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História Teacher - Feathers And Wax


Escrita por: MichelleHatcoxx

Notas do Autor


OI MEUS AMORES! LINDOS, MARAVILHOSOS!
GENTE EU JÁ DISSE COMO EU AMO CADA UM DE VOCÊS? EU PRECISO REAFIRMAR EU AMO VOCÊS, MEUS LEITORES LINDOS!
EU NÃO TENHO PALAVRAS, DE VERDADE, PRA DESCREVER O QUÃO EU ESTOU FELIZ! OBRIGADA POR LEREM, OBRIGADA PELOS FAVORITOS, OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS, OBRIGADA PELO FEEDBACK POSITIVO, E PRINCIPALMENTE OBRIGADA POR CONTINUAREM AQUI!
ADORO CAPS LOCK HAHA <3
Agora brincadeira a parte, espero que vocês curtam o capítulo de hoje <3 Por favor, não se esquecem de comentar, compartilhar, e favoritar é claro!
Por favor, peço atenção ao final do capítulo! Não pulem por favor, o final desse capítulo é muito importante <3 SEM MAIS ENROLAÇÃO, BOA LEITURA!

Capítulo 46 - Feathers And Wax


O corredor da delegacia é grande e frio, com o piso escurecido e com grades bancos de concreto. O exame foi... Bem, vergonhoso. Arthur agora está com a polícia na sala do delegado. O boçal está em outro lado da delegacia, nas celas provisórias. Enquanto o pobre coitado de meu pai está desolado, sentado no banco frio ao lado da porta da sala do delegado.  

Lhe entrego o copo de água que ele pediu e ele me agradece. Ele está desolado. Deve estar se sentindo fraco, por ter falhado comigo, na ausência de minha mãe. Meu Deus... A minha mãe! Como minha mãe está? Como ela reagiu? Logo agora que ela teve essa hemorragia!  

-Tem notícias da mãe, pai?  

-Não. Ainda não.   

Ele checa as horas no celular e eu volto minha atenção para a sala do delegado. Arthur sai pela porta cabisbaixo e o delegado também.  

-Eu sinto muito professor! Nosso desejo também era prendê-lo, mas infelizmente o cafajeste foi mais esperto e conseguiu um habeas corpus pra responder ao processo em liberdade!  

-O que? Como assim? - Meu pai se levanta do banco ao ouvir a voz do delegado.  

-O resultado do corpo de delito apontou que não há vestígio de sêmen na sua filha, senhor! Nem sêmen, ou sangue, ou pele, ou qualquer outra evidência de violação à ela!  

-Não interessa! É a honra da minha filha! Ele tentou estuprar ela!  

-Disse bem senhor Roberto! Ele tentou. Graças ao professor Arthur que chegou na hora e impediu essa desgraça maior!  

-Mas e agora? O que vai acontecer com ele? - Meu professor pergunta, ainda esperançoso.  

-Esse cafajeste conseguiu um... - O delegado se cala quando uma sombra aparece no corredor.   

Acompanhado de um outro homem de cabelos grisalhos e magro com uma maleta, o abominável passa com seu ar de superior. O homem grisalho caminha ao seu lado e aparenta serenidade, enquanto ele estampa seu melhor sorriso de deboche nos lábios.  

-Covarde! Canalha! - Meu pai tenta acerta-lo mas é contido por Arthur.  

-Alto lá! Alto lá! - O homem grisalho ordena que meu pai se afasta - O senhor Rafael é inocente, desde que não foram encontrados vestígios de sêmen na garota! A sua permanência nesse local é completamente desnecessária, e ele tem o total direito de responder a essa acusação injusta em liberdade!  

-O que? Quem você pensa que é pra falar assim comigo! Seu maldito! - Meu pai se solta de Arthur  

-Mais uma palavra e será preso por desacato! - O homem grisalho ordena – Alto lá! Vamos embora senhor! Isso tudo será resolvido em breve! - Ele coloca as mãos nos ombros de Rafael - Com licença!  

O homem grisalho e Rafael continuam a andar. Ele vira o pescoço para mim e me manda um beijo.   

-Nojento! - Meu pai grita.  

-Mas e agora? Se ele não foi preso, pelo menos ele precisa de outra punição!  

-Vamos restringir uma ordem de aproximação! Se ele estiver perto de você, num raio de 500 metros, ele será imediatamente detido! Sem direito a liberdade e sem direito a revogação do processo!   

-Só isso? É tudo que podem fazer? Uma ordem de aproximação?  

-Se fosse em outras circunstâncias senhor Roberto, poderíamos prendê-lo! Porém não há nada que realmente incrimine ele! Entende? Não cabe a mim, é a lei!  

-Lei! Lei! E essa lei vai tirar o trauma da minha filha?! Hein?!  

-Por favor senhor Roberto, calma! Calma! Vou colocar uma viatura na esquina da rua de vocês, como segurança? Tudo bem?  

-Eu sei que é revoltante... Mas pelo menos é alguma coisa. - Arthur diz e abaixa os braços de meu pai.  

O delegado balança a cabeça, frustrado, quando Arthur descruza os braços de meu pai, decepcionado. Me viro e o pavor toma conta de meu estomago, causando aquela sensação de medo de antes.  Por ele estar tão confiante e tão desaforado, tenho certeza que ainda não estou livre. E não sei por quanto tempo ainda estarei em paz.  

Deitada em minha cama, a cada canal que eu pulo na televisão é sempre a mesma reportagem passando: Professor tenta estuprar aluna em sala de aula. Professor é pego tentando estuprar aluna em sala de aula. O estupro não chegou a acontecer graças a um outro professor do mesmo colégio, que chegou bem na hora e impediu o ato. Desligo a tv e suspiro. Agora todos vão me conhecer assim: A aluna que quase foi estuprada pelo professor de Biologia.   

Se foi isso que ele pretendia fazer, conseguiu. Ou não. Novamente, graças a Arthur. Ele se despediu de mim depois que a polícia nos trouxe de volta para casa, e não me ligou ou mandou mensagens. De um jeito estranho, eu me sinto culpada. Talvez, se eu tivesse aguentado o calor que estava fazendo e se não estivesse de saia, ele teria me ''resistido", e talvez nada disso tivesse acontecido. Ou não.   

Minha cabeça lateja com as alternativas e os pensamentos negativos, até que o telefone toca lá em baixo, e ouço meu pai atender.  

-Alo? Ah, professor! Comigo? Tudo bem, pode falar! Psiquiatra? Professor! Não seria melhor uma psicóloga? Eles não são a mesma coisa? Você vai no psiquiatra?! - Meu pai altera o tom de voz – Tem certeza? Eu só quero o bem da Julie! Tá... Eu vou falar com ela! Seu número? Só um minuto, eu vou anotar! Pode falar! Pronto! O que? Não professor! Não precisa se incomodar! Eu sei, mas você salvou minha filha! Professor... Assim você me deixa encabulado! Obrigado mesmo professor, obrigado pelo apoio viu! Assim que a Julie disser o que quer, eu aviso! Boa noite!  

Não demoram e mensagens começam a chegar no meu celular.  

[~Teacher Arthur~]: Oi meu amor! Acabei de falar com seu pai. Recomendei que você fizesse algumas consultas com a minha psiquiatra. Ela não é só psiquiatra, ela também e psicóloga.   

[~Teacher Arthur~]: Ela é um amor de pessoa, apesar de seus sessenta anos haha.  

[~Teacher Arthur~]: É um pouco respondona comigo, mas eu sei que ela vai te tratar bem. Ela se chama Elizabeth, e não se preocupa, eu pago as consultas pra vc ��  

[~Teacher Arthur~]: Eu realmente espero que você esteja um pouco melhor meu amor. Qualquer coisa que precisar me ligue, estou sempre aqui! Beijos minha menina <3  

-Julie! Desce aqui por favor, filha!   

O meu corpo parece um pouco mais fraco, e com relutância me levanto da cama. Com o meu pijama cinza favorito, encontro meu pai na sala de jantar.   

-O seu professor ligou pra mim! Ele disse que você deveria fazer uma consulta com uma psiquiatra!  

-Psiquiatra? Eu? Agora eu fiquei louca de vez?  

-Não Julie. Ele disse que a Psiquiatra não serve só pra pessoas loucas! E disse que essa mulher também não é só psiquiatra, mas também é psicóloga! Enfim, você vai querer ir?  

-Tanto faz. Liga pra ele depois! Eu vou tentar... Dormir eu acho.  

-Isso filha, vai dormir! Se precisar de alguma coisa é só gritar!  

A ponta do dedão dói ao pisar no chão, e meu corpo adormece embalado pela dor. Já se passou uma semana. É segunda feira. A escola fez uma reunião na quarta-feira passada e disse que as aulas voltariam hoje, ao 12h00min. Vestida com o uniforme de inverno, espero a doutora Elizabeth terminar a sua consulta enquanto espero minha vez.  

-E não se esquece! De olho nesse cachorro hein? Até a próxima! - A doutora sai da sala e aperta a mão de um homem –Agora... Julie Monteiro!  

Arthur me ajuda a se levantar e eu caminho até ela. A maquiagem esconde a idade da pele mas deixa escapar algumas rugas na testa. Ela é loira, com o cabelo ondulado e os olhos verdes. A boca é rosada e bem hidratada, e ela tem um sorriso amarelado.  

-Espera... Julie? Você? A garota que o Arthur tanto fala?  

Olho para Arthur e ele se envergonha. Por um minuto até rio. Ele realmente se importa comigo.  

-Vamos! Entre mocinha!  

-Doutora, eu vou...  

-Não não! Nada disso Arthur! Hoje a consulta é com ela! E apenas com ela!  - A doutora loira responde a Arthur e fecha a porta na sua cara. Nossa!  

-Nossa!  

-Eu conheço Arthur há muito tempo. Ele é como um filho pra mim, e sabe que eu só brigo com ele porque gosto dele! Mas deixando ele de lado... Sente-se Julie! - Ela me aponta o divã preto. 

Deixo a mochila ao lado do divã preto e me acomodo. Ele é macio e confortável. A doutora loira se senta em uma cadeira em frente a mim. 

-Eu quero que você me diga, exatamente... Como está se sentindo agora? 

-Com medo. 

-Muito bonito o seu uniforme, Julie!  

-Obrigada. 

-Eu quero que olhe pra mim! Acha que eu estou bonita hoje? 

Rio da pergunta feita pela psicóloga. Ela está com as mãos nas cinturas e faz pose, enquanto eu olho para ela deitada no divã aconchegante. 

-Isso é uma brincadeira ou... 

-De jeito nenhum! Eu estou sendo seríssima! Eu quero que você me diga! Eu estou bonita? 

-Sim! 

-Gostou da minha saia? Meu marido me deu ela semana passada! - Ela diz e foco em sua saia midi floral. 

-É muito linda. 

-Acha que eu estou depravada? Sabe? Apesar da minha idade, eu tenho pernas lindas! 

-Olha doutora, eu sei que a senhora tá tentando me animar, mas... 

-Aqui tome! - Elizabeth me entrega algumas imagens - Olhe para essas mulheres, ou essas meninas! Todas estão sendo ''depravadas''. É assim, que alguns machistas dizem! Se fossem por eles, as mulheres andavam de burca! Agora, eu quero que você Julie me diga: Você me acha depravada por usar uma saia ou acha alguma dessas garotas depravadas? 

Observo as imagens que Elizabeth me entregou. Olho uma por uma, e ainda consigo sentir o terror. As mãos grossas de Rafael subindo minha saia, me segurando... É como se a presença dele estivesse lá. Minhas mãos tremem de pavor e as lágrimas pulam de meus olhos. 

-Não. Não, elas não... - O soluço me atrapalha de continuar e ela percebe que foi longe demais. 

A doutora loira se aproxima e se ajoelha até o divã. 

-Nenhuma mulher é depravada Julie! Nós temos o direito de ser quem nós quisermos! Em todos os âmbitos! Não é uma saia, - Ela pega na ponta da saia e a balança - que define o caráter de alguém! Não é a maquiagem... É a pessoa, o interior, que define alguém! E eu sei, que você pode estar se sentindo culpada, principalmente pela sua saia! Mas não se sinta! - Ela aperta minha mão e a beija, e se junta ao meu choro. 

Limpamos as lágrimas e continuamos a consulta. Deixo a sala dela mais leve e tranquila e Arthur e meu pai estão me esperando do lado de fora.  

-E ai, como foi? - Meu professor pergunta e me olha de cima a baixo. 

-Foi bom. Estou mais leve! 

-Que ótimo meu anjo! Agora vem que eu vou te deixar na escola, e depois vou trabalhar. Vem! - Roberto pega minha mão e me puxa com um pouco de pressa. 

Suspiro pegando a corrente de ar do corredor e vejo Arthur se distanciando. O celular dele toca e ele para para atende-lo: 

-Mãe agora eu não posso falar, eu tenho que... - O sorriso desaparece dos lábios dele - AVC? Quando!? Porque você não me ligou, mãe?! - Ele aumenta o tom de voz e olha para os lados desnorteado - Leva ele pro hospital! Chama uma ambulância! Eu to indo!  

Meu pai e eu nos viramos e Arthur passa por nós com o rosto corado e as veias saltadas.  

-Art... - Digo, mas ele não me escuta e passa pela porta de saída. 

Após o fim da aulas, Melissa abre a porta de sua casa pra mim. Não a sua casa onde ela mora, mas a sua futura casa. A casa que o Marcus, o namorado de Carmen, comprou pra ela. A casa é pequena, e foi projetada para uma família simples. A sala é pequena e tem as paredes em tom azul marinho, com os pisos de granito em cinza. O sofás são tradicionais e cinzas e com os pés de madeira. Moderno e ao mesmo tempo fofo, como Melissa. 

-Porque você tem uma casa, e ainda mora com sua mãe? - Tassiane arrisca a pergunta.

-Porque eu ainda não tenho um emprego fixo pra pagar as contas? - Ela indaga.

-Mas você trabalha com sua mãe no salão! - Felipe menciona.

-A minha mãe quer me colocar pra fora de casa! Se um dia ela casar com o Marcus, ela não me quer por perto. Acho que... Ela quer... Ter mais filhos? Ou... Simplesmente não me quer por perto pra atrapalhar. 

Melissa respira fundo e se encosta no sofá.  

-Igor e eu brigamos hoje de manhã. Acho que a minha aventura de aluna está perto de acabar.  

Tassiane desabafa e também se encosta no sofá, atônita. 

-Meu pai e minha mãe vão se separar. Mas eu não sei se meu pai ainda vai falar comigo, depois de ser tão homofóbico. 

Felipe se alivia e também se encosta no sofá, respirando frustrado. 

-O pai do Arthur morreu. E a minha mãe tá internada no hospital por conta de uma hemorragia.  

Sou a última a se encostar no sofá. E estamos nós quatro ali:  Olhando para o nada, pensando no futuro, frustrados. Perdidos. É o início de uma tempestade. 


Notas Finais


Música que tocou no capítulo de hoje: Vicktor Taiwo - Feathers And Wax : https://www.youtube.com/watch?v=XhoztJlPJfs

Rapaz, esse capítulo foi bem triste! Confesso, deu até uma dorzinha no coração agora escrevendo... Mas as coisas vão melhorar, eu prometo (em breve) <3
Obrigada por lerem meus anjos! Aproveita que você tá aqui lendo as notas finais e não se esquece de deixar um comentário aqui em baixo, dizendo tudo o que você achou do capítulo <3 PODE XINGAR A AUTORA, NÃO TEM PROBLEMA

Nos vemos amanhã meus amores <3 Abraços fortes, e uma ótima noite para vocês <3
Amo vocês! <3
M.H


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