História Talvez seja amor. - Você quer me dizer algo?

Já se passaram 12 horas e cá estou eu, sentada em um leito de hospital. Desde que cheguei aqui não comi e nem dormi. Nunca pensei que o nosso reencontro seria assim, sabe, é estranho, ele estava tentando se reaproximar de mim mas eu não deixei e agora o que me resta é sentir culpa. Ele sofreu um ataque cardíaco e os médicos disseram que pode ser hereditário

- Ah paizinho, você precisa ficar bem logo, prometo que quando você acordar eu te perdoo por tudo, e olha meu aniversário tá chegando, precisamos comemorar muito. 

Fiquei olhando pra ele e parecia que todo aquele rancor que eu sentia, não estava mais presente. Ele é a minha única família e talvez perdoá-lo seja a coisa certa.

- O horário de visita acabou, ele precisa descansar. - a enfermeira aparece na porta.

- Claro! - beijei a mão do meu pai e sai.

Assim que sai estava todo o pessoal lá, parecia até que eu estava doente, mas é bom saber que tenho amigos pra qualquer hora. 

- Amiga! Como você tá? Quer ir lá pra casa? Quer alguma coisa? E seu pai, tá bem? - A Nah já chega me abraçando.

- Tô bem Nah, meu pai ta dormindo, eu vou pra minha casa.

- Julinhaaaa, você não quer ir lá pra casa, a gente fica coladinha uma na outra assistindo série, sabe coisas de melhores amigas, jamais abandonaria a minha numa hora dessas - Ela provoca Nah e a mesma revira os olhos

- Bruna, menos - sussurrei em seu ouvido - e não gente eu não vou pra casa de ninguém por favor, eu só quero descansar.

Depois de todos os abraços e palavras de conforto chegou a vez do Luan, ele não disse nada apenas me abraçou e ficamos ali abraçados por um bom tempo. Era disso que eu estava precisando. Do meu porto seguro.

- Vamos embora. - ele envolve seu braço no meu pescoço e saímos.

O caminho todos fomos em silêncio, o olhar do Luan estava longe, parecia que ele estava pensando em mil coisas, parecia que ele queria falar alguma coisa mas não conseguia. Achei estranho, porém não comentei. meu celular vibrou e eu atendi.

LIGAÇÃO ON

- Oi Julinha, fiquei sabendo do seu pai, como você tá?

- Oi  Caio - Imediatamente o Luan olha pra mim - tô bem sim, muito obrigada mesmo.

- Nada, se você precisar tamo ai - riu. - tenho que desligar beijão.

- Beijão. - desligo 

Luan ficou me olhando esperando explicações, mas eu só aumentei o volume do rádio e fiquei cantarolando baixinho, batucando na minha perna.

-  É sério isso ? - ele perguntou 

-  O que foi Luan?

- Tá me ignorando porque posso saber? - ri.

- Luan você que tá aí envolvido nos seus pensamentos. - Ele permaneceu em silêncio. - Você quer me dizer algo ? - Percebi que ele ficou nervoso.

- Nã-não, chegamos! - ele diz rapidamente.