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História Suicide love - Memorias


Escrita por: HeJuice

Capítulo 41 - Memorias


Fui andando pelas ruas um pouco desorientada, era muita informação para minha cabeça, era muita coisa acontecendo em tão pouco tempo. Minha vida foi de quase perfeita para um  perfeito desastre , eu sou uma idiota em pensar que ele se importava comigo, que gostava de mim, agora vejo que o único sentimento que ele tinha por mim era pena, por isso fez aquilo tudo, agora eu sei qual é o valor que e tenho para ele, de uma prostituta qualquer.

         Parei em frente uma casa que eu conhecia muito bem, uma casa da qual eu nunca deveria ter saído. Abri o pequeno portão branco de entrada, a fachada da mesma não estava mais como antes, a pintura estava um pouco desgastada pelo tempo, a grama  estava grande, mas ainda sim era a minha casa.

         Dei a volta na casa até chegar à porta da cozinha, tudo parecia ter parado no tempo,  o balanço ainda estava lá do mesmo jeito, assim como a caixa de areia.

 

         Flashback on

 

         - Vem Victor, vamos brincar. – disse pegando um baldinho e uma pá.

         - Não podemos brincar agora Lily, nós  já tomamos banho não podemos nos sujar. – ele disse indo ao meu encontro. – A mamãe vai brigar comigo se você se sujar. – ele me pegou no colo e me levou para dentro de casa.

         Flashback off

 

         Como as coisas podem mudar tão rapidamente? Ele de um irmão superprotetor e agora estava me caçando como se eu fosse um animal.

         Caminhei até a varanda da trás, a porta estava trancada – como já era de se esperar- o jeito seria arrombar. Comecei  a forçar meu corpo contra a porta, mas não estava adiantando nada, pois a fechadura nem ao menos afrouxou. Olhei em volta e as únicas coisas que tinham eram cadeiras. Bom, se não temos outra opção vai isso mesmo. Peguei uma das cadeiras e  comecei a força-la contra a porta, cada vez com mais força, até que a mesma se abriu causando um barulho enorme  que até o cachorro da vizinha começou a latir. Droga. Entrei na casa rapidamente e fechei a porta, ou melhor, o que sobrou dela.

         A casa por dentro estava a mesma, excerto pelo de poeira. Caminhei até a sala que estava intacta, impecável como sempre, fui subindo as escadas até o segundo andar aonde tinha um corredor que levava aos quartos, caminhei pelo mesmo e parei enfrente o meu quarto. A porta estava entreaberta como eu havia deixado da ultima vez que estive aqui,  a empurrei  e a mesma se abriu. Confesso que bateu uma nostalgia quando entrei, a cama arrumada com os bichinhos de pelúcias em cima- coisa que mamãe insistia para que ficasse, mesmo eu dizendo que não era mais necessário. O closet branco com desenho de uma borboleta violeta  que tomava quase a metade do mesmo, a penteadeira como sempre deixava , cheia dos perfumes, maquiagem, escova de cabelo, e o globo de neve.

         Flashback on

        

         - Lilyan, Lilyan. – ouvi a voz do papai chamando por mim.

         - Já vou papai. – disse e sai correndo descendo as escadas e o abraçando forte.

         - Cuidado princesa, você pode se machucar. – ele disse enquanto acariciava meus cabelos.

         - o que você trouxe para mim. – perguntei curiosa. Sempre que ele voltava de uma viajem, fosse ela de negócios, ferias ou qualquer coisa do tipo ele me trazia um presente. E daquela vez ele me trouxe  uma coisa que eu nunca tinha visto antes, um globo de neve.

         Ele havia acabado de chegar de New York, então vocês já podem imaginar o que tinha dentro do globo, sim a estatua da liberdade. Eu com apenas três anos achei aquilo o máximo, super magico.

         - um dia eu te levarei para conhecê-la. – ele disse mexendo o globo fazendo com que purpurinas se espalhassem por ele.

         Flashback off

        

         - você não sabe a falta que  me faz. – disse prensando o globo de neve contra o peito.

         Fui em direção o corredor parando agora em frente o quarto dos meus pais. Eu não tinha a certeza se estava realmente preparada para entrar lá de novo, mas era necessário, lá dentro eu tinha a certeza  que me sentiria mais pertinho deles. Respirei fundo e abri a porta, como de imediato um perfume atingiu minhas narinas, aumentando  a nostalgia e a saudade, era incrível, parecia que eu estava vendo os dois ali conversando.

         Caminhei até a cama aonde me sentei encarando o espelho. Lembro-me perfeitamente das broncas que mamãe me dava quando eu usava seus perfumes e sua maquiagem.

Flashback on

 

         - Lily, eu já disse que você não pode ficar usando minhas maquiagens, nem meus perfumes. Eles são muito fortes para você. – ele me pegou no colo e começou a limpar meu rosto.

         - Eu queria ficar bonita igual a senhora. – disse inocentemente. Ela me encarou e riu.

        - você já é bonita do jeito que você é, não precisa de maquiagem alguma. – ela me deu um beijo estalado em minha bochecha, e eu como sempre ria com a cosquinha que produzia.

         Flashback off

 

         Fui até o closet e o abri, lá estavam as roupas alinhadas como sempre, e por incrível que pareça depois de mais um ano não estavam com cheiro de guardado nem nada, estavam lá, cheirosas e sem nenhum amarrotado. Afastei os vestidos da mamãe e puxei do fundo uma caixa, a caixa de memorias. Era aonde mamãe guardava tudo,  cartas, fotografias, desenhos.

         A coloquei em cima da cama e abri, um cheio de guardado atingiu meu nariz  me fazendo espirar.  Por cima de tudo havia um álbum de fotografias, tirei e comecei a folheá-lo, eles estava organizado cronologicamente, começava nos tempos de namoro do papai e da mamãe. Havia fotos  deles na escola, em praças, jardim, eles pareciam tão felizes, o sorriso não faltava em nenhuma delas.

         Havia fotos do casamento deles, confesso que ri um pouco, pois os vestidos de noivas antigamente eram estranhos, porem  o que mais me chamava atenção era a expressão de todos, principalmente do casal, um sorriso natural de orelha a orelha,  era o espelho da alma, refletia o verdadeiro sentimento. Eles nasceram um para o outro.

         Mais para frente tinha as fotos da mamãe gravida, dos aniversários do Victor e do meu, festas de escolas, dia de ação de graças, dia das crianças, dia das mães, dia dos pais. Em todas essas datas nós comemorávamos juntos, principalmente o natal. Lembro-me muito bem, todo ano o papai tirava a foto de natal da família para guardar de recordação, nós vestíamos um suéter de lã  que a vovó havia feito, o suéter esquentava e pinicava mais que tudo nessa vida, eu o odiava. Ele era branco com uma rena e guirlandas vermelhas,  serio era meio que bizarro.

  Em uma dessas fotos de natal eu encontrei uma em especial, a do meu primeiro natal.  Na foto eu estava no colo de Victor e no meio do papai e da mamãe, eu acho que foi daquele dia em diante que ele começou  aceitar a ideia de ter uma irmã mais nova.

Como eu sinto falta daqueles tempos, do tempo que não havia preocupação, que tudo era alegre, tudo era simples, todos me amavam. Ver tudo aquilo me alegrou e acabou comigo, mas renovaram minhas forças, forças para lutar e enfrentar minha nova vida.  Deitei-me agarrada com o álbum de fotografias enquanto meus olhos eram inundados pelas lagrimas.

 

Pov. Victor  

 

         Estava em meu escritório quando ouço meu telefone tocar.

         - Espero que tenha boas noticias.

         - a noticia que tenho para te dá é mais que boa, é ótima.

         - se é tão boa assim, então fale logo.

         - Ela já está praticamente em nossas mãos.

         -  você tem certeza?

         - Absoluta. Ela está sem a proteção dele, pelo que eu consegui saber eles tiveram uma discursão feia hoje a tarde.

         - você tem certeza que ele não ira atrás dela?

         - ABSOLUTA.  Ele praticamente a expulsou da casa, e ela disse que nunca mais voltaria. Agora é para valer.

         - você não sabe a felicidade que eu estou em ouvir isso.

         - eu muito mais, agora o caminho está livre. Eu vou me certificar pessoalmente que ele não irá atrás dela. Eu conheço o Justin, quando ele diz que é não, é não. Muito difícil ele voltar atrás. A única coisa que esta pegando é que eu não sei onde ela esta escondida.

         - Eu sei onde ela está. Não se preocupe minha cara, em breve estaremos milionários. – desliguei o celular e joguei em cima da mesa.

 

        Eu não estava conseguindo acreditar no que eu havia acabado de ouvir, minha querida irmãzinha estava sozinha novamente. Agora ela não tem quem a proteja, o ilustre Bieber a escorraçou,  a deixou sozinha, entregue ao mundo.

         Ela deve está confusa, com medo, magoada, destroçada,  se sentindo sozinha. E como um bom bebê, ela vai voltar para perto da mãe.

- Ah Lilyan, como você é tola. Foi buscar abrigo aonde tudo começou. –sorri fraco. – Jason, prepare os homens para casada. Temos uma coelhinha a solta.  -  disse pelo radio.

         - certo chefe.

 

Pov. Lilyan

 

         Acordei com uma dor no corpo, provavelmente pelo mau  jeito que dormi. Levantei-me da cama e olhei pela janela, estava tudo escuro a noite já havia caído e eu nem percebi.  Guardei  as cartas e retratos dentro da caixa novamente, mas deixei uma foto para ficar comigo. A do ultimo natal, por incrível que pareça estávamos todos juntos, sim, isso inclui o Victor. No ultimo natal papai e mamãe implorou para que ele viesse e por muito custo ele foi.

A levei até o guarda roupas colocando-a no mesmo lugar, ajeitei as roupas para que tampasse a caixa. Senti um volume no bolso do, sobretudo da mamãe, enfiei a mão e tirei um envelope de papel pardo. O peguei e fechei o guarda roupas. Caminhei ate a cama novamente e me sentei, quando abri o envelope tirei algumas notas de cem dólares e um passaporte, comecei a folheá-lo quando ouvi um barulho vindo lá de baixo.

- Vasculhem tudo, eu tenho certeza que ela está aqui. – ouvi uma voz masculina dizer.

Guardei as coisas que restavam em cima da cama, peguei o dinheiro e a fotografia e coloquei dentro do bolso. Fui até a porta e vi que já havia alguns homens nesse andar. Corri até a janela do quarto,  ela dava para os fundos da casa, lá em baixo não tinha ninguém. Ouvi o barulho de passos cada vez mais próximos, minha única saída é pular, mas a altura era consideravelmente alta, seria um risco pular na situação que estou. 

Ouvi a porta se abri, olhei para trás e vi um homem de preto e armado, agora a única opção que eu tenho é pular ou pular. Respirei fundo, subi na janela e pulei. Esperei meu corpo bater no chão e o pior acontecer. Cheguei ao chão em uma posição desconfortável descarregando todo peso do corpo em meus pés.

- pegue-a. – o homem de preto gritou lá de cima. Ignorei a dor ao máximo e  comecei a correr mancando.

 A dor estava cada vez mais insuportável e eu não havia  nem chegado ao portão, vi que alguns dos homens corriam atrás de mim, a escapatória que tive foi pular a cerca da vizinha, e assim fiz com  a rapidez que consegui e ferrei mais ainda meu pé. Eu tenho certeza que quando eu parar meus pés estarão irreconhecíveis.

Escondi-me rapidamente atrás do arbusto que tinha e esperei eles passarem, eles são tão idiotas que não perceberam que me escondi. Quando vi que a barra estava limpa levantei e sai da propriedade do vizinho. Quando olhei para trás não consegui acreditar na cena que me deparei, minha casa totalmente em chamas, o lugar onde passei a maior parte da minha vida, os melhores momentos agora está sendo consumido pelas chamas, não restará nada além de cinzas.

- procure-a, ela não deve ter ido muito longe. – ouvi um homem dizer. Droga.

Comecei a  correr o mais rápido que  pude, eu não posso mais ficar nessa cidade, será uma atitude suicida, é muito arriscado, se eu quero ter uma vida nova e tranquila eu não posso mais ficar aqui.  

Cheguei a uma rodoviária que não ficava muito longe da minha casa, havia somente um ônibus, ele seria minha salvação.

- moço, me dê  uma passagem para o primeiro  ônibus que for sair. – disse ofegante para o guichê.

- espere um momento, tenho que verificar se ainda há vagas. -  ele começou a olhar no computador

- seja rápido moço. – disse inquieta e nervosa, pois já tinha visto alguns homens entrarem na  rodoviária.

         - tenho uma vaga para…

         - vai ser esse mesmo moço. – disse tirando o dinheiro do bolso e entregando-o.

         - eu preciso da sua identidade. – ele me olhou já com a passagem na mão.

         - eu vou ficar te devendo essa. – peguei a passagem de sua mão  e sai correndo ouvindo seus protestos.

         Entrei no ônibus rapidamente e me sentei na poltrona  trinta e três, olhei pela janela e alguns dos homens estavam vindo em direção o ônibus. Eu estava pedindo a Deus que o mesmo saísse logo, um deles começou a bater na lataria pedindo que para-se, o motorista ignorou e se foi, respirei mais aliviada.

Depois que me dei conta de que estava em um ônibus na qual eu não sabia para onde iria, estava sem documentos só com a roupa do corpo,  uma foto no bolso, três mil dólares e minha coragem ,  essas eram as coisas  que eu tinha  para recomeçar minha vida, a minha e a do meu filho.


Notas Finais


aguenta coração pq o proximo promete
comentem


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