História Surprises of love - Encontro

POV Rafael

- Ok, nós precisamos falar sobre o que aconteceu - eu disse depois de longos vinte minutos de viagem em completo silêncio.

- Eu não sei o que faremos! Tudo bem que você agora está trabalhando, mas o apoio dos seus pais era importante e.. - Ela começou a dizer parecendo que ia entrar em um colapso nervoso a qualquer instante.

- Ei, calma! Eu não tava me referindo a isso - Eu disse enquanto ultrapassava um carro.

- Não? - Me perguntou confusa - Sobre o que então?

- Escuta, nós podemos falar sobre o problema com meus pais, mas não agora, ok?

- Ok, mas você disse que tínhamos que conversar sobre o que aconteceu, eu não entendo..

- Eu me referia a nossa quase transa - Disse sem rodeios e ela teve uma crise de tosse

- Eu definitivamente preferia falar sobre seus pais - Eu ri

- Só quero deixar claro que eu fui um idiota falando aquilo pra você, mas eu não fiz nada com a Tainá, falei só pra te irritar - Expliquei, já que na noite passada ela dormia quando eu voltei para o quarto

- Não funcionou, porque eu não me importo, ok?! A vida é sua, Rafael - Se eu não a conhecesse acreditaria.

- Tudo bem, mas mesmo assim me desculpa - Ela assentiu e tentou esconder um sorriso - eu estive pesquisando sobre a gravidez

- É?! E o que você encontrou? Que eu vou engordar 40kg e ter oscilações de humor?

- Isso também, e serão apenas 12kg pra sua informação! - Ela sorriu, mas arregalou os olhos um pouco - mas então, sabe o que mais eu encontrei nessa pesquisa?

- Você sabe que o meu médico disse que não devemos confiar tanto na internet não é?

- Sim, mas eu tive a prova viva de que isso é verdade. - Eu disse sem tirar o sorriso dos lábios por manter tanto mistério sobre o assunto

- Fala de uma vez! - É, a paciência de Isabella nunca foi das melhores.

- Seu corpo ta mudando, os hormônios estão a flor da pele e você ta com muito tesão! - Soltei tudo de uma vez e me virei para encara-la enquanto esperava o sinal abrir.

- O QUE?! Olha só Rafael, só porque nós nos beijamos, não quer dizer que…

- Isabella aquilo não foi só um beijo e você sabe muito bem disso. Além do mais, qual o problema em sentir tesão?

- Eu.. nós podemos mudar de assunto?

- Não. Eu sei que você se sente desconfortável em conversar sobre sexo, mas você não tem mais ninguém então tem que ser comigo mesmo.

- Que saco Rafael! Não quero falar disso. - Disse emburrada e completamente corada.

- Isabella, você será mãe! Falar sobre sexo deveria ser no mínimo normal.

- Eu não sei se você sabe, mas eu transei uma única vez e eu nem me lembro! - Ela estava irritada e eu tive que reprimir o sorriso em vê-la toda vermelhinha.

- Se você quiser nós podemos resolver isso, continuando o que a Tainá interrompeu na noite passada - Sugeri

- Você não pode estar falando sério!

- Porque não?!

- Porque nós somos amigos Rafael e eu não vou estragar isso fazendo sexo com você. O que aconteceu foi um erro, entendeu? Não vai se repetir!

- ok - eu disse um pouco frustrado. Não sei o que eu esperava afinal… que ela topasse? - Eu também não quero estragar nossa amizade, mas eu não vou negar que você me atrai

- Rafael.. - Ela disse meio gemendo o que não me ajudou nem um pouco

- Vou parar de falar.

- Obrigada! - Ela fechou os olhos e permaneceu assim pelo resto do caminho.

Eu não sabia o que pensar sobre isso tudo. Quer dizer, eu sempre fui afim da Isabella, mas eu não era apaixonado por ela. Era apenas atração, nada mais. Por isso nunca tentei nada de verdade, fora as brincadeiras, é claro. Até a noite passada. Puta merda, como eu a queria. Mas ela estava certa, nós não podíamos estragar tudo, logo agora que teríamos um bebê. E eu não era o cara pra ela, eu sabia disso, eu não era capaz de dar o que ela precisava e merecia.

- No que está pensando? - Ela disse me encarando ao sair do quarto

- No nosso futuro… o que vamos fazer?

- Nossa - Ela se sentou do meu lado - bom, pra falar a verdade eu não sei

- Vamos pensar no futuro próximo então. Você vai ficar morando comigo até o bebê nascer, certo?

- A não ser que você precise que eu saia…

- Não, claro que não! - Ela assentiu inquieta - Olha Isabella, pra falar a verdade eu gostaria que vocês ficassem comigo por um bom tempo - queria dizer pra sempre, mas ela se assustaria e eu também - eu gosto da sua companhia e realmente quero ver meu filho crescer… sei que não tenho o direito de te pedir isso, mas..

- Não, tudo bem. Eu entendo! É o mesmo se você dizer que vai morar em outra casa e leva-lo de mim, eu não suportaria. - Eu assenti sorrindo - Mas Rafael, você tem a sua vida, hã.. particular, né?! E eu me sinto atrapalhando isso um pouco

- Você não está, confie em mim. - Ela não precisava saber que fazia meses que eu não transava. Meu senhor! Meses! Isso nunca aconteceu antes.

- É, você tem um encontro nessa sexta, não é? - Eu tinha? Ó merda! Eu tinha inventado isso no outro dia…

- Claro, tenho sim.

- Então, eu falei com a Bruna e ela disse que tudo bem eu dormir lá, assim você fica com o apê livre!

- O que? Não, você não precisa sair!

- De qualquer forma vai ser bom pra mim, conversar com uma figura feminina sabe?!

- Tudo bem..

Naquele momento eu percebi que estava ficando louco. Qual era a merda do meu problema?! Eu estava a meses sem sexo e era por pura escolha própria. Não que eu não sentisse vontade, mas eu.. não sei o que estava acontecendo comigo. Eu precisava mesmo marcar um encontro, tirar o atraso, era isso. Porque por mais que eu quisesse muito transar com a Isabella eu tinha que pôr na minha cabeça que ela era território proibido.

- Rafael!

- oi?

- Você ta muito distraído hoje! Eu perguntei o que você acha de pedirmos uma pizza.

- Não sei, não é muito saudável…

- Ah mas é fim de semana, vai.. - Pediu fazendo beicinho e eu queria muito beija-la. Deus, Isabella que tava com distúrbios hormonais e eu que agia assim?

- Claro, você pede? Preciso tomar um banho - Gelado, eu acrescentei mentalmente.

Tomei meu banho e assim que sai, peguei o celular e disquei o número da Beatriz, uma "amiga" que se mudou faz meses e não tinha mantido contato, perguntei se estaria livre na sexta, querendo ou não, precisava achar alguém que me ajudasse com o probleminha no meio das pernas. Segui o fim das escadas para encontrar uma Isabella devorando uma pizza quase toda sozinha.

- Ei Loirinha! Eu não como não?

- Ah claro que come, vai na geladeira!

- Isabella! - Fiz cara de ofendido - deixa de ser gulosa - Ela revirou os olhos e riu, logo depois voltou comigo para o apartamento.

Comemos e vimos filmes o resto da noite, Isabella dormiu primeiro, no sofá sobre meu peito, não queria acorda-la, mas puta merda, ela tava pesando já, então tive que acorda-la pra irmos pro quarto, infelizmente, cada um pro seu.

Acordei tarde naquela sexta, pois hoje era dia de provas de recuperação e eu não tinha pego, graças a Deus e a Isabella que foi uma excelente professora particular. Passei a mão pela cama a procura de algo, mas lembrei que agora não precisávamos dormir mais juntos, afinal, tudo voltou ao normal e em falar em normal... meu celular vibrou apontando que são onze horas da manhã, caralho! Eu dormi tanto assim? Levantei cambaleante​ e desci as escadas a procura da loirinha e não a encontrei, perto do balcão estava um pequeno bilhete com letras redondinhas e perfeitas.

"Vou ficar na Bruna o dia todo, não esquece de escovar os dentes antes de sair com a garota, ela vai me agradecer.

Com amor,
Isabella"

Sorri, por incrível que pareça eu ainda estava com muito sono, poderia ter sido a noite em claro por estar sentindo falta de um corpo pequeno ao meu lado ou pensamentos da briga com meus pais, torci pra ser a segunda opção. Comi qualquer coisa e fui para o escritório. As 17:30, quando voltei pra casa, estava tão cansado que me joguei na cama de novo e apaguei sem nem pensar em nada, isso até o barulho do meu celular me acordar.

- Alô?

- Rafael, onde você tá? A gente marcou as 19:00, já são 19:20! - PUTA QUE PARIU! Eu esqueci total.

- É... Bea, eu tive um problema com meu celular, ai tive que vir em casa buscar o reserva - Essa foi péssima.

- Você tem celular reserva? Uau! Tudo bem, vai me encontrar no nosso barzinho? - Nosso barzinho? Onde é isso? Será que vai ser muita sacanagem perguntar? Já sei...

- Eu ia adorar ir no nosso barzinho, mas o que você acha de vir aqui em casa? Você já sabe onde é mesmo, eu escolho um filme pra gente ver e comer alguma coisa depois de não ver o filme

- Adorei a ideia, chego aí em 20 minutos!

- Estarei esperando.

Desliguei e fui em direção ao banheiro, tomar banho o mais rápido possível, logo em seguida esperei na porta, não demorou muito e lá estava ela, linda e loira... Loira? Que?

- Bea quanto tempo - Ela tinha que estar loira, sério? - Você mudou...

- Se esse é seu jeito de me dizer que estou linda, obrigada, não vai me convidar pra entrar?

- Você já é de casa, fique a vontade! - Sorri um pouco nervoso. O objetivo era tirar Isabella da cabeça, mas com Bea loira…

- Ah se vou ficar! - Mordeu o canto da boca e rumou para o sofá perto da porta e eu a segui.

- Quer começar com o que? Comedia, romance, terror? Esse é o preferido...

Nem acabei de falar e já sentia a lingua de Beatriz agir com fúria sobre a minha, suas mãos eram ágeis e já trabalhavam em desabotoar minha camisa e puxar meus cabelos para trás depositando beijos lentos por todo meu rosto, sem aviso prévio sentou em cima de mim e começou a cavalgar ainda por cima da roupa, PUTA QUE PARIU.

Ela ergueu-se um pouco pra tirar a roupa, ficando só de calcinha enquanto eu já estava só de box, dei a devida atenção ao seus seios enquanto colocava e tirava dois dedos dentro dela.

- Raf... Eu preciso de você, agora.

Quando eu estava prestes a tirar a cueca a porta abriu com uma figura minúscula entrando com as mãos nas costas e uma cara de dor visível.

- TOMATINHOOO, estou com uma dor horrível, tem como me fazer uma massagem antes de sair? Porque olha carregar seu filho dá muito traba… - Isabella me fitou e seu rosto corou na hora, sua boca parou aberta pronta pra continuar a frase mas algo impedia. Beatriz fitava aquele rosto angelical e logo em seguida pulou do meu colo cobrindo o máximo que pode do seu corpo nú.

- QUE PORRA! Rafael você é casado? E ainda vai ser pai? Meu Deus do céu! - E começou a atirar coisas em mim. O controle remoto acertou minha cabeça e doeu. - Olha moça, desculpa, desculpa mesmo, se eu soubesse eu não teria vindo, eu... Nossa que vergonha Rafael! Seu imbecil - Ela gritava e me dava tapas no rosto e nos braços - Eu vou embora!

- Bea não é isso, é que.. - Tentei explicar, mas o que recebi em troca foi uma joelhada no saco. Ótimo!

Senti uma dor insuportável me dominar, e me arqueei no sofá, consegui ver o rosto enfurecido de Beatriz sair pela porta da sala e uma risada incessante prevalecer no local.

- Rafael me des... - Mais risadas incontroláveis - você me disse que o encontro era só as 20:00, eu não achei que.. - os olhos de Isabella tinham lágrimas de tanto que ela ria. Revirei os olhos.

Depois que as coisas voltaram a fazer sentido, sentei no sofá e tentei me recompor.

- Isso é pra eu aprender a não mentir mais pra minhas ficantes.

- Vou buscar gelo.

Segui a silhueta de Isabella com os olhos até a cozinha e pela minha dor no meio das pernas odiei ela estar usando um shortinho tão apertadinho que modelava sua bunda perfeita.

- Você me desculpa?

- Não, vai ter que fazer carinho nele pra passar a dor! - os olhos de Isabella se arregalaram imediatamente - brincadeira, mas eu acho que ela nunca mais vai querer sair comigo.

- Você viu a cara dela? - A crise de riso voltou a tomar conta do ser minúsculo a minha frente - ela saiu nua daqui Rafael, NUA! - Mais risos - Nunca vou esquecer essa cena.

- Eu também não... Ai!

- Eu to me sentindo culpada demais por estragar sua noite, juro que não foi minha intenção! - Ela disse mordendo o lábio

- Relaxa, você disse que estava com dor nas costas né? Vai lá pra cama que eu vou te fazer uma massagem.

- É, acho que o grãozinho se acostumou com isso - Ela sorriu se desculpando - eu até pedi pra Bruna tentar a massagem, mas não resolveu…

- Isso é porque eu tenho dedos mágicos e você ainda nem viu todas as mágicas que eles podem fazer - Pisquei pra ela e vi suas bochechas corarem.

- Hã, eu vou avisar a Bruna que não vou voltar com ela, ela ta lá em baixo me esperando..

- Deixa que eu vou, tem que pegar sua mochila né? - Ela concordou - vai tirando a roupa que eu já volto.

- O que?

- Tirando a blusa pra massagem, você entendeu...

- Sim, claro. Obrigada.

Segui as escadas lentamente, não sei o que doía mais, a dor que dominava meu corpo pelo golpe, a dor que sentia por não ter finalmente feito o que queria fazer ou a dor de não fazer com quem eu queria ter feito, mas agora eu só queria que esse dia acabasse.