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História Sunshine - Beauty (Capítulo Único)


Escrita por: GukChan

Notas do Autor


Oláaaaaa ^-^ depois de dois séculos escrevendo essa fic finalmente eu terminei. Aaaaaeeeeeeeee \o/
~~escondee~~ não tenho certeza se essa estória saiu exatamente como era pra sair, mas estou feliz com ela, então.. kkkk apenas relevem os erros e vamos ler ^^

Capítulo 1 - Beauty (Capítulo Único)


Fanfic / Fanfiction Sunshine - Beauty (Capítulo Único)

Changkyun sorria e mexia seu corpo com agilidade, fazendo as mais diversas mímicas que arrancavam risadas da plateia, saía de dentro de caixas invisíveis, era perseguido por animais gigantes e até mesmo nadava em rios inexistentes, e também fazia mágicas que os deixavam perplexos. Todos amavam sua performance.

Quando sua parte chegou ao fim ele foi à frente do palco fez uma reverência e apertou seu nariz de palhaço preto, mas antes de sair, Yoosung voltou ao palco para anunciar a próxima atração.

– Senhoras e Senhores, aplausos para nosso pequeno mascote Changkyun! – deu uma risada passando as mãos no cabelo do mímico. – Hey Chang, antes de você ir embora, por que não contamos para nosso público qual a próxima atração?

Changkyun balançou a cabeça animado, esperando com que o outro começasse a falar.

– Ele é bonito... – O castanho imitou uma pessoa apaixonada – Ele é forte... –  começou a dobrar seus braços mostrando os músculos formados pelos anos de treino no circo. – Ele ama animais... – Changkyun começou a pular pelo palco como quem dizia já saber a resposta, então começou a imitar um rapaz andando à cavalos e fazendo malabarismo.

– Exatamente!! Você é um garoto muito esperto. Nossa próxima atração é com Jooheon e sua égua Beauty. – Quando anunciou todos na plateia começaram a gritar em expectativa. As duas apresentações mais esperadas no circo Moonlight, eram de Changkyun com suas mímicas e mágicas e Jooheon com sua Friesian preta*.

Quando estava deixando o palco pelas portas do fundo viu seu amigo de infância sair montado na égua, antes que chegasse ao palco o mais velho olhou para o outro e piscou o olho, Changkyun estava com o rosto coberto de pó de arroz e uma maquiagem preta que adornava seus lábios, olhos e formava uma pequena gota de lágrima abaixo dos olhos.

Sorriu com a demonstração de carinho do outro e foi para o camarim refazer a maquiagem para a apresentação final. Enquanto isso no palco Jooheon estava encantando a plateia com os truques que ele e Beauty faziam juntos. Ao fim da apresentação a égua fez uma referência ao público como havia sido treinada e foi levada ao fundo por um assistente de palco.

Nisso Jooheon foi a frente do palco e levantou seu dedo pedindo para o público aguardar um momento, e saiu correndo para trás da lona, em poucos segundos voltou com outra camisa, um tênis de palhaço e um nariz de borracha vermelho em seu rosto. Pegou um microfone e se apresentou para todos como Palhaço Joo.

– Hmm.. estou achando esse palco meio vazio, concordam comigo? – O público gritou que sim e ele continuou. – Estou me sentindo sozinho aqui. Acho que vou chamar alguém para me ajudar com o encerramento. Mas quem eu chamo? – Começou a andar pelo palco fingindo pensar – Ah! Já sei... Mas eu preciso de ajuda para chamá-lo. Gritem comigo: I.M, I.M, I.M...

Junto com o palhaço todos ao seu redor começaram a gritar em coro o nome do outro palhaço.

– Acho que não esta dando certo. Vamos ter que tentar outra maneira... – Colocou a mão no queixo pensando mais uma vez, de repente deu um pulo com uma ideia. – Façam silêncio, façam silêncio!

Depois que a plateia se acalmou o palhaço apertou o nariz de borracha que havia colocado e uma buzina soou, no mesmo instante as cortinas por onde eles entravam começaram a tremer.

– Oh, acho que está dando certo! – mais uma vez as pessoas começaram a gritar e depois que fez-se silêncio novamente ele disse. – Vamos tentar mais uma vez.

Repetiu o mesmo movimento de antes, mas dessa vez Changkyun pulou no palco saindo das cortinas com uma entrada com direito a piruetas e uma atuação de ter caído no chão e machucado a bunda. O que arrancou risada de todos, até mesmo de Jooheon que já estava acostumado com esses truques.

O encerramento era sempre feito pelos dois que animavam a plateia na hora de ir embora, com brincadeiras e participações dos pais que levavam os filhos para assistirem o evento. Os garotos eram a atração principal do circo Moonlight, não só pelo carisma e a alegria que transmitiam, mas pelo amor que sentiam ao se apresentarem.

Quando o show terminou Jooheon se aproximou do amigo e juntos foram para o celeiro da égua do mais velho, adoravam ficar lá conversando enquanto o maior penteava sua crina.  O mais velho estava preocupado, pois Yoosung decidiu deixar as pessoas visitarem Beauty para conhecê-la, já que ela era famosa por seus truques, mas a égua nunca tinha ficado próxima demais de muitas pessoas desconhecidas. Changkyun confortou o amigo dizendo que ela ficaria bem e pediu para eles passearem pela cidade, já que não poderiam participar da visita, pois causaria mais tumulto que o esperado.

O dia foi bastante confortável, os garotos tomaram sorvete e foram ao parque de diversão. Eles eram amigos de infância, a decisão de entrarem no circo foi de Jooheon que pediu para o amigo ir com ele, mas logo que entrou o mais novo viu que realmente aquele era o lugar dele, assim como o do mais velho.

Enquanto estavam na roda gigante, brinquedo favorito de Changkyun, ele encarou o mais velho. Desde que se conheceram o mais novo sabia que o que sentia pelo outro, não era apenas amizade, não sabia nomear, pois ainda era muito novo. Mas com o tempo percebeu que era amor, e o medo de perder a amizade com o único que o entendia e ajudava fez com que o mais novo não tivesse coragem de se declarar.

– Porque me olha tanto? – Perguntou ao mais novo que apenas balançou a cabeça sorrindo e deitou a cabeça no ombro do outro. Na volta para casa eles apostaram uma corrida na qual quem perdesse teria que pagar o sorvete na próxima cidade que parassem. Os dois se divertiam muito e sempre estavam juntos.

Ao chegarem foram ao trailer que servia de quarto para os dois, para tomarem um banho e descansar para o dia seguinte. Mas Yoosung estava parado no batente da porta com o semblante fechado e quando avistou os dois soltou um suspiro.

– Jooheon, será que posso falar com você? – ambos perceberam o tom sério na voz do outro e o menor segurou no braço do amigo tentando esconder a ansiedade que estava sentindo. Não sabiam o porque do outro estar assim, mas não poderia ser uma boa notícia.

– Claro, pode falar.

– Será que não pode... ser em particular?

– Eu não tenho nada para esconder do Kyunnie.

– Mas eu realmente preciso falar com você...

            Jooheon olhou para Changkyun esperando uma resposta do menor que apenas deu um beijo na bochecha do outro e foi para dentro. Não podia negar que estava morrendo de medo do que seria. Nada vinha na sua cabeça como motivo para essa conversa tão séria, mas sempre pensava no pior.

O menor andava de um lado para o outro no trailer até que começou a gritaria. Seu coração quase pulou pela boca quando ouviu Jooheon gritando palavras que não entendia. Ele sentiu vontade de chorar, como sempre fazia quando algo o assustava, mas precisava saber o que estava acontecendo.

Abriu a porta prestes a correr para seu amigo, mas como se já soubesse que isso aconteceria, Jumin, o assistente de palco, o segurou e pediu para que não saísse até que tudo estivesse resolvido. O moreno tentou se soltar, mas era em vão, foi empurrado para dentro de novo e trancado lá dentro.

Não tinha nada que pudesse fazer então se sentou na cama e começou a chorar. A gritaria que estava escutando quebrava seu coração, a voz de Jooheon estava embargada, ele não sabia o que estava acontecendo com a pessoa que mais amava, que mais tinha cuidado de si quando precisou.

Quando a porta finalmente foi aberta o menor correu para o maior que passou direto e foi em direção à janela soltando um grito que assustou Changkyun. O mais novo tentava se comunicar com o mais velho, mas este não o olhava.

Tentou bater o pé no chão, cutucou as costas do outro, até mesmo chacoalhou seus ombros, mas nada funcionava. Então deu um tapa forte na cabeça dele que se virou ao mesmo tempo em que gritava.

–Me deixa quieto porra!

Mas logo se arrependeu ao olhar o menor. Chang estava chorando o olhando com medo e quando percebeu o olhar do outro em si gesticulou com as mãos trêmulas.

Olhe para mim, por favor...

Jooheon deixou mais lágrimas caírem e abraçou o outro. O que mantinha a amizade dos dois forte desde o início era o fato de Changkyun ser mudo, e Jooheon tanto na escola quanto no bairro deles era o único quem se comunicava com ele, pois seu pai também tinha essa condição e ele conhecia a língua de sinais. Quando se conheceram o pequeno estava chorando, por não conseguir fazer nenhum amigo. Desde então o mais velho jurou sempre olhar para ele e por ele, para que não ficasse sozinho e sofresse bullying.

E tudo isso ficou ainda mais forte quando os pais de Changkyun saíram em um passeio com o pai de Jooheon, mas sofreram um acidente de carro e os três se foram no mesmo instante. Nesse dia o menor estava sob os cuidados do outro que prometeu que seria assim para sempre. Não importaria o motivo, Jooheon sempre estaria ao seu lado, sabia como ele era sensível a tudo. E isso piorou depois da perda dos pais.

– Me desculpe Kyunnie, me d-desculpe. – falou ainda chorando e apertando o outro mais contra si.

Changkyun não soube quanto tempo passou abraçando o outro até que ele parasse de chorar. Nunca havia o visto assim, ele sempre se mostrou forte, mesmo de luto pelo pai, ele ainda se segurava para cuidar de Chang. Quando acabou ele o puxou pela mão e sentou-se na cama com o outro, tomando cuidado com as palavras que usaria começou a gesticular.

Está tudo bem? Fizeram alguma coisa com você?

– Não, não fizeram nada comigo, mas eu não estou bem... Eu disse que estava com um mau pressentimento dessa visita que o Yoosung armou para a Beauty.. Eu disse...

Aconteceu algo com ela? Ela está machucada?

– Eles... eles... – soltou um suspiro e mais lágrimas invadiram seu rosto. – Eles sacrificaram ela...

A boca de Changkyun se abriu em um perfeito O. Ele não acreditava no que tinha acabado de escutar. Por duas vezes levantou a mão, tentando dizer algo, mas nada saía. Então apenas abraçou-o e chorou junto. A égua significava muito mais que um simples animal para o outro e para ele também, e todos sabiam disso, seu pai havia lhe dado como presente de aniversário meses antes do acidente, como forma de apoio pela vida que havia escolhido no circo. Depois de um tempo o consolando e sendo consolado ele se afastou do outro enxugando o rosto e perguntou.

Por que fizeram isso?

– Quando abriram a cela, para visitas, entraram muitas crianças que ficaram gritando e correndo envolta dela, ela já estava muito assustada, ninguém nem pensou em controlar aquelas pestes. De repente uma menina deu um tapa na perna traseira dela. Beauty não teve outra reação, deu um coice na garota que acabou quebrando a perna.

Mas ela não teve culpa! A garota que começou!

– Sim, mas o pai dela não quis saber, na mesma hora pegou um pedaço de pau e bateu na perna da Beauty, nas duas de trás, ela não aguentou ficar em pé, as duas pernas se quebraram. Ninguém teve tempo nem de pensar em pará-lo. E ainda, a família da menina disse que vai processar o Moonlight.

O que? Joo... meu Deus.. Aquela menina que faz burrice e a gente que paga... Honey... Mas a Beauty não sofreu, certo? Agora ela está em um lugar bom! Está com nossos pais.

Deixando com que mais lágrimas caíssem em seu rosto Jooheon acrescentou. – Ela sofreu muito Kyunnie, o Yoosung disse que se eles não a sacrificassem ela sofreria mais ainda. Eu nem tive chance de despedir dela! Aposto que jogaram seu corpo em um canto qualquer para os urubus comerem! – Sua voz aumentava a cada palavra que dizia.

Me desculpe. – Gesticulou e abaixou a cabeça – Foi tudo minha culpa Honey... se eu não tivesse te chamado para ir passear você poderia ter evitado isso tudo.

– Ei, não diga isso, você sabe que não é verdade.

Mas Joonie.. – Jooheon suspirou abraçando o outro.

– Shhh. Se você não tivesse chamado eu mesmo teria, então não fique com isso na cabeça, até porque não poderiamos entrar na cela. – fungou algumas vezes, seu coração estava partido em milhões de pedaços, mas ele teria que ser forte, seu pequeno já estava suficientemente assustado. –Vem, vamos deitar. Está tarde já.

Os dois trocaram de roupa e cada um deitou em sua cama improvisada, que ficavam lado a lado. Changkyun em pouco tempo sentiu o sono chegando, mas não conseguia dormir, vendo a inquietude do outro que se remexia sem parar na cama e toda hora fungava por causa do choro. Seu coração estava apertado de vê-lo assim.

Tomando coragem o menor saiu de sua cama indo para o maior. Sentou-se do lado do outro que estava de costas e pôs a mão sobre seu ombro. Jooheon virou-se para ele limpando os olhos e sentou também.

– Está tudo bem Kyunnie?

Eu posso dormir com você?

Sabendo do instinto protetor do outro Jooheon não quis incomodá-lo dizendo que ele estava bem e logo dormiria também. Mas Changkyun, sabendo que o outro não cederia mudou sua tática.

Não é por você... digo, claro que estou preocupado, mas não consigo dormir, estou com medo. Dorme comigo hyung?

Jooheon suspirou dando espaço para o menor, não queria admitir, mas a presença de Chang lhe abraçando o acalmava bastante. Eles se deitaram de frente um para o outro. Changkyun passou sua mão pela cintura de Jooheon e deitou a cabeça em seu peito. Mas logo se afastou

Honey, você tem um cheiro muito bom sabia? – Assim que percebeu o que tinha dito sentiu seu rosto se esquentando e desviou o olhar. Jooheon sorriu e cheirou o cabelo do outro.

– Seu cheiro também é muito bom Kyunnie.

Changkyun olhou para o mais velho e ambos ficaram se encarando com um sorriso pequeno nos lábios. Mas logo o mais novo começou a sentir seu coração palpitar, sabia que não devia fazer aquilo, mas a vontade de provar os lábios do outro era tão grande que ele não estava aguentando. Aproximou-se lentamente e encostou suas bocas por apenas alguns segundos. Quando se separou viu que Jooheon o olhava com os olhos arregalados, sem reação.

O menor logo se arrependeu enfiando o rosto entre o peito do outro e a cama. Se ele pudesse ter uma escolha agora, escolheria não existir, ou ter o poder de teletransporte, até mesmo de ficar invisível, mas o que ele não escolheria nunca seria voltar no tempo, pois ainda podia sentir os lábios do outro nos seus, e ele realmente havia gostado.

Por alguns segundos o maior ficou estático olhando o menor se escondendo, mas não demorou a abrir um sorriso. Sentia seu coração bater tão forte que era capaz do outro escutar. Desde que começara a cuidar do menor, percebeu que fazia aquilo não só por peso na consciência, ou porque tinha prometido, mas sim por gostar dele. Sabia que não devia, por isso nunca havia tentado nada, mas agora que o menor tinha dado o primeiro passo, ele não se faria de desentendido.

– Kyunnie. – Chamou, mas o outro se enfiou ainda mais entre ele e o colchão. – Ei.. Kyung. – Nada do outro responder. Então Jooheon virou-o pelos ombros e segurou a cabeça pelo queixo para que ele não desviasse o rosto.

O maior via no semblante do outro o quão envergonhado ele estava, e a cor de suas bochechas também o denunciavam. Changkyun levantou suas mão para dizer algo, mas Jooheon as segurou e deu um beijo em cada abaixando-as. Depois disso ele se aproximou lentamente do rosto do menor e parou a milímetros de distância, com os lábios tocando-se levemente.

Sem esperar muito Changkyun acabou com o espaço beijando o maior, que aos poucos começou a aprofundar o beijo deitando parte do corpo por cima do menor. Jooheon pediu passagem com a língua e logo foi atendido. Eles não sabiam como era beijar, mas estavam aprendendo da melhor maneira possível. Quando o ar fez falta Jooheon se afastou do outro deixando pequenos selinhos em sua bochecha.

Jooheon suspirou, ele ainda estava muito triste de sua égua ter morrido, mas com o menor ao seu lado seria mais fácil suportar. Lembrou-se de seu pai no mesmo instante em que fechou os olhos e fez uma prece para ele pedindo desculpas por não ter cuidado corretamente de Beauty e agradecendo a oportunidade de cuidar de uma pessoa maravilhosa. Prometeu que dessa vez não falharia e deixaria seu pai orgulhoso.

Escutando a respiração baixa de Changkyun, Jooheon fechou seus olhos e se deixou levar pelo sono. Naquela noite sonhou com o dia em que seu pai havia lhe dado Beauty e ensinado que o cavalo é um dos animais mais puros e amáveis no mundo, assim como certo amigo que morava ao seu lado.

A tranquilidade acabou logo pela manhã quando os dois acordaram assustados com batidas na porta de seu trailer e um barulho alto de pessoas conversando ao mesmo tempo e coisas sendo arrastadas. Os dois se levantaram e vestiram a roupa rapidamente, quando abriram a porta Yoosung estava com uma expressão irritada.

– Sung? – perguntou Jooheon vendo que o circo estava sendo desmontado às pressas. – Mas o que...

– Vamos rápido, você e o mudo arrumem uma pequena mala, nós vamos fugir! Vocês dois vem comigo em um carro que vai sair primeiro, as coisas vão depois.

– Como é?

– O desgraçado do pai da menina realmente nos processou. Aquele homem é muito influente aqui, com certeza ele irá ganhar. Não temos dinheiro suficiente para pagar. Sairá bem mais barato nós começarmos de novo do começo.

Changkyun estava perdido, não sabia se arrumava suas coisas ou protestava. Ele sabia que as chances deles ganharem eram poucas, mas ainda sim deveriam lutar, era o que passava por sua cabeça. Estava só esperando a resposta de Jooheon para que pudesse fazer algo.

– Eu não vou a lugar nenhum!

– Vamos Jooheon, era só um cavalo, eu posso comprar outro para você, apenas não me enrole.

– Você sabe muito bem que não era só um cavalo qualquer Yoosung! Primeiro era uma égua. Segundo, depois de Changkyun ela era a coisa mais importante na minha vida.

Changkyun corou com o que o maior havia dito e resolveu se juntar a ele na conversa

Não podemos sair e deixar tudo para trás. Beauty foi injustiçada, devemos pelo menos isso à ela! – Gesticulou agressivamente mostrando sua raiva

– Manda sua namoradinha inútil aí ficar quieta. Vamos logo, quando eles aparecerem por aqui eu quero estar bem longe.

– Filho da mãe. – Jooheon disse antes de socar o rosto de seu chefe que ia retrucar, mas apenas respirou fundo e encarou os dois.

– Olha, não sei o que estão pensando, mas ainda tem um contrato que os fazem meus, então tratem de arrumar suas coisas logo, em vinte minutos estaremos saindo. – disse dando as costas aos dois e fechando a porta.

Assim que o outro saiu Jooheon pegou um copo que estava perto de si e arremessou na porta assustando Changkyun que se afastou para o canto do quarto.

Hyung, o que vamos fazer? – Perguntou quando o outro veio em sua direção.

– Você confia em mim Kyunnie?

O menor balançou a cabeça imediatamente.

– Vou arrumar nossas coisas e vamos nos esconder na cidade, não posso ir embora daqui sabendo que temos chances de ganhar o caso. Você sabe onde o Yoosung guarda o dinheiro não sabe?

Changkyun arregalou os olhos, não precisava do outro completar a frase, pois sabia o que ele iria pedir. Só não sabia se tinha coragem o suficiente para pegar.

– Olha Kyunnie, nós vamos precisar de dinheiro, e pelo tempo que estamos com o circo, o Yoosung deve muito à gente. Hm? Por favor? – O menor suspirou e balançou a cabeça, eles discutiram como fariam a fuga e logo se prepararam. Changkyun deu um beijo na boca do outro e saiu do trailer.

Ele estava nervoso, se fosse pego estaria morto. Tentou disfarçar ao máximo e entrou na tenda do chefe. O mesmo estava sentado na cama terminando de guardar uma boa quantia de dinheiro em um pote metálico. Changkyun, por ser mudo sempre foi seu homem de maior confiança, já que não poderia contar nada sobre a finança aos outros, por isso em questão de dinheiro o mímico era o único na qual Yoosung confiava, melhor dizendo, era o único que deixava mexer, pois confiar mesmo, não confiava em ninguém.

O mais novo entrou na tenda fazendo seu melhor olhar de preocupado e começou a gesticular, mas o outro não entendia e pediu para que ele escrevesse. Pegou uma folha e uma caneta escreveu rapidamente e entregou para o chefe.

"Aconteceu algo na barraca do dinheiro Jumin e a malabarista estão brigando eles foram para o trailer dele."

– Mas que droga esses dois, se ele bater nela mais uma vez eu juro que o mato com minhas próprias mão. Termine de contar o dinheiro e coloque no porta luvas do carro, já vamos sair.

Dito isso o maior saiu apressado da tenda, e Changkyun não perdeu tempo. Colocou o pote com o dinheiro dentro de uma bolsa que levava consigo e pegou mais um monte de dinheiro que estava espalhado pela cama além do papel do processo, lá poderiam entrar em contato com advogados.

Saiu da tenda olhando em volta, mas ninguém prestava atenção em si, de longe pode ver seu chefe chegando no trailer do ajudante de palco e batendo na porta. Então começou a correr como nunca tinha corrido antes, mais na frente pode ver Jooheon o esperando no meio da estrada na moto de Jumin com duas mochilas nas costas assim que chegou pegou o capacete da mão dele que o ajudou a subir e logo sumiram da vista do circo.

Jooheon não sabia para onde ir, no momento só teriam que se esconder até que tudo se acalmasse, sabia que assim que Yoosung desse conta do desaparecimento dos dois e do dinheiro ficaria um fera, com certeza iria atrás deles.

             O maior parou a moto no acostamento de uma rua para falar com Changkyun, tinham que marcar para onde iriam até a poeira baixar.

            – Conseguiu pegar o dinheiro?

            Sim, e foi uma boa quantia, eu me sinto meio mal por isso.

            – Não sinta meu pequeno, nós vamos resolver isso, e se ganharmos, conseguiremos tirar muito dinheiro daquele homem, e poderemos devolver tudo o que pegamos do circo caso você se sinta melhor. – Disse, mas não viu o outro concordar. – Você está bem?

            E se não conseguirmos Honey? Como vamos pagar? Eu estou com medo

            – Eu também estou. – Disse olhando o chão, não queria admitir fraqueza na frente do menor, mas também estava receoso de dar tudo errado. – Mas não se preocupe, se não conseguirmos, vamos fugir também, temos bastante dinheiro, qualquer coisa vamos para os Estados Unidos e refazemos nossa vida lá. O que acha?

            O menor suspirou e concordou com a cabeça.

            Para onde vamos?  O Yoosung nunca vai nos deixar continuar com esse processo, já que nós estamos associados ao circo, e também hotéis e pensões vão ser os primeiros lugares que eles vão nos procurar.

            – Eu sei, mas não vão fazer isso por muito tempo, eles precisam fugir, e antes de tudo temos que falar com o juiz para ele saber que vamos participar sim. Eu juro que se ver aquele cara que bateu na Beauty, na minha frente, eu quebro não só as pernas dele como a cara também e o resto do que ele chama de corpo.

          Ei, acalme-se, eu peguei o papel do processo, vamos para algum lugar, assim podemos pensar com calma ok?

            Changkyun sentou-se no meio fio e começou a coçar a nuca, como fazia quando estava pensando. Jooheon deveria estar procurando algo em sua mente para fazer também, a cidade era pequena e logo Yoosung acharia os dois. Mas ele estava perdido na beleza do menor, não sabia desde quando começara a olhar para ele com outros olhos, além de amizade, só sabia que o beijo que o outro lhe dera, tirou completamente suas duvidas se ele era correspondido ou não.

Tinha medo de tentar algo e o outro se afastar, afinal para Changkyun o mais velho era como um segundo pai, que cuidou dele desde que o verdadeiro se foi. Na noite passada ele teve sua confirmação de que não era assim que o menor pensava.

Ah, já sei. Sua tia mora aqui não mora?

            Changkyun disse tirando o outro de seus devaneios, que demorou um pouco para raciocinar do que ele estava falando.

– Ahh, ela nunca daria um espaço para a gente na casa dela Kyunnie, ela me culpa até hoje pela morte de nossos pais.

            Joo, você sabe que isso não é verdade certo? – esperou com que o outro concordasse com a cabeça e continuou. – Onde o filho dela está?

            – O Gunhee? Foi para o Japão passar um tempo com meu tio.

             O que significa que ninguém vai procurar nada naquela casa de árvore enorme que ele tem, certo? – Quando terminou de falar foi como se tivesse ligado uma lâmpada na cabeça de Jooheon.

            – Claro! Por que não pensei nisso logo? Nós só precisamos de um lugar para estacionar a moto. Se deixarmos lá perto ela pode desconfiar e o Sung pode achar. Nessa mochila aqui eu guardei água e comida, ela serve pelo menos até Yoosung ir embora e nós irmos para um hotel.

            Sorriu e estendeu a mão para que Changkyun segurasse e se levantasse. Assim que ficou em pé Jooheon levou suas mãos para o rosto do menor, aproximou-se lentamente e antes de colar os lábios com o do menor pode o ver fechando os olhos e entreabrindo a boca. O beijo foi simples, mas cheio de sentimentos, ao finalizar o beijo o maior distribuiu vários selinhos belo rosto do outro.

            – O que seria da minha vida sem você hein? – O mais velho viu o rubor no rosto do outro e não pode deixar de achar fofo. Deu um beijo na testa do menor e falou.

            – Não se preocupe pequeno, vamos fazer dar certo, tudo bem? – Changkyun balançou a cabeça e abraçou Jooheon, tanto para ganhar forças quanto para sentir o calor do outro, que lhe acalmava. – Vem, vamos largar essa moto em algum lugar.

            Depois de rodarem por um tempo deixaram a moto em um beco escuro atrás de umas lonas. Mesmo que fosse alguém lá, eles não veriam a moto por ser um local escuro, e também meio assustador. Tanto para entrar no beco, como para sair dele, Changkyun agarrou-se na blusa do maior e andou de olhos fechados, resmungando até que Jooheon falasse que estavam de fora.

            Andaram apenas três quarteirões até chegar aos fundos da casa da Sra. Song. Embora Gunhee tivesse a mesma idade que Jooheon, sua maturidade era menor. Jooheon teve que enfrentar a vida sozinho e ainda cuidar de Changkyun muito novo. Ele tinha nove anos q Chang oito. Por isso sua experiência com o mundo era maior.

            Enquanto estava levando sua vida no Circo para poder sobreviver, o primo estava brincando em uma casinha na árvore. E ao chegar perto do jardim e ver que a casa na árvore ainda estava lá, sabia que seu primo não havia mudado, mesmo já tendo seus 18 anos. Porém tudo que Jooheon podia fazer era agradecer, pois teriam um lugar para ficar.

            Changkyun se certificou de que ninguém na casa estava passando pelo jardim ou na rua enquanto o maior ligava para o advogado que os ajudaria. Ele esperou que os dois terminassem a conversa e assim que estavam sozinhos, pularam o muro e correram para a casa de madeira. Por sorte a escada estava encostada na árvore.

            Subiram rápido e fecharam a porta do jeito que estava antes, os dois estavam suando, mas não poderiam abrir a janela ou a porta, pois se alguém visse notaria a presença deles, e talvez até chamassem a polícia.

            Changkyun andava de um lado para o outro comendo uma barrinha de cereais enquanto Jooheon tentava pegar sinal com seu celular para ligar para o Juíz.

            – Ya! Agorinha você faz um buraco no chão e nós dois caímos lá em baixo. Não precisa se preocupar. Vamos conseguir tudo bem? É só esse celular funcionar. – disse jogando o aparelho em cima do colchão que havia lá em cima e bufando de desgosto.

            Changkyun sorriu com a cena e puxou o maior para que se sentasse no colchão. Jooheon olhava emburrado pro menor enquanto esse ajoelhava atrás de si e começava a massagear suas costas.

            O maior o olhou pelas costas com um sorriso disfarçado em seus lábios e perguntou o que o outro estava fazendo. Chang parou sua massagem apenas para gesticular que o outro estava tenso e precisava se acalmar.

Ao voltar com sua massagem Jooheon fechou os olhos e inclinou levemente a cabeça para o lado, desfrutando melhor daquela mordomia. Vendo o movimento feito pelo maior Changkyun encarou a pele de seu pescoço branquinho e uma ideia passou por sua cabeça, mas era tímido o suficiente para fazer.

Continuou apertando os ombros do maior, fazendo uma pressão maior com os dedões mais próximos da nuca. Com isso o maior jogou a cabeça para o outro lado e um gemido baixo escapou de seus lábios. Changkyun não conseguiu se segurar dessa vez e levou os lábios ao pescoço do outro dando uma mordida forte.

Jooheon segurou um grito para que não fossem descobertos na casa, mas com um movimento rápido segurou o corpo menor que o seu o puxando para seu colo. Changkyun se assustou, mas logo começou a rir.

­– Ya, você acha isso engraçado é?

Inclinou-se sobre o corpo do outro que se debatia para se soltar, mas era em vão, Jooheon era mais forte que ele. Quando conseguiu prender as mãos do menor acima de sua cabeça, Jooheon levou os lábios ao pescoço dele fazendo a mesma coisa que tinha recebido.

Changkyun queria gritar com o outro por ter mordido muito forte, mas o máximo que fez foi voltar a se debater. Rindo Jooheon deixou uma mordida mais fraca, e mais outras que lentamente se transformaram em chupões. O menor abria a boca e tinha certeza que se pudesse falar, gemidos estariam saindo em vez do silêncio.

O maior subiu os beijos pelo rosto do mais novo até as bocas se encontrarem. Diferente dos outros beijos que eles trocaram esse era mais urgente, fazendo com que vez ou outra os dentes batessem e as línguas se encontrassem fora da boca. Jooheon apertava a cintura de Changkyun por baixo da blusa enquanto esse tinha as mãos presas no cabelo do outro.

Estavam tão absortos um no outro que não repararam no início o toque do celular chamando, mas gradativamente o volume aumentou e Changkyun foi o primeiro a perceber. Empurrou lentamente Jooheon e quando estavam separados Chang apontou com a cabeça para o celular, para chamar a atenção do outro.

Jooheon demorou um segundo para raciocinar, mas logo soltou o menor indo atrás do aparelho. Nele já estava salvo o número do advogado que contrataram, e era esse mesmo número que estava chamando. O moreno limpou a garganta e aceitou a ligação.

– Sr. Kang?

– Ya, você sabe quantas vezes eu já te liguei?

– Ahh me desculpe senhor, eu estava meio... ocupado.

Olhou para Changkyun que estava vermelho feito um tomate maduro e piscou para ele, que sorriu e enfiou o rosto no colchão.

– Olha, não importa. Nós contatamos com o Sr. Choi, que está processando vocês, e ele descobriu da fuga do circo, ele irá usar contra nós, além de que ele adiou a data de semana que vem para amanhã cedo, então não temos muito para preparar. Podemos nos encontrar hoje a tarde?

– Desgraçado. – Jooheon resmungou fazendo com que Changkyun levantasse e o olhasse preocupado.

–Perdão?

–Não... não você Sr. Kang. Me desculpe, eu não quis dizer o senhor. Podemos sim. – atropelou-se nas palavras enquanto tentava reverter a situação.

Os dois terminaram de combinar o local e alguma das coisas que tratariam. Quando desligou Changkyun estava sentado nos calcanhares o olhando com um grande ponto de interrogação na cabeça.

– O idiota adiou pra amanhã cedo e ainda vai usar a fuga do circo contra a gente.

Ei, manere no seu palavreado. Não gosto de você xingando assim! – Fez um bico. – Mas e agora? Você tava marcando de se encontrar com o advogado?

– Sim, nós dois vamos, em um restaurante aqui perto.

Nós dois? – Gesticulou assustado, tinha medo de fazer algo errado e eles perderem por sua culpa.

– Claro, você também vai nos ajudar. – olhou nos olhos do outro e viu certa hesitação. – Eu digo, se você se sentir a vontade claro.. é só que.. eu precisava de você do meu lado.

Changkyun começou a balançar a cabeça freneticamente, não queria que o maior entendesse errado.

Não é isso Joonie, eu sempre vou ficar do seu lado, em qualquer coisa. Eu só tenho medo, e se eu fizer algo errado?

– Você não vai fazer nada errado Kyunnie, você é um dos meninos mais inteligentes que eu já conheci. Não seja tão inseguro. Você confia em mim? – esperou o menor responder e continuou quando ele afirmou.

– Então confie em você da mesma maneira que confia em mim. Você não é mais uma criança, já é um homem. Já passou por tanto em sua vida que muita gente nunca vai saber como é. Você é capaz de muito!

Changkyun sorriu e abraçou o maior. Quando se afastaram decidiram comer um pouco e dormir enquanto não chegava a hora de se encontrar com o Sr. Kang. Por mais que estivessem em um momento complicado, o menor estava feliz por ter Jooheon em sua vida.

Para Jooheon foi como se o tempo tivesse voado diante de seus olhos. O encontro com Kang, a volta para casa da árvore com um Changkyun assustado por estar muito escuro e agora o julgamento. Estavam os dois com roupas mais decentes para a ocasião que fora emprestada pelo advogado, vendo o pai da garota falar toda baboseira que ele acreditava estar certo acusando todos de levarem no circo um cavalo selvagem sem nenhum preparo e dizendo ainda que não tinha sido ele quem quebrou as pernas de Beauty, pois não havia encostado nela.

Se Changkyun não estivesse do seu lado, de vez em quando apertando sua mão, o mais velho já estaria preso por cometer um assassinato. Por duas vezes Jooheon tentou cortar a fala do homem, mas seu advogado lhe lançava um olhar que o fazia temer por sua vida.

Já o menor não conseguia entender como o Juíz podia acreditar nas coisas que aquele homem falava. Como poderia alguém que levou um animal ao sacrifício continuar impune e ainda ganhar o processo?

Cada um falou na sua vez, quando chegou a hora de Changkyun eles estavam preparando um intérprete, mas o menor pediu que fosse Jooheon, ele se sentiria mais seguro falando olhando nos olhos do maior.

Eles estavam usando todos os recursos que tinham, mas Jooheon sabia, só de olhar o desespero de Kang, que eles estavam em uma péssima situação. O advogado olhava para os dois garotos ao seu lado e sentia-se mal, mas eles estavam sem testemunha, e isso complicava muito a situação. Sabia que seria caso perdido, mas não podia desistir.

– Bom, já que não temos nenhuma testemunha para o Senhor Lee e Im. Podemos encerrar a sessão, e logo daremos a resposta.

Changkyun deixou que algumas lágrimas caíssem, enquanto Jooheon apertava sua mão com uma força que pensou que elas quebrariam.

– Com licença.

Uma voz infantil tomou conta do tribunal e todos se viraram para procurar de onde vinha.

–SunHee, o que está fazendo? – o Sr. Choi se pronunciou. – volte já para seu lugar, daqui a pouco vamos embora.

De repente a garota que tinha sido acertada pela égua andou em uma muleta até a frente do tribunal.

– Eu quero ser testemunha.

– Garotinha, seu pai já tem pessoas suficientes à favor dele. – Disse o Juíz de maneira delicada para a menina.

– Não, eu quero falar para o moço bonito – apontou na direção de Jooheon e Changkyun que olharam assustados para ela.

– Minha princesa, aqui não é lugar para brincar tudo bem? Volta para seu lugar ou eu te coloco de castigo.

– Senhor Choi – falou em forma de advertência para o homem. – SunHee, certo? Você quer mesmo depor para o senhor Lee e Im?

A garota balançou a cabeça e abaixou a cabeça com vergonha.

– Vocês aceitam o depoimento dela?

O advogado dos meninos aproximou-se da menina fez uma pergunta e logo se afastou. – Sim, senhor Juíz, nós aceitamos.

SunHee andou até a cadeira na frente e pediu ajuda a Changkyun para subir na mesma. Quando sentou olhou para o Advogado Kang e confirmou com a cabeça, falando que estava pronta para começar.

– Senhorita SunHee, o que a fez ser testemunha de meus clientes?

Abriu a boca para falar, mas seu pai fez um barulho com a garganta e ela olhou para ele com medo.

– Não tenha medo, esqueça que seus pais estão aqui e fale apenas o que você precisa falar. Ele não fará nada com você depois.

– Eu decidi falar, por que eu gosto muito de animais, sabe? E eu acho que o que o papai fez foi errado.

– E o que seu pai fez?

– Quando eu fui passar a mão no cavalinho, alguém me empurrou e sem querer eu bati nela, mas foi sem querer mesmo eu juro. – Disse olhando para Jooheon que sorriu e disse acreditar nela.

– E quando ela me chutou o papai bateu nela, mas ela não fez de propósito. Eu sei que não foi, porque eu bati nela sem querer e ela assustou, mas daí o papai foi lá e bateu nela. Eu vi ela caindo. Mas ela está bem, não está? – a última pergunta foi dirigida para Changkyun que segurou a mão de Jooheon e balançou a cabeça falando que sim.

Não tinha porque traumatizar uma criança, colocando na cabeça dela que um animal morreu por culpa dela. Entendendo o que Changkyun estava pensando ele completou dizendo que ela estava no hospital, mas logo sairia.  A garota sorriu mostrando as covinhas que tinha e olhou para o advogado esperando outra pergunta.

– Não tenho mais perguntas, obrigada SunHee. ­– O Juíz arrumou seus óculos e se pronunciou.

– Bom, acho que com isso o rumo desse caso muda completamente. Senhor Choi, o testemunho de sua filha, nos leva à um outro âmbito. O senhor mentiu perante o tribunal. Deverá pagar uma multa e ficará preso por um ano com direito a fiança. O caso está encerrado, e o senhor deverá pagar uma indenização para Lee Jooheon e Im Changkyun.

Quando o juiz bateu o martelo na mesa os dois garotos estavam boquiabertos, eles se olhavam sem acreditar que realmente haviam ganhado. Jooheon começou a chorar e abraçou o menor.

– Moço, você está chorando, eu fiz algo errado? – SunHee apareceu do lado deles com sua mãe ao seu lado.

Jooheon enxugou seu rosto e agachou-se na frente da menina. – Não SunHee, o que você fez foi certo, não se deve nunca mentir, mentir é feio. O que você fez foi muito bonito e corajoso, parabéns.

A mãe da garota esperou que eles terminassem a conversa e então falou. – Senhor Jooheon. Eu sinto muito pelo que meu marido fez. Eu disse a ela que contasse a verdade, assim que ela me disse o que tinha acontecido, por mais que ele seja meu marido. Ele não estava com razão.

– Muito obrigada senhora Choi, o que vocês fizeram foi muito importante para mim e meu namorado. – Puxou o menor pela cintura dando um abraço de lado nele.

No mesmo instante a mãe da garota limpou a garganta obviamente sentindo-se incomodada com o que o outro falou, fez uma pequena reverência e saiu levando SunHee. Quando olhou para o lado Jooheon viu Changkyun o encarando com um sorriso envergonhado, mas feliz.

Então quer dizer que somos namorados? – Tentou conter a euforia, mas suas mãos estavam tremendo levemente.

– A menos que você não queira... bem eu pensei que nós teríamos algo mais sério porque.. – Foi interrompido pelo abraço que o menor lhe deu atraindo alguns olhares de quem ainda estava no tribunal.

Então, namorado, o que faremos agora? – Perguntou com um sorriso nos lábios.

 

<3 1 ano depois <3

 

Changkyun pulava animado depois de assistir outra apresentação de Jooheon que arrancava gargalhadas da plateia. Em poucas semanas completariam um ano desde a inauguração do Circo Sunshine, da qual Jooheon e Changkyun eram donos.

Eles haviam se mudado de volta para a cidade de seus pais e finalmente abriram o próprio circo. No começo tinha sido difícil, pois não tinham tantos telespectadores e tinham uma má fama da fuga do antigo Circo, mas aos poucos se recuperaram e mais uma vez passaram a ser os mais esperados por todas as cidades em que passavam. Até retornarem para seu ponto fixo em Seul.

Quando a última apresentação de Jooheon acabou, Changkyun voltou ao palco com todos os outros artistas para se despedirem. Segurou a mão de seu namorado e reverenciaram as pessoas.

Depois de organizar tudo que precisavam, o mais novo estava encostado na moto, que passou a ser dos dois, já que Jumin nunca havia ido atrás, afinal, ele e o resto do circo estava foragido. Esperava pelo maior que chegou de surpresa o abraçando por trás e distribuindo beijos por todo seu pescoço e ombros.

– Vamos para casa? – Perguntou ainda o segurando. Lentamente Chang saiu do abraço e virou de frente para o mesmo.

Primeiro eu quero te mostrar uma coisa. – Sorriu puxando o outro pela mão para que começassem a andar.

– Onde estamos indo pequeno? – Changkyun levou o dedo à boca fazendo um sinal de silêncio e logo chegaram na parte de trás do circo onde ficavam os camarins.

Jooheon pode notar uma parte maior atrás, que não havia ali antes. O menor apontou com a mão, sinalizando que o outro entrasse.

Quando puxou a lona que tampava a entrada Jooheon ficou estático no lugar. Passou alguns segundos encarando o local então olhou para Changkyun que gesticulou.

Eu sei que nunca vai substituir a Beauty, mas ele também pode nos dar várias lembranças, assim como ela deu.

Dentro do cômodo havia um cavalo Andaluz branco**, Jooheon deu mais uma olhada para o cavalo antes de deixar as lágrimas caírem e correr para abraçar o menor. Não tinha sido capaz de comprar outro cavalo depois que Beauty tinha morrido, pois os preparativos com o novo circo estavam deixando-os ocupados e também por sentir-se incapaz de ter outro animal.

Assim que viu aquele cavalo na cela, percebeu que o que lhe faltara fora a coragem de comprar outro, coragem essa que Changkyun teve em seu lugar, provando mais uma vez que sua vida só estaria 100% completa com o menor ao seu lado. Estava mais uma vez pronto para amar outro animal, mas não tanto quanto amava aquele pequeno mímico, que havia estado consigo nos momentos mais felizes de sua vida, e que também foi seu pilar de sustentação nos piores.

Quando soltou o menor do abraço segurou seu rosto aproximou os rostos e disse:

– Eu te amo tanto meu Kyunnie.

Sorrindo Changkyun segurou a cintura do maior e sem sair som apenas mexeu sua boca em um: Eu te amo meu Honey.

E mais uma vez Jooheon selou aqueles lábios que havia se tornado viciante a ponto de não querer largar, e se dependesse dele, não soltaria nunca.


Notas Finais


*Friesian - http://wallpapercave.com/wp/gbpDqB4.jpg
**Andaluz Branco - http://www.ideiasedicas.com/cavalos-raca-de-cavalos-andaluz/cavalo-andaluz-branco/

*aparece só a pontinha da cabeça* ~~ oláa, alguém chegou até aqui? Não sei muito o que dizer keke. Espero que tenham gostado. Digam o que acharam, se quiserem me xingar também, fiquem à vontade XD.
Beijinhos pra vcs <3


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