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História Sunshine - New York, New York


Escrita por: oquesouecomosou

Notas do Autor


Olá!

A ideia dessa fic é contar a história de Taylor Schilling e Laura Prepon sob o olhar da Taylor.

Também haverá o lado da Laura, através da fic MOONLIGHT. Quem quiser, pode acompanhar apenas um lado ou os dois.

Queria agradecer ao apoio da Bia e da Júlia mas, principalmente, a super paciência, carinho e apoio da Gabi (I "heart" you).

Beijinhos!

Capítulo 1 - New York, New York


— Serei mais famosa que todos vocês! – gritei, enquanto corria pelos corredores.
 

Isso aconteceu na minha quase nada pacata saída da New York University, em um passado tão bagunçado quanto meu cabelo.

Minha vida necessitava de mudanças. Naquele momento eu acreditei que jogar para o alto minha graduação valeria a pena. Afinal, eu estava indo para Utah gravar um filme com Meryl Streep!

Nunca havia recebido apoio algum para ser atriz, a não ser por um professor meu. Isso inspirou-me de tal maneira que eu sequer olhei para trás. Foi quando tive coragem de deixar um caminho seguro, reconhecer minhas próprias imperfeições e seguir adiante.

Nova York e eu estávamos unidas por um sonho, pela vontade de descobrir mais do que minha vida tinha desvendado. Me sentia num teatro, mas eu não estava acomodada na poltrona, pois eu tinha a certeza de que aquele não era o meu lugar. Eu era a protagonista daquela peça. Uma peça chamada vida. E nela, aprendi a começar do meio às vezes, para seguir no palco da vida.

Eu já havia tentado trabalhar em um restaurante em Wayland, perto de Boston, onde nasci. Mas este emprego durou apenas alguns poucos dias devido à minha desorganização mental para situar os clientes e por vestir roupas inadequadas.

Depois, já em Nova York, fui babá. Por muito tempo era como eu conseguia me sustentar. Eu mal tinha dinheiro para comer meu cereal matinal e, se não fosse por minha agente, com certeza teria passado muita fome. O dinheiro protagonizava cenas escassas enquanto minhas contas eram antagonistas à ele.

Após o esquecimento de Dark Matter, recebi um convite para atuar em Mercy, como uma enfermeira cheia de pesadelos e dúvidas. Infelizmente, a série foi cancelada logo após a primeira temporada. A má sorte continuou e o filme Atlas ficou marcado como “o mais decepcionante desde que Geraldo Rivera quebrou o cofre de Al Capone".

Eu pensei que talvez nunca trabalharia novamente. Mais uma vez tinha acontecido. E mais uma vez um novo convite: ser a esposa do personagem de Ben Affleck em Argo. Fiquei feliz, pois havia a certeza de sua indicação ao Oscar. Mas minhas cenas foram cortadas quase que inteiramente. Minha esperança era que meu trabalho ficasse vivo nas cenas extras no bônus do DVD. Até hoje sinto o peso do não sucesso de Atlas e de ter supostamente ter namorado o “The Lucky One” Zac Efron.

Dividia algo que chamava de “bitchen”: um lugar único, em que meu quarto (bedroom) e a cozinha (kitchen) eram o mesmo cômodo. Meu companheiro de bitchen era Tommie, meu amigo desde o segundo grau. O lugar parecia um palacete perto do quartinho apertado em cima de um restaurante, cheio de percevejos, que dividia com outras três pessoas no Brooklin quando era babá. Um desses colegas era músico de um único interprete: Lou Reed. Esse apartamento parecia uma prisão e a única coisa que lembrava vida lá fora, era a luz do letreiro do restaurante, que piscava a noite inteira e não me deixava dormir.

Deitada na parte debaixo da beliche, no meu cantinho (sim, eu havia deixado Tommie ficar com a cama de cima) eu olhava aqueles papéis e tentava organizar meus pensamentos. Eu definitivamente estava motivada a sair de onde eu estava. Eu estava motivada a mudar a minha vida. Toda energia ruim do meu passado ficou no passado e eu não queria mais aquilo para mim. Nada havia funcionado. Eu tinha uma grande dose de motivação em uma infinita falta de opções. Não havia nenhuma outra opção para mim.

Permaneci assim a noite toda, lendo e relendo um script que parecia feito para mim. Relutante, eu empurrava a cortina da janela com o polegar e o indicador. Abria e fechava. Fechava e abria. Eu sentia a luz do estacionamento da frente entrar nos meus olhos. Deitei novamente de costas, com as pernas para cima, depois de bruços; experimentei de lado também. Eu lia de novo, tomando um pouco de água e pensava no que estava acontecendo. As luzes ficaram acesas o tempo todo.

A TV ficou ligada, na tentativa de me fazer companhia através de uma série de filmes.

— Querida noite, você não vai embora? Eu prefiro e preciso que o Sol apareça!. – esbravejei.

Mas a bitchen não respondeu. Ela ficou lá, com seu brilho acinzentado, suas sombras nos cantos onde a luz estava enfraquecida. No silêncio, escutei o estalo fraco da lâmpada do teto. Levantei-me e fui para cima do volume da televisão que passava o filme New York, New York, de Martin Scorsese. A música e as vozes estavam muito altas, mas eu as recusava de forma muito baixa. “These little town blues / Are melting away / I’ll make a brand new start of it / In old New York”. Hipnotizada pelo sentimento da canção, sentei novamente na minha cama e senti a caneta que havia deixado junto ao script. Eu não escaparia. Nem sequer tinha essa intenção. Tudo o que eu havia tentado escapou por entre meus dedos, mas eu sabia que não haveria outro momento. Minha hora estava chegando, eu apenas não estava gostando dessa espera insuportável. Estava entediada, tudo silencioso e solitário. Eu tentava dizer para mim que estava tudo bem. Como seria bom escutar uma batida na porta. Ter alguém com quem falar – mesmo que por pouco tempo.

O dia havia amanhecido e tentei sorrir para mim mesma quando vi que o script que deixei em cima do balcão para tomar café estava manchado. Corri os olhos por aquelas linhas novamente como se estivesse esperando por algo. Ao lado dele, o telefone continuava em silêncio. Levantei para fechar novamente a cortina. Percebi que começou a chover lá fora. Olhei para baixo, com minha mão sobre meu peito com minha respiração cada vez mais pesada. Eu tentava me acalmar para que a ansiedade não me domasse. Alguns carros passavam na rua. Pensei até em sair e visitar alguém. Não! Eu poderia receber alguém. Eu tinha que esperar.

Através da chuva, vi duas pessoas se abraçando. Uma delas era minha agente.

Então o silêncio foi quebrado por uma batida na minha porta. Eu sabia que era minha agente, então abri. Minhas mãos ficaram trêmulas:

— Que porra é essa? O que você está fazendo aqui? – perguntei espantada.

— Então é assim que você recebe visitas, Taylor? – perguntou Jess, minha agente, em uma voz rouca e claramente envergonhada pelo palavrão que soltei.

“Que porra é essa?” Eu tinha mesmo que ter dito isso? Que porra é essa, Taylor?

— Certo... - respondi rapidamente e puxei as duas únicas banquetas do balcão para que as duas mulheres sentassem. Eu fiquei em pé. Não sei como meu coração não parou de bater e percebi que perguntar quem era aquela outra mulher seria um grande eufemismo.

— Taylor, essa é... – Jess iniciou quando foi interrompida:

— Isso é bom. Inesperado, porém agradável. Muito prazer em te conhecer Taylor! Eu queria vir aqui, insisti que Jess não te contasse nada, mas serei breve, pois ainda tenho muita coisa para resolver. Não aceito que isso seja feito por vídeo! Não desta vez. – disse a mulher de cabelos azuis — Então, você vem? – completou.

Eu sabia o que ela queria dizer. Mas o silêncio estava ali comigo. Meus olhos e sentimentos queriam expressar a real identidade da minha alma. Eu estava à espera de um futuro que eu queria que viesse. Estava à espera de algo que nunca vinha. Lutando contra o cansaço e outras muitas coisas mais. Eu ouvia, mas não conseguia falar absolutamente nada.

— Taylor!? – insistiu Jess, já de saída.

Lembrei que minha vida estava um caos. E no caos eu me jogo de cabeça, sem elástico amarrado no pé. Simplesmente fecho os olhos e voo. E a noite me serviu para que eu visse todas as possibilidades de dar errado.

— Estou aqui. Com certeza irei. – respondi assustada.



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