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História Tales of Dragon Planet: Um mundo além do que você vê - Notas 2


Escrita por: PhoenixDragon

Capítulo 2 - Notas 2


07/01/2035

Já faz um ano que trabalho aqui. Tenho orgulho de meus serviços comunitários para auxiliar o encontro de uma "cura" para os infelizes pacientes desse hospício cinzento. Recebi uma carta ontem do CealTRON alegando que, daqui a, aproximadamente, uma semana, uma remessa de doze pacientes irão ser encaminhadas para este estabelecimento. Eles exigiram que eu procure neles mais fragmentos do Biorus. Mas, para ser sincera, eu quero que o Biorus se foda! Tais homens podem esconder em suas mentes doentes mais partes para a elaboração de minha tão querida equação.

Perdoe-me pelo linguajar obsceno.

 

17/01/2035

Minha espera pelos enfermos rendeu toda minha paciência devido os atrasos não programados do barco que encaminhava para ilha. Mas estou contente ao saber que os doze chegaram em segurança e foram cuidadosamente depositados em seus respectivos quartos na Ala B.

Fui inibida por um dia de conversar com eles. Os empregadores me disseram que os doentes tinham que se acostumar com o local. Eu argumentei contra tal atitude proposta, recebi apenas a chance de observa-los. Um atraso grave em minhas pesquisas, mas posso repara-lo. Irei analisar visualmente o comportamento de meus próximos experimentos.

 

Algumas horas mais tarde no mesmo dia...

Julgando pelo que presenciei diante dos meus olhos, os doze demonstravam um comportamento fora dos padrões psicológicos normais. Acredito, pelo que observei, ser algo relacionado entre os campos de tristeza profunda à negação e isolamento. Mas uma analise baseada no que se vê não tem o mesmo valor que uma baseada no estudo aprofundado da mente humana. Acredito que possa ter errado na minha versão atual. A mente costuma ser um grande quebra-cabeça impossível de ser lido superficialmente, requer mais tempo e mais dedicação.

Bom, pelo menos eu tenho uma base, apesar de insignificante, do que irei tratar. Elaborarei na biblioteca alguns métodos de indução, preciso testar meu mais novo método. Um complemento do método da Indução ao Desespero, a Indução ao Suicídio. Sinto-me orgulhosa ao comprovar tal tese, a depressão é uma das maiores maravilhas da psicologia moderna.

 

18/01/2038

Minha primeira seção começará as 15 horas, o nome do meu paciente é Jaccob Griffen. Informações adicionais sobre o mesmo indicam que ele sofre de uma depressão profunda induzida pela perda de sua filha mais nova e sua esposa num acidente de carro, causado obviamente por ele. Acertei em minha dedução anterior. Os outros pacientes serão tratados mais pra frente. Me deram dois anos para terminar com eles. Um tempo generoso ao meu ver.

Encontre-me com Jaccob Griffen numa sala psiquiátrica. Era um homem relativamente musculoso, longos cabelos negros combinando com seus olhos esmeralda, tinha feições exageradamente tristes e parecia maltratado, mutilado por arranhões e cicatrizes quase imperceptíveis na visão de um leigo. Segui meu plano: compreender seu problema, elaborar uma conversa com o enfermo e, por fim, opor em sua mente o método.

Jaccob mostrou-se ser bem aberto. Em minhas primeiras perguntas, ele desabafou tudo aos prantos. Confirmou tudo que as descrições diziam sobre ele e complementou ainda mais seu problema com a depressão. Jaccob dizia ter vontade de se matar, retrucava que não tinha vontade de fazer mais nada. Revelou para minha pessoa que tentara cometer suicídio alguns meses atrás.

Simplesmente ótimo ouvir isso. A mente dele esta apodrecida demais pelo verme da depressão. Será fácil induzi-lo aos meus objetivos. Tenho o sentimento de que irei encontrar a resposta para as incógnitas com extrema velocidade. Jaccob, sua mente irá desabar diante das minhas palavras.

Quatro horas de conversa com ele, pus em prática meus argumentos apoiando sua decisão suicida. Mantinha-me fria e calma diante da situação, porém demonstrava a ele um sentimentalismo claramente positivo em relação a sua trágica escolha. Ele pareceu, ao julgar de sua expressão, confortado com minhas palavras. Montei o caminho em sua mente, agora só falta ele trilha-lo. O método da Indução ao Suicídio em Jaccob funcionou. Agora esperarei o resultado. Darei um prazo mínimo até amanhã. A coordenação mandará para mim um bilhete descrevendo o estado do homem.

Encerro minha primeiro, e possivelmente, ultima seção com Jaccob Griffin.

 

19/01/2035

O senhor Jaccob Griffin morreu essa tarde, seu corpo foi encontrado suspenso sobre uma corda no parque central da ilha. Como deduzi, ele seguiu meus conselhos e se matou. Sinto-me alegre ao ver tal notícia, mostra que meu método está caminhando para o caminho certo. Mas sinto um amargo dentro de mim. Jaccob mostrou-se fácil demais. Quero um desafio maior. A coordenação me indicou cuidar de mais um paciente igualmente vítima do suicídio.

Rebbeca Santiara era uma garota que tinha uma vida extremamente ruim, sua mãe morreu em sua frente e ela foi abusada inúmeras vezes pelo pai e tio, vitima de estupro quando caminhava pelas ruas escuras das grandes cidades, seu irmão faleceu recentemente. A chave de todo método estava na última descrição de sua pessoa: Rebbeca praticava automutilação ao cortar seus pulsos. Planejei em minha mente os traçados ideias para leva-la a um caminho diferente que Jaccob passou, algo mais exótico.

Minha seção com Rebbeca foi as 16h30min na mesma sala de ontem. Ela demonstrava um estado pior que o anterior, com absoluta certeza terei maior facilidade ao trata-la. Minha seção seguiu o mesmo padrão: perguntava sobre seus sentimentos atuais enquanto estudava seu comportamento mental, argumentava para induzir em seu cérebro minhas ordens subliminares e esperava a ocorrência de meus métodos.

Como afirmei anteriormente, queria levar Rebbeca para um caminho mais exótico da situação. Ao ter em mente o fator da automutilação, opunha a ela ideais ainda mais violentos. Eu a induzi a, ao invés de cortar teus pulsos, rasgar tua garganta. No começo ela pareceu relutante -- uma reação nova, diga-se de passagem -- mas através de minha genial argumentação, lentamente a fiz pensar em realizar tais atos.

Encerrei minha seção com ela.

 

20/01/2035

Rebecca morre com a garganta cortada com uma faca de trinta centímetros. Provei mais uma vez a eficiência de meu método. Anotei em meu diário os resultados propostos, mas ainda estou longe de encontrar a incógnita que necessito. O conselho decidiu fazer terapia em grupo. Tal feito é mais complicado em comparação com uma terapia particular, mas nada que me impeça de induzi-lós ao suicídio com meus métodos psicológicos. Demorarei mais, mas atingirei minhas metas.

Mais tarde recebo um papel contendo todas as instruções essenciais, nele dizia as seguintes afirmações:

-9 pacientes participarão da terapia em grupo, sendo que: seis são homens e três são mulheres.

-O horário após o almoço, as 13h25min. No hospital psiquiátrico norte.

-A primeira seção começará amanhã.

Estou tão empolgada para esse dia chegar. Irei passar algum tempo na biblioteca antes de voltar ao meu quarto.

 

21/01/2025

Esse é um dia especial, a terapia em grupo ocorrerá logo após o almoço, então terei que preparar meu discurso. Irei melhorar meu método de Indução ao Suicídio, incluindo entre suas entranhas teóricas o suicídio em massa. A coordenação mandou-me todas as informações necessárias sobre os indivíduos que eu tratarei.

Encontrei-me com eles no local proposto e na exata hora marcada. Estavam todos lá, seis homens e três mulheres, sentados em cadeiras de ferro. Todos pareciam demonstrar depressão, mas alguns apresentavam certa resistência a isso. Meu trabalho renderá muito tempo para ser realizado com sucesso, mas eu tentarei.

Para uma terapia em massa, terei que reformular os padrões de meu estudo. Primeiro vem a compreensão individual, baseada na questão de perguntas e respostas de cada individuo ali presente. Logo, partirei para a compreensão coletiva, estudando o grupo em si. Com todos os termos cumpridos, começarei a imposição de meus métodos. Para isso, terei que puxar uma extensa linha de argumentos convincentes para com os alvos. Terei que ser extremamente calma e clara se quero cometer um suicídio em massa. Farei-me dos seguintes acessórios: relevarei suas depressões e as elevarei, depois imporei pontos positivos sobre o suicídio e encorajarei os enfermos a praticar tais atos. Meus argumentos devem ser fortes para caso eu queria causar a morte dos nove.

Começarei nesse instante minha primeira seção de terapia em grupo.

 

07/05/2036

Foi um longo e exaustivo trabalho. Tive facilidade em entender a mente dos nove doentes, mas minha mais dificuldade foi elevar suas depressões e impô-los a ideais suicidas. Mas, graças aos meus enormes conhecimentos sobre o consciente e subconsciente, obtive sucesso nessa área. Em relação ao encorajamento, ele foi relativa para cada paciente. Cinco dos nove cometeram suicídio horas depois da minha seção, juntos. Um deles cometeu alguns dias depois e os três últimos se mataram um mês depois.

Com tais dados pude julgar os seguintes itens: o método de indução ao suicídio funciona perfeitamente conforme a feracidade de meus argumentos e a fraqueza emocional de suas mentes. O suicídio em massa só é valido para indivíduos cuja mesma deficiência se iguale com outros, como foi o caso que ocorreu: cinco obtinham uma fraqueza igual ou extremamente próxima, o que justifica seu suicídio unido. Os três demonstravam certa resistência ao digerir minhas palavras, mas cederam. E o ultimo possuía um grau de depressão que era total e completamente diferente dos outros, por isso seu suicídio em um dia diferente.

Falta apenas um para eu concluir meu método de Indução ao Suicídio e encontrar a Incógnita de minha equação. Amanhã será minha ultima seção com esse grupo.

Todas as informações em relação a essa terapia e as anteriores e (e as que virão mais pra frente) serão copiadas para meu caderno pessoal e trancadas num cofre junto com a fórmula do poder e as teorias de meus métodos. A senha permanecerá comigo, como um segredo intimo.

Encerro meu dia.

 

08/05/2036

Meu ultimo paciente é um homem chamado James del Alvaenthe. Uma criança perturbada pela doença da depressão, filho de uma família francesa riquíssima. Foi abandonado pela mãe e sofreu as piores torturas que um ser humano pode suportar. Caiu aqui nesse asilo como mais um paciente de meus métodos. Como se trata de uma criança, encarregar-me-ei de utilizar nele a minha mais recente variante do método do suicídio.

Minha seção com o garoto começou mais cedo hoje. As 12h25min eu já estava na sala trabalhando com a criança que claramente demonstrava fortes sinais de intensa tristeza e solidão, via isso nos gestos que realizava e nas expressões que mantinha. Uma presa fácil para os demônios que irão assolar sua mente. Segui o mesmo padrão de sempre. Conversei de forma caloroso com James, perguntando sobre seus sentimentos atuais, ele respondia a todas as minhas perguntas, com relutância mas fazia. Ficamos aproximadamente uma hora e meia conversando.

Consegui montar um esquema de sua mente. O cérebro de uma criança é mais fácil de se entender do que a de um adulto, apesar da aleatoriedade que vaga pelos corredores do subconsciente. Pude esquematizar vários caminhos que, através de meu método de indução mental, irá conduzir James a um destino horrível. Mas escolhi um no qual me interessava mais. Um suicídio extremamente doloroso, sanguinário na falta de sinônimos melhores. Um verdadeiro show de horrores, diga-se de passagem.

Cuidadosamente, argumentei com James, aos poucos, o levei a crer que o único caminho para se curar dessa terrível "doença" que o assola é através do suicídio. Mas, apenas o suicídio em si não resolveria, enganei seu pequeno cérebro forçando-o a acreditar que, apenas tirando sua vida de forma indolor não resolveria, pois isso o levaria para um plano espiritual conhecido por inúmeras religiões como Inferno. Conduzi ele a uma série de instruções para realizar o suicídio que acabaria definitivamente com sua enfermidade. Propus que ele procura-se uma das grandes fornalhas que se encontra abaixo da ilha, no setor maquinário, uma usina movida a carvão que sustenta a rede elétrica de todas as instalações. Dei-lhe as instruções de como chegar lá e um passe que confirmaria sua presença no local e lhe daria o direito de passar apenas pelas áreas especificas. Disse-lhe que havia uma fornalha desativada em tais instalações e que, ao entrar, ele terá que dar todo o seu jovem corpo para as chamas industriais, só assim ele se livraria de toda a dor.

Vi que minha imposição funcionou em partes com o garoto. Apesar de temer tal ato, esse parecia ser o único caminho para ele. Fico feliz em saber disso, retirei dele toda esperança e pensamentos alternativos que não envolvam a própria morte, e alimentei seu consciente com pensamentos suicidas. Era como um robô, programado para seguir apenas um caminho, qualquer outra direção que vá em oposto a tal proposta, será ignorada pelo mesmo; assim que o garoto se saia.

O único problema é a sua falta de confiança e medo em ir sozinho de um ponto até o outro, passando por guardas que podem deixar qualquer pirralho assustado. Entendo isso, afinal, é apenas uma criança. Resolvi guia-lo até as fornalhas.

Uma das maiores armas de manipulação é justamente a crença das pessoas. Usada de forma correta, posso fazer até o mais sadio dos homens seguir minhas ordens. Usando-se da religião, criarei um rebanho de ovelhas leais a minha palavra. Apropriando da ideia de Céu e Inferno, posso conduzir inocentes a um brutal assassinato apenas por faze-los acredita que, matando alguém, eles estarão satisfazendo as necessidades de seus deuses. A ideia do Inferno é a chave para a minha condução dentro da mente das pessoas, eu posso inverter a moral delas apenas impondo que tal ato realizado poderia as levarem para o inferno. Em suma, a religião é uma das ferramentas da psicologia e da Indução Mental.

Mas voltando ao assunto. James acreditava fielmente que qualquer outro caminho além do que eu ordenei o levaria diretamente para o inferno, onde sua infame alma seria torturada por toda eternidade. Ele estava com medo do suicídio, isso é obvio, mas tinha mais medo do Inferno do que da própria morte. Caminhei James até as instalações industriais subterrâneas localizadas no extremo oeste da ilha. Duraram apenas alguns minutos até eu chegar a sala das fornalhas.

Uma imensa fornalha metálica repousava encostada à parede, cuja portas estavam abertas e o fogo cessado. Pode presenciar o medo crescente de James sair em forma de choro. A vida de um garoto de 10 anos estava prestes a terminar. Seus sonhos, seus amigos, seus brinquedos, tudo iria se tornar cinzas de uma alma já morta. A sensação de estar na frente da própria morte é cruel para um adulto, quem imagina para uma criança? Ele estava confrontando um pesadelo eterno no qual não poderia escapar. Era como um coelho ferido, agarrado pela raposa que iria o devorar em poucos instantes. Essa sensação é simplesmente DELICIOSA. O auge do medo infantil, o limite que uma criança pode alcançar ao encarar a morte de frente. Essa é uma das sete maravilhas da psicologia; o medo mais puro que existe.

Aos curtos passos ele foi entrando para o núcleo da fornalha obscura, encorajado por mim. Finalmente dentro, eu o tranquei. Podia simplesmente faze-lo queimar achando que iria pro Céu assim, habitar junto com os anjos ao lado de Deus. Podia fazer isso, mas preferi apelar pra outro caminho, ainda mais malévolo. Antes de acionar a manivela que daria um fim na sua pacata vida, eu queria experimentar uma teoria proposta por mim: qual seria a reação de uma pessoa ao saber que seus atos, no qual ela pensava que eram corretos, forem desmentidos e provados que eram errados?

Eu revelei para ele que, minhas palavras de consolo ditas anteriormente sobre um suicídio doloroso que o iria leva-lo para o céu, nada mais eram que mentiras; frases bonitas jogadas ao vento para pombos tolos comerem. Ele não irá pro Céu se fazer isso, mas sim diretamente para o Inferno onde irá ser incendiado pelo mais quente fogo nunca imaginado pelo humano por toda eternidade, uma dor tão intensa que nem mesmo o homem mais forte pode suportar. Ao encerrar meu discurso, pude presenciar a doce situação:

James entrou em desespero, gritando por ajuda, tentando inutilmente romper o ferro escuro, implorando para não ser morto. Nesse ponto, não só um rio de lágrimas escorria para suas rosadas bochechinhas, mas um intenso arrependimento devorava sua alma em largas mordidas. Tremia nas bases, gritava com todas as forças, mas ninguém irá vim socorre-lo.

Eu estava presenciando a cena mais emocionante de todas: o auge do horror definitivo.

Parei de admirar tal cena e resolvi prosseguir com minha pequena "terapia". Puxei a alavanca, trazendo-a para baixo. Ao mesmo tempo, infinitas chamas corriam do chão, consumindo o garoto em poucos minutos. Gritos de dor ecoaram por todo o local até se encerrarem por completo, deixando apenas o som das brasas ardentes dominarem o ambiente. Senti-me entusiasmada com o que fiz, finalmente encontrei minha segunda incógnita para a equação. Abandonei o local, deixando o corpo sem vida do garoto arder até ser reduzido a cinzas.

Voltarei para casa para elaborar minha equação e encaixar minhas mais recentes descobertas.

 

09/05/2036

Pelos meus cálculos eu posso deduzir as seguintes afirmações:

Recebi em decorrência desses dias doze pacientes com diferentes graus de depressão. Tive ao todo quatro terapias com eles, três em particular e uma em grupo. Nesse tempo, testei o método de Indução ao Suicídio e suas variantes. De todos os pacientes, nenhum deles sobreviveu a tais experiências. Logo, subtraindo o número de pacientes que chegaram vivos até mim pelo numero de vitimas de suicídio, obterá zero como resultado.

Logo, pela equação do Poder, Morte é igual a 0.

Terei que modificar essas notas antes de envia-las para o CealTRON, há certas coisas que não podem ser reveladas para eles. Encerro minhas anotações.

-Ruby Drakon



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