Após ouvir o que Kurenai disse Hinata sentiu seus joelhos enfraquecerem e logo foi ao chão, o mundo girou ali e ela se viu tonta, a vontade de vomitar voltou. Kurenai arregalou os olhos ao ver o quanto pálida ela estava, seus cabelos já começavam a grudar em seu rosto pelo suou repentino, então se aproximou dela e a abraçou.
Hinata se encolheu naqueles braços, estava carente de atenção e precisava demais de um abraço, ela via toda a sua vida desmoronar e não podia fazer nada, estava sendo castigada por Deus, era a única coisa que vinha em sua cabeça, porque já não bastava todo o sofrimento que vinha passando e agora aquilo.
- Hinata, menina, não fica assim - Kurenai consolou enquanto acariciava os cabelos dela e enxugava suas lágrimas.
- Eu tenho que sair daqui, tenho que dar um jeito nisso antes que seja tarde, oh meu Deus Kurenai, a minha vida está uma droga e a cada dia que passa só piora - Ela estava desesperada e chorava descontrolada
- Antes de tudo você precisa se acalmar, suas mãos estão geladas e você está pálida, por favor, eu sei que essa gravidez não é desejada e acredite eu sei o quanto você está triste, mas essa criança não tem culpa, você tem que pensar que ela é sua apesar de tudo - Hinata se recusava a pensar dessa forma, ela só queria sair daquele lugar e ir o mais longe possível de Kiba e se livrar de tudo que ligasse a ele, inclusive aquele feto.
- Kurenai você não entende, eu estou com nojo de mim mesma, saber que dentro de mim tem um filho daquele monstro, da pessoa que eu mais odeio no mundo me dá repulsa, eu preciso tirar isso de dentro de mim! - Hinata falava com uma expressão de ódio e nojo, Kurenai suspirou.
- É melhor você ir tomar banho, eu tenho que ir, come a comida, você vai precisar de forças - Deu um beijo na testa de Hinata e saiu, ela estava jogada no chão e não queria fazer nada além de chorar, queria que o choro pudesse resolver seus problemas naquele momento, mas sabia que não era possível, a única coisa que ele fez foi aliviar um pouco a dor que sentia em seu coração.
Ficou ali jogada chorando por longos minutos até adormecer, acordou com chutes em sua costela, não eram chutes fortes, mas o suficiente para incomodar.
- Levanta daí vadia, não quero te comer aí no chão frio, vai pra cama - Kiba dizia
Hinata não sabia de onde surgiu aquela força e coragem, mas no segundo seguinte ela estava em cima de Kiba batendo nele, ela dava socos, tapas, chutes e o rasgava com suas unhas grandes que não tinha sido cortadas desde que estava ali.
Podia sentir o coro da pele dele em suas unhas e aquilo a fazia querer rasgá-lo mais, com o susto ele não teve reação, não esperava aquele ataque, mas assim que sua mente processou o que estava acontecendo, ele revidou os murros, Hinata sentia dor, mas não parou instante algum, foi aí que ele a chutou no estômago a fazendo cair para trás e arfar.
Kiba se levantou, sua expressão era transtornada, ele sangrava e partes de sua pele estava aberta por causa das unhas, ele foi na direção dela e Hinata recuou, o ódio que a face dele demonstrava a tinha deixado com medo, fez menção de correr, mas ele a agarrou pelos braços a jogando para parede, ela escorregou para o chão, mas ele a pegou pelo pescoço a suspendendo.
- Sua puta desgraçada, vagabunda - Ele a xingava e dizia que ia matá-la, Hinata sabia que aquele seria seu fim, só não sabia se sentia medo ou se agradecia, sentiu a cabeça rodar e de longe vozes soavam.
Alguém esmurrava a porta chamando o nome de Kiba e isso o fez soltá-la, foi até a porta a destrancando, Otávio pareceu, ele estava ofegante e parecia preocupado, Kiba a lançou um olhar de ódio antes de fechar a porta e tranca-la.
Hinata tentava puxar o ar sentindo sua garganta arranhar, ficou cerca de cinco minutos naquela posição, até se levantar com muita dificuldade e ir para o banheiro se sentou na privada respirando fundo, tirou sua roupa e entrou para o box.
Fechou os olhos sentindo a água fria tomar seu corpo, voltou a abri-los e observou sua barriga, não sabia como não tinha percebido aquilo, em seu ventre já podia se ver uma bolinha, bolinha essa que não existia quando entrou ali, já que tinha sua barriga lisa, se perguntou a quantos meses estava ali e se um dia iria sair. Queria saber se sua família estava atrás dela e qual seria a reação de Kiba quando soubesse daquela gravidez, ela levou sua mão até seu ventre e apertou demonstrando todo o ódio que sentia, cravou as unhas sentindo arder e chorou, chorar era a única coisa que ela fazia naquele lugar.
...
Ino podia observar todos os olhares tristes e caídos ali naquela sala, sentiu o marido apertar sua mão e ela o encarou, ele sorriu desanimado e ela se encostou a ele sentindo suas lágrimas molhar sua camisa.
Fazia três meses que Hinata tinha desaparecido e nenhuma notícia tinha chegado até eles, Ino pensou em ir até a Naruto assim que a irmã sumiu, ela sabia que ele era uma boa pessoa e que gostava de sua irmã, ela percebeu isso quando Hinata os apresentou estava estampado nos olhos dele aquilo.
Nesse mesmo dia eles trocaram algumas palavras e ela o tinha achado muito simpático, entretanto, ele foi a única pessoa que ela pensou em ir atrás quando Hiashi ligou dizendo que já tinha mais de vinte e quatro horas que Hinata não aparecia e ele já tinha falo com todos os conhecidos da família.
Ela decidiu ir na casa dele, porém Gaara a impediu, alegando que talvez os dois estivessem apenas se divertindo e perderam a noção do tempo, ela se irritou dizendo que Hinata não seria irresponsável a ponto de sumir sem dar notícias propositalmente, ainda mais quando ela conhecia o pai que tinha, Gaara então disse que ela deveria contar ao pai que Hinata estava com ele e ela concordou.
Foram pra casa de Hiashi, Ino estava disposta a contar todo o envolvimento da irmã com Naruto e se fosse necessário diria até onde o garoto morava, ela podia sentir que tinha algo errado com a irmã e aquilo a estava deixando desesperada.
Mas ao chegar à casa dos pais naquele dia, ela encontrou a mãe chorando, Yumi se levantou e a abraçou dizendo que finalmente tinham encontrado a filha dela, que Hinata tinha sido sequestrada. Um vendedor tinha ido até a polícia e mostrado um vídeo da câmera de segurança de sua casa, nele um homem alto e estranho agarrava Hinata, botava um pano em seu rosto a fazendo desmaiar, em seguida um carro aparece e ela é jogada dentro.
A rua era próxima a casa de Naruto e Ino sabia disso, começou a chorar e sentia suas pernas fracas, foi amparada pelo marido que a aconselhou a ser forte, pela sua irmã e por ela mesma, a deu forças dizendo que encontrariam Hinata e ela acreditou naquelas palavras.
Ino conhecia a irmã o suficiente para saber que ela poderia ter insistido em voltar para casa sozinha e a pé.
Hiashi acionou a polícia e até detetives particulares, ele estava angustiado, era sua caçula e sua princesinha ali, desaparecida, porém ele precisava amparar sua família e mostrar o homem forte que sempre demonstrou, junto com os dois filhos eles conseguiam investigar bem toda a situação, Ino e Yumi não tinham forças para isso, estavam abaladas demais.
Um dia depois disso Hiashi reuniu toda a família, ele contou tudo e falou que ninguém, absolutamente ninguém, poderia saber desse sequestro, porque poderia atrapalhar os detetives nas investigações, então a seguinte mentira foi inventada: Hinata estava fazendo uma viagem para fora do país!
Ele exigiu também que toda a família ficasse na casa dele, eles não sabiam quem a tinha pego e nem qual era a sua intenção, então toda a família podia está ameaçada, logo a segurança foi reforçada e eles começaram a viver um verdadeiro inferno.
Na mesma noite Ino se encaminhou até sua casa com Gaara, pegaram o necessário e dispensaram os empregados, não foi necessário muitas coisas já que na casa do pai ela tinha um quarto com roupas sua. Quando estavam prestes a sair ela viu um carro na porta, conhecia aquele carro e no mesmo instante lágrimas vieram ao seus olhos.
Naruto desceu de dentro dele, vindo em sua direção, sua expressão era cansada e nervosa.
- Ino, que bom que te encontrei, eu preciso ver a Hinata, ela disse que ia me ligar e já fazem dois dias que ela não dá notícias, liguei e o celular só da caixa, tenho algo sério para falar com ela, você pode pedir a ela pra me ligar? - Ali Ino teve certeza que ele não tinha nada a ver com o sequestro, o nervoso e a angústia estavam estampados na voz dele.
- Hinata viajou Naruto, ela foi pra fora do país e eu não posso dizer pra onde, me desculpe - Ela precisou mentir para o bem da irmã e viu ali a expressão do homem mudar para uma de dor.
- Mas... Ela não me falou nada, eu tenho que conversar com ela Ino, quando ela volta? - Perguntou
- Eu não sei se ela vai voltar, mas se ela voltar eu peço para que entre em contato com você, tudo bem? - Ino encarava os próprios pés para não ter que olhar a dor de Naruto
- Como assim você não sabe se ela vai voltar? Que história é essa Ino? Ela não pode me deixar assim, sem nenhuma explicação, de uma hora para outra! - Ino suspendeu o rosto para encontrar um Naruto com os olhos cheios de lágrimas, ela respirou fundo tentando conter o seu próprio choro.
- Eu tenho que ir Naruto! - Ela mal terminou a fala e saiu correndo
- Ino! - Escutou ele chamá-la, mas não tinha forças para voltar, ela sabia o quanto a irmã o amava e quando ela voltasse conversaria com ela para procurá-lo.
Agora, três meses depois, estavam todos ali na sala, Hiashi tinha convocado mais uma reunião, entre tantas que já teve nesse tempo, mas todos ali esperavam que dessa vez as notícias fossem boas.
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