— Aonde vocês estão indo? — Baekhyun perguntou da entrada do corredor enquanto observava seus pais apressados na porta da frente.
— Houve uma emergência no nosso trabalho. Voltamos o mais rápido possível. — seu pai explicou enquanto colocava o casaco.
— Baek, querido, nosso vizinho Junmyeon precisava que nós cuidássemos do filho dele hoje. Você pode fazer isso enquanto estivermos fora? — sua mãe perguntou e Baekhyun suspirou, acenando com a cabeça antes dela o dar um beijo e fechar a porta atrás de si.
O garoto ligou a televisão e se deitou no sofá, assistindo algum programa aleatório.
***
Quando Junmyeon chegou com o bebê, ele também estava apressado. Em meio a pedidos de desculpas e agradecimentos ele entregou o bebê a Baekhyun, que o segurou longe do corpo.
O homem deu um leve beijo na testa do bebê antes de entregar a ele um urso de pelúcia marrom e se despedir.
Baekhyun nem ao menos teve tempo de perguntar coisas necessárias como o que o bebê comia, antes do homem entrar no seu carro e desaparecer no fim da estrada. Ele apenas sabia que seu nome era Kyungsoo.
O garoto foi deixado em pé e confuso na porta de sua casa com um bebê nos braços, que o olhava atentamente com olhos grandes e escuros.
— Oi, amiguinho. — Baekhyun tentou se comunicar com o pequeno ser humano, mas logo em seguida o bebê começou a chorar, fazendo Baekhyun entrar em pânico.
***
Ele tentou de tudo. Até fazer vozes para o urso de pelúcia, mas parecia que isso só fazia Kyungsoo chorar ainda mais.
Baekhyun suspirou e se levantou, indo em direção à geladeira. O mais velho pegou um pote de sorvete que havia ali e uma colher.
Assim que abriu o pote, Kyungsoo parou de chorar. Baekhyun olhou para o bebê, que olhava fixamente para o pote em suas mãos.
Baekhyun sorriu.
***
Agora ele estava sentado em uma das cadeiras da mesa de jantar, Kyungsoo sentado na mesa a sua frente. Ele tentou o dar sorvete com uma colher, mas Kyungsoo se recusou. Antes que Baekhyun pudesse pará-lo, ele enfiou a mão rechonchuda dentro do pote de sorvete, decidindo que seria melhor comer desse jeito.
Baekhyun suspirou e fez o mesmo, comendo da parte que Kyungsoo ainda não havia tocado.
O bebê o olhou de canto de olho mas não fez nada pra impedi-lo, e o mais velho interpretou isso como um sinal de que Kyungsoo estava começando a aceitar sua existência.
Eles continuaram assim, em silêncio, até que o celular de Baekhyun tocou.
Ele atendeu com a mão limpa, ouvindo a voz grave de seu namorado do outro lado da linha.
— Hoje é sábado, você quer sair para fazer alguma coisa? — Chanyeol o perguntou e Baekhyun olhou para Kyungsoo, que o encarava com o rosto melado de sorvete.
— Não posso, estou cuidando do bebê. — Chanyeol ficou em silêncio, e depois de um tempo o mais velho começou a se perguntar se ele teria o ouvido.
— Q-que bebê? Tenho certeza que usamos camisinha e–... — Baekhyun riu do tom assustado de Chanyeol.
—Não é nada disso, seu idiota. Meus pais me deixaram responsável pelo filho de Junmyeon hoje.
Kyungsoo desistiu de tentar entender o que eles falavam, e voltou sua atenção ao sorvete de chocolate entre suas pernas gordinhas.
— Um bebê?! — Chanyeol soava animado. — Estou indo ajudar você, espere por mim! — antes de Baekhyun poder dizer que não precisava, Chanyeol já havia desligado.
Ele colocou o telefone na mesa e olhou para o bebê, que parecia muito absorto no que fazia.
— Você se importa de conhecer meu namorado? — ele perguntou para Kyungsoo, que apenas o olhou rapidamente e voltou a comer o sorvete.
***
Vinte minutos depois a campainha tocou, e Baekhyun teve uma breve esperança que fossem seus pais ou Junmyeon, mesmo que ele soubesse que era Chanyeol.
Ele abriu a porta e viu o maior sorrindo aprazivelmente para ele.
Chanyeol o abraçou, logo avistando seu alvo assim que o soltou.
— Aí está o bebê! — Chanyeol direto foi em sua direção para o pegar no colo.
— Chanyeol, não! — o menor tentou avisar, mas já era tarde demais.
***
— O que você está fazendo aí? — Baekhyun perguntou do sofá que estava sentado, depois de ter encontrado um filme que o interessava nos vários canais da televisão.
— Estou mantendo uma distância segura do monstrinho. — Chanyeol o respondeu do outro lado do cômodo, a seis metros de distância do bebê, que já estava com o rosto e as mãos limpas e brincava com seu urso de pelúcia no chão da sala.
— Ele não é um monstro. — Baekhyun tentou defender Kyungsoo e o mais alto o olhou desacreditado.
— Ora essa, sinto muito se os ofendi, mas foi o que me pareceu quando ele tentou me matar cinco minutos atrás. — Chanyeol apontava acusadoramente para o bebê sentado no chão, alheio à conversa que se passava.
— Você assustou ele. E pelo que me parece ele não é um bebê muito sociável. — ele olhou para Kyungsoo e então para Chanyeol. — Não precisa ficar nervoso, senta aqui comigo.
Chanyeol hesitou por um momento antes de andar até Baekhyun e se sentar ao seu lado, evitando fazer barulhos para que Kyungsoo não percebesse sua presença.
Baekhyun segurou a mão do maior, olhando as marcas dos pequenos dentes de Kyungsoo onde ele o havia mordido minutos atrás.
— Relaxa, não é como se ele fosse te atacar. — Baekhyun tentou tranquilizar Chanyeol, o que pareceu funcionar. O maior entrelaçou os dedos com os do mais velho, relaxando no sofá.
Ambos assistiram o filme enquanto ouviam Kyungsoo brincando.
***
Baekhyun estava quase pegando no sono deitado no ombro do maior, quando sentiu os músculos de Chanyeol tensionarem.
— Baekhyun. — Chanyeol sussurrou. — Ele está vindo na nossa direção. — ele parecia estar entrando em pânico e Baekhyun abriu os olhos, avistando o bebê andando até eles com a pelúcia na mão, tentando se equilibrar em suas pernas roliças.
— É isso. Eu sabia que esse momento chegaria. — Chanyeol estava apertando a sua mão com força demais. — Adeus Baek, eu te amo. Por favor deixe flores e batatas fritas na minha lápide.
Quando Kyungsoo os alcançou, parou na frente do maior e o encarou.
— Por que tenho essa impressão que ele está encarando o fundo da minha alma? — Chanyeol sussurrou ainda mais baixo para o menor, e antes que Baekhyun pudesse responder, Kyungsoo começou a tentar escalar as pernas do mais alto.
Chanyeol hesitou por um momento, antes de apreensivamente pegar Kyungsoo no colo. O bebê tocou a mão dele, como se pedisse desculpas.
— Viu? Ele não está tentando te matar. — Baekhyun deitou no ombro do maior novamente, apreciando a visão das bochechas rosadas de Kyungsoo.
— Talvez seja tudo parte de seu plano maligno. — Chanyeol sorria, parecendo bem mais calmo agora.
O menor tentou cochilar um pouco, algo que parecia estar sendo impossível com Chanyeol brincando com o bebê em seu colo, tentando o fazer rir.
Quando o maior pegou a pelúcia e atribuiu vozes ao brinquedo, o bebê riu entusiasticamente.
— Os lábios dele formam um coração quando ele sorri, que gracinha! — Chanyeol colocou uma mão em seu peito, acima do coração, e Baekhyun riu.
Mas ele não pôde deixar de sentir uma pontada de inveja por Chanyeol ter conseguido o fazer rir fazendo algo que Baekhyun havia tentado horas atrás.
***
Quando os pais de Baekhyun retornaram, ele e Kyungsoo estavam dormindo no peito de Chanyeol, que ainda estava assistindo ao filme.
— Chanyeol, que surpresa! — o pai de Baekhyun exclamou em um sussurro ao vê-lo, tentando não acordar os outros garotos que dormiam pacificamente.
— Desculpe se esses dois te causaram algum trabalho,. — a mãe se desculpou, aparecendo ao lado do marido. Chanyeol sorriu para eles.
— Não se preocupe, foi uma das melhores noites que já tive. — Baekhyun se mexeu do seu lado direito, tentando ficar mais confortável.
O casal sorriu para os três garotos em seu sofá.
***
Junmyeon chegou para buscar o filho algumas horas depois. O bebê ainda dormia nos braços de Chanyeol quando o jovem homem os agradeceu, em seguida levando um Kyungsoo exausto para casa.
'Ele deve ter se cansado de tanto me agredir', Chanyeol pensou consigo mesmo enquanto fechava a porta, mas logo sorriu ao se lembrar do sorriso de Kyungsoo para ele.
Chanyeol foi convidado a passar a noite, e Baekhyun arrumou um colchão da sala para ambos dormirem assistindo filmes juntos.
O menor pegou no sono pouco tempo depois, Chanyeol admirando o garoto adormecido em seus braços.
Ele perguntou-se como seria ter uma família com Baekhyun, e inconscientemente sorriu com a ideia.
Chanyeol deu um breve beijo na testa do menor, sussurrando um "eu amo você" e sentindo Baekhyun o abraçar mais forte.
O sorriso do maior se abriu ainda mais, e ele mal podia esperar para passar o resto da vida ao lado de Byun Baekhyun.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.