História Surprises of love - Compras

POV Rafael

Dia de compras no shopping, ebaaaaa! Só que não, mas o que a gente não faz pra ajudar a melhor amiga né? Havia combinado de encontrar Isabella na praça de alimentação as 14 horas, mas a criatura estava atrasada, o que era estranho porque quem sempre se atrasava era eu.

- CHEGUEI! – Pulou do meu lado e eu levei um susto

- Que animação é essa? Você odeia fazer compras loirinha!

- É que eu acabei de encontrar a Pry e descobri uma coisa que ela gosta muito, ou seja, vou cumprir minha parte do trato

- Ihhhh logo hoje que eu e a Manu voltamos.... nem sei se vai rolar de ir nessa festa com a Pry – Lamentei

- Relaxa, até lá vocês já terminaram de novo – Disse com naturalidade e eu ri

- Então, me conta do que ela gosta?

- Ela ama tocar guitarra, sabia?

- Ah bem que ela tem estilo de rockeirinha mesmo

- É! Achei legal, me deu até vontade de aprender a tocar

- Você tocando algum instrumento? Você só toca o terror Bellinha!

- Quem?

- Você

- Te perguntou alguma coisa? – Ri da sua idiotice e entramos na primeira loja de roupas

- Ta, mas o que eu vou dar pra garota? Uma guitarra é muito caro!

- Se você desse uma guitarra pra ela eu ia te espancar Rafael!

- Porque?

- Porque eu sou mais importante ué – disse como se fosse óbvio

- Mas você não liga pra coisas materiais

- É, tem razão... – Concordou e abriu um sorriso como se tivesse tido uma ideia genial – um colar de guitarra, o que acha?

- Uma boa! Agora vamos fazer o que viemos fazer aqui – Peguei um vestido na mão e lhe mostrei - Olha esse vestidinho, você ficaria bem.... – eu ia completar a frase com “gostosa nele” mas provavelmente apanharia no shopping, melhor não.

- O que?

- Nada, acho que não é teu estilo, né? – O vestido era vermelho, justo e super curto, obvio que não era o estilo dela Rafael!

- Com certeza não, mas você acha que o Cadu gostaria? – Perguntou e eu a olhei incrédulo

- Como assim? Você usaria só porque ele acha bonito?

- A intenção é conquistar ele né Tomatinho?!

- Mas você não precisar mudar teu jeito pra isso...

- Ele não me notou até hoje porque me vê como uma “Maria macho” como a Manuela me chama.. – PERA O QUE?

- Ela te chama de que?

- Nada Rafael, esquece isso... vamos ver aqueles vestidos mais discretos ali – Me puxou pela mão, mas eu permaneci no mesmo lugar, então ela me encarou

- Porque não me contou isso antes? A quanto tempo ela te chama assim?

- Não importa, você vem ou não?

- Isabella isso é sério! Eu vou terminar com ela pra valer agora mesmo! – Fomos até a seção de vestidos da loja

- Não quero que termine por minha causa, sério, esquece isso! – Pediu impaciente e eu decidi que não iria estragar nossa tarde, então assenti.

(...)

- Esse vestido não é fechado demais? – Perguntou se olhando no espelho do lado de fora do provador, enquanto eu estava sentado a admirando. Ela usava um vestido preto de crochê, fino, mas de mangas longas. Era justo e destacava suas curvas.

- Eu achei que ficou perfeito – Sorri pra ela que me acompanhou no gesto

- Obrigada! Mas não to muito gótica?

- Não, o preto fica bem com a tua pele branquinha, destaca seus olhos...

- Só não se apaixona, ta? – Disse rindo e eu revirei os olhos

- Menos loirinha, bem menos! Rafael Vitti não se apaixona tão cedo – Me gabei e ela concordou

- Vou levar esse então, será que o Cadu vai gostar?

- Isabella, quem tem que gostar é você, já disse! Se ele não te quiser garanto que terá uma fila te querendo

- Aham claro! Rafael, eu sou invisível naquela escola, você sabe! – Me senti mal por ela pensar assim, além de ler linda ela era especial, como não viam isso?

- Você é antissocial e agressiva, é diferente! – Tentei argumentar, mas ela entrou no provador novamente e me ignorou - Morreu ai dentro? – Perguntei minutos depois 

- Pronto querido! – Disse irônica e saiu do provador

- Vocês desejam mais alguma coisa? Nós estamos com uma promoção de casais, as lingeries e... – A atendente foi interrompida pela crise de riso de Isabella, eu não aguentei e comecei a rir também

- Nós não somos um casal, eca! – Ela disse e eu revirei os olhos

- Ah me desculpe, eu realmente achei que.. bom, deseja mais alguma coisa? – A moça disse um pouco corada e Isabella negou. Pagamos a compra e saímos da loja.

- To com fome, tomatinho! – Falou manhosa

- Me conte uma novidade – Disse e ela me mostrou o dedo do meio – e pare de me chamar de Tomatinho em público, por favor!

- Para de frescura, não tem ninguém com a gente

- Ta, o que você quer comer?

- Adivinha?

- Mc Donalds! Ah que saudade que eu to de comer isso... Manuela nunca deixa eu comer porque diz que engorda

- Que? Mas você ama Mc Rafael!

- Eu sei loirinha, vai ver ela tá certa, tenho que continuar com esse corpinho, lindo né?

- Não mesmo, você tem que comer, lembra o que você me disse agora pouco? Temos que ser nós mesmos e vai ter alguém que goste da gente do jeito que somos – Jogou minhas palavras contra mim - andaaaa não vai fazer mal, vai? Imagina aquelas batatas totalmente crocantes com aquele molho, vem Rafael, agora eu quero muito comer isso!

Isabella saiu me puxando com todas suas forças para aquela linda e maravilhosa lanchonete que eu tanto senti falta. Pedimos três porções mega grande de batata frita, duas pra Isabella que tanto queria as batatas e uma pra mim, dois x-tudo e um copo extra G de Coca-Cola para dividirmos.

- Tava com mó saudades de comer assim, sem me preocupar com os gritos escandalosos da Manuela

- Não sei porque você continua com ela, esse tipo de vocês nunca vai ter fim – Disse com a boca cheia

- Eu sei, mas sei lá, eu preciso de alguém pra cuidar de mim quando to carente

- Aham, carente, ora carente - Fez cara de quem acreditou em tudo e sorriu - Vamos, o filme vai começar – disse assim que terminou de comer

- Falta meia hora ainda loirinha

- Eu sei, mas a fila pra pipoca tá enorme

- Isabella, você acabou de comer

- E? - Me encarou como se aquilo não fosse argumento suficiente.

- Nada né, se você quer... não sei pra onde vai isso tudo, real, parece que tem buraco na barriga.

- Fale menos e ande mais.

Chegamos na fila e pedi uma pipoca de balde médio, desviei o olhar da balconista pra Isabella que me encarava com uma cara de criança quando vê doce, sabe?

- Tomatinho lindo do meu coração...

- Iiiihhh, lá vem, fala vai

- Compra uma barra de chocolate pra mim, gastei todo meu dinheiro nessa roupa que só vou usar uma vez na vida.

Ri da forma que ela descreveu o vestido preto, ela não tinha noção de como deveria usar ele mais vezes.

- Nem precisa explicar, eu te chamei lembra? Eu pago.

- Por isso que eu te amo

- Aaahh sério? Achei que fosse pelo meu tanquinho.

E assim seguimos para a sala de cinema, onde assistimos "Annabelle", um filme que eu não achei muito assustador, mas era extremamente hilário quando Isabella se assustava com aquela boneca que nem se mexer, mexia. As vezes ela me olhava de canto de olho pra ver se eu estava assistindo e segurava minha mão a cada som que parecesse assustador pra ela. A melhor parte foi quando ela tomou um susto tão grande que o balde de pipoca voou na cabeça da mulher da fileira 15B, ouvir sua risada foi melhor que o filme todo.

- Melhor eu entrar né? - Isabella sussurrou, enquanto acabava de tomar seu segundo sorvete, quando paramos em frente a sua casa - Tá tarde já

- Verdade, boa noite loirinha, até amanhã

- Boa noite tomatinho, até

Me deu um beijo na bochecha e entrou, hoje eu percebi uma coisa: Eu não deveria estar com quem eu estava, precisava tomar uma atitude.