EVE POV
Abro os olhos, está tudo tão escuro... Eu morri e fui pro inferno? Eu virei um errante? Se bem que eu acho que errantes não pensam mas, ok.
- O que é que aconteceu!? - Digo sussurrando e me questiono sobre o que aconteceu, faço um esforço enorme para tentar me levantar, mas só para tentar mesmo por que meu plano foi bem falho. Não consigo me movimentar mas a dor que estou sentindo é terrível, acho que não desejaria isso nem para o meu maior inimigo. A única coisa que eu consigo fazer é chorar. Não faço a mínima ideia se estou no mesmo lugar... Ou sozinha.
Sinto uma dor horrível no peito, tento me mexer de novo e falho igual, de repente, vejo Missy vindo até mim, tento levantar uma mão para lhe fazer carinho, talvez eu seja burra por ainda não ter desistido tentar fazer alguma coisa.
- Missy, Missy... - Tento chamar, e a mesma vem até mim e me lambe no rosto, ecas. Então vejo uma silhueta que não consigo identificar se é feminina ou masculina por conta da escuridão, está não muito longe de mim, e parece me observar... O aperto no meu peito fica ainda mais forte e a angústia toma conta de mim por saber que não consigo me mexer e ter alguém ou alguma coisa me observando, eu conhecia essa sensação, aliás, conhecia muito bem... E sabia qual o motivo de estar ali, havia chegado minha hora de ir, havia vindo para me buscar...
6 ANOS ATRÁS
"- Boa noite mãe, boa noite pai! - Dizia eu sonolenta, dando uma beijo no rosto dos mesmos... Mal sabia eu que aquela noite iria se marcar para todo o sempre na vida.
Caminhava tranquila até meu quarto, pois, já era do meu cotidiano. Chegando no cômodo deixo a porta aberta, tiro as pantufas peludinhas e me deito me tapando com os cobertores a maioria rosa e branco. Rezo, e tento me concentrar para dormir o que não demorou muito. Acordo no meio da noite com uma sensação estranha, assim que tento me mover, vejo que estou meio presa, tento gritar para minha mãe e... Minha voz simplesmente não saía, entrei em desespero, começo a ofegar e meu peito começa a doer, como uma dor angustiante. Olho para o canto da porta e vejo alguém me observando, como se já estivesse acostumado... Como se fizesse aquilo todo o santo dia. Eu estava morrendo de medo, a única coisa que saía da minha boca eram os soluços do meu choro, eu chorava de um jeito tão... Tão indescritível, pelo fato de meu choro soar como um sussurro, eu não sabia mais o que fazer, a única coisa que consegui pensar foi, fechar os olhos e tentar dormir de novo, pois, poderia ser só um pesadelo bem ruim, assim fiz, fechei os olhos... Foi a pior decisão da minha vida, senti como se alguém estivesse sentado em cima de mim e concentrasse todo seu peso em meu peito, não aguentei e abri meus olhos, outra decisão ruim... Havia alguém ou alguma coisa que eu não conseguia distinguir o que era, só sei que tinha uma silhueta humanoide e estava em cima de mim, tentando me sufocar. Fechei os olhos e os apertei bem tentando acordar daquele tipo de pesadelo... Tentei, tentei, e quando estava quase dando o último suspiro seja lá o que era aquilo saiu de cima de mim e desapareceu, tossi desesperadamente recobrando o ar em meus pulmões e correndo chorando para os braços de minha mãe, a partir desse dia, esse maldito dia, me proporcionou experiências extraordinárias, que eu nunca irei esquecer..."
AGORA
Algum tempo depois eu descobri o nome daquilo, Paralisia do sono mas a minha não era uma qualquer, tinha mais uma coisa, que eu nunca contei para ninguém e não pretendo contar.
Tentei olhar de canto para o lado para ver se alguma de minhas armas estava à mão, mesmo sabendo que não conseguiria alcançar nenhuma, apenas a pistola e a faca estavam perto. Olhei para o ser e fechei os olhos fortemente, me assustei ao ver a criatura mais próxima de mim, Missy estava ao meu lado brava fazendo o barulho " FUUUH" para o canto em que eu estava olhando, eu sabia o que iria acontecer se fechasse os olhos de novo, e... Não seria nada legal. Fico olhando fixamente para onde estava o ser até que eu começo a sentir uma dor extrema no ferimento, e acabei me dando por vencida e fechei os olhos por conta da dor, sabia o que iria acontecer a seguir mas a dor me venceu. Fecho os olhos e espero acontecer, mas nada... Decido abrir os olhos lentamente e não tem ninguém, até que vejo que Missy está fazendo os sons olhando para o teto e meu sangue gela, tento não me deixar levar pela curiosidade e fecho os olhos novamente até que sinto como se alguém tivesse pulado em cima de mim, abro os olhos e vejo um grande nada além do rosto negro como se fosse uma nuvem totalmente preta tentando me estrangular. Luto, luto, e de novo acabo me dando por vencida, meu coração acelera num ritmo que nem dançarinos conseguiriam acompanhar. E de repente, a coisa some, eu consigo me mover, mas há um problema... Por conta da dor e esforço acabo desmaiando por alguns minutos novamente, mas estes minutos pareciam mais horas.
Estava tudo negro, não havia nenhum tipo de claridade, eu estava num pesadelo. Começo a sentir algo dentro de mim que não fazia parte de meu ser, havia algo dentro de mim, começo a me debater. Acordo do mesmo jeito, me debatendo, suando, gritando como uma louca. Meu corpo doía mais do que antes, mas percebi uma coisa, diferente, eu não havia morrido. Tirei o curativo do arranhão e o que eu vi, foi a coisa mais surpreendente que eu já tinha visto na minha vida toda!
- Mas o que...?
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