História Surrogacy - Você está segura agora.

Nem sempre você deve confiar nas pessoas. Ás vezes, a pessoa não é nada daquilo que você pensa que é, muitas pessoas se escondem atrás de máscaras para se proteger de algo, ou ás vezes nem isso é... Eve não tinha ninguém. Ninguém que pudesse lhe ajudar, ninguém que iria dizer que ia ficar tudo bem, ela não tinha ninguém além de Deus. Eve era uma pessoa triste que se escondia atrás de um pequeno sorriso que hoje ele sumiria e daria lugar á tristeza e lágrimas.

_21 de Dezembro de 2015, New York City_

                                                                                 Point Of View_ Eve Sherwood

Eu estava largada no chão como minhas roupas jogadas ao meu lado, estou encolhida meu choro é baixo, minha cabeça dói, meu corpo dói, minha intimidade lateja e sangra, estou assustada, apavorada e não tenho ninguém pra pedir ajuda, soluço alto e me mexo e gemo alto por conta da dor que meu corpo possuía, mordo os lábios com força e pego minhas roupas devagar, e saio me arrastando pelo chão, meu choro não parava, não conseguia esquecer o rosto deles, o jeito deles...e suas palavras nojentas.

-Oh delícia não chore hum.- Ele me da um beijo e cuspo em sua cara como a pouca força que eu tenho.- Ohh...não faça isso vagabunda.- Ele me da um soco no olho, chorei ainda mais alto, cheguei a pensar que ia ficar sem ar.- Não chorei meu bem, daqui a pouco nós voltamos hum?! Não saia dai! - Disse aquele nojento, vestindo as calças e saindo rindo com o outro cara que vestia suas roupas.

Temia por eles votarem e me machucarem mais.

Não sei de onde, mas tirei todas as minhas forças para sair dali, levantei ainda atordoada e as dores podiam ser sentidas além do meu corpo, e sim em minha alma, a dor física nem se compara a dor que tenho no peito, suspiro assim que vejo que estava me afastando cada vez mais, o pânico de estar sendo seguida me acompanha, ainda aos soluços olho para trás e vejo algo estranho. São eles. Meu coração parece que vai sair pela boca, o medo me corrompi e logo saiu em disparada olhando para trás para checar se eu podia me manter o mais distante possível. Me deixem em paz, eu rezava em minha mente em quanto eu corria, sentia meu corpo pesado como se tivesse sido pisado por muitas pessoas, olho mais uma vez para trás mais logo eu paro bruscamente, caindo no chão. A luz branca me cerca, fecho os olhos já esperando o fim. Talvez seja melhor, assim essa dor e esse nojo somem de uma vez, me encolho e espero a morte me levar.

A buzina soa alta e eu me encolho ainda mais, não há pra onde correr, eu quero morrer.

O freio é ouvido, o som de pneu sendo arrastando com força, mais felizmente ou infelizmente nada acontece.

_Oh meu Deus você esta bem?- Me mantenho parada, ainda sem acreditar que ainda estou viva, abro os olhos aflita e olho para trás, lá estão eles. Eu me arrasto pelo chão e mal percebo que vou aos pés de uma pessoa. Ou melhor, de uma mulher, ela me olha assustada, eu vejo logo ela sente pena de mim. E eu paro e penso, talvez se fosse eu no lugar dela sentiria o mesmo, não posso a julgar por isso. Sei que meu estado é deplorável. - Ei estou falando com você...calma o que está olhando? - A vejo olhar para onde aqueles malditos estavam e olho juntamente a ela mais eles já não estavam mais ali.

_Briana, meu Deus quase matamos uma pessoa!- Ouvi uma voz histérica ao meu lado, minha cabeça lateja e logo me permito abaixar minha cabeça e voltar a chorar como se não tivesse fim. - Mais a culpa é dela...ei garota você é maluca? -Solucei e me encolhi, ouvi mais buzinas e reclamações. -Briana não podemos parar a rua...vamos!

_Não posso deixá-la aqui...ei menina olhe pra mim.- Sinto mãos em minhas costas e eu me afasto assustada, ela arregala os olhos pela minha reação. Sinto suas mãos imundas em meu corpo. -Calma eu não vou te machucar...o que houve com você?

Olhei bem para ela e fiquei admirada por sua beleza. Um mulher ruiva, ela tinha cabelos ruivos, pele branca, olhos azuis magníficos, que mesmo com a pouca luz podia ser vista com nitidez. Com certeza a mulher mais bonita que eu já vira.

Mais buzinas são ouvidas me assustando ainda mais.

_Calma querida...está tudo bem.- Ela me estende as mãos e eu olho a mesma.

_Briana vamos logo!- A outra mulher bufa e olha pra mim.- Vamos menina não podemos ficar aqui a noite toda.

_Clary não a assuste ainda mais. - Diz Briana e eu fico sem saber o que dizer. -Vamos eu vou te ajudar. - Ela estica ainda mais sua mão e eu a pego a vejo sorrir pra mim quando ela me ajuda e levantar.

_Mais o que?- Ouço a voz da tal Clary e vejo a mesma boquiaberta olhando em direção a mim, logo que percebo vejo a mancha de sangue que aparecia em minhas partes íntimas, meus olhos enchem de lágrimas e eu soluço.- Calma menina vamos te ajudar. -Disse a mesma e elas me levam até o carro pelo qual eu pensei que iria morrer. Eu só posso estar mais maluca que antes, entrar no carro de alguém que não conheço, mais acho que mais ferrada que estou não posso ficar, ou posso? 

_Céus machucaram ela, por Deus que mundo é esse?- Ouvi a voz de Clary me olhava pelo banco da frente, eu solucei olhando para trás checando que eles não iriam me encontrar.

_Clary, não vamos a fazer lembrar disso.- Disse Briana me olhando de relance e logo voltando a dirigir.

_Esquecer? Por Deus tenho certeza que ela nunca vai esquecer disso. –Vejo Briana a olhar feio.

_Não chore, você esta segura conosco.- Disse Briana e eu apenas a olhei tentando entender o porque dela esta ajudando uma moradora de rua, toda suja. Mais isso me fez acreditar que ainda existem pessoas boas no mundo.

Ambas ficaram em silêncio e eu encosto minha cabeça no vidro do carro, minhas lágrimas ainda caem mais eu me sinto mais segura.  O Barulho de som me assusta, vejo Briana pegar algo, era o celular dela.

_Ah droga é o Justin.- Ela suspira.

_Atende ele deve estar preocupado.

_Segura pra mim.- Clary segura o aparelho em seu ouvido.- Oi amor...estou bem sim, é eu cheguei aqui, estou indo para o hotel agora. Ei calma eu sei dirigir...ta bom Justin eu não vou mais falar ao telefone na direção...eu prometo. – Ela rir e eu fico atenta a sua conversar com o Justin. – Eu também sinto sua falta, amor tenho que desligar agora ok? Amanhã eu ligo para você. Eu te amo mais que tudo.

Amor, é um sentimento muito bonito, que eu sempre quis sentir, que alguém me amasse de volta e eu amasse a pessoa ao ponto de perder a cabeça de vez. Mais isso nunca iria acontecer, porque não sou digna de amor algum. A palavra fugir, já não é cabível em nenhum dia, pois não há como fugir de suas tatuagens internas feitas contra a sua vontade. A única coisa que soa é: "Assim como teve um começo, tudo isso terá um fim" eu só queria ter um fim calmo e sem dor, eu merecia isso certo?! Na aguento mais sofrer por algo que eu não tive culpa.

O carro para aos poucos e vejo que paramos em frente ao hospital, entro em desespero quando vejo. Eles não gostam de mim, ele não me querem aqui. A porta é aberta ao meu lado e eu me assusto, mais vejo Briana com a mão erguida em minha direção, ainda a olhando assustada eu me encolho.

_Esta tudo bem, vamos apenas cuidar do seus machucados. – Clary me olha com pena mais logo sorrir me encorajando, eu pego sua mão como se essa mão fosse a salvação para todos os meus medos e tristezas, mais eu não sabia realmente o que isso é mais eu só quero ter paz pelo menos um momento em minha vida. Ela me abraça de lado o que me deixa assustada já que ninguém já fez isso por mim. Eu não lembro o que é abraço, na verdade abraço eu nunca tive, eu sempre foi sozinha, como meus braços fracos para me envolver.

   _Com licença, precisamos de ajuda. – Disse Clary para enfermeira que passava pelo corredor branco e sombrio. Ela olha para nós mais seu olhar se fixa em mim, e logo eu conheci esse olhar.

É  nojo,eu abaixo a cabeça e sinto Briana me abraçar ainda mais.

_O que houve com ela?- Pergunta a mulher.

_Não sabemos, acho que ela foi...abusada sexualmente.- Disse Briana, e logo as imagem vem em minha cabeça, repetidas vezes e eu soluço já chorando de novo.

_Oh Deus...certo. Mais preciso que alguém faça a ficha dela, os documentos e tudo mais.

Briana me olha e eu a encaro sem saber o que dizer.

_Você tem documentos certo?

_Documentos?- Eu franzi a testa.- O que é isso?- Falo baixo.

_São informações sobre você.

_Me chamo Eve Sherwood, nasci em 21 de dezembro de 1990 é tudo o que sei.

E lá estão o olhar de pena novamente.

_Tudo bem, isso é o importante. –Disse Clary sorrindo de leve.- Anda mulher faz alguma coisa.- Ela se vira para a enfermeira.

_Venha comigo. – Eu a segui ainda com medo. – Você esta segura agora.

Continua...