História Take Care of the Baby - Take Care of the New Baby

Sehun e Kyungsoo caíram na armadilha. 

O mais novo dos dois pensava em como eles foram capazes de acreditar quando Chanyeol os chamou para fazer uma maratona de filmes de terror, quando eles sabiam muito bem que até a filha do maior tinha mais coragem de ver esse tipo de filme do que ele mesmo. 

Sehun olhou para o irmão mais velho ao seu lado, que tinha a pequena menina em seus braços. Ela tentava subir em sua cabeça e não parava de rir enquanto Kyungsoo tentava ao máximo impedir que ela caísse. 

— Nayu! — Baekhyun segurou a filha nos braços antes que ela acidentalmente machucasse Kyungsoo. — Você tem de se comportar, está bem?

A garotinha assentiu com a cabeça e olhou para Kyungsoo, que suspirou derrotado e a segurou em seus braços novamente. Nayu olhou para Sehun e sorriu, e o garoto retribuiu o sorriso até que ouviu um latido atrás de si. Ele se virou na direção do som e viu o cachorro peludo correndo feliz em sua direção. 

— Como vai, amigão? — Sehun coçou atrás da orelha do cachorro e este batia a pata no chão repetidamente, contente com o carinho. 

— Vamos voltar logo. — Baekhyun os assegurou enquanto ele e Chanyeol caminhavam em direção à porta. Kyungsoo suspirou, já cansado. 

— Por que você não pede aos seus pais pra tomarem conta dela?

— Porque ver vocês dois sofrendo é muito melhor. — Chanyeol respondeu rindo enquanto Nayu tentava escalar a cabeça de Kyungsoo e Sehun tentava ao máximo evitar que o cachorro lambesse seu rosto inteiro, e nenhum deles viu quando Baekhyun e Chanyeol escaparam de fininho enquanto riam silenciosamente. 

***

Após certo tempo Kyungsoo tentou fazer Nayu dormir para ter algum momento de descanso, mas isso parecia ser impossível. Ele estava em pé no terraço da casa de praia balançando o bebê em seus braços tentando fazê-la dormir, mas pelo jeito que ela estava rindo e parecia estar se divertindo com o movimento, não iria funcionar. Kyungsoo encarou o mar a sua frente com a lua sendo refletida nas águas calmas e Nayu tentava alcançar seu cabelo. 

Ele desistiu e resolveu entrar de volta na casa, enquanto tentava evitar que a garotinha o desse beijos molhados por todo o rosto. Todo aquele amor às vezes se tornava demais para ele. 

'Como esperado da filha de Baekhyun e Chanyeol', Kyungsoo pensou consigo mesmo quando o bebê abraçava seu pescoço forte demais. 

O rapaz deu uma olhada em seu irmão mais novo e riu quando viu Sehun acidentalmente tropeçou sobre um dos brinquedos de Nayu espalhados pelo chão da casa. Sehun resmungou alguma coisa enquanto o cachorro continuava o seguindo, balançando o rabo felpudo alegremente. 

Tudo estava correndo relativamente bem até Nayu começar a chorar. Kyungsoo tentou a fazer dormir achando que talvez fosse sono e até checou sua fralda, mas não conseguia descobrir o que havia de errado. Ele tentou pensar, mas um bebê chorando alto perto de seu ouvido fazia isso se tornar uma tarefa difícil. 

Sehun e o cachorro os assistiam do sofá da sala de estar, até que o mais novo deu um palpite. 

— Talvez ela esteja com fome. — Sehun falou alto para sua voz ser ouvida além do choro constante e Kyungsoo olhou para a garotinha em seus braços. Seu irmão podia estar certo. 

— Certo, segure ela por um momento. — o mais velho tentou fazer Sehun segurar Nayu, mas este recuou. 

— Por que?!

Kyungsoo suspirou cansado e irritado. 

— Porque eu preciso procurar algo pra ela comer! — Sehun encarou o bebê e então a pegou em seus braços. Nayu se acalmou quase que imediatamente nos braços dele, mas ainda choramingava um pouco. 

Kyungsoo se perguntou por que ela sempre ficava mais tranquila quando Sehun a segurava, mas não passou muito tempo pensando nisso. Ele abriu a geladeira e os armários procurando por comida, não prestando a mínima atenção em como Sehun estava tendo um momento difícil tentando dividir a atenção entre o bebê e o cachorro. 

***

Kyungsoo tentou todas as comidas para bebês que encontrou, mas ela parecia só aceitar sorvete. Então lá estava ele, com Nayu sentada sobre a mesa em frente à si enquanto fazia uma enorme sujeira com o pote de sorvete de chocolate. 

Sehun estava sentado ao lado do mais velho, comendo o sorvete junto com ela. O garoto estava com o rosto tão sujo quanto o de Nayu, e ela não conseguia parar de rir das caretas que Sehun fazia. 

Kyungsoo apenas assistia os dois e pensava o quão adorável a garotinha ficava com as duas Maria-chiquinhas bagunçadas, quando seu celular tocou. 

— Alô? — todos na cozinha ficaram quietos quando o mais velho atendeu, até mesmo o cachorro que deitava sobre seus pés debaixo da mesa. 

— Você está livre hoje? — ele ouviu a voz de Jongin do outro lado da linha e Sehun sorriu de lado quando percebeu quem era, fazendo Kyungsoo corar. 

— Na verdade não. Baekhyun e Chanyeol nos prenderam aqui, e vamos ter que cuidar de Nayu hoje. — a garotinha se aproximou do celular e falou um "olá", uma das palavras que Chanyeol a ensinou. Depois dela o cachorro latiu de debaixo da mesa. 

— Você tá se divertindo pra caramba e não me disse nada?! — Jongin soava magoado. — Chego em dez minutos. 

Kyungsoo suspirou depois do celular ficar mudo e se perguntou por que Jongin gostava tanto de passar o tempo com Nayu e os pais dela. Não deixando de mencionar como ele adorava o cachorro, e a amizade dos dois fazia o mais velho se sentir um pouco excluído de vez em quando  

— Já que seu namorado vem ajudar, eu posso ir pra casa? — Sehun perguntou com uma voz sonolenta e Kyungsoo o encarou duramente. 

— Não mesmo, eu não vou deixar você ter uma noite tranquila enquanto eu fico preso aqui!

Sehun resmungou e cruzou os braços sobre a mesa, para então deitar a cabeça sobre eles. 

— Mas você me deve! Fui eu que ajudei você e Jongin a ficarem juntos! — o mais novo fez um bico e Kyungsoo franziu os lábios. Ele não conseguia resistir quando o irmão o olhava com aqueles olhinhos de cachorro que caiu da mudança. 

— Escuta, eu vou deixar você tirar um cochilo se quiser, mas você não vai me abandonar assim. — Kyungsoo disse enquanto limpava o sorvete do rosto de Nayu e ela sorria para ele. 

Sehun suspirou derrotado e aceitou o trato, antes de voltar à comer. Kyungsoo o observou e se perguntava quando seu irmãozinho mais novo havia crescido tão rápido. Ele já tinha quinze anos, e já estava da sua altura. 

O mais velho interrompeu os pensamentos antes de ficar emotivo demais como Baekhyun sempre ficava. 

***

Quando Kyungsoo abriu a porta para Jongin a casa estava uma tremenda bagunça. Nayu estava com o rosto coberto de sorvete de chocolate e ria descontroladamente de Sehun, que corria atrás do cachorro que fugia com o sapato do garoto entre os dentes. 

Jongin tropeçou em um brinquedo esquecido no chão quando ele tentou se aproximar do namorado e beijar sua bochecha, e acabou caindo sobre o menor e acidentalmente o pressionando contra a parede. 

Sehun, que já havia conseguido recuperar o calçado, correu para cobrir os olhos de Nayu. 

— Será que vocês podem se controlar?! Temos um bebê aqui! E Nayu! 

A garotinha ria mesmo que não entendesse nada do que estava acontecendo e Jongin riu também. Kyungsoo parecia ser o único que estava sério, mas isso era devido à como ele tentava esconder a vermelhidão de seu rosto. 

***

— Jongin. — o moreno repetiu mais uma vez para o bebê em seu colo, tentando a fazer falar seu nome. 

— Jo–...

— Jong – in. — ele repetiu pacientemente, e Nayu o encarava concentrada. 

— Jorge. 

Sehun começou a rir alto no sofá, acordando sem querer o cachorro que dormia sobre ele. 

— Não fique assim, ela também não consegue falar meu nome. — Kyungsoo tentou tranquilizar o namorado enquanto ria baixinho, lembrando como levou certo tempo até que Sehun fosse capaz de o pronunciar também. 

O mesmo filme que sempre fazia Chanyeol chorar estava passando na TV, mas Nayu não prestava atenção alguma. Jongin parecia já ser entretenimento suficiente. 

Kyungsoo percebeu que a garotinha estava bocejando muito, mas sabia por experiência própria que levava bastante tempo até que conseguissem fazer ela dormir, por mais cansada que estivesse. Então eles deveriam começar todo o processo o quanto antes.

***

Como ele havia previsto, Nayu se recusava a dormir. Sehun não estava nem ao menos tentando ajudar, mas Kyungsoo não podia culpá-lo. O mais novo estava muito cansado da escola, e pelo menos ele tinha Jongin para o ajudar. 

Quando o mais velho desistiu, Jongin continuou a balançando e cantando baixinho tentando fazer Nayu dormir. Então o mais velho teve uma ideia. 

Ele avistou Sehun dormindo no sofá e abriu a porta silenciosamente, sussurrando para que Jongin o seguisse. Eles dois e o bebê saíram da casa e andaram em direção à praia que não ficava muito longe do quintal da casa. Kyungsoo sabia que o barulho das ondas fariam Nayu dormir. 

Os dois andavam devagar sobre a areia com o bebê aconchegado nos braços de Jongin, ambos os garotos em silêncio com a esperança de que isso a fizesse pegar no sono mais rápido. 

E eles não estavam errados. Não levou muito tempo até que Nayu estivesse dormindo tranquilamente contra o peito de Jongin, e Kyungsoo pensou consigo mesmo que talvez o calor constante do corpo do maior tivesse ajudado bastante. 

Enquanto caminhavam de volta para casa, Jongin se inclinou levemente e beijou a testa do menor, sussurrando que o amava. Naquele momento Kyungsoo achou que se se deitasse na praia e deixasse as ondas o levarem, ele morreria feliz.

***

— Você tem certeza que ela não vai se sentir sozinha se a deixarmos aqui? — Jongin perguntou mais uma vez em um sussurro enquanto ambos os rapazes estavam de pé em frente ao berço de Nayu, com ela ainda dormindo em braços bronzeados que a seguravam protetoramente.

— Por que algo me diz que é você quem vai se sentir sozinho se a deixarmos aqui? — Kyungsoo sabia que ele estava certo quando Jongin fez um bico e olhou para o bebê que dormia tranquilamente. 

— Ela fica tão fofa assim. — o maior sussurrou ainda mais baixo e admirou a garotinha. 

Kyungsoo não percebeu o sorriso que se formou em seu rosto enquanto ele olhava para o namorado. "Ele com certeza vai ser um ótimo pai", o menor pensou consigo mesmo, e não pôde evitar a onda de um calor agradável em seu peito. 

O mais velho acabou desistindo e teve a ideia de ficarem no quarto que ele geralmente dividia com Sehun quando dormiam na casa de Baekhyun e Chanyeol. A cama era grande o suficiente para ele, Jongin e Nayu, que ocupava bastante espaço deitada esparramada entre os dois. 

Kyungsoo observava o bebê dormindo, seu peito subindo e descendo devagar enquanto respirava. Quando Nayu estava dormindo ela nem parecia que podia puxar seu cabelo e rir alto com isso, o que o rapaz sabia muito bem que ela era completamente capaz. 

— Você está sorrindo. — Jongin sussurrou e o mais velho olhou para ele. 

— Impossível, eu não tenho sentimentos. — Kyungsoo respondeu enquanto tentava manter uma expressão séria, mas o sorriso ainda estava ali. 

Jongin riu o mais silenciosamente que pôde. 

— Mas você tem sentimentos por mim! Pelo menos eu espero que tenha. 

— Talvez eu só tenha aceitado sair com você por pena, já que você ficava me seguindo pela escola. 

— Eu não ficava te seguindo! — Jongin protestou e sua voz saiu mais alta do que deveria. Nayu murmurou alguma coisa em seu sono e em seguida ficou em silêncio novamente, e os dois rapazes supuseram que ela havia voltado à dormir. 

— Eu não ficava te seguindo. — o moreno repetiu num sussurro ainda mais baixo. — Está bem, talvez só um pouquinho. — ele admitiu por fim, e Kyungsoo sorriu vitorioso.

— Eu sei. — ele riu baixinho. — Mas será que você pode me dar isso por escrito pra eu poder provar pra Sehun? Ele ainda acha que era eu que ficava te perseguindo por aí. 

— Eu não estava perseguindo! Eu só... te achava muito bonito. — Kyungsoo sentiu as bochechas queimando com a declaração repentina, e estava aliviado do quarto estar escuro demais para Jongin ver. 

— Isso foi bem gay. — ele disse e Jongin riu. 

— Acho que sou bem gay quando se trata de você. — com isso Kyungsoo estava com vergonha demais para responder. Ele ajeitou a franja de Nayu e voltou à observá-la, antes de Jongin segurar sua mão. 

Eles se olharam nos olhos o melhor que podiam com apenas a luz da lua iluminando o cômodo, enquanto Nayu dormia alegremente entre os dois, provavelmente sonhando com praias e mares feitos de sorvete. 

***

— Por que está tudo tão quieto? — Chanyeol perguntou para si mesmo, mas também para o marido ao seu lado. Baekhyun se livrou dos sapatos na entrada da casa e a adentrou. 

A primeira coisa que viu foi Sehun deitado sobre o tapete da sala de estar enquanto o cachorro dormia confortavelmente sobre o sofá. Ele estava prestes à acordar o garoto quando ouviu o barulho de uma câmera e viu Chanyeol tirando uma foto da cena com o celular. 

— Que foi? — o maior questionou enquanto tirava mais uma de um ângulo diferente. — São ótimas para chantagem. 

Baekhyun riu e andou pelo resto da casa procurando Nayu. Ele a encontrou dormindo entre Jongin e Kyungsoo, que também dormiam na cama confortável. 

— Chanyeol, vem aqui, tenho mais uma pra você tirar foto! — Baekhyun chamou o marido, que colocava a mão de Sehun dentro de uma vasilha com água morna. 

O mais alto correu para ficar ao seu lado, logo vendo os garotos cansados e sua garotinha dormindo tranquilamente entre os dois. Ele riu divertidamente e tirou uma foto com o flash ligado. 

Baekhyun olhou para a sala de estar e viu o cachorro deles já acordado bebendo a água da vasilha aonde a mão de Sehun havia sido colocada. 

***

— Saudades do tempo que esses prêmios eram para mim. — Baekhyun murmurou enquanto assistia Chanyeol colocar um tigre branco de pelúcia no berço de Nayu para a surpreender no dia seguinte. 

— Do que você está falando? — ele se virou para o menor enquanto Baekhyun colocava um hamster de pelúcia numa cadeira azul ao lado da janela. — Você jogou o mesmo jogo umas quatro vezes só pra ganhar essa pelúcia pra ela!

Baekhyun sorriu e admirou a vista que tinha da janela do quarto da filha, a lua prateada da lua sendo refletida no mar. Ele não viu Chanyeol se aproximando, só soube que estava ali quando sentiu seus braços passando pela sua cintura, o abraçando por trás. 

Chanyeol apoiou o queixo no ombro de Baekhyun e sem perceber o menor passou a os balançar de um lado para o outro, do mesmo modo que fazia quando colocava Nayu para dormir. 

— Hoje tivemos um ótimo encontro, — Chanyeol começou a falar num sussurro. — mas que tal levarmos ela também na próxima vez que formos num parque de diversões?

Baekhyun riu baixinho. 

— É, eu também senti falta da nossa garotinha. 

Eles continuaram assim, de pé no quarto de Nayu que cheirava à talco de bebê, exatamente como a filha deles. A casa estava silenciosa, algo raro quando estavam Nayu, Sehun, Kyungsoo e Chanyeol sob o mesmo teto. 

— Já que estão todos dormindo, que tal irmos nadar pelados?! — Chanyeol sugeriu animado e Baekhyun riu novamente. Ele não conseguia desfazer o sorriso em seu rosto quando a noite possuía um clima tão agradável. 

— Você não teve o suficiente disso quando nos mudamos para cá? — Baekhyun perguntou e Chanyeol riu, lembrando-se de como os dois costumavam se esgueirar pela noite e nadarem pelados no mar quando se mudaram para aquela casa nos primeiros anos de casados.

— Pelo amor de Deus, não façam isso. — eles ouviram a voz sonolenta de Sehun vinda da porta do cômodo, e ambos se viraram para ele. — Não estou no clima para ter pesadelos. 

Eles riram enquanto Sehun caminhava até o banheiro, ainda sendo seguindo pelo cachorro. 

Baekhyun andou até a porta achando que já era hora de acordar Kyungsoo e Jongin e os levar de volta para casa, quando sentiu seu pulso sendo segurado por Chanyeol. 

Antes que o menor pudesse perguntar o que ele queria, seu marido o deu um beijo carinhoso na bochecha e Baekhyun se viu ainda tendo a sensação de borboletas no estômago com isso. 

Chanyeol o abraçou apertado e lembrou-se do dia em que ele pensou em como seria maravilhoso ter uma família com Baekhyun. Agora ele tinha tudo aquilo que desejou e muito mais. 

Até que eles ouviram Nayu acordando e chamando pelos pais.

Eles andaram até o quarto em que ela estava, mas Chanyeol teve que parar um pouco no meio do caminho para rir de Sehun que tentava evitar que o insistente cachorro não entrasse no banheiro junto com ele.