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História The Beginning - Tomamos um Banho de Baba


Escrita por: Sargent e philtatos

Notas do Autor


☀️ CAPÍTULO ATUALIZADO ☀️
Mais um capítulo postado em dia, milagre!!!
Então, esperamos que goste e boa leitura ;)

(Créditos da imagem ao autor)

Capítulo 6 - Tomamos um Banho de Baba


Fanfic / Fanfiction The Beginning - Tomamos um Banho de Baba


Menos de dez minutos depois que Will saiu do Chalé de Hades eu já estava pronto para fazer o mesmo. De banho tomado, minha espada de ferro estígio na cintura e o resto do nosso café da manhã - antes espalhado no chão - agora em uma pequena trouxa improvisada com uma camisa velha.

Os momentos e sensações que Solace me proporcionava me deixavam agitado, ávido por algo pelo qual eu não queria pensar, mas eu sabia.

Sabia lá no fundo, pois uma chama tímida em meu interior crescia e ficava mais quente toda vez que nos tocávamos, que nos víamos, que ele direciona a aquele sorriso arrastado em minha direção.

Will Solace, tem o poder de me destruir em um estalar de dedos, e eu não me preocupo nem um pouco, ele pode pedir o que quiser de mim.

Saí do Chalé e disparei para a floresta, esperando que o vento no rosto pudesse me distrair um pouco. Ao chegar na clareira em que costumava treinar, me concentrei por um instante e então soltei um assobio agudo.

Meio segundo depois fui derrubado pelos muitos quilos de trevas e alegria canina que formavam a Sra. O'leary.
Sorri enquanto por pouco não tomava um belo banho de baba de Cão Infernal.

Apenas mais um dia comum em minha vida.

- Oi garota. - Disse eu, acariciando seu focinho molhado. - Sentiu minha falta?

Ela latiu em confirmação, tão alto e alegre que todos os pássaros das redondezas voaram para longe. Tive que balançar a cabeça para checar se meu cérebro ainda estava lá.

- Vou tomar isso como um sim. - Sorri divertido.

Sra. O'Leary me cheirou novamente, agora descendo o focinho húmido até minha mão esquerdo, onde eu segurava a pequena trouxa, barra, minha blusa amarrada desajeitadamente em volta do que deveria ser meu café da manhã.

Minha garota guiou seus olhos enormes em uma expressão pidona, apelando desavergonhada pois sabia que aqueles olhões brilhantes eram meu ponto fraco. Achando que aquilo ainda era pouco, Sra. O'Leary teve a audácia de colocar o linguão para fora, formando uma pequena poça de babá no chão.

Jogo sujo.

Droga, nunca consigo resistir a essa coisona fofa.

Abri a camisa e coloquei-a no chão deixando que Sra. O'Leary se baqueteasse com os restos de meu desastroso café da manhã. Era tão fofinha a forma como ela usava aqueles dentes matadores para triturar tudo de uma vez. A minha garota é impressionante.

Já satisfeita, ela voltou sua atenção a mim para começarmos nossa tão conhecida rotina de treinamento, o Cão Infernal saltava, se jogava contra meu corpo com o intuito de me derrubar e me distrair enquanto eu me esquivava e bloqueava suas investidas.

Quando eu já me encontrava lavado de suor, resolvi passar para uma atividade mais leve e levamos quase uma hora resumida em arremessar um pedaço de madeira cinco vezes mais grosso que meu braço (que para a cadela era mais como um brinquedo), percebi que meus esforços para não suar ainda mais não valeram de nada pois eu estava insuportavelmente lavado de suor, tanto pelos esforços físicos e as roupas escuras que usava quanto pelo sol infernal do meio-dia que parecia rir da minha morte lenta causada pelos seus raios escaldantes.

Sra. O'Leary ainda parecia gloriosamente energética, então ignorando o líquido grudento expelido por meus poros, subi em suas costas e deixei que brincasse de touro, esse é sempre um bom exercício, acho que todos deveriam tentar uma hora dessas. Pode resultar em uma morte iminente para alguns, mas o que é um meio-sangue que não se põe em perigo?

Não sendo o suficiente, o Cão Infernal correu, rápida como o vento fazendo mil galhos de árvores me acertarem repetidamente, essa parte eu não aconselho tentar, a morte é certa para alguns.

Eu já estava extremamente cansado de toda a movimentação que a corrida causava em minhas vísceras então, ao escutar o barulho de água por perto, fiz o possível para acalmar a Sra. O'Leary, até arrisquei um carinho atrás da orelha que foi muito bem recebido e a fez desacelerar de sua corrida desenfreada.

Quando estávamos chegando à margem da minúscula queda d'água Sra. O'leary pisou em um graveto afiado, o objeto imediatamente se encravou no pé da minha garota deixando-a claramente incomodada, mesmo que, pelo tamanho daquele pedaço de madeira ele não passasse de uma farpa para ela.

Desci das costas peludas de Sra. O'Leary pronto para retirar o graveto da patona dela, seria fácil.

Inevitavelmente, ao ver o pequeno "ferimento" meus pensamentos se guiaram diretamente para Will, o melhor curandeiro que conheço. Senti vergonha por pensar nele, mas percebi que ele podia ajudar o cão infernal mil vezes mais do que eu.

- Está doendo, garota? - Ela apenas fez o que julguei ser uma expressão de aborrecimento devido ao incômodo na pata. - Não se preocupe, vou buscar alguém para te ajudar.

Sra. O'leary latiu despreocupadamente enquanto eu fui até a sombra da árvore mais próxima, senti o formigamento familiar que tomava todo meu ser quando fazia uma viajem pelas sombras, o sentimento logo se foi sendo substituído por uma cansaço inesperado que dificultou um pouco minha respiração assim que apareci na enfermaria do acampamento.

Ainda me sentia tonto quando vi Will de costas dedilhando as cordas de um ukulele. Procurando disfarçar meu estado um tanto abalado, opitei gritar desnecessariamente, dizendo:

- Alerta vermelho. Cão infernal adorável ferido. Repito, cão infernal adorável ferido.

- Que diabos, Nico? O que você está fazendo aqui, como chegou? A entrada da enfermaria é na outra extremidade - Will havia dado um pulo de sua cadeira e agora me olhava espantado, porém sua face se distorceu em uma careta de entendimento. - Nico DiAngelo eu não acredito que você estava viajando pelas sombras de novo.

Inferno, minha tática não funcionou. Porque ele tem que ser tão perceptivo?

- Eu sei, tá bom? Desculpa. Mas é realmente grave, pegue algo para dor e venha comigo, não dá tempo de explicar.

Will pegou um vidro verde da prateleira de poções e se aproximou.

- O que você pensa que está fazendo? Se essas viagens não te matarem, eu mesmo vou, seu...

O filho de Apolo não conseguiu terminar a frase, passei um braço pela sua cintura colando nossos corpos e viajei novamente utilizando da sombra da estante onde ele pegou que julguei ser uma poção para amenizar a dor, voltando para onde deixei a cadela.

Chegamos em um piscar de olhos, mas Will não parecia receber bem os efeitos da viagem. Ele estava pálido e tonto, preocupado, o abracei esperando seu mal estar passar e suas pernas estabilizarem.

Depois de alguns minutos, já recuperado da viagem repentina, Will olhava ao redor tentando entender onde estava. Foi então que seus belos olhos azuis encontraram a figura imponente de Sra. O'leary.

- Will, esta é a Sra. O'Leary. Sra O'Leary, este é o Will.

A cadela latiu em cumprimento. Meu garoto se rendeu instantaneamente aos encantos do Cão Infernal, logo se aproximando dela indo diretamente até a pata machucada e depositando um carinho singelo ali, como se pudesse sentir onde estava a lesão.

Ele virou a pata de Sra. O'Leary para cima examinando onde o graveto havia se alojado, ainda mantendo o carinho na pata, Will despejou algumas gotas do líquido do vidro verde ao redor do machucado, em seguida, ele se aproximou ainda mais passando os braço esquerdo na região do pescoço do Cão Infernal e enquanto afagava seu pescoço peludo puxou o graveto sem que o Cão Infernal soltasse sequer um rosnado. Fiquei impressionado.

Tudo acabou antes de começar e ela já o lambia em agradecimento. E como esperado, um segundo depois Will estava coberto de baba de cachorro do Submundo.

- Acho que preciso de um banho. - Disse ele, com um sorriso cansado. - E você também, Lorde das Trevas.

Minha bochechas imediatamente adquiriram uma coloração vermelha ao lembrar que eu estou completamente molhado de suor e com certeza também estou fedendo. E o pior de tudo é que eu ainda o abracei, meus deuses, que vergonha.

Ignorando meu estado catatônico diante dos fatos, Will se virou para Sra. O'Leary como se dissesse pode acreditar nesse cara? O Cão Infernal latiu duas vezes como se dissesse eu já desisti dele faz tempo.

Will sorriu para Sra. O'Leary, feliz em encontrar alguém com quem pudesse compartilhar ofensas contra minha pessoas.

Traídorezinhos malditos.

Brincamos mais um pouco, os três, e acabamos perdendo a hora para o almoço. Tivemos que nos contentar com as frutas que encontramos ao redor já que o Raio de Sol não me deixou buscar comida.

Eu rolava pela grama com Sra. O'leary quando ouvi a voz de Will nos chamar.

- Ei, vocês dois. Eu tenho deveres na enfermaria, sabiam? Venham aqui se despedir de mim, estou indo embora.

Corremos em sua direção, derrubando-o em meio a abraços de cachorro e semideuses. Will segurou minha cabeça e olhando em meus olhos, a expressão agora fechada totalmente diferente a que comportava seu rosto segundos atrás.

- Me prometa que não vai voltar pelas sombras, que vai deixar de ser imprudente e parar de usar isso sem necessidade. - Automaticamente me sentindo culpado por preocupá-lo e tê-lo desobedecido novamente.

Me entreguei a brilho sério em seus olhos, hipnotizado pela proximidade dos seus lábios, murmurei de volta.


- Prometo. - Disse sincero.


E, não me aguentando mais, o puxei para um beijo suave. Foi salgado e um tantinho nojento, mas nós não nos importamos muito.


Só o que importava nesses momento é que éramos nós dois ali, Will e Nico, provando um do outro, sentindo um ao outro.


Meu garoto foi embora depois de abraçar e fazer carinho no cão infernal.


A ânsia em vê-lo novamente durante o jantar já martelava em meu peito.


☀️



Era hora do jantar e eu me sentia um idiota. Havia passado horas no banho, colocado a camisa preta menos desbotada que havia na bagunça de meu guarda-roupas e até mesmo passado um maldito perfume que ganhei de Piper durante minha temporada no Argo II.


Como você consegue ser tão constrangedor Nico? Perguntei a mim mesmo enquanto seguia até o refeitório.


A noite estava bonita, o céu repleto de estrelas sem nenhuma nuvem aparente.


As constelações sempre me lembravam as sardas de Will, é tão bonito a forma como cada um daqueles pontinhos esculpidos na face dele pareciam ter sido encaixados perfeitamente em uma combinação impossível das minhas constelações favoritas.


Alojada exatamente no centro da maçã de sua bochecha esquerda eu encontrei os sete pontos que formavam a Corona Borealis¹, uma constelação formada de amor e tragédia.


Dentre as várias sardinhas fofas presentes em seu nariz de botão, me deparei com Cassiopéia², em todo seu orgulho e beleza.


E para completar minhas constelações favoritas, lá estava ela, repousada sobre toda sua bochecha direita, Cafeu³, representando sacrifício e dever.


Ao passar pela área do refeitório, meus olhos logo o encontram em toda sua glória dourada e sorriso fácil.


Will estava vestido como sempre, a mesma camiseta do acampamento e o mesmo cabelo bagunçado, mesmo assim continuava mais bonito que qualquer pessoa em todo o acampamento, talvez em todo o universo.


Eu continuava me martirizando pela arrumação desnecessária, quando Austin estalou os dedos em frente ao meu rosto e me fez prestar atenção na conversa.


- Ah, sim, o que foi?


- Queremos saber se você tem algum livro bom para emprestar pro Will. Ele fica o dia inteiro entre a enfermaria, tocar ukulele e falar sobre você. Estamos tentando conseguir um novo hobby para ele.


Will revirava os olhos diante das falas reveladoras do irmão.


- Na verdade, tenho um livro muito bom. Acho que você iria gostar, Raio de Sol, é um dos meus preferidos. Passe em meu Chalé depois do jantar e eu te empresto.


Risinhos se iniciaram e foram logo calados por um olhar cortante de Will. Quando terminamos de comer, nem sequer olhei para trás ao segurar sua mão, saindo do refeitório de mãos dadas em direção ao meu Chalé.


Paulo Montes, ainda em sua mesa, degustando da refeição daquela noite, se engasgou novamente.


Se continuar assim, acredito que o filho de Hebe vai acabar na enfermaria em breve.


Ignoramos os olhares curiosos e o colapso de Paulo, porque, deuses, segurar a espada mais poderosa já conhecida nãp poderia me dar aquela sensação de invencibilidade que mão daquele garoto contra a minha era capaz de dar.


Ao virar uma esquina escura entre os chalés, ele me prensou contra a parede e mergulhou o nariz em meu pescoço.


- Pelos círculos incandescentes do Hades, eu quis fazer isso a noite inteira, DiAngelo. - A ponta do nariz gelado causava arrepios contra minha derme quente. - Seu cheiro natural me enlouquece, mas isso é covardia.


Deixei que ele beijasse e mordiscasse meu pescoço enquanto todo o meu corpo se derretia.


- Não deveríamos fazer isso aqui. - Falei, afetado. - Se bem que eu pagaria para ver a reação de Paulo se nos pegasse.


Rimos e ele me abraçou por trás, nos guiando dessa forma até o Chalé de Hades.


Entramos ainda abraçados enquanto eu o levava até uma pequena prateleira cheia de livros. Peguei o livro que era de longe, um dos meus preferidos.


- "A Canção de Aquiles" - Ele leu por cima do meu ombro. - É sobre mitologia?


- Também. É uma história de amor e amizade entre Aquiles e Pátroclo. Basicamente o que realmente aconteceu, já que as histórias insistem em manter Aquiles como hétero. Uma vez eu encontrei os dois nos portões do Elíseos⁴. - Segredei.


- E como eles estão?


- Felizes, como crianças. - Sorri ao lembrar de como Pátroclo olhava para Aquiles, os olhos castanhos transbordando amor. Espero um dia ser merecedor de um olhar como aquele. - Seus espíritos resplandecem só por estarem perto um do outro.


Will apoiou o queixo em minha cabeça e pegou o livro, encarou por alguns segundos e agradeceu, então o deixou na prateleira.


Ele me virou e com delicadeza, focando os orbes azuis nos meus. Por um segundo jurei ver o brilho uma vez vislumbrados nos de Pátroclo, porém deixei esse devaneio de lado assim que Will resvalou nossos lábios ainda me abraçando.


Levei minhas mãos ao seu rosto e aprofundei o beijo, nos levando até minha cama.


POV WILL


Nico me empurrava em direção a cama enquanto nossos lábios continuavam colados, senti a colchão e a madeira do móvel contra meus joelhos e me sentei. Nosso beijo foi separado por alguns instantes para que pudéssemos respirar e para que Nico se sentasse ao meu lado.


O olhei por alguns segundos, os lábios rosados, os olhos negros brilhando como um lago de petróleo. Ele estava perdido em meu rosto, perdido em mim. Respirei fundo. Passei a mão por seu rosto, desci até a clavícula acentuada e voltei a olhar em seus olhos.


- Você é lindo. - Minha voz saiu baixa, um tanto grossa. Nico corou, e sem aguardar por uma resposta o puxei para mais um beijo.


Entre os intervalos dos beijos nos encarávamos, imersos na figura alheia, presos, estancados naquela contemplação visual. Só percebo que o tempo passou quando me dou conta do toque de recolher ao ver através da janela atrás de nós uma harpia da limpeza patrulhando.


- Nico rápido feche a cortina. - Ele me olhou confuso. - Se as harpias me pegam aqui depois do toque de recolher eu estou muito ferrado.


Ao entender a proporção do risco, Nico correu para a janela fechando as cortinas e apagando a luz, os olhos arregalados.


- E o que fazemos para você voltar ao seu Chalé? - Perguntou.


- Eu não sei, pense em alguma coisa! - Neste passo eu já caminhava de um lado para o outro no Chalé de Hades, me esbarrando nas coisas devido a escuridão.


- Eu posso te levar pelas sombras. - Ele disse isso calmamente como se não tivesse nenhum problema, como se ainda hoje não houvesse me prometido que não o faria mais. Sua imprudência me deixa muito irritado.


- Claro que não! Você já viajou pelas sombras duas vezes hoje, não vou deixar que se arrisque mais uma vez.


- Então o que faremos? - Ele pergunta enquanto se aproxima.


- Eu acho que terei que passar essa noite aqui. - Eu disse corando e agradecendo pela escuridão que nos envolvia.


- Passar a noite aqui?


- É Nico, ou você quer que eu me arrisque lá fora com as harpias? - Perguntei exasperado.


Não havia outra alternativa. Ou passava a noite ali no Chalé de Hades, ou arriscava ser pego saindo de lá após o toque de recolher e provavelmente perder a companhia de Nico durante as refeições na mesa de Apolo.


- Você está certo, mas e quanto aos seus irmãos? Eles vão ficar preocupados.


- Eles sabem que eu vim para cá, devem imaginar que eu esqueci do toque de recolher, ou vão ficar pensando besteiras. - Que vergonha em falar uma coisa dessas, espero que ele não entenda. - Mas não vão ficar preocupados, eu conheço aqueles dois.


- Então tudo bem, e o que vamos fazer agora?


Eu fingi pensar por alguns segundos, só para fazer graça, mas logo depois o puxei pela cintura colando nossos corpos.


- Acredito que podemos pensar em algo. - Eu ri e voltei a beijá-lo.


Nosso beijo se aprofundou, Nico colocou as duas mão em meus cabelos tornando o beijo ainda mais inebiante, senti que estava perdendo o equilíbrio e o empurrei contra a parede, ele arfou contra meus lábios causando um sorriso automático em meus lábios.


Continuamos com o ritmo frenético, eu precisava de mais contato, era como se eu não conseguisse ter controle sobre o meu corpo.


Num ímpeto de insanidade coloquei minha mão por baixo de sua camisa sentindo instantaneamente a pele lisa se arrepiar ao meu toque, Nico separou nossos lábios e passou depositar beijos pelo meu pescoço.


Sentia minha sanidade se esvaindo aos poucos. Nosso ósculo era repleto de desejo, sentimentos confusos e afobação. Era uma luta insana por mais, por algo que não éramos capazes de identificar.


Nico me empurrou de volta para a cama, dessa vez se deitando por cima de meu corpo. Sem pudores, ou sem noção do que causava com aquele ato, ele se sentou em cima de minha barriga, me observou de cima, o olhar exalava tensão, suponho que a visão dele é melhor que a minha no escuro.


A noção de tê-lo ali, sentado por cima de mim, daquele olhar feroz me devorando. O estímulo foi tão inebriante que senti uma ereção começar a se formar entre minhas pernas, meu coração bombeava incessantemente.


Ao perceber meu estado, me senti acanhado e nervoso. O medo de que Nico sentisse como meu corpo reagia a ele começava a me tomar lentamente.


Nico voltou a se debruçar sobre mim, mordendo meu lábio inferior, cego pelo memonto. Suspirei ainda mais afetado diante de sua aura dominante.


Disposto a ignorar as inseguranças que tomavam conta de minha mente, voltei a colocar minhas mão por baixo da camisa dele de forma tímida, Nico por sua vez apertava minha cintura e puxava meus cabelos levemente.


O ar no chalé estava abafado, eu começava a soar e Nico também. Falando para mim mesmo que aquilo era apenas pelo calor, nos separei e sentei com ele em meu colo, então com as mãos levemente trêmulas subi a blusa dele até o meio de sua barriga.


Percebendo minha intenção levantou os braços, o rosto corado em um semblante tímido.


Mesmo na escuridão do quarto fechado ainda era possível discernir sua pele leitosa diante de mim.


Buscando por mais contato puxei minha própria camiseta para cima me despindo daquela peça também, ele me encarou por um tempo deixando-me um pouco constrangido, o que não faz sentido já que eu também o encarava descaradamente.


A pele de Nico era tão linda, os bicos do peito rosados de destacavam contra a tez pálida, algumas cicatrizes irregulares traçaram a derme macia tornando-o inegavelmente excepcional aos meus olhos.


Passei os dedos por suas costelas sentindo-o ficar tenso contra minha palma. Um repuxar convencido tomou meus lábios ao sentir as reações que meus toques podiam causar nele.


Atraído pela área, não pensei muito quando senti aquele impulso e me inclinei em direção a barriga dele, beijei a área sentido os músculos magros estremecerem um pouco. Gostando de ver suas reações inverti nossas posições deitando-o contra o colchão macio, distribuí leves mordidas ao longo do tronco delicado vendo-o fechar os olhos totalmente arrepiado e segurar um pouco mais forte em meus cabelos. Me sentindo insentivado, passei a língua ao redor do umbigo dele, penetrando o espaço por um momento e logo subindo com uma lambida ininterrupta até o pescoço cheiroso do meu Senhor das Trevas.


- Will. - Sua voz pronunciou meu nome em forma de um pequeno gemido arrastado e baixo.


Arfei, o som foi tão inesperado que sem avisos uma onda quente de sentimentos enlouquecedores tomaram conta do meu corpo e eu o beijei novamente com o coração praticamente pulando do peito.


Ele passou as unhas pelas minhas costas fazendo com que o pouco de sanidade que ainda me restava se esvaísse, e quando senti sua ereção contra a minha com apenas nossas calças nos separando...


Ah, eu o queria, deuses eu o queria muito.


Mas, eu não podia, eu não sabia como fazer aquilo, não queria que ele se machucasse, não queria me machucar, não queria que fosse um momento afobado e desajeitado.


Lutando com todas as forças gravitacionais que me mantinham grudado a ele, separei nosso beijo e me joguei ao seu lado. O peito subindo e descendo desenfreadamente, as mãos formigando para voltar a tocá-lo.


Ele encarou o teto por um tempo, como se estivesse absorvendo o que tinha acontecido, eu arfava freneticamente, tomado por desejo e medo.


- Eu... Eu fiz algo errado? - Ele me perguntou baixinho.


Assustado me virei para ele passando a mão por seus cabelos, podia ver que seu peito subia e descia rápido igual ao meu, desviei o olhar para que não o atacasse novamente.


- Não, claro que você não fez nada de errado.


- Então porque você parou de repente, de novo. - Ele parecia... magoado.


O pânico tomou conta de mim, não era essa a impressão que eu queria passar, jamais faria algo assim. Mas agora, repensando como tenho agido recentemente posso perceber como parece que estou fugindo dele ou até mesmo o usando. Mesmo após a conversa que tivemos.


Desesperado, passei minha mão esquerda por seus cabelos levemente suados, acariciando como se fosse um filhotinho.


- Quer que eu seja sincero? - Ele assentiu, um bico extremamente fofo adorando seus lábios inchadinhos pelos beijos recentes. - Porque eu tive medo. Pelos deuses, Nico, todas as vezes. Eu estava enlouquecendo de medo.


- Medo do quê? - Ele perguntou um pouco espantado com minha resposta.


- Medo de você me rejeitar após o primeiro beijo, medo do que eu sinto por você, medo que se a gente continuasse assim eu não conseguisse me segurar, e eu não sei muito bem o que fazer. - Segurei sua mão com um pouco mais de força do que pretendia - tenho medo de te machucar.


Tive certeza que ele estava corado, não muito diferente de mim.


- Eu entendo seu medo. Eu também não sei como agir, tenho medo de errar com você, medo de te afastar. - Ele parecia um pouco constrangido, encostou em mim colocando a cabeça em meu pescoço e me abraçando.


Suspirei longamente, nós parecemos dois garotinhos perdidos.


- Você... Você queria?


- Eu não sei, eu não estava pensando, eu só... eu não sei. - Sua respiração em meu pescoço fazia toda a área se arrepiar. O apertei mais contra mim. Passamos um tempo em silêncio e quando comecei a pensar que ele havia dormido, ele disse: - Will?


- Sim?


- Por que ontem... Quando eu disse aquelas coisas você também se afastou? - Ele fez uma pausa. - Eu estava demonstrando o que sinto por você, não havia porque sentir medo já que não era um desses momentos e nem o nosso primeiro beijo. Eu só... não entendo.


Aquela pergunta fez meu coração doer, foi horrível sentir que o fiz se sentir inseguro quanto aos meus sentimento em relação a si.


- A verdade, Nico é que eu sou um covarde. - Passei a mão por seus cabelos em um ritmo lento. - Tenho medo do que estou sentindo, quando estou sem você cada segundo dos meus pensamentos é dedicado a lembranças de nossos momentos juntos, anseio pelo momento em que vou te ver de novo, pelo momento em que nossos lábios irão se tocar novamente, e quando estou com você é como se meu mundo finalmente entrasse em eixo e nada mais importasse, apenas que eu tenho muita sorte de ter você aqui em meus braços.


Ele ficou quieto por mais um tempo.


- Então você se afasta porque eu correspondo ao que você sente? - Ele parecia confuso, e eu também estava.


- Não. Eu tenho medo de não ser o suficiente, tenho medo de me magoar ou de acabar magoando você.


- Você é tudo o que eu preciso Will. - Nico se aconchega um pouco mais contra mim. - Por muito tempo e fiquei preso no escuro, na solidão. Me fechei para tudo e todos. Mas aos poucos amigos foram surgindo, eles me apoiaram, me consolaram e a solidão foi se esvaindo.


Ele tomou um fôlego antes de continuar, e foi então que senti a primeira lágrima contra minha pele.


- E então fui preso novamente, dessa vez não era um limbo, era um espaço minúsculo e solitário, a fome me consumia, as paredes me sufocavam, Bianca não segurava minha mão. Percy e os outros não estavam por perto para me ajudar a seguir em frente. - Meus próprios olhos já estavam banhados em lágrimas a este ponto. - E quando sai tudo estava diferente, encontrei uma família, fiz mais alguns amigos, com isso, aos pouco fui me reconstruindo mais uma vez, e dentre todos, conheci você. Você completou o que faltava para me fazer inteiro novamente, você me faz sorrir, se preocupa comigo e faz meu coração bater como um louco desesperado. - Ele beijou meu rosto onde as lágrimas deixavam seu rastro molhado. - A única maneira de você me magoar seria se um dia você me deixasse e eu espero que você nunca faça isso.


- Eu não vou, não vou te deixar meu Rei Fantasma, nuca. Me desculpa, me desculpa por fazê-lo pensar que um dia eu seria capaz de deixá-lo. - Eram poucas palavras, mas eu não conseguia formular muita mais que isso, eu estava totalmente afogado nas palavras dele.
Eu sou um idiota.


- Que bom. - Ele disse manhoso. - Porque essa semana é o meu aniversário e eu odiaria que você não estivesse aqui comigo.


- Como assim essa semana é o seu aniversário e você não me contou antes? Temos que dar uma festa! - Eu secava incessantemente as lágrimas que ainda caiam sem permissão, fungava um pouco mas estava empolgado demais por saber que o aniversário dele estava chegando e nervoso por não saber o que darpode presente.


- Eu não quero uma festa, não gosto de comemorar o meu aniversário.


- Tudo bem, sem festa - (Até parece, claro que vai ter festa) - Mas eu ainda vou te dar um presente.


- Tudo bem, Raio de Sol, se você insiste nisso. Mas agora cale a boca e vamos dormir.


- Sua cama, suas ordens - levantei as duas mãos na defensiva.


Depois de tudo fomos nos deitamos enroscados e prontos para dormir, a sensação de ter Nico me abraçando a noite inteira é incrível, queria que aquele momento nuca acabasse, queria que fosse eterno.


Com esses pensamentos em mente, me aconcheguei mais contra ele e me deixei levar pelo sono.


☀️☀️☀️


Corona Borealis¹


Também conhecida como Coroa do Norte ou Coroa Boreal, representada como uma coroa formada por sete estrelas, segundo a mitologia coroa foi frojada pelo Deus Hefésto a pedido do Deus Dionísio para ser usada pela princesa Ariadne de Creta no casamendo deles. Após a morte da amada, Dionísio subiu ao céu com a alma de Ariadne que se fragmentou em estrelas e se transformou na constelação.

Cassiopéia²:


De acordo com a lenda, a Rainha Cassiopéia de Etiópia foi colocada entre as estrelas por Posseidon. Não se engane, isso não foi um presente do Deus a Rainha, na verdade, foi uma punição. Cassiopéia foi posta de ponta cabeça, supostamente acorrentada em um ângulo de "W" ou "M", para ser castigada por sua pretensão, ela era deveras orgulhosa de sua beleza, ousando compara-la a magnificência dos Deuses. Muitos dizem que seu ângulo peculiar presente em uma constelação circopolar - que pode ser vista durante todo o ano - serve para lembrar aos mortais de não serem arrogantes e orgulhosos.


Cafeu³:


Também conhecida como Capheus, a constelação representa o Rei Cafeu da Etiópia. Para salvar seu reino e aplacar a ira do Deus maeinho Nereu, ofereceu sua única filha, Andrómeda, em sacrifício.


Eliseos⁴:
Dentro dos domínios de Hades, os Campos Elíseos representam o paraíso na mitologia grega. É um lugar de paz para os virtuosos, heróis, santos, poetas e Deuses.. 


Notas Finais


O que acharam do pequeno momento HOT, sei que não é o lemon que vocês tanto querem, mas já é alguma coisa... Paciência, em breve terá o que vocês gostam e ainda mais (aquela carinha) kkkk
Até o próximo cap ;)


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