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História Suicide love - Carta de alforria


Escrita por: HeJuice

Capítulo 40 - Carta de alforria


- Só por essa noite, eu prometo. – disse o tirando do transe, ele logo me deu passagem para que eu entrasse e fechou a porta.

         - Mas o que aconteceu com você para chegar aqui nesse estado? – ele me conduziu até o sofá aonde me sentei. – você estava chorando? – ele se ajoelhou na minha frente. Neguei e abaixei a cabeça, as lágrimas foram impiedosas comigo e rolaram em meu rosto deixando transparecer o que eu tentava ocultar. – o que aquele desgraçado do Bieber de fez? – ele disse firme  levantando meu rosto com delicadeza para que eu o olhasse.

         - foi ela, Adam, ele me trocou por ela. – disse afundando o rosto em seu ombro o molhando.

         - não fica assim Ly. Ele não merece suas lagrimas. – ele acariciou meus cabelos e fez com que eu o olhasse. – Você é uma garota incrível e você sabe disso.  – ele secou minhas lagrimas com o dedo. – você está muito nervosa, vá tomar um banho para relaxar. Depois você me conta tudo direitinho. Ok? – assenti secando as lagrimas. – eu vou pegar uma toalha e uma camisa para você. – assenti e me levantei.

         Ele me conduziu até onde era  o banheiro me entregando as coisas, as peguei e entrei. Me despi entrando debaixo do chuveiro, a água quente entrava em contato com meu corpo tirando o peso de todas as emoções. Quanto acabei de tomar banho me sequei e vesti a roupa que Adam havia me dado, a blusa mais parecia um vestido em mim. Sai indo em direção a sala aonde o encontrei sentado vestido  com  uma bermuda larga.

         - agora você me explica tudo que aconteceu. – ele disse quando cheguei perto dele.

         -  Ele me traiu Adam. Foi isso, ele me traiu com ela. Eu os peguei seminus no tapete da sala. – disse tentando segurar minhas lagrimas. Aquela cena se repetia na minha mente fazendo com que eu sofresse mais ainda. Ele parou e me encarou com aquela imensidão azul.

         Nesse momento meu celular começou a tocar incansavelmente, olhei no visor e vi que  ele estava ligando. Adam me encarou esperando minha reação, confesso que queria ter atendido e até hesitei.

         - vai, atende. Não é isso que você quer? – ele disse  me encarando. Coloquei o celular em cima da mesa e fiquei observando até a chamada cair, o encarei e não consegui conter as lágrimas, ele veio até mim e me abraçou. – não fica assim, não fica assim.

         Por mais que ele tivesse me machucado eu ainda o amava, eu sei, sou uma idiota, uma otária. E mais uma vez eu me vejo chorando, chorando por ele.

         - você sabe o que mais me indigna? -  ele disse fazendo com que eu o olhasse. – quanto mais ele te magoa, te faz chorar, te machuca de corpo e alma, mais  você  chora por ele. – ele se levantou. – Ly, será que você não percebe? Quem ama não machuca, não faz chorar.

         - mas ele disse que foi só um deslize. – disse enxugando as lagrimas. Ele riu fraco.

         - foi isso que ele disse? – ele me encarou. - foi essa a desculpa que ele te deu? – apenas assenti.

         - ele deve ter uma explicação  muito boa para tudo isso. – disse. Eu estava tentando me firmar nessa hipótese, eu queria acreditar que aquilo fosse somente um pesadelo.

         - LY, ouve uma coisa. – ele se ajoelhou na minha frente e  segurou meus braços para que eu não desviasse os olhos dos dele.  – quem trai uma vez sempre vai trai.  Uma vez que isso acontece está sujeito a acontecer mais vezes. – ele tinha os olhos fixos no meu.

         - Mas…

         - Ly, você é uma garota incrível, com um coração enorme e uma beleza única. – ele se aproximou mais de mim acariciando meu rosto. – você não merece chorar por alguém como ele. – ele estava tão próximo a mim que podia sentir seu hálito quente e envolvente.  Com ele assim tão perto meu corpo começava a reagir de uma maneira diferente, o som aveludado se sua voz  era agradável, seu cheiro era imponente me atraia de uma maneira estranha.

         Nossos lábios cada vez mais próximos, nossos olhares fixos um no outro, aquilo era estranho, mas ao mesmo tempo normal. Nossos lábios se encostaram e foi iniciando um beijo, um beijo calmo, mas que continha uma imensidão de sentimentos. Havia a tristeza da minha parte fundida com o sentimento de magoa e medo, já ele continha os sentimentos opostos que se encaixavam perfeitamente nos meus os curando. Aquilo me parecia errado, pois de certa forma estava traindo o Justin e iludindo o Adam, por mais que eu goste dele isso não vai se transformar em amor.

         Aquele beijo me fez matar uma curiosidade que eu tinha desde o dia que o conheci, quando ele impediu de Justin me dar umas boas bofetadas na cara.  O beijo dele era calmo e delicado, bem diferente do Justin que era um beijo voraz e que transbordava desejo, luxuria. 

         Ele apalpou as mãos no sofá aprofundando o beijo enquanto  eu tinha uma das mãos em seu pescoço e a outra em seu rosto. O beijo estava ficando cada vez mais intenso, ele foi encostando no sofá enquanto tinha os joelhos no mesmo me prendendo entre eles e suas mãos agora no meu rosto segurando-o  para que eu ficasse na direção certa da sua boca, enquanto minhas mãos descia pelo seu abdômen descoberto, ele era rígido e definido. Eu parecia esta em transe, ele mordeu levemente meu lábio inferior me fazendo soltar um leve gemido.

         Ele parou imediatamente e se levantou indo para o outro lado da sala passando as mãos pelos cabelos, enquanto eu o observava ainda ofegante.

         - Me desculpe, Me desculpe. Eu não deveria ter feito isso. – ele disse passando as mãos no rosto e andando de um lado para o outro. Apenas assenti.

         - eu que te peço desculpas, foi eu que deixei. Não deveria ter feito isso. – me levantei do sofá ajeitando os cabelos. – eu só preciso de uma boa noite de sono para  me livrar de todas essas emoções.

         - vou te conduzir até o quarto de hóspede. – assenti e assim ele fez. Levou-me até um quarto com uma cama de casal já arrumada, entrei. – boa noite. – ele se despediu me dando um beijo na testa.

        No dia seguinte acordei decidida a ir até lá e exigir uma explicação dele, saber o que ele tinha para me falar sobre o que aconteceu ontem. Pode falar, eu sou uma otária mesmo, só levo pela cara e não me canso disso.

         Levantei da cama e fui até o banheiro aonde fiz minha higiene matinal e  me troquei vestindo minhas roupas. Rumei em direção à sala e a mesma  estava vazia, mas não iria sair sem me despedir do Adam , confesso que não sei nem como vou olhar para ele depois de ontem, eu sei que foi só um beijo, mas eu me sinto estranha por ter feito isso.

         - pensei que tivesse entrado em coma. – ele chegou à sala enxugando a mão em um pano. Olhei para o relógio e já era uma hora da tarde, eu havia dormido demais. – está com fome? – assenti, eu estava com uma fome absurda, e além do mais tinha que alimentar dois, eu e meu pequeno.

         Ele me conduziu até a cozinha onde estava  preparando algo para comermos. Dentro de poucos minutos  ele terminou e colocou a mesa, o almoço estava divino, está aí uma coisa que eu não sabia, um mafioso cozinha excelentemente.

         - você cozinha muito bem, tipo muito bem mesmo. – disse enquanto pegava mais um pouco de lasanha.

         - obrigado!  Modéstia parte cozinho muito bem mesmo. – ele se gabou.

         - convencido! – disse rindo e me sentando a mesa. Ele riu. – não sabia que um mafioso pudesse cozinhar tão  bem.

         -  eu não sou só mafioso. – ele me encarou. – eu sou chefe de cozinha também, baby! – ele deu uma piscadela.

         - Serio? Tipo. Serio mesmo? -  parei boquiaberta o encarando. – você é um daqueles chefes que usa doma e tudo mais? – ele assentiu rindo da minha reação.

         - bom, eu não exerço essa profissão com frequência, mas sim, eu tenho doma e tudo mais. – ele riu fraco.

         - por que você nunca me contou?

         - por que você nunca perguntou. – ele levantou da mesa tirando os pratos. – eu estudei para isso, antes de entrar para essa vida. Você sabe. – assenti. – também isso é um bom disfarce. Bom, lavo o dinheiro da vida criminosa nos meus restaurantes. – ele voltou à mesa colocando uma taça de doce.

         - você tem restaurantes? – perguntei incrédula.

         - sim. Sou dono da rede de restaurantes “Sother’s”  . – ele se sentou novamente e começou a comer a sobremesa. “Sother’s” era uma das redes de restaurantes mais caras dos Estados Unidos.

         - Tá, você conseguiu me surpreender totalmente. – disse ainda sem acreditar. Ele riu.

         - você ficaria surpresa se eu contasse aonde os outros garotos lavam o dinheiro que ganham. – ele riu fraco.

         - talvez outra hora. – disse me levantando e colocando meu prato na pia. – agora tenho que ir. – peguei meu celular que estava em cima do balcão.

         - eu não acredito nisso. Você vai voltar para a casa dele?  -  ele perguntou incrédulo.

         - Sim, eu preciso de uma explicação Adam. Eu preciso saber da boca dele. - ele me encarou sem dizer nada por alguns instantes.

         - então deixa que eu te levo até lá. – ele se levantou da mesa e foi buscar as chaves do carro. Descemos de elevador até a garagem do prédio, entramos no carro e fomos.

         No trajeto até lá ele foi me contando sobre sua vida de Chefe de cozinha. Confesso, era engraçado, não só as historias loucas, mas também o fato dele ser MÁFIOSO  e ser um chefe de cozinha. Tenho que confessar, é uma boa estratégia, um bom disfarce. 

         Paramos em frente o portão da  mansão do Justin, Adam achou melhor não entrar na propriedade e estacionou em frente.

         -  Se alguma coisa acontecer  você sabe aonde me procurar. – ele disse olhando para mim. Respirei fundo e assenti. Ele me deu um beijo na testa, respirei fundo mais uma vez e sai do carro. – qualquer coisa é só me ligar. – ele disse de dentro do carro, assenti e ele se foi.

         Agora que seria a hora da verdade, confesso que estava com um pouco de medo, não sei se conseguiria ouvi a verdade,  não sei se conseguiria olhar para ele com os mesmos olhos depois de tudo que vi, não sei se conseguiria entrar naquela sala e não lembrar da cena.

         Adentrei aos portões passando pelos seguranças facilmente, afinal eles já me conheciam. Fui caminhando em direção a casa, a cada passo meu coração acelerava mais um pouco e aquelas malditas lembranças invadiam minha mente sem piedade me torturando. Cheguei até a porta e toquei a campainha, esperei um pouco até que uma das empregadas  veio atender, entrei na casa e dou de cara com o que? Sim, com aquela maldita sala, com aquele maldito tapete, e  me veio aquela maldita cena na minha cabeça novamente.

         Tentei evitar ao máximo não olhar para lá, fui em direção o escritório, provavelmente ele estaria lá. Entrei sem pedi permissão, ele estava sentado atrás da mesa em sua cadeira e encarava fixamente o monitor.  Ele levantou os olhos me encarando, caminhei até perto da mesa e cruzei os braços e o encarei.

         - A noite com o Adam foi boa? – ele disse serio.

         - oi? Como assim? – perguntei confusa.

         - não se faça de desentendida, eu sei que você passou a noite lá. – ele se levantou da cadeira e se apoiou  em frente a mesa.

         - eu passei a noite lá sim, o que isso tem haver? – o encarei seria.

         - Por que não me atendeu quando eu te liguei. – ele disse serio e me encarando. – Ah, já sei. Você com certeza deveria está se atracando com ele.

         - você está insinuando que eu  dormir com o Adam? – perguntei incrédula.

         - eu não estou insinuando, estou afirmando. – ele me encarou. – vai fdizer que não rolou nada lá? Você estava abalada, indefesa, com toda a certeza ele deve ter se aproveitado da situação.

         - eu não estou acreditando no que estou ouvindo. – disse o encarando. – você sabe muito bem que EU o contrario de você, nunca faria isso. E não muda de assunto, não vem tentando ocultar seu erro inventando uma para mim. –  disse rude.

         - Meu erro? Eu te disse que aquilo foi um deslize. Eu  sou humano, tenho fraquezas.

         - você está certo, você é humano. Mas você foi fraco, isso que você foi Justin Bieber, um fraco. – disse começando a me alterar.

        - uma coisa que eu acho muito engraçado em você. Eu perdoei seu erro, por que você não perdoa o meu? – ele me encarou.

         - a diferença do meu erro para o seu é que o meu foi material, pode ser pago, mas o seu Justin, seu erro me marcou de uma forma irreversível, seu erro me atingiu por dentro. Você me feriu Justin, da forma  mais brutal que alguém pode  ferir. Você feriu meus sentimentos. – disse tentando segurar as lagrimas. – eu te pedi para não  me deixar criar falsas esperanças. Eu te pedi para não ferir meus sentimentos, deixar mais uma marca em mim. – o encarei com os olhos já marejados. – se você já sabia que iria me trai, por que me manteve aqui? Por que você me deixou pensar que nós fossemos um casal, que você se importava comigo. – não consegui conter as lagrimas que rolaram pelo meu rosto sem piedade.

         - quantas vezes eu vou ter que dizer? Aquilo foi um deslize,  não significou nada para mim. – ele disse tentando se aproximar, mas me afastei.

         - Justin, uma vez que se trai sempre vai trair. - disse já impaciente.-  Se for para ser assim, era melhor que nunca tivesse me tirado daquela boate.

         - então você preferia ter ficado lá? Ter sido vendida para um estranho? – ele me encarou. – hein, me responde. – ele começou a alterar o tom de voz. – Desculpe-me se não te dei a vida de contos de fadas que você sonhou. Uma coisa você já deveria ter percebido, eu não faço o estilo príncipe encantado. – ele começou a ser alterar

         -  nem para sapo você está prestando Justin. – disse no mesmo tom de voz que ele. – meu Deus, como eu me arrependo de não  ter jogado uma pedra na sua cabeça no dia da festa. – disse andando de um lado para o outro.

         - Se você se arrepende tanto de ter me conhecido por que não vai embora? Pode ir, a porta da rua é a serventia da casa. Vai, me esquece, esquece que  um dia eu existi na sua vida. Vai embora. – ele disse apontando para a porta. – o que você está esperando? – ele me encarou esperando minha reação, mas eu estava sem nenhuma. – Ah, já sei… - ele disse mexendo em uma das gavetas da mesa. – É isso que você quer para ir embora? – ele disse jogando vários plaques de notas em cima da mesa. – toma, isso é tudo que eu te devo pelos seus serviços. Se faltar algo pode vir me procurar, faço questão de pagar cada tostão.  – ele empurrou as notas para perto de mim.

         Eu não estava acreditando no que tinha acabado de ver e ouvir. Com um simples ato ele mostrou que tudo que vivemos nesses meses não foram nada, não significaram nada, com aquele ato ele mostrou o que eu valia para ele, o que eu era aos seus olhos, uma simples prostituta, que ele usa e no dia seguinte despensa.

         - se você quiser pode levar as roupas também. Não faço questão de nada.

         As lagrimas embargavam minha voz impedindo que ela saísse, meu peito doía como se alguém tivesse enfiando um punhal e rasgando a sangue frio. Eu estava totalmente sem reação.

         - eu vou sim Justin, eu vou embora. – disse tentando parecer firme. – Mas eu faço questão de não levar nada daqui, nada que me lembre de você. Eu não preciso do seu dinheiro, não preciso de nada disso. Eu tenho minha dignidade e isso me basta. – disse secando as lagrimas com brutalidade. – por que quando eu disse que te amava eu estava sendo sincera, eu me entreguei de corpo e alma, não fui igual a você que manipulou tudo, mentiu. Eu vou sair dessa casa somente com as lembranças, somente isso.

         Ele me encarava sem dizer nenhuma palavra, sem esboçar nenhuma reação.

         -Se eu não sou ”digna” de estar ao seu lado. – caminhei até ele. – eu também não sou “digna” de está no the Bizzle. – disse tirando a pulseira  jogando em cima dele e caminhando em direção até a porta do escritório. – Ah, já ia me esquecendo. – me virei de novo para ele. – eu desejo que vocês sejam muito felizes juntos. Vocês dois se merecem, são iguais, são da mesma laia.

         Bati a porta do escritório com força e fui caminhando em direção à saída, eu tentava ao máximo ser forte e não deixar transparecer o meu real estado. No meu peito se instalava  uma dor brutal como se tivesse me destroçando , em minha mente só passava tudo que ele me disse.

         Agora mais do que nunca estou disposta a ir embora, eu e MEU filho, vou cria-lo sozinha  e se um dia ele  perguntar  se tem pai, eu vou dizer que morreu. Isso dói mais em mim do que você imagina, mas vai ter que ser assim, ele escolheu assim. Eu estou decidida, vou voltar para onde eu nunca deveria ter saído, vou voltar para onde tudo  começou.   


Notas Finais


OMG :O
CONFESSO, CHOREI!

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