com a visão que atingiu seus olhos. Há quanto tempo não via aquele homem abaixo de si, ofegante, vermelho, com seus cabelos levemente desengrenhados, com uma feição erótica demais para se descrever?

Poderia ficar o tempo que precisasse para apontar com detalhes o quão bonito ele era, o quão profundo eram seus sentimentos, o quão aquele ser mexia com seu corpo, mas o sussurro que ultrapassou seus tímpanos pareceram mais importantes. Aquele pedido simples, mas que ocultava milhares de intenções, “tranque a porta”, foi a coisa mais lógica e relevante que poderia ouvir.

Assim que anuiu a demanda do mais jovem, voltou à cama, o encontrando sem suas vestimentas superiores. O tronco magro de antes continuava ali, mas com as mudanças que o próprio tempo ou a rotina fazem, não modificando o seu desejo pelo mesmo. Os orbes lhe fitavam curiosos e ansiosos por seus movimentos, esses que se limitaram a jazer acima dele e lhe beijar novamente, com mais afinco.

Jinyoung tentou com suas mãos empurrá-lo abaixo de si, para que pudesse ditar a velocidade dos atos, mas foi impossibilitado. Os dedos quentes do menor envolveram seus pulsos e os deixaram ao lado de sua cabeça, enquanto sem prévia de término roubava-lhe a boca, abusando o tanto que sentisse vontade.

O corpo de Mark permaneceu sobre o outro, não resistindo por muito tempo a ânsia de mexer-se na região íntima de Jinyoung. Se posicionando, forçou sua pélvis a ir para frente e para trás, roçando-se com lentidão e intensidade, arrancando sons indevidos e sôfregos do moreno.

— Cuidado com sua voz. — avisou, embora amasse ouvi-la nas mais variadas alturas e nos mais variados modos. — Não estamos sozinhos agora.

— Eu sei… — respondeu de imediato, respirando anormalmente, olhando o rosto do irmão com atenção. — Não deveríamos estar fazendo isso… — sussurrou.

Mark limitou-se a sorrir sem mostrar seus dentes, mordiscando os lábios vermelhos mais uma vez, dirigindo-se em seguida à mandíbula, pescoço, orelha, distribuindo o trabalho quente e úmido que sua língua e boca poderiam oferecer, ouvindo com cautela os gemidos baixinhos que apareciam no recinto.

— Mas já estamos, não? — ele sussurrou rente ao ouvido direito de Jinyoung, sentindo-o se contorcer abaixo de si enquanto se arrepiava. — Ou vai me dizer que quer continuar com esse volume? Se aliviar sozinho? Hm?

A respiração descompassada foi a resposta mais correta que Jinyoung poderia lhe dar. Os dígitos dele mergulharam em seus fios castanhos enquanto sua boca descia por seus mamilos, os chupando e acariciando com vontade, causando mais fisgadas ao seu baixo-ventre com os gemidos que o moreno tentava conter.

Deixando o caçula com a cabeça colada no colchão, com seu corpo febril, pôs-se a ficar entre suas pernas e trilhar com sua língua um caminho específico até seu abdômen, onde não resistiu em mordiscá-lo com carinho. Achou que fosse enlouquecer pelos espasmos que Jinyoung demonstrava sentir, porém o que lhe fez delirar foi seu nome surgindo da voz sussurrada do mesmo. Como amava ouvir seu nome sair daquela boca!

Estimulado, pegou o cós da bermuda alheia e começou a empurrá-la para baixo, acompanhada da roupa íntima, deixando seu irmão da forma que veio ao mundo. Poucos pelos enfeitavam a pele de Jinyoung, e a visão de seu membro teso foi razão do seu próprio suspiro.

— Você realmente virou um homem lindo. — Mark murmurou, com admiração. — Tinha que ser meu irmão. — descontraiu, retirando do mais jovem um riso gostoso, que acabou não durando muito tempo.

O moreno maltratou seu lábio inferior quando sentiu a mão quente de Mark envolver seu íntimo, ficando com a boca entreaberta, disperso de qualquer coisa que não fosse os dígitos subindo e descendo por sua extensão. O olhar do mais velho caiu sobre o seu, revirando seu âmago de uma maneira única, deixando-lhe à mostra todas as sensações que sentia.

Era uma masturbação simples para outros, mas quando se tratava de Mark até o mais simples se transformava em algo de fascínio. Park Jinyoung adorava aquelas mãos quentes e suaves, porém amava seus lábios; aqueles mesmos lábios que mais uma vez trabalhavam em seus mamilos sensíveis, fazendo seu corpo contorcer-se abaixo dele. As sensações eram maiores, talvez pelo longo tempo que ficaram sem se tocarem, e a cada instante se tornavam mais intensas.

O caçula tentava prender os gemidos que pudessem os denunciar, mas tudo pareceu mais difícil quando a boca dele envolveu seu comprimento, sugando sua pele e olhando-o como um predador nato. Seus pulmões obtinham o ar com dificuldade, sua epiderme começou a formigar com a temperatura mais alta, e seus dedos rapidamente foram aos cabelos castanhos do rapaz.

Gemeu contido, ficando incomodado em ter que pensar sempre em não gemer alto, logo notando o quão Mark continuava bom naquela carícia suja. Ruídos do ato obsceno chegavam aos seus ouvidos, lhe deixando levemente constrangido, mas não menos agradecido por sentir a língua experiente. Os olhos se fecharam em deleite assim que todos seus pelos e eriçaram pelos dedos que resvalaram sua entrada, quase escapando-lhe um tom mais alto.

Se lembrou de todas as vezes que dedilhou aquela área, sabendo que nunca sentiria a mesma sensação que Mark lhe dava, porque, estranhamente, ele conhecia seu corpo melhor do que ele mesmo. Trouxe mais uma vez o nome do irmão aos ares, indicando que dentro da última gaveta da cômoda existia o que ele precisava.

— Só não tenho camisinha… — murmurou tímido, rapidamente.

— Acho que devo ter trago alguma. — respondeu, com o lubrificante em mãos, rumando à sua mala, vasculhando com pressa, torcendo para que tivesse seguido seus pensamentos em jogar algum preservativo na mesma. — Achei.

Mark voltou para a cama retirando todas suas roupas, sentindo-se aliviado por estar finalmente nu. Deixou o pacotinho no colchão e utilizou do lubrificante em seus dedos para tocar o íntimo de Jinyoung, o estremecendo pela textura do produto. As pupilas do mais velho dilatavam com a visão de seu irmão à sua mercê, totalmente entregue ao que achasse certo, gemendo debaixo de baixo da própria mão. Quis fotografar a cena para contemplá-la depois, porém mudou seu foco para o falo rígido que implorava por atenção. Acomodou-o pela segunda vez em sua boca, percebendo o espasmo que Jinyoung sentiu.

Um dedo o adentrou, e o mais novo se viu desesperado pelo medo de não conseguir se conter o suficiente. Mark não findava seus atos, não que quisesse isso, mas aumentá-los a um segundo dígito foi muito. Gozaria naquele instante, contudo o irmão afastou-se. Talvez seu ápice estivesse expresso em seu rosto.

Abriu os olhos que sequer percebera quando os fechou, encontrando os semelhantes lhe fitando desejosos. Um contato visual foi sustentado à medida que os dedinhos travessos entravam e saíam de seu interior, queimando sua tez esbranquiçada sem piedade, lhe deixando ligeiramente tímido. A cabeça do maior foi para trás em um certo momento, pressionando sua desta à boca, segurando o que quer que sairia quando Mark chegou em um ponto específico.

O mais velho, por sua vez, não conseguiu esconder o sorriso aberto, investindo naquele lugar outra vez, mas com uma lentidão inigualável que abalou completamente Jinyoung.

— Não faça assim, por favor… — o mesmo sussurrou desconexo, abafando ainda sua voz com sua mão, respirando arduamente. — Eu não consigo aguentar.

Como de praxe, o castanho não poderia deixar de atormentar o pobre rapaz que exibia um teor altíssimo de sensualidade e prazer, por isso repetiu os mesmos atos algumas vezes para que, finalmente, não aguentasse sua própria ereção.

Beijou o tronco do amante enquanto retirava seus dedos com cuidado, buscando um pouco mais do lubrificante para usá-lo, antes de rasgar o pacotinho laminado e acomodar seu volume dentro do látex, extasiado por já se imaginar dentro da cavidade estreita.

— E agora? Acha que consegue aguentar? — indagou entre as pernas alvas, apertando sem muita força a carne do local.

— Não sei. — suspirou, sentindo não muito tarde a glande de seu irmão à sua entrada, acariciando-a sem pressa. — Honestamente, eu não sei.

— Shh… — soltou, aproximando seu rosto do dele. — Tire sua mão. Me beije.

Apesar da sensação de nervosismo que encheu o peito de Jinyoung, ele seguiu às demandas do mais velho, capturando seus lábios com volúpia enquanto deixava suas mãos na nuca do mesmo, impedindo-o de se afastar.

Foi então que começou. O mais jovem pressionou sua boca à semelhante, e a rigidez de Mark começou adentrá-lo devagar. O incômodo acompanhado da dor fizeram seus dedos fecharem com força nos cabelos castanhos, prosseguindo para as costas que sofreram vergões por suas unhas. Seus gemidos morriam nos lábios do irmão, aquele que lhe preencheu por completo no exato instante.

As reparações estavam entrecortadas, mas não tanto quanto a de Mark estava. Se sentia deliciosamente pressionado dentro de Jinyoung, acolhido de uma maneira exuberante. O moreno colou suas testas, desgrudando seus lábios, apenas sentindo o fôlego afoito que o mais velho tinha.

— Você está tão apertado, sabia? — ele sussurrou, arrepiando todos os pelos de Jinyoung no mesmo tempo que suas mãos fixaram-se no quadril do mesmo.

O caçula, envergonhado com o dito, não foi capaz de rebatê-lo. Sentia-se nostalgicamente tomado pelo rapaz, como fora outras vezes tão perfeitamente tocado e satisfeito. Mais surreal do que encontrá-lo depois de cinco anos, era estar sob ele com o mesmo lhe preenchendo. Não conseguia processar a ideia com exatidão.

Mark, o observando sutilmente, foi ao pescoço alvo puxar-lhe a pele entre seus dentes, ouvindo seu ofegar deliciosamente perto de seu ouvido. Subiu às orelhas, rapidamente lambendo a região, obtendo mãos inquietas em suas costas.

— Jinyounggie… — gemeu, apertando a cintura alheia, começando se mover levemente. — Eu te amo. — selou-lhe os lábios.

— Eu também… — retribuiu o mesmo selinho, mexendo seu quadril contra ele, mordendo seu lábio inferior com um pouco de força.

O mais velho ditava o mover pélvico sobre o moreno, retirando-se levemente de dentro dele, para voltar a atingi-lo com cautela, temendo machucá-lo. Os gemidos dele chegavam aos seus ouvidos, o que lhe fizeram gradativamente aumentar seu ritmo.

Em pouco tempo ambos estavam se perdendo entre suas carícias, seriam elas suaves ou não. Jinyoung não via nada além que o irmão e vice-versa, como se fossem a única coisa relevante de todo resto. O suor orvalhava sobre suas peles, a voz que insista em surgir em escalas altas era contida como podiam, nunca cogitando a ideia de cessar o ato impudico.

Mark via cada mísera reação que seu irmão tinha, arrepiando-lhe inteiro por vê-lo num estado tão luxurioso. Os olhos dele brilhavam, liam sua alma como apenas ele sabia fazer, acarretando naquela falta de ar que lhe acometia incansavelmente. O mais velho sentia sua garganta seca, não muito diferente do outro, que estava tão colado à si.

Estocadas precisas, numa velocidade e força exercidas de uma maneira única, agradando demasiadamente o mais jovem que trocava mais um beijo pouco coordenado com Mark. Sentia-se tão bem com aquele rapaz que reforçava a ideia de nunca ter capaz de substituí-lo.

Subitamente o acastanhado parou, recebendo um muxoxo alheio, mas tudo era para trocarem de posição. Passou os braços pelas costas dele e ergueu seu tronco, fazendo com que ficasse com uma perna ao lado de seu corpo, logo se ajeitando sob ele, tendo-o em seu colo. Mark apoiou suas mãos no colchão, fitando o mais novo rebolar sobre seu membro, se esforçando a não gemer alto.

Seus narizes se roçavam vez ou outra, a língua travessa passava pelos lábios do caçula, enquanto seus movimentos voltaram com mais rapidez. Os dedos do acastanhado acariciavam a glande do maior, envolvendo a carne com sua mão, o masturbando com maestria.

— Mark… — um fio de voz resumiu ao nome do irmão, dessa forma, jogando sua cabeça para trás, subindo e descendo sobre o membro duro. — Não pare, por favor.

Mark nunca pensou em parar, afinal que loucura seria aquela? Logo quando estava se aproximando de seu próprio auge, pararia? Claro que não. Sob o maior, investia seu membro contra ele, acompanhando-o na própria dança que juntos compartilhavam, acabando perdendo um pouco o ritmo pelo desespero em alcançar o ápice.

Jinyoung sequer parecia aquele homem de traços surreais, que em momentos de quietude admirava em segredo. Quando o tinha dentro dele, transformava-se em uma outra pessoa, mas tão linda e maravilhosa quanto. Seu irmão era um ser fantástico, e no meio daqueles pensamentos assistiu-o levar sua mão à boca e fechar os olhos antes que sua mão começasse ficar suja pelo sêmen que saía de sua fenda.

A respiração saiu audível quando a palma desgrudou de sua boca, assim, Jinyoung logo se sentiu em outro mundo. As pernas fraquejaram, os espasmos percorriam violentamente suas veias. Amava chegar ao seu ápice pelo irmão, amava. Porém, dentre tantas sensações, precisou cuidar do próprio orgasmo de Mark, pois não seria egoísta àquele ponto. Amava proporcionar aquele sentimento delicioso a ele também.

Por isso não demorou tanto para que o retirasse de dentro se si, e se colocasse a tirar a camisinha e masturbá-lo igual fizera consigo. Seus rostos estavam próximos, seus lábios roçavam e se acariciavam num compasso agradável, e naquela proximidade Jinyoung se arrepiava com o som prazerosamente grave de Mark. Ele murmurava seu nome incontáveis vezes, pressionando sua cintura de vez em quando, até que finalmente o último gemido desgrudou de sua garganta, assim liberando sua essência nas mãos do mais novo.

Da última vez que se sentiram tão realizados daquela forma foi da primeira vez que cederam-se um ao outro. Por mais que fossem irmãos, viam que nunca sentiriam aquela repugnância que outros sentiam. Era tudo tão descomunalmente único que seus sorrisos não poderiam conter mais sinceridade.

Era amor, um único amor que ambos sentiam reciprocamente, que nem benditos cinco anos puderam apagar. Agora os dois tinham sua própria responsabilidade e papel na vida, mas estariam dispostos a cumpri-los juntos. E seria então ao fim da faculdade de Jinyoung que voltaria para Seul, onde começariam viver como uma família novamente, um novo tempo que passaria como uma tarde de primavera.

Uma estação que reinstala a alegria e o colorido, depois de uma era cinzenta e fria.


Notas Finais


E esse foi o limão de MarkJin. Posso falar que foi difícil pra mim imaginar o Mark por cima? Pra alguém (também) apaixonada por Markson, ver o Mark na ativa foi algo muito diferente. -q

Disse para considerarem o anterior como o final, porque como viram, o final daqui é um pouco vago, creio. E eu tenho algumas poucas palavras que fiz depois de pesquisar algumas coisas, mas está algo _extremamente_ meloso. Posto? Não posto? -q

Me apontem os erros que encontrarem (porque não revisei), e me digam o que acharam! ♥


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