História Tell Me What Is Love? - E o sonho começa

Acordo com o despertador tocando, mantendo a calma para não tacar aquela porcaria contra a parede que é minha vontade no momento presente. Quem em sã consciência esquece de desligar o despertador em um sábado, as 6:00 da madruga? Ah, é mesmo, EU! Bufo com raiva me virando de um lado para o outro da cama, enfim decidindo por levantar já que não conseguiria pegar no sono de novo.

Levanto, vou ao meu guarda-roupa e separo uma roupa e a deixando em cima da cama, vou em direção ao banheiro me despindo e fazendo minhas higienes matinais, logo em seguida entrando de baixo do chuveiro já morno. Termino de me lavar e volto ao quarto me vestindo. Uma blusa larga preta e um short branco, até por que hoje eu não pretendo sair de casa, acabo de me arrumar e desço as escadas indo para a cozinha, porque a esfomeada aqui precisa alimentar seu buraco negro.

- Qual o milagre da vez? Katy acordando cedo? – Olho para Laura e a única coisa que faço e mostras-lhe o dedo do meio – Ui, cuidado que ela acordou revoltada – disse rindo junto a Letty.

- Porque que eu tenho que acordar e olhar para cara de vocês duas mesmo? – Perguntei já me sentando e começando a me servir com o que tinha na mesa.

- Porque você decidiu que seria melhor para a gente ter uma experiência de como é morarmos juntas antes de nos mudarmos para Seoul. – Letty respondeu me olhando com uma careta.

- E está chegando o dia! – Laura fala pulando de sua cadeira e começa a cantar e dançar que nem uma louca.

- Laura – digo e ela para de repente olhando para mim – você tomou seu remédio hoje? – Pergunto e ela me olha com raiva e me manda o dedo do meio como resposta, voltando a se sentar enquanto eu e Letty rimos.

- Laura tem razão – Letty fala levantando-se e começando a arrumar a mesa depois de acabarmos de comer, que logo é ajudada por mim e Laura – está chegando o tão aguardado dia de irmos morar na Coréia e eu estou muito nervosa – diz soltando uma risada nervosa e colocando a mão na barriga como se quisesse demonstrar que se sentia nervosa.

Olhei de relance para Laura e ela também olhou para mim. Sabíamos muito bem o porquê de Letty estar tão nervosa para irmos morar na Coreia, no caso dela, voltar para lá.

Letty quando era criança morava lá com seus avós já que os pais dela não estavam com uma boa condição financeira e não tinham como cuidar dela. Lá ela conheceu um garoto, que era seu vizinho, e os dois se tornaram muito amigos, mais depois quando Letty completou 8 anos os pais dela a trouxeram de volta para o Brasil, fazendo assim com que ela perdesse o contato com seu amigo de infância.

Agora com a nossa ida para lá, ela espera que possa o encontrar novamente, já que os seus avós faleceram a alguns anos atrás e como herança deixaram a casa a qual ela morou sua infância para ela. Ela tinha, assim como eu e Laura que éramos malucas para conhecer o tal amigo de Letty, de encontra-lo quando chegássemos lá, tinha esperança de que ele ainda morava ao lado de sua antiga casa, que daqui a três dias seria definitivamente nossa.

- Está nervosa de ir para lá, ou de reencontra uma certa pessoinha de lá? – Laura disse provocando-a, o que deu certo já que ela tentou acerta-la com um pano de prato. Não deixei de perceber também que ela ficou com vergonha, já que suas bochechas estavam completamente vermelhas.

- Eu quero reencontra-lo sim – disse emburrada nos fazendo rir de seu jeito – mais não é só por cauda dele, quero voltar ao lugar que eu sinto que pertenço, onde meus avós me criaram com tanto carinho.

- Como se seus pais também não tivessem o dado a você. – Digo logo em seguida tendo uma Laura balançando a cabeça concordando comigo.

- Não estou reclamando, meus pais realmente me deram e me dão até hoje muito carinho, mais eu realmente sinto que aqui não é o meu lugar, meu lugar é lá.

- Somos duas então – diz Laura sorrindo e logo em seguida Letty estende a mão para que a primeira bata em sinal de concordância.

- Não se esqueçam de mim suas vacas, também acho que meu lugar é lá – falo fazendo um biquinho como se estivesse magoada.

Elas se entre olham e começam a rir, para virem em minha direção e me abraçar. Coisa que aliás, eu amo.

- Eu amo vocês duas – Laura diz enquanto ainda nos abraçamos.

- Nós também- eu e Letty falamos em conjunto, arrancando risadas de Laura que nos abraça com mais força, logo nos separamos.

Depois dessa demonstração e tanto de afeto, fomos em direção aos nossos respectivos quartos. Decidimos que era melhor já começar a arrumar as malas, separando o que era mais importante para levar, e também para que não esqueçamos nada. Até porque se deixássemos para última hora, não esqueceríamos nossas cabeças porque estariam grudadas no pescoço, porque o resto...

Quando termino de arrumar boa parte das minhas coisas, pego meu celular e vejo que já são 11:43 da manhã e começo a escutar meu buraco negr... digo estomago roncando pedindo por comida. Saio do quarto e vou a cozinha, vendo o que há de bom para comer nessa casa.

Olho em tudo buscando por algum sinal de comida, geladeira, nada que possa me sustentar, fogão e micro-ondas vazios, vejo nos armários a também não a nada.

- NÃO TEM NADA NESSA CASA QUE POSSA FAZER COM QUE MINHA FOME PASSE? – Gritei tentando assim, fazer com que as meninas me escutassem, logo recebendo uma resposta, não aonde queria receber.

- NÃO TEM NADA, VAMOS TER Q SAIR PARA COMER FORA – Laura gritou em resposta, NO MEU OUVIDO.

- Não estou surda ainda, então PARA QUE GRITAR NO MEU OUVIDO?

Ela apenas acena com a cabeça em direção a porta do apartamento em que moramos querendo dizer para irmos em algum canto comer. Só que o que eu tinha programado para hoje era justamente não sair de casa.

Olho para as meninas com uma careta, tentando me comunicar por meio de sinais falando que iria colocar uma roupa menos desleixada para irmos comer, elas assentem em concordância sentando no sofá para me esperar. Vou em direção ao quarto pegando um cropped ~lê-se não sei se é assim que se escreve~ uma calça cintura alta vestindo-as e logo em seguida pegando meu all star e colocando. Desço as escadas, ouvindo ao fundo a televisão ligada e quando chego ao 1º andar vejo uma Letty e uma Laura olhando abobadas para a TV no qual se passava em algum canal aleatório uma competição de dança.

- Apreciando uma coisa que nunca vamos conseguir fazer? – pergunto chamando a atenção das meninas.

- Nunca diga nunca, você é uma ótima dançarina Katy, só nunca tentou se aprofundar nas suas habilidades.

- Verdade, se você treinasse mais, conseguiria vencer qualquer uma dessas garotas – diz Laura apontando para a TV que passava no momento um grupo de garotas dançando uma música, que se não me engano, já tinha escutado.

- Vamos que não vai ser vendo umas garotas dançando e falando que eu danço melhor que elas que vocês vão fazer minha fome passar- falei me encaminhando a porta e saindo por ela, chamei o elevador e esperamos o mesmo chegar ao nosso andar, o qual não demorou muito.

Entramos no mesmo e descemos até o térreo, saímos e fomos até o nosso restaurante preferido, preferido porque tem a melhor comida por um preço realmente bom, o que faz com que não gastemos muito. Depois de comermos voltamos ao apartamento e ficamos fazendo coisas aleatórias como cantar no caraoquê e falar mal das inimigas.

                                      ** Três dias depois, em Seoul **