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História The Beginning - Nico Deveria Usar As Almas Dos Inimigos Para Dormir


Escrita por: Sargent e philtatos

Notas do Autor


☀️ CAPÍTULO ATUALIZADO ☀️
Nos desculpem!!! Sabemos que estamos demorando muito para postar os capítulos, e juramos pelo rio Estige que vamos tentar ser mais frequentes, o problema dessa vez foi que estávamos viajando...
Esperamos que esse capítulo compense a demora!
Amamos todos que vem acompanhando a história e ficamos muito felizes com seus comentários! Vocês são demais!!!
Boa leitura, e aproveitem bastante o capítulo <33

(Créditos da imagem ao autor)

Capítulo 4 - Nico Deveria Usar As Almas Dos Inimigos Para Dormir


Fanfic / Fanfiction The Beginning - Nico Deveria Usar As Almas Dos Inimigos Para Dormir

POV WILL

Fui acordado pelo som de gostas batendo contra as janelas e o teto de meu Chalé, ao constatar isso, um sorriso se estampou em meu rosto antes mesmo que eu conseguisse abrir os olhos.

Em um impulso forcei meu corpo a se levantar e descer da parte de cima da beliche que antes eu dividia com Michael - lembrar dele e de Lee ainda trasia causava um peso imenso em meu peito - deixando as lembranças tristes de volta a parte mais profunda de meu consiente, balancei a cabeça para os lados e fui em direção a janela que ficava logo em frente para abri-la e checar se era realmente chuva e não sangue de semideus escorrendo pelo vidro. Nunca se sabe.

Sorri fracamente, ainda segurando o nó doloroso na garganta após lembrar da perda de meus irmãos.

Fiquei tão abalado pelo conflito entre a felicidade com o chuvoso e a tristeza pela lembrança repentina que acabei me chocando contra o armário onde geralmente eu Kayla e Austin costumamos deixar nossas armas apoiadas, o impulso foi tão grande que chegou a derrubar algumas delas.

Por consequência uma das lanças acertou em cheio o meio da bunda de Austin, foi tão certeiro que descofiei que aquele fosse o alvo da arma desde os primórdios dos tempos.

Meu irmão acordou tão assusdo que acabou caindo no chão em um baque doloroso, grunindo inconformado.

- Vocês dois sempre vão me acordar tentando enfiar coisas nos meus orifícios? Não estão cansados disso? - A fúria de Austin tomou nosso dormitório. - Tentem parecer normais suas aberrações.

Kayla jogou um travesseiro na cabeça de Austin que ainda estava espalhado no chão.

- Cala a boca. Não estou enfiando nada em você. - Kayla ainda parecia um pouco grogue de sono. - Vocês não sabem respeitar o sono de ninguém seus neandertais? E só para te lembrar, da última vez fizemos isso com o Will.

Revirei os olhos com a lembrança desgraçada daquele dia enquanto já escovava meus dentes.

Malditos filhos de Apolo e seu apreço por enfiar objetos em orifícios.

- Desculpa gente. Eu tenho que correr, voltem a dormir. - Eu disse já indo em direção a cômoda bege onde um espelho ficava apoiado, verifiquei minha aparência revirando meus olhos para o reflexo totalmente desleixado que eu representava no espelho.

- Onde você está indo? - Austin que estava mais desperto perguntou enquanto eu voltava para a comôda revirando um das gavetas em busca de um elemento essencial, encontrei! - Espera, você está passando perfume?

Fingi não ter ouvido e continuei me arrumando o mais rápido que conseguia para evitar mais perguntas que não seriam respondidas.

Meu irmão fez uma careta e se jogou no chão novamente, dessa vez gargalhando.

- Isso tudo é para o Di Angelo, não é? - A pronto, agora a Kayla entrou na conversa também. - Caramba Will, você parece um filho de Afrodite apaixonado.

As palavras me desconcertaram tanto que a escova de cabelo com a qual tentava insanamente domar meus fios rebeldes foi parar do outro lado do cômodo.

Olhei para a escova derrubada no chão de madeira do Chalé de Apolo me perguntando o quão patético eu estava parecendo naquele momento. Porra Will.

Infelizmente, aquelas máquinas de destruição e piadas maldosas eram meus irmãos, e consequentemente as pessoas que eu mais amava no mundo, se alguém deveria saber dos meus sentimentos deveriam ser eles.

Um conselho ou apoio de Apolo é tudo o que eu não esperava, quer dizer, o cara nem apareceu durante uma das profecias mais catastróficas do Olimpo, imagina se importar com os sentimentos confusos de um de seus muitos filhos?

Minha mãe. Melhor não tocar nesse assunto.

- Sim, é para o Nico, e daí? - Falei como se não fosse muita coisa, mesmo com meu estômago embrulhado por aflição a cada segundo dissesse o extremo oposto. - Não é como se eu estivesse apaixonado nem nada. Eu acho. - Murmurei a última parte.

Não esperei a reação de meus irmãos, meu sangue gelou só de dizer aquelas palavras imagina escutar os comentários descabidas destas pestes diante da minha revelação. Saí pela porta de madeira do Chalé o mais rápido que pude.

Mesmo assim ainda consegui ouvir o som perturbador e demoníaco do coro de suas vozes cantando "Will está namorando" repetidas vezes.

Malditas crias de Apolo.

Com o rosto corado e um sorriso que eu tentava conter pressionando meus lábios um contra o outro tentei andar calmamente para o Chalé de Hades.

Não foi muito efivaz, já que me peguei aumentando o passo até quase correr enquanto o arco e as flechas balançavam em minhas costas e a chuva fina molhava meu rosto.

Lá se foi, junto com as gotas da chuva, todo o meu empenho falho em arrumar o cabelo e ficar mais cheiroso.

As janelas do Chalé de Hades estavam todas fechadas, ou seja, surpresa nenhuma considerando quem se alojava lá. Considerando isso, bati na porta falhando em conter toda a minha ansiedade, chamei 'suavemente' pelo filho de Hades. O que não deu muito certo já que minha voz soou como a de uma cabra copulando.

Nem sei porque eu ainda tento.

Ouvi um grunhido seguido por um som rouco e embolado que poderia ser grego antigo ou um "espera ai".

Segundos depois, Nico apareceu na porta olhando para baixo por causa da claridade repentina em seus olhos sonolentos. Os cabelos adoravelmente bagunçados, como lanças espetadas em corpos mortos depois de uma guerra sangrenta. Ele usava também uma blusa preta desgastada e uma samba canção de unicórnios esqueleto.

Meus Deuses, ele usa samba canção de unicórnio esqueletos.

UNICÓRNIOS ESQUELETOS.

U-NI-CÓR-NIOS ES-QUE-LE-TOS!

Vocês estão entendendo a proporção do que eu estou vendo agora?

NICO DI ANGELO ESTÁ USANDO UMA SAMBA CANÇÃO DE UNICÓRNIOS ESQUELETOS!

Eu não sei nem como ainda estou vivo depois dessa. Socorro.

- Cara, você está traindo o movimento dos filhos de Hades - Foi o que eu disse, mas na verdade só queria tirar uma foto daquilo e colocar como um poster no meu quarto.Tomara que Kayla e Austin não surtem - Achei que você dormia usando as almas dos inimigos ou algo assim.

O garoto levantou a cabeça em um ímpeto, de repente se dando conta do que vestia logo tratando de se esconder atrás da porta, totalmente corado.

- Cale a boca, Solace. - Ele esbravejou fofamente. - O que você está fazendo aqui afinal? - Ele se virou de costas para mim, deixando a porta aberta o suficiente para que eu entrasse.

O segui para dentro e fechei a porta, vendo o quarto totalmente escuro e acabei trobando em alguma coisa ao que tentava enxergar pelo menos um palmo a minha frente.

- Está chovendo. Você destruiu uma poção de limpeza, lembra? Vamos buscar outra.

Nico deu uma corridinha ridiculamente fofa para um monte de roupas amontoadas no chão e foi ao banheiro. Basicamente o que eu vi foi um borrão preto se movendo pelo quarto, mas nada que minha imaginação não desse conta.

Ele disse um "senta ai" apontando para o que eu julguei ser a cama dele.

- Sugiro que use uma bermuda e não calça. Podemos nos molhar. - Eu disse.

- Não me diga o que vestir, Solangelo. - Ele resmungou.

Liguei um abajur simples que estava perto da cabeceira da cama, trazendo um pouco de luz ao cômodo.

Di Angelo saiu do banheiro - ainda com a samba canção de unicórnios esqueletos - e pegou uma bermuda do montinho de roupas ao lado da cama praticamente esfergando a peça no meu rosto enquanto perguntava se aquela era boa o suficiente para mim.

Menino estressado, credo.

Me segurei para não dizer que preferia vê-lo sem nada, apenas para me deliciar com a reação que ele teria.

Assim que ele entrou no banheiro, me permiti deitar rapidamente na cama de casal injustamente alojada no Chalé de Hades.

A cama ainda estava quente onde seu corpo repousava alguns minutos atrás, os lençóis macios ainda estavam amarrotados e o lugar tinha seu cheiro tão impregnado que deixei meu nariz passear pelo travesseiro. Ok, isso já está ficando estranho, Solace.

Ouvi o som da porta do banheiro sendo destrancada e com medo de ser pego no flagra me levantei em um pulo, me ajeitando da forma mais normal possível e não ter que explicar o que eu estava fazendo com o nariz enfiado em seu travesseiro.

Tentando disfarçar meu ato totalmente sem cabimento, olhei na direção do menino que saia do banheiro. Ele tinha as canelas tão brancas que qualquer um que encarasse por muito tempo podia ser facilmente cegado.

- Do que está rindo agora? - Ele tinha aquele adorável biquinho emburrado nos lábio.

- Nada canela de palmito. Vamos logo.

***


A viagem até o rio foi maravilhosamente agradável, eu e Nico riamos sobre as últimas pegadinhas das filhas de Afrodite contra o Chalé de Ares e brigávamos sem parar sobre a melhor forma de nocautear uma Fúria¹.

Depois de uma longa caminhada por aquela floresta ensopada, enfrentando mosquitos asombrosamente grandes e uma chuva incessante, nós chegamos ao rio totalmente exautos.

A aquele ponto a chuva já havia cessado e restava apenas uma leve garoa, o rio estreito estava cristalino, as enormes macieiras enfeitavam os dois lados da margem com seus galhos se encontrando, formando um tipo de teto sobre uma parte do rio.

Percebendo que aquele era o momento ideal para a fabricação da poção, me aproximei da água afundando meu braço até o cotovelo, fechei meus olhos me concentrando no fluxo da água e proferi:

- Oi, dona náiade do rio. Me vê uma poção da limpeza, por favor.

Gostaria de deixar claro que eu não fazia ideia de como pedir uma coisa dessa, tá bom?

Geralmente quando alguma poção acabava eu pedia aos sátiros para buscarem, mas dessa vez era diferente, eu não podia perder aquela oportunidade de passar um tempo com Nico.

Francamente, não sei o que me faz gostar tanto desse agroto maravilhoso já que o infeliz está aqui rindo da minha cara.

Mas quebrando com todo aquele deboche, ele foi interrompido em sua histeria quando a água do rio começou a se elevar e aos poucos o espírito da natureza se materializou em nossa frente.

Ela tinha cabelos azuis que se derramaravam pelo corpo feminino e cinzento como pequenas cascastas, o nariz era pontudo, as guelras proeminentes bem expostas em seu pescoço fino, suas orelhas lembravam barbatanas e os olhos eram macentos e pequenos como os de um peixe.

Lancei um olhar convencido por cima do ombro perguntando quem estava rindo agora, ele só reviou os olho e deu de ombros como se não fosse muita coisa.

- Olá, filho de Apolo. Olá, filho de Hades. - Nos comprimentou. A voz dela era distante como um eco ouvido pela última vez dentro de uma caverna. - Atenderei seu pedido criança, mas da próxima vez se certifique em mandar alguém que sabe realizar os comandos de forma decente. - Nico tentava fortemente abafar a gargalhada atrás de mim.

Ela explicou que se ausentaria por duas horas ou mais pois precisava ir até a nascente do rio e o encantamento para fabricação da poção era demorado. Depois ela simplesmente sumiu.

Sem muito o que fazer, me sentei na margem do rio onde a grama ainda estava úmida e tirei o casaco das costas. Nico calmamente se sentou ao meu lado.

-Você é tão idiota. - Sussurrou, claramente me provocando.

- Ah é? Me acha idiota Di Angelo. - O meu olhar para o belo rosto de Nico era diabólico. - Vamos ver quem é o idiota. - Sem explicações eu pulei na água, segurei seus pés já descalços e o puxei comigo.

Não distanciei minha mão de sua pele, deixando que ela subisse deslizando por ele na medida que seu corpo descia.
O gesto foi tão automático que só fui percebê-lo quando acabei com as mãos na cintura de Nico e uma proximidade alarmante entre nossos rostos.

Eu já havia pensado em beijar Nico Di Angelo um milhão de vezes, mas a proximidade repentina me assustou tanto que me afastei dele abruptamente.

Para disfarçar meu estado catastrófico, enchi minhas mãos em concha com água e joguei diretamente no rosto de Nico, ele me deu um olhar fulminante segido de um sorriso cheio de intenções e então começamos uma guerra infantil ficando mais encharcados do que já estávamos pela chuva.


Depois ficamos pulando entre as pedras que contornavam as margens do rio e nos agarrando aos galhos de árvore próximos como se fossemos algum tipo de macacos selvagens. Essa brincadeira se estendeu por um longo tempo até que ele pulou em minhas costas e escorregou por minhas ensopadas ficando em pé atrás de mim com o corpo absurdamente colado no meu.

Nico não fez menção em se mover.

Apenas ficou ali paradao, suas mãos em volta da minha cintura em um abraço forte, a respiração alta fazendo seu peito subir e descer contra minhas costas.

Eu era capaz de sentir cada parte do corpo dele em contato com o meu. Foi tão bom que quando me concentrei na sensação do que todo aquele contato fazia comigo, me afastei ligeiramente, totalmente perdido no que tinha acabado de acontecer e saí da água tentando pensar.

- Não está com fome? Não sei você, mas ser atacado pelo monstro marinho Di Angelo me deixou faminto. - Falei tão rápido que nem sei se ele conseguiu entender alguma palavra.

Nico simplesmente riu e fez menção de sair da água para se juntar a mim.

Deuses, eu não seria capaz de suportar tanta proximidade de novo e não me jogar impulsivamente na direção do filho de Hades para atacar aquela boca linda com vários beijos.

- Continue ai. Vou derrubar algumas dessas maças e preciso que você as pegue antes que elas batam no fundo, ou sejam levadas pela corrente. Consegue fazer isso, filho de Hades?

- Se você conseguir acertar alguma vou ficar bem surpreso, filho de Apolo.

Peguei meu arco que estava apoiado no tronco da macieira mais próxima, encaixei uma flecha e a apontei para cima sem olhar quando relaxei o braço e a soltei, logo depois, uma maça caiu em sua cabeça fazendo-o rir descrente de minha ousadia.

Querendo exibir um pouco mais minhas técnicas com o arco e flecha tirei a camisa molhada que por estarar colada ao meu corpo acabava restringindo alguns moventos e buquei outra flecha na aljava.

A expressão de Nico era abismada, boca aberta, os olhos arregalados, ele tentavam focar em qualquer que não fosse meu abdômen. Foi impossível evitar ficar satisfeito com aquela reação. Eu deixava Nico Do Angelo desconcertado.

Para melhorar um pouco o clima desconfortável que nos assolou, derrubei algumas maças desviando do foco anterior, Nico prontamente agarrou as frutas que caiam e quamdo estavamos satisfeitos com a quantidade ele saiu do rio para comermos juntos encostados no tronco de uma das macieiras.

Enquanto matigava um pedaço da fruta a náiade apareceu com a poção já pronta dentro de um fraco de vidro semelhante ao que Nico quebrou, ela me entregou o objeto dizendo para eu me lembrar de mandar um sátiro da próxima vez e logo depois sumiu de nossa visão se misturando ao Rio novamente.

Deitei com Nico na sombra da árvore onde estávamos encostados engatando uma conversa boba, ele ficou tão animado em falar sobre as músicas novas que tinha ouvido depois que eu lhe apresentei alguns artistas dessa geração que fazia gestos para todos os lados enquanto explicava porque Spring Day de um grupo coreano havia se tornado uma de suas favoritas.

Os gestos eram tão frenéticos que ele mal percebeu quando deixou a mão cair em cima da minha apertando meus dedos e a jogando para cima e para baixo, ele realmente estava empolgado.

Levado por uma vontade absurdamente forte, entrelacei nossos dedos observando-o parar de falar lentamente enquanto percebia nossas mãos juntas, ficamos então em silêncio por alguns intantes olhando para o céu cinzento e para as folhas que se desprendiam das árvores a nossa frente devido a brisa forte que nos rondava.

Estávamos com os cabelos molhados, espalhados pelo chão, as ssensações explodiam descontroladas em meu interior.

Nico se virou para mim, os olhos tão negros ainda mais escuros devido às púpilas dilatadas, ele estava sendo tão lindo daquela forma tão única, só dele, que era capaz de roubar todo o meu oxigênio.

Ao absorver todos aqueles sentimentos, me virei de lado querendo enxergá-lo melhor.

Ao vê-lo ali, os cabelos negros grudas na testa, olhos negros intensos, a boca levemente arroxeada ppr termos passado tanto tempo dentro d'água, o desejo me consumiu em um nível tão irracional que não cheguei a pensar nem uma vez sequer antes de agarrar a gola de sua camisa preta e molhada puxando-o para mim, colando nossas testas.

Estava tão embalado naquele transe que apenas tive um vislumbre dos lábios dele entreabertos, tão chamativos, eram como um convite para lutar, era irrecusável. Não aguentava mais me segurar, me privar daquele desejo incessante por um beijo dele.

Nico inclinou-se um pouco mais roçando levemente nossos lábios, sua respiração forte batendo contra minha.

Senti as mãos dele passarem por meu pescoço e se alojarem em meus cabelos molhados enquanto nossas bocas estava finalmente coladas.

Eu estava tão ansioso por isso que todo o meu corpo entrou em um estado de completo torpor e êxtase em segundos. Totalmente afobado por mais contato eu abri minha boca tentando sentir mais, absorver mais. Passei minha língua pelos lábios finos e macios de Nico. Ele segurou mais forte em meus cabelos um pouco perdido em como continuar aquele contato.

É perceptível a inexperiência dele, e só essa simples constatação já me deixa um tanto mais eufórico. Eu sou o primeiro beijo de Nico Di Angelo. Uau.

Em um suspiro pesado ele entreabriu os lábios, finalmente me cedendo o espaço necessário para um movimento mais íntimo.

O choque ao sentir nossas línguas se tocarem pelo primeira vez foi tão assustador, meu corpo inteiro foi tomado por um tremor que revirou todo o meu interior e levou meu coração a uma loucura de batimentos e meu cérebro se reduziu a uma bagunça de pensamentos desconexos.

O ósculo começou um pouco desajeitado, tanto pela inexperiência de Nico, como pela minha estupefação por estar beijando-o de verdade.

É tão surreal, a delicadeza em sentir sua boca se movimentando agora em sincronia com a minha, nossas línguas se acariciando, a sensação de suas mãos presas em minha nuca e as minhas na cintura fina dele.

A boca de Nico tinha um leve gosto de maça, meu sangue fervia toda a vez em que sua língua abraçava a minha com uma devoção que eu sabia que ele não destinava a nenhum dos deuses.

Nos separamos lentamente ainda mantendo as testas encostadas e os olhos fechados, estávamos ofegantes e com os rostos provavelmente corados.
Foi tão bom que eu mal sabia como agir agora, deuses, eu beijei Nico Di Angelo.

Totalmente envergonhado, dei um beijinho suave em seu nariz mantendo um sorriso radiante em meu rosto.

- Tenho que ir.

Dei mais um selinho em seus lábios e corri para longe, de volta ao acampamento.

Podem me julgar por deixá-lo sozinho no meio da floresta depois de tê-lo beijado, mas eram tantos sentimentos diferentes que eu apenas precisava do meu espaço, precisava processar tudo isso que tinha acabado de acontecer, o momento despertou um sentimento tão intenso que eu mal sou capaz de descrever.

Então, apenas deixei para trás um Nico Di Angelo bobo e sorridente.

POV NICO

Will havia me beijado, por Hades, ele tinha mesmo me beijado.

Eu nunca fui beijado. Nunca se passou por minha cabeça que a troca de saliva e o contato de língua com língua seria algo tão gostoso.

Ele havia me beijado e mesmo assim o maldito tinha me deixado ali, sozinho, com um sorriso bobo nos lábios e uma imensa vontade de atravessar minha espado por sua garganta depois dele ter praticamente me abandonado sem saber muito bem como voltar para o acampamento.

E como se não fosse o suficiente, a náiade que fingira ir dormir alguns minutos antes deixava sobressair seus olhos da água enquanto dava leves risinhos, ela com certeza tinha visto o que acabara de acontecer. Constrangido por ter sido pego no flagra achei melhor sair logo da clareira da clareira e tentar encontrar meu caminho até o acampamento.

Depois de uma hora e meia tentando acertar o caminho, finalmente cheguei ao meu chalé. A raiva consumia o meu ser.

Não é nada legal dar o seu primeiro beijo, ser deixado sozinho com uma náiade debochada logo depois e ainda ter que perambular por uma floresta encharcada tendo o sangue drenado por sanguessugas voadoras.

Porém tudo isso foi facilmente esquecido assim que entrei em meu quarto e me joguei na cama.

Automaticamente um sorriso enorme se formou em meu rosto, é tão difícil eu sorrir assim, abertamente, que fui até capaz de sentir minhas bochechas doerem pelo ato.

Agora aqui, deitado com a cabeça enfiada em meu travesseiro as imagens daquela cena voltavam repetidas e repetidas vezes. É assombroso como apenas esses pensamentos me fazem revirar nos lençóis de tanta felicidade como uma maldita princesa apaixonada.

Lembrei dos fios molhados do cabelo de Will colados a sua cabeça, sendo fortemente puxados por meus dedos enquanto aquele sentimento que ainda não sou capaz de nominar me enchia por completo.

O do reflexo do sol contra as gotas de água que escorriam por seu rosto dando a impressão de que toda a essência dele resplandecia.

Deixo minha mente vagar ao instante um pouco antes do beijo quando eu já estava completamente hipnotizado por ele e aquela vontade insana tomou conta de mim, quando eu mandei para o espaço toda a racionalidade, me deixei olhar para o céu e escorregar meus dedos pelos seus fazendo com que ficássemos de mãos dadas. Will não as separou e aquilo me deu tal segurança que nem os meus piores pesadelos poderiam me assombrar aquela noite.

Quando me virei para ele, seus olhos azuis cristalinos brilhavam intensamente mas assim que se encintraram com os meus algo fez com que eles ficassem mais escuros, como se alguma coisa estivesse tomando forma dentro de si.

Tomado por aquilo, em um movimento brusco Will agarrou minha camisa nos aproximando ainda mais.

Foi tão intenso, a lembrança do efeito que aquele gesto teve sobre o meu coração ainda estava tão vívida em minha memória, ele acelerava em antecipação batendo tão rápido e forte que fazia meu peito doer.

Eu respirava com dificuldade, a testa de Will encontrou a minha e todos os meus pensamentos se dissiparam em um milésimo de segundo, abri minha boca levemente um tanto chocado com aquela ação fazendo deste o gesto que faltava para que Will juntasse nossas bocas.

Naquela hora todo o universo parou, meu mundo todo se desconstruiu, nada mais importava, guerras, monstros, magia, desdobramentos mitológicos, nada.

Apenas eu e Will sentados em baixo de uma macieira ouvindo a correnteza do rio e sentindo o cheiro de grama molhada. Apenas ele importava, ele era o centro de tudo.

Me senti desintegrar em bilhões de micro pedacinhos quando ele passou a língua quente por meus lábios me fazendo suspirar automaticamente e abrir mais espaço para ele.

O ósculo se iniciou, e se antes eu ainda me encontrava em pedacinhos, depois daquilo não restava mais nada de mim. Will Solace acabou comigo sem erguer nenhuma arma.

Eu queria Will, não sei muito bem quando isso começou mas eu o quero com todo o meu ser, e esse beijo me permitiu ter a certeza de que ele me queria também.

Ao abrir os olhos e retornar à realidade percebi o quanto minha respiração estava descompassada, meu coração batia freneticamente e meu sangue corria desenfreado por meu corpo. E o pior de tudo era o volume que se formava em minha cueca. Droga Will!

O que eu faço agora? Maldito Solace, eu deveria matá-lo por tornar essa situação tão frequente.

Choraminguei em desespero. Isso não é nada legal!

Buscando meu único meio de salvação - um banho frio - me levantei letárgico e fui em direção ao banheiro.

Entrei no box descalço sentindo o piso frio sob meus pés, liguei o chuveiro deixando que a água gelada descesse por meu corpo tentando relaxar e pensar em coisas nojentas como um ciclope tirando catarro do nariz e lacrimejando enquanto assistia Garotas Malvadas.

Não adiantava, as imagens do beijo continuavam voltando, fazendo minha excitação se tornar cada vez mais insuportável e vigorosa.Independente do que eu fizesse à vontade não passava.

Me dando por vencido, mesmo com uma vergonha tremenda eu tive que me aliviar.

Alguns podem dizer que isso é normal, uma necessidade totalmente fisiológica. Mas esse assunto ainda era um tabu para mim, na minha época até falar sobre masturbação era algo totalmente fora da realidade.

Claro que não levo isso como algo anormal ou esquisito. Eu só... me sinto muito envergonhado em fazer.

Tentei apenas deixar isso de lado e apenas direcionei minha mão até meu membro, assim que o toquei, em um click inúmeras imagens de Will tomaram minha mente.

Seu sorriso depois de eu ter feito uma piada mórbida, seu rosto emburrado enquanto tínhamos uma leve discussão, seu abdômen molhado enquanto jogávamos água um no outro dentro do rio e repetidas vezes seus lábios contra os meus.

Meus movimentos se tornavam cada vez mais fortes e rápidos, arrepios tomavam conta de meu corpo e rastejavam por minha pele causado pequenos espasmos em minhas pernas. Mantive um ritmo tão constante que não demorou muito até que eu me desfizesse em minhas mãos com o nome de Will sendo proferido manhosamente por minha boca.

Com a testa encostada nos azulejos gelados da parede do box terminei meu banho lentamente tentando relaxar toda a tensão de meus músculos e controlar minha respiração acelerada.

Saí do banheiro arrastando os pés em uma toalha enrolada no quadril, me joguei na cama novamente completamente exausto, eu dormi intantanemente e pela primeira vez em muito tempo meus sonhos não foram perturbados por imagens de monstros ou um local extremamente apertado e escuro no qual eu mal respirava e meu estomago atrofiava em uma dor insuportável causada pela fome.

Sonhei que estava navegando por um mar de lembranças, onde todo o espaço era tomado por um pequeno garoto sorridente com cabelos louros, olhos azuis contagiantes e sardas tão fofas que faziam meu subconsciente encontrar o prazer de poder sonhar novamente.

☀️☀️☀️


Furia¹: Também conhecidas como 'Eríneas', são espíritos da vingança criados para punir os mortais.



Notas Finais


Desculpem novamente pela demora <33
Vamos estipular um dia da semana para postar os capítulos, provavelmente serão postados todas segunda ;)
Então, o que acharam do primeiro beijo Solangelo??
Esperamos muito que tenham curtido!!
Até o próximo capítulo! Beijos <33


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