Todos, menos Keiko, haviam ouvido atentamente a história de Nobu e Rin. Keiko conhecia a história, participara dela, aconselhara o irmão e tudo o mais. Com o fim da música que cantava, a mais velha dos irmãos Yoshida voltou ao assunto.
—Sabe, Rinirin. Eu meio que tenho de te agradecer por chutar o meu irmão daquela vez. O Nobu era muito inseguro, muito indeciso. Se apaixonava aqui e ali. Mas ele nunca encontrou uma garota como você. Teve aquela Senpai dele, você lembra, Saori... a Mari... mas ela não ajudou em nada...
—Verdade, ela só queria saber de transar. — Saori confirmou as palavras da amiga, para vergonha de Nobu.
—Espera, então quer dizer que o Nobu aqui, tão introspectivo, não é mais virgem? Oh, parabéns, Nobu-chan, finalmente você conheceu o corpo feminino! — Ryoichi começou de novo com suas péssimas piadas.
—Ryo-kun... Por favor, enfie essa piada você sabe onde. — Nobu respondeu.
—Pessoal, eu estou conversando aqui. Podem focar em mim? — Keiko chamou a atenção para si mais uma vez. — Então, continuando... Rinrin. Quando o meu irmãozinho lindinho aqui — Keiko fazia carinho no irmão — enfrentou a rejeição da forma mais dura que podia, como foi com você, ele teve um choque de realidade. Ele entendeu que o problema não era você não gostar dele. O problema era ele não ser capaz de se tornar alguém que as pessoas gostassem. Ele levou um tempo até ligar as ideias, mas ele sabia que não queria se machucar nem machucar você. Com o tempo, ele só evoluiu esse pensamento. Apesar de quieto, ele é muito empático, e decidiu não manter relacionamentos por um tempo, para não acabar numa depressão, e com sentimentos ruins. Com a Mariko, essa senpai, só durou uma semana, porque ele notou que ela não seria profunda para entender tudo o que ele havia passado.
—Ela não era profunda? Então quer dizer que o Nobu-kun é grande lá em baixo? Nobu-kun, você machucou a vagina dela, seu animal? Não cabia tudo? Vira esse poste pra longe de mim! — Ryo não deixava passar nenhuma piada, por mais estúpida que fosse!
—Ryoichi... — Keiko fez cara de poucos amigos.
—Desculpe, Keiko-sama! Prometo que não vai se repetir...
—Acho bom... mas então... ter acontecido o que aconteceu foi bom para o Nobu crescer. Não só os pensamentos... Mas você tá vendo esses braços? — Keiko pegou no braço do irmão — Ele está forte! O beisebol e depois o polo aquático deixaram esse menino muito lindo! Saori, olha essa barriga! — Keiko levantou a camisa do irmão, exibindo o resultado de três anos treinando e competindo em ligas esportivas.
—UAU! Hayato, acho melhor passar a se cuidar, ou eu vou te deixar e passar chamar a Keiko de Keiko-nee-chan. - Saori parecia movida pelo abdômen de Nobu.
—EI, PAREM COM ISSO, MEU CORPO NÃO É NENHUMA OBRA DE ARTE PARA ESTAR SENDO EXIBIDO! – Nobu, constrangido, retirou as mãos da irmã de perto da sua barriga e levantou para pegar uma cerveja.
—Bom, o que eu estou tentando dizer, é que aquele Nobu que você conheceu mudou, para melhor, como uma reação ao que aconteceu entre vocês da outra vez. Ele se tornou mais forte, mais esperto, mais bonito. Tudo isso porque decidiu que não queria passar por outra rejeição. Claro, ele meio que teve de se isolar no processo... Mas você sabe o que dizem, pra fazer uma omelete alguns ovos precisam ser quebrados...
—Nobu, quer dizer que apesar de o seu pau ser grande, você tem problemas nas bol... — Terceira piada do Ryoichi.
—Ryo... se eu ouvir mais uma piadinha sua que seja, você vai passar um ano só com as suas Dakimakuras...
— Ok, Keiko-sama! — Ryoichi bateu continência.
Em resumo, Rinrin... — Keiko aproximou-se de Rin e falou baixo. — Mesmo que ele diga o contrário, mesmo que ele acredite ao contrário, mesmo que para ele pareça só uma coincidência, eu acredito que ele fez isso tudo por você. Eu acho que essa é uma segunda chance que o destino dá para vocês. Ele melhorou e eu acho que ele merece isso. No seu lugar, eu teria chutado ele igualzinho, no ensino médio. Ele era um zé-ninguém. Mas vendo o que ele se tornou, eu considero que seja uma oportunidade perfeita para os dois...E se você quiser aproveitar essa oportunidade, eu duvido muito que ele vá recusar... Ele pode estar mais forte e mais bonito, mas o coração... Esse ainda é o mesmo... Eu conheço o meu irmão.
Rin sorriu. Parecia que ela havia entendido o recado.
—Rin, quer uma cerveja? — Nobu perguntou.
— Obrigado, Nobu-kun... Mas eu não bebo. Gente... onde tem um banheiro aqui? — Rin mudava de assunto muito facilmente.
—No fim do corredor tem banheiros. — Ryo respondeu.
Rin foi ao banheiro. Saori e Keiko escolheram uma música para cantar enquanto Ryoichi e Hayato começaram um jogo do sério, um em frente ao outro. Nobu voltou a sentar, com a cerveja na mão, e então o celular vibrou.
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de: Kawaguchi Rin
Nobu-kyun ♥
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Nobu abriu a foto e quase deu um pulo. Era uma selfie de Rin, com a camisa aberta e mostrando um par de seios enormes num sutiã cor de pele. Conferiu a data e a hora... A foto acabara de ser tirada! Uau, quando Rin se tornara aquele tipo de garota? Respirou fundo e respondeu:
de: Yoshida Nobu
Uau, você está... (๑♡⌓♡๑)!
Logo chegou a resposta:
de: Kawaguchi Rin
Se-gre-do... Só para você, Nobu-kyun... (・ε・`)
Não achei justo que só a sua camisa fosse levantada...
Logo Rin estava de volta, vermelha como uma maçã.
—Rinrin, o que houve, porque está tão nervosa? Algum problema no banheiro? — Saori fez uma cara preocupada.
—Na verdade não... Mas tinha um casal... num dos boxes. E eles estavam fazendo... — Rin disse, ainda vermelha...
—Uau, que fetiche maluco! — Hayato entrou na discussão. — Devíamos tentar um dia, Saori.
—Não espere por isso! — Saori gargalhou com a própria resposta.
—Não adianta, Hayato-kun... A gente vai acabar ficando na seca se elas se chatearem. Ouça bem as minhas palavras, Nobu... Não incomode muito as mulheres, ou você acaba ficando sem sexo.
—Eu já sabia disso, Ryo. Mas eu não estou especialmente de olho em ninguém. — Mentiu.
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