Ele estava mais do que farto. Primeiro, o pesadelo da viajem, temendo que cada momento fosse o último, depois o voo no Monte, e agora uma entrevista coletiva com perguntas infindáveis.
O que ele queria mesmo era solidão absoluta, uma chance de tirar as roupas fedorentas, e um banho de água bem quente para livrá-lo da sujeira e do medo, e torna-lo humano novamente. E ainda tinha quem o impedisse.
Porém não podia brigar com aquela repórter boboca.
- Então, pode descrever para os meus leitores como se sentiu? Ela disse.
- Estava fugindo para salvar minha vida. O que você acha? Ele falou áspero.
-Mas você é o líder. Salvou todo mundo e que tal saber que é um herói?
- Madame, eu estou exausto e imundo, e não sou droga de herói nenhum. Nunca fui e nunca serei. É simples fiz o que tinha que fazer. E, se você não tem nenhuma pergunta sensata para mim, vou dar o fora daqui.
Felizmente o seu motorista estava ali, pois ele não tinha condição de dirigir. Felizmente também ainda tinha a carteira e as chaves, e logo encontraria o santuário e a paz que almejava.
No entanto, assim que entrou no apartamento e fechou a porta, seus sentidos, apurados pelo perigo, disseram que havia algo de errado. Que ele não estava só.
Ele ficou parado, escutando atentamente, percebeu o barulho do chuveiro, e foi, pé ante pé, até o quarto.
Poxa vida!!!!!!!!!Se quem invadiu seu espaço estivesse ainda aqui, iria pagar, sou capaz de mata-lo. Pensou ele.
Entrou no banheiro e parou, o olhar furioso fixo no corpo esbelto claramente visível por trás do vidro boxe.
- Meu Deus do céu! Não acredito. Gritou ele.
E deu um passo á frente, abrindo a porta do boxe e revelando uma moça nua, linda e apavorada.
- Ahhhh tarado.
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