Os minutos passam e eu já estou cansada de esperar.
Meus sorrisos aos poucos se murcham, minha esperança esvai-se com o som do tiquetaquear dos segundos. Dedos inquietos tamborilando no banco, centralizado na praça movimentada ao centro da cidade, e suspiros desapontados se tornam a cada momento mais frequentes. Gotas de chuva caem cada vez mais grossas e densas, molhando-me inteira e se unificando com as lágrimas quentes que escorrem de meu rosto.
Vejo no relógio as horas passando... Vejo na rua as pessoas transitando... Vejo no céu os efeitos do tempo, a lua indo mais próxima do adeus... Vejo folhas invernais caindo sobre a grama úmida... Vejo todas essas coisas, mas o essencial não me foi encontrado.
Onde está você? Não lhe descubro no meio dos rostos nublados e distorcidos daqueles que continuam seguindo suas vidas, ignorando a garota encharcada sentada ao ponto de ônibus.
Não o vejo em lugar algum.
Mas você prometeu.
Prometeu que estaria ali, comigo, para sempre.
Pois é, você me prometeu tantas coisas...
Então é aqui, é agora, no meio de gotas e irregularidades, que encerro tudo. Encerro as dúvidas e as incertezas, oficializo a objetividade e digo-lhe com convicção que não existem mais sentimentos que durem, apenas aqueles que transitam por uma estação.
Então é aqui, é agora, que derramo-me com a chuva, que desfaço-me dos ditos e não ditos. Afinal, o amor é turbulento e efêmero, exatamente como um temporal.
Alguma hora vai passar...
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