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História SummerSun (Adaptação G!P) - Cozinha - Abertura


Escrita por: cabeyodalari

Notas do Autor


Boa leitura, espero que gostem! Beijos.

Capítulo 9 - Cozinha - Abertura


Fanfic / Fanfiction SummerSun (Adaptação G!P) - Cozinha - Abertura

Anteriormente em SummerSun:

Não tinha certeza se era mesmo o que queria. Afinal, tudo acontecera com muita rapidez. Porém, já havia se comprometido e não tinha outra escolha, senão se aferrar à decisão inicial.

Meio sem graça, procurou tranqüilizá-la:

— Tudo acabará bem, você vai ver. Eles vão se entender… na cozinha.

Lauren duvidava.

— Não os viu juntos antes. Este lugar não é grande o bastante para aqueles dois. Não era antes e não será agora.

— Está exagerando, Lauren.

— Pelo contrário. É impossível exagerar a animosidade existente entre os dois. Por que acha que ela voltou?

— Não tenho a menor idéia — declarou Camila com firmeza —, só sei que Verônica queria um emprego e eu dei um emprego a ela.

Camila se atirou numa cadeira do terraço e Lauren ficou em pé diante dela.

— Acho que nunca vi teimosia maior do que a sua em toda a minha vida. Primeiro, vem aqui e começa a mudar tudo contra a opinião de todos…

— “Todos” quer dizer você e Arthur — observou Camila.

Lauren ignorou o comentário.

— Aí contrata a ex-mulher de Arthur para trabalhar ao lado dele na cozinha. E quando descobre o que fez, diz que ela fica e ponto final. Não dá para acreditar!

— Quem sabe ele fica contente ao vê-la de volta — sugeriu Camila.

— Oh, sem dúvida. Tão feliz quanto se visse um enorme tubarão branco na sua sopa de mariscos.

— Arthur não faz sopa de mariscos, mas coloquei o prato no cardápio e Verônica vai prepará-lo.

— Sabe muito bem do que estou falando. Não tente ser espertinha comigo.

— Não tente você ser espertinha comigo — retrucou. — Contratei a melhor pessoa para o serviço. Como ia saber que fora casada com o cozinheiro-chefe?

— Você mesma disse que teve suspeitas. Talvez devesse ter-lhe perguntado por que ela veio aqui.

— Perguntei. Verônica falou que gostava da costa do Golfo.

— E você aceitou essa resposta? — perguntou Lauren, sem acreditar.

— Não acha que seria um pouco estranho se eu perguntasse a todas as candidatas se elas haviam sido casadas com o cozinheiro-chefe? — Camila tinha dificuldades para se defender. — Estou certa de que quando perceber que ninguém a quer aqui, Verônica irá embora.

— Você não conhece Verônica Iglesias!

— Talvez Arthur fique contente em revê-la — tentou ela de novo.

— Você não conhece Arthur!

— Vou explicar a situação a ambos separadamente. Você verá, Lauren. Tudo se resolverá.

— Claro. Tudo se resolverá.

Ela mal completara a frase, quando ouviram uma algazarra terrível vinda da cozinha. Parecia que panelas e vasilhas estavam sendo varridas e derrubadas por uma rajada de vento.

O rosto de Lauren adquiriu um ar de superioridade.

— Tenho a ligeira impressão de que Verônica e Arthur estão reatando seu bom e velho relacionamento.

Atualmente em SummerSun:

Lauren e Camila correram para a cozinha. Verônica e Arthur situavam-se em lados opostos da reluzente peça. Havia dezenas de panelas jogadas ao chão entre eles. Por um longo instante, o quarteto ficou se entreolhando. Verônica rompeu o silêncio:

— Arthur ficou tão entusiasmado ao me ver aqui que derrubou toda uma fileira de panelas de cobre — explicou, antes de se virar para Lauren com um largo sorriso. — Olá, Lauren querida! Venha me dar um abraço.

Ela abriu caminho por entre os destroços e abraçou-a.

— Faz um tempão, Vero. Você não mudou nem um pouco.

Camila sentiu uma estranha inquietação ante aquelas palavras, mas Verônica não pareceu perturbar-se.

— Você também não, querida. Fico contente em vê-la de novo.

Enquanto as duas se abraçavam, Camila ousou dar uma espiada no rosto de Arthur. O cozinheiro parecia se esconder atrás de um escudo de cautela, com olhos atentos e vigilantes, a boca em linha reta, impassível.

Arthur se mexeu e outra panela da fileira deslocada veio ao chão. Os outros olharam para ele, na espera do que viria a seguir. Veio apenas uma pergunta, dirigida a Verônica:

— Então, o que está fazendo aqui? — Sua voz retumbante soava estranhamente desafinada.

— Começando em meu novo emprego — afirmou ela, evasiva.

— Em Cypress Key?

— Ora, sim.

— Onde?

Lauren e Camila apenas observavam, em completo silencio.

— Aqui — arriscou Verônica.

— Aqui onde?

— Aqui. No SummerSun.

— Ah, não… — a voz explosiva de Arthur agora era inaudível.

— Ah, sim. Camila me contratou como sua assistente.

Era evidente que Verônica estava satisfeita consigo mesma e queria que todos, ao menos Arthur em especial, soubessem disso.

O olhar dele passou da ex-esposa a Camila. Seus olhos castanhos, dardejantes, pediam uma explicação.

De repente, Camila também resolveu ousar.

— Verônica era perfeita para o cargo — explicou. — E eu não tinha a menor idéia de que…

— Não vai dar certo. — As palavras de Arthur agora se dirigiam a Lauren. — Não vai dar certo de jeito nenhum. Esta cozinha não é grande o bastante para nós dois. Cypress Key não é grande o bastante para nós dois. — Como ninguém negasse sua afirmação, ele exigiu: — Você tem de fazer algo a respeito disso, Lauren. Agora.

Camila prendeu a respiração, aguardando a reação de Lauren. Esperava que ela apoiasse o cozinheiro e que a mandasse escolher entre Arthur e Verônica.

Lauren, com todos os olhos sobre si, foi até o refrigerador, abriu a porta e retirou um jarro de chá gelado.

— Alguém quer um pouquinho? — ofereceu.

Todos sacudiram a cabeça ao mesmo tempo.

Ela foi até o armário, pegou um copo, serviu o chá e deu um grande gole.

Camila desconfiava de que Lauren gostava de ser o centro das atenções. Mas logo percebeu que ela estava era tendo dificuldades em tomar uma decisão.

— Lauren… — arriscou ela, sem saber depois como prosseguir.

Ela encarou Camila por um longo instante, para então declarar.

— Vou deixar uma coisa bem clara, Camila: isto não é um problema meu.

Arthur fez menção de protestar, mas Lauren ergueu a mão, silenciando-o.

— Em primeiro lugar, minha política é não me meter nos negócios de Camila. Se ela falhar, vai falhar por conta própria. — Olhou para Arthur: — Acho que já conversamos sobre isso.

— E se eu for bem-sucedida? — perguntou Camila.

Lauren fingiu não ouvir a pergunta e ela insistiu:

— Creio que as mesmas regras se aplicam, quer eu seja bem-sucedida, quer fracasse.

— Como já disse, não tenho nada a ver com isso — Lauren também insistiu. — Nem Arthur.

— Mas essa mulher — Arthur apontou para Verônica com uma colher de pau — vai invadir a minha cozinha.

— Certo. É a sua cozinha — concordou Lauren. — Precisamos deixar isso bem claro. Arthur trabalha aqui em tempo integral. Pelo que entendi, você vai trabalhar meio-período, não é, Verônica?

— Claro. E não tenho nada a ver com os cardápios de Arthur. Isso é com ele. Vou fazer as compras e preparar os meus pratos. Podemos até colocar uma divisória, para não vermos um ao outro. Afinal, preciso muito deste emprego.

Lauren fez cara de espanto.

— Achei que você podia escolher qualquer lugar que quisesse para trabalhar.

— Camila me contratou, não foi? — perguntou Verônica, fugindo à pergunta dela.

— Contratei — confirmou Camila, lembrando-se de seu entusiasmo quando entrevistara Verônica. Pena que a empolgação havia durado tão pouco…

— Está vendo? — Verônica perseverou.

— O contrato já está assinado? — arriscou Arthur.

— Ainda não — admitiu Camila.

— Bom, então…

Arthur olhou para Lauren, que olhou para Camila, que olhou para Verônica. Em vão.

Verônica Iglesias estava determinada a enfrentar o desafio:

— Não sou o tipo de pessoa que fica se queixando porque é admitida num emprego e depois demitida no mesmo dia por causa de discordâncias pessoais fora de meu controle.

— Não, estou certa de que não — falou Camila. — Ou é?

— Bem, Camila, você me prometeu o emprego.

— O contrato ainda não foi assinado — arriscou Arthur outra vez.

— Que fazemos, então? — perguntou Verônica.

Lauren acabou o chá e seguiu rumo à porta, pronto a sair de cena. Antes, porém, deu uma idéia:

— Minha opinião é que podemos insistir em que Verônica seja… hã, dispensada, o que poderia fazer com que ela se queixasse a…

— À Câmara do Comércio — sugeriu Verônica. — Ou à Secretaria do Trabalho da Flórida, ou ao Comitê de Defesa dos Direitos Civis, ou…

— Ótimo! Vá em frente e reclame — ordenou Arthur.

— Não! — falaram Camila e Lauren em coro.

Então Lauren deu uma risada.

— É a primeira vez em que concordamos com alguma coisa, desde que você chegou ao SummerSun.

— Tinha de acontecer — observou Verônica jovialmente.

— Não queremos magoar ninguém. — Lauren, severamente, fitou Arthur. — Vamos entrar em acordo.

— Que tipo de acordo? — perguntou Arthur.

— Um período de experiência, a contar da abertura do salão para os almoços. Duas semanas, digamos.

— Duas semanas! — O cozinheiro ficou desconsolado.

— Não é uma vida, Arthur — disse Verônica.

— Dois dias pareceriam uma vida com você na minha cozinha — retrucou Arthur.

— Duas semanas com Arthur comandando a cozinha e Verônica trabalhando para Camila. — Lauren olhou para seu ajudante. — Você pode encarar essa.

Arthur rosnou em resposta:

— É… Talvez, daqui a duas semanas, o almoço no “Salão do Caribe” seja apenas uma lembrança.

Camila manteve a boca fechada. Não era hora de discutir com o cozinheiro-chefe.

— Tudo bem. Concordo, se essa mulher — Arthur apontou a colher para Verônica — prometer não bagunçar minha cozinha e ficar fora do meu caminho. — Apontou, então, para uma mesa nos fundos da peça. — Ela pode trabalhar lá. Mas não pode usar o meu refrigerador. Estou falando sério. Se eu der uma prateleira a ela, vai logo querer a cozinha toda só para si.

— Existe outro refrigerador? — Camila perguntou a Lauren.

— O das cervejas — respondeu ela. — Podemos reservar uma prateleira para Verônica.

— Dê-lhe uma prateleira e ela… — o cozinheiro começou a argumentar.

— Arthur… — Lauren chamou-lhe a atenção.

Camila continuou:

— Vou arranjar uma churrasqueira elétrica ou coisa parecida para Verônica cozinhar. Seremos totalmente autônomas. Você vai ver, Arthur. Como dizem por aqui nas ilhas: sem problemas.

Lauren deu uma risadinha.

— Agora que tudo está resolvido… — Com essas palavras, ela empurrou a porta de vaivém e saiu.

Camila não estava certa de que tudo estivesse resolvido, mas pelo menos ganhara uma trégua temporária. Talvez isso permitisse que seus planos para o salão decolassem.

— Muito bem… Tudo parece estar entrando nos eixos — comentou.

— Você não me perguntou como me sinto a respeito disso, Camila — falou Verônica.

— Oh, eu… É, acho que não.

Camila esperava pela deflagração da terceira guerra mundial, mas Vero abriu o maior sorriso, exclamando:

— Maravilhosa! Mal posso esperar para voltar a trabalhar no SummerSun. E Arthur, querido, não se preocupe. Vou fazer o que quiser que eu faça. Vai ser como nos velhos tempos.

Camila gemeu baixinho e fitou Arthur de relance. Ele ainda empunhava a colher, como se fosse uma arma.

— Só que melhor — continuou Vero — porque você e eu nem vamos nos ver.

— Como imagina fazer isso? — Arthur parecia escolher as palavras.

— Vamos colocar uma divisória.

— Não acho que seja necessário, só por duas semanas. Podemos ignorar um ao outro.

— Um fingir que o outro não existe? — perguntou Vero.

— Não… Quero dizer, sim.

— Grande! — Verônica concordou de imediato. — Você fica na sua e eu fico na minha.

— Oh… ótimo — falou Arthur.

— Agora acho que já é hora de voltar ao cardápio.

Rebolando os quadris, Verônica saiu da cozinha, deixando Camila e Arthur compartilharem um silêncio inquieto.

Vários dias depois, o salão do SummerSun foi inaugurado com um almoço solene, encomendado por um grupo de senhoras. Ao final do dia, Verônica encontrou Camila no terraço, atirada numa cadeira como uma boneca de pano.

— Está vendo? Você sobreviveu!

— Quase não consegui — replicou Camila, exausta, os olhos fixos no chão.

Verônica pôs a mão em seu ombro para reconfortá-la.

— Considerando tratar-se da primeira vez, as coisas até que foram bem. Dentro do esperado, pelo menos.

Enfim, Camila ergueu a cabeça e deu um suspiro.

— Com isso você quer dizer que foi natural confundir pedidos e derramar chá nos fregueses e…

— E ouvir um freguês irado fazer um discurso sobre a idiotice de se colocar nozes na salada de galinha… — Verônica afundou numa cadeira ao lado de Camila.

— Como é que eu ia saber que a mulher não podia comer nozes? — Camila estava inconformada.

— Creio que, num grupo grande de mulheres, sempre se encontra pelo menos uma com problemas digestivos. Em especial num grupo chamado Clube das Sexagenárias Felizes.

— Afinal, de quem foi a idéia de acrescentar as nozes?

— Sua — respondeu Verônica.

— Ah… Bem, a salada estava deliciosa. Todos os outros gostaram.

— Não há dúvida.

Camila lançou os olhos pelo Golfo, pensativa.

— Talvez não devêssemos ter começado com um almoço para trinta mulheres. Talvez fosse melhor abrir somente para almoços de rotina, sem muito alarde, duas ou três vezes por semana para ver o que acontecia.

— Bobagem. Foi um batismo de fogo e é assim que tem de ser, acredite em mim. A gente tem de erguer a cabeça e enfrentar os desafios. Além do mais, escolhemos o dia perfeito: uma segunda-feira, quando, normalmente, o SummerSun fecha e não há nenhum homem por perto para se intrometer e dar palpites. Foi bom e vai ficar melhor, Camila.

— Espero que sim. Eu estava tão embaraçada e confusa, que não conseguia me lembrar quem tinha pedido salada de camarão, quem tinha pedido frango, quem queria molho diet e quem… Ora, não preciso ficar relembrando essas coisas. Você foi testemunha do desastre.

— Bem, digamos que você não nasceu para ser garçonete.

— Está tentando dourar a pílula, Verônica. Estou me perguntando se tenho condições de dirigir o novo salão, isso sim.

Verônica inclinou-se para frente e olhou nos olhos de Camila.

— Claro que tem. O almoço foi muito bem planejado. Quando o negócio pegar, pode contratar garçons e alguém para trabalhar no caixa… que você operou muito bem, aliás.

Camila já colocara as rendas do dia num envelope, que carregava consigo.

— É, tivemos um bom lucro, mesmo se descontarmos os custos da limpeza do vestido da Sra. Perry.

— Uns respingos de chá. Nada mais.

— Sorte que não foi café quente, só chá gelado. E ainda bem que não caiu no colo dela, só respingou em seu busto.

As duas riram.

— Faz parte do jogo. — Vero se espreguiçou. — Agora, se não precisa mais de mim, vou tomar um bom banho.

Camila olhou para o relógio.

— Quase seis horas… Você trabalhou em tempo integral hoje, Vero. Obrigada por ficar para a limpeza. Não sabia que ia demorar tanto.

— Sei como Arthur gosta de sua cozinha e se tudo não estivesse impecável, ficaríamos em maus lençóis.

— Você e Arthur… — Camila hesitou um pouco. — Está tudo bem na cozinha? Por favor, diga que sim. Preciso de boas notícias.

— Está tudo bem, querida. Enquanto eu não lhe disser como fritar os frutos do mar e ele não me disser que verduras colocar na salada, vamos em frente. Arthur é um homem encantador quando quer.

— Não há dúvida de que é um homem atraente.

— Lá isso é — Vero concordou com um suspiro. — Quase havia me esquecido de como ele era atraente. E parece mais calmo agora.

— Mais calmo? Arthur?

— Nos velhos tempos, não podíamos ficar dois minutos na cozinha sem brigar. Se eu dizia “ponha alecrim”, ele colocava tomilho. Brigar com Arthur a respeito dos temperos me parece bobagem agora. Há outras formas de atrair a atenção dele.

— Vero, você e Arthur… Quero dizer, vocês são divorciados, mas você parece…

— Tivemos tempos ruins, mas tivemos tempos maravilhosos também. No momento, nossas relações são estritamente profissionais.

— Hum… Foi por isso que ele fez a salada para nós?

Vero deu uma risadinha.

— Não posso falar mais nada a respeito de Arthur… por enquanto. Está na hora de ir para casa. Você trabalhou direto, sem parar, arrumando o salão e anunciando a inauguração. — Deu uma batidinha no ombro de Camila. — É um gênio da propaganda, e uma decoradora de primeira. Trabalhou duro para chegarmos a este dia.

Camila reclinou-se na cadeira e sorriu. 


Notas Finais


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