História Sweet Serial Killer - Capitulo 2

-Vou ter que repetir, Lydia? - questiona Derek erguendo-me uma sobrancelha enquanto me impedia talvez pela terceira vez de sair daquele carro.

-Não. - falo não conseguindo evitar revirar os olhos perante aquela atitude exagerada de proteção.

-Deixa-te disso Lydia... Sabes que eu prometi a tua mãe que cuidaria de vocês as duas enquanto estivessem por aqui normalmente esses cuidados requerem proteção e é isso que eu estou a fazer já que não é permitido outra pessoa acompanhar-te pelo menos deixas-me vir trazer-te e vir buscar-te. - fala Derek fazendo com que eu suspirasse e finalmente assentisse sabendo que Derek não me deixaria ir enquanto eu não concordasse de uma vez com as suas palavras.

-Tudo bem, mas sabes um pouco de confiança não estragaria tudo. Aliás, era capaz de melhorar ainda mais as coisas. Malia foi capaz da me dar, acho que agora é a tua vez. - afirmo puxando a alça da minha mala para cima do meu ombro enquanto jogo a minha mão para a porta pronta para abri-la.

-Não vamos abusar! Já me convences-te aceitar esta tua ideia louca acho que agora precisamos de ir com calma. - afirma Derek fazendo com que eu uma vez mais revirasse os olhos perante as suas palavras.

Não éramos do mesmo sangue, nem tínhamos qualquer ligação familiar a não ser a parte em que o Derek era o filho da colega de quarto da faculdade da minha mãe e que elas mantendo o contacto desde sempre fizeram com que nós os três acabássemos por nos tornar amigos sendo que agora que tanto eu como Malia nos tínhamos mudado oficialmente para Chicago nós estávamos aos “cuidados” do Derek, isto é, Derek tomou a nossa responsabilidade prometendo a nossa mãe que iria cuidar de nós.

Antes ele agia como um irmão mais velho, mas era um irmão mais velho fixe que nos ajudava a escapar de todo o tipo de castigos agora ele era do tipo de irmão mais velho protetor que nenhuma adolescente/mulher deseja ter.

-Vou agora. - informo apontando para o portão entreaberto onde o diretor Lance me esperava.

-Certo! Não te esqueças: assim que saíres liga-me ou a próxima vez eu ficarei plantado aqui à tua espera. - ameaça Derek como tinha feito quase todo o caminho para a prisão.

-Sim, sim... A tua ameaça vazia. - falo numa forma provocativa saindo rapidamente do carro antes de Derek fazer alguma coisa para me impedir.

Eu sabia o quanto ele era capaz de fazer aquilo que ameaçava fazer!

-Bom dia Senhora Martin. - cumprimenta-me o diretor assim que eu me aproximo do mesmo, ao contrário do primeiro dia o homem daquela vez não tinha saído do portão obrigando-me a percorrer toda a distância até ele sozinha. -Como tem passado?

-Bem. - respondo enquanto caminho lado a lado do homem alcançando rapidamente o guarda Carter dentro da estrutura da prisão.

Não sabia ter uma conversa de conveniência, nunca soube e isso era mau porque eu acabava sempre com qualquer ambiente que existisse dentro da sala.

-Infelizmente hoje não a poderei acompanha-la até a sala de interrogatório, mas espero que não se importa que seja o guarda Carter a leva-la. - informa o diretor indicando o homem que se mantinha na mesma posição militar que no último dia que viera cá.

-Eu acho que não é necessário, acho que já sei qual é o caminho. - afirmo numa tentativa de recusar a presença do guarda Carter ao meu lado, não era nada contra o mesmo mas a sua expressão séria sugeria que a minha presença não era desejada ali.

-Temo dizer que isso não é possível, é obrigatório todos os visitantes terem a companhia de um guarda até a sala de interrogatório ou até mesmo as salas matrimoniais. - avisa o diretor antes de se afastar de nós sem dar qualquer possibilidade para eu escolher aquela obrigação.

-Por aqui. - assina-la o guarda Carter indicando com a sua mão o caminho que devíamos prosseguir obrigando-me que eu caminha-se a sua frente.

O caminho até a sala foi mais silencioso do que a primeira vez que percorri com o diretor, não tentei forçar qualquer conversa pois sabia que o guarda Carter apenas estava a fazer o trabalho que lhe pediram ao guiar-me pelos corredores com paredes cinzentas que eu começava habituar-me.

Como a última vez Stiles já estava dentro da sala com as suas algemas presas a mesa impedindo-o de fazer muitos movimentos ou até mesmo de uma aproximação entre nós e era isso que me dava mais tranquilidade em entrar naquela sala.

-Gostava mais do outro lenço, o laranja não te favorece nada. - solta Stiles assim que eu entro na sala ouvindo logo de seguida a porta a fechar-se atrás de mim.

Não consegui evitar jogar a minha mão para o lenço laranja que Malia me tinha obrigado a usar naquele dia com a desculpa que ficava bem com a roupa que eu tinha escolhido para aquele dia.

-Então... Como correu o seu dia depois de ter saído daqui? Vou poupa-la do meu porque acho que ambos sabemos que eu não fui muito longe. - afirma Stiles piscando-me o olho antes de soltar uma fraca risada levando logo de seguida o rosto as suas mãos para as mesmas limparem os cantos dos seus olhos que eu não tinha notado que abrigavam pequenas lágrimas. -Vejo que continua um público difícil. Pergunto-me, a Lydia não tem humor?

Clareei a minha voz enquanto desviava o olhar do seu rosto e dava atenção ás minhas folhas antes de ligar o gravador enquanto o aviso que Malia me fizera antes de sair de casa continuava a boiar na minha cabeça.

“Evita a responder ás perguntas pessoais. Ele está a tentar provocar-te!”

-O seu pai era policia, você viveu sobre o mundo de leis e justiça toda a sua vida mas mesmo assim tomou a decisão de começar a matar. O seu pai impunha regras? - questiono numa tentativa de mudar de assunto ao mesmo tempo em que tentava colocar atenção voltada para Stiles e não para mim.

-Vejo a marca de uma aliança no seu dedo. Era casada. - fala Stiles passando ao lado da minha pergunta com destreza enquanto o seu dedo indicador passava por cima do seu dedo anelar da sua mão esquerda enquanto olhava para a minha mão que agarrava o gravador dando a entender que aquele gesto era para indicar o dedo a que ele se referia. -Ele traiu-a? Pediu o divórcio? Ou ele morreu?

Respiro fundo reconhecendo rapidamente a atitude que Malia me tinha avisado que ele faria, não consegui evitar agradecer mentalmente por pela primeira vez eu tivesse obrigado a mim mesma a ouvir aquilo que a minha irmã me falava sobre as suas sessões de psicologia mesmo que ás vezes elas fossem realmente tediantes.

-A sua mãe não esteve presente na sua vida? Nunca teve um lado materno ao seu lado? - obrigo-me a continuar sabendo que mais cedo ou mais tarde Stiles cansar-se-ia e acabaria por render-se dando pelo menos a resposta alguma pergunta minha.

-Foi atropelado? Eu conheço um caso em que foi um atropelamento e fuga... Acho que isso não devia ser considerado um homicídio porque afinal ele matou sim senhora, mas depois fugiu porque teve demasiado medo por isso é que fugiu. Cobarde! - deixa escapar Stiles com um sorriso provocador nos lábios antes de passar a língua pelo seu lábio superior e acrescentar logo de seguida. -É esse o nome de uma pessoa que mata e foge logo de seguida. Co-bar-de!

Senti-me arrepiar com a lentidão que Stiles usara para dizer aquela última palavra como se de alguma maneira me tivesse acusar.

-O teu pai era demasiado rígido? Não conseguias aguentar as suas regras? - interrogo agora de uma maneira um pouco mais rude talvez por começar a perder a calma com os jogos que o moreno tentava fazer comigo.

Stiles abriu-me um sorriso malicioso como se eu tivesse caído na sua armadilha antes de se encostar na sua cadeira e deixar os seus dedos bater na mesa.

-Que tal fazermos um acordo? Eu respondo a uma pergunta tua se tu responderes a uma pergunta minha... É permitido fazer qualquer tipo de pergunta, todos os dias da tua visita é dado a oportunidade para cada um de nós fazer uma pergunta se houver tempo para mais talvez duas perguntas cada. - sugere Stiles inclinando o seu corpo na minha direção quase que deixando o seu tronco deitado na mesa antes de esticar-me a sua mão direita o máximo que ele conseguia, que era pouco. -Temos acordo?

Não consegui evitar estudar a sua expressão facial percebendo o seu olhar de desafio que fazia conjunto com a sua sobrancelha levantada e um sorriso torto no canto do seu lábio.

Sabia que se eu recusasse aquela proposta a probabilidade de Stiles chamar o guardar e dar por terminado aquela entrevista recusando-se qualquer outro tipo de conversa comigo existia assim como a probabilidade de aquilo tudo ser uma armadilha e eu estar prestes a cair no meio dela também era possível, mas nesse segundo cenário eu não tinha nada a perder se não o pouco da privacidade que eu tinha enquanto no primeiro cenário a carreira que eu tinha conseguido construir nos últimos anos cairia em terra com tudo.

Respiro fundo antes de alcançar a mão de Stiles com a minha e deixar as nossas mãos tocarem-se por um breve momento enquanto eu pronunciava as palavras:

-Temos acordo.

-Ótimo! Então porque é que não começas? - questiona Stiles com um novo sorriso nos lábios, desta vez o seu primeiro sorriso genuíno, encostou-se na sua cadeira assim que eu afastei a minha mão da sua.

Clareei uma vez mais a minha voz pronta para repetir a pergunta que eu tinha feito à pouco tempo quando Stiles interrompe-me uma vez mais.

-Se o meu pai era demasiado rígido? - interroga Stiles repetindo a pergunta que eu tinha feito a pouco como se tivesse a certeza que estava a fazer a pergunta certa, antes de eu ter tempo de dizer alguma coisa já o moreno respondia a sua pergunta. -Ele não era rígido, na verdade nós tínhamos uma relação realmente forte. Desde novo que eu gostava de estar na esquadra, ajuda-lo nem que fosse arrumar os papeis da sua gaveta, mas eu estava lá na esquadra. Eu lembro-me do meu melhor amigo na época dizer que sentia inveja quando via a relação que eu tinha com o meu pai, acho que agora essa inveja simplesmente desapareceu.

-O seu pai não o visita? - sinto curiosidade em perguntar sabendo que essa pergunta não estava na minha folha, mas não consegui evitar fazê-la.

Pela expressão vazia que Stiles dissera as suas últimas palavras dava a entender que a relação que tinha com o seu pai tinha desaparecido, talvez depois dele ser preso.

-Ah! Você está a tentar aldrabar o nosso acordo. - acusa Stiles voltando a realidade e olhando para mim com um olhar divertido e um sorriso matreiro nos lábios. -Não é assim que isto funciona, você já fez a sua pergunta agora é a minha vez de fazer.

Respirei fundo deixando-me encostar novamente na cadeira ao perceber que o moreno iria seguir aquele acordo à risca, cruzei os braços à espera da pergunta pessoal que podia surgir dali quando o som da sirene foi escutada por mim impedindo que Stiles pudesse fazer a sua pergunta.

Já levantada arrumava as minhas coisas sabendo que aquele toque significava que o tempo tinha acabado, ouvi a porta abrir-se para logo de seguida a figura de um guarda que eu ainda não tinha conhecido entrar no comodo já com as chaves na mão. Como na última vez as algemas da mesa que estavam presas aos pulsos de Stiles foram substituídas por outras.

-A próxima é a minha vez e eu tenho direito a duas perguntas. - relembra Stiles com um sorriso malicioso enquanto a mão do guarda mantinha-se num dos seus braços puxando-o obrigando-o assim a caminhar. -Adeus Lydia, tem uma boa semana. Vou ficar ansioso de te ver novamente.