História Talvez seja amor. - Não é uma despedida, é só um até logo.

É, claro que não temos um relacionamento, eu acabei com tudo, onde eu tava com a cabeça pra falar isso, Luan você é um lerdo mesmo.

- Ah, é, nem amigos nós somos né? - digo sem graça.

- Exato!

- Mas você perdoou o Rober, poderia me perdoar também. - entrei na frente dela.

- O Rober é outro caso, eu vi que ele realmente estava arrependido, diferente de você que fez a cagada e ainda ficou orgulhoso disso. - E mais uma vez ela estava certa. - me dá licença, preciso pegar as coisas.

- Caramba! Você é difícil hein.

- Quando eu quero, sim. - abriu um sorriso debochado.

Ganhei minha vida de solteiro de volta, mas perdi completamente a Julia, queria pelo menos a amizade dela. Mas o que eu fiz, realmente não tem perdão.

- Saiba que quem tá perdendo é você. - digo convencido.

- Perdendo o que, Luan?

- É, você não quer me perdoar, quem tá perdendo é você, minha amizade é rara, todo mundo quer. - eu não poderia sair por baixo.

- Ah Luan, vai ver se eu to lá na esquina. Eu não perdi, eu tô muito melhor sem você e eu não sou todo mundo.- ela diz dando mais atenção pros alimentos do que pra nossa conversa.

- Você nem parece que foi minha fã, um dia.

- Fui sim, um dia, quando eu pensei que você fosse o príncipe que eu inventei na minha cabeça, na verdade Luan, eu nunca achei que você fosse um príncipe, até porque todos tem defeitos mas eu realmente pensei que você fosse diferente. - Abaixei a cabeça.

JÚLIA ON

Depois da "intensa" conversa que eu tive no mercado com o Luan, nós fomos embora, e no caminho todo ele permaneceu calado, é bom assim, não queria mais assunto com ele.

Assim que chegamos, ele foi direto e nem me ajudou com as compras. Peguei tudo e coloquei em cima da mesa, tia Mari estava a mil na cozinha.

- Tia, vê se tá tudo certinho aqui. - acostumei a chamar de tia, ela pediu e eu achei bem fofo.

- Oh minha filha obrigada. - Me deu um beijo na testa.

- Nada tia. - Bruna vem toda animada.

- Juuuuu, você já sabe o que vai vestir hoje a noite?

- Já, depois te mostro - ela assentiu e saiu pulando.

HORAS DEPOIS

Os parentes do Luan estavam chegando e eu nem tinha me arrumado. Fui correndo pro quarto de Bruna e comecei a me arrumar.

- Ju, ta pronta? - Bruna abre a porta.

- Tô quase. - ela já estava toda produzida. - Nossa! que linda essa minha amiga.

- Ah eu sei né. - jogou os cabelos.

- O Breno vai passar aqui?

- Você quer saber é se o Caio vai passar aqui né dona Júlia? - riu alto.

- Claro que não Bru - ri - só perguntei, aliás porque você tá tão animada assim?

- Porque esse é o primeiro natal que nós vamos fazer uma festinha, todos os natais nós jantamos, trocamos os presentes e dormimos.

- Lá no Rio, eu sempre comemorava com meus amigos, eram altas comemorações. - ri lembrando - vamos descer? Estou pronta.

- Uau, que lacre!

Descemos e a família do Luan estavam todos lá, falei com todos e as crianças me adoraram, fiquei ali brincando um pouco com elas e depois fui pegar uma bebida, não quero ficar bêbada, afinal é uma festa em família.

Já eram 23:50, dez minutos pro natal, todos já estavam se preparando, pegando os presentes e tudo mais, decidi anunciar a minha novidade logo.

- Bom gente - falei em um tom mais alto - primeiramente eu quero agradecer a Deus por ter colocado pessoas maravilhosas na minha vida e por ter me proporcionado momentos lindos. Então daqui a 4 dias eu vou viajar pro Caribe, fui chamada pra fazer um trabalho e eu aceitei.- todos aplaudiram e eu agradeci e fui pegar um suco.

- Porque você não me falou? - perguntou Bruna, atrás dela estava Breno, Caio e Luan.

- A gente tá muito feliz por você, mas poxa, você podia ter nos avisado. - Breno disse.

- Que isso? Um complô contra mim? - Brinco.

- Não juju, a gente só não ta acostumado com despedidas. - Caio disse colocando seu braço em volta do meu pescoço.

- Mas não é uma despedida, é só um até logo.

- E esse até logo vai ser até quando, posso saber? - Luan perguntou, eu tinha esquecido que ele estava ali.

- No máximo 3 anos. - sorri de lado.

- O QUE? - disseram em coral.

- Mas olha, nada vai mudar, eu vou continuar sendo a jujuba de vocês. - abri o braço pra um abraço coletivo, Luan ficou ali parado olhando e como eu não tenho sangue de barata o chamei para o abraço.