História The Coffee Boy - Chapter Thirty-Four

                                                                                Margot Turner

Abri a porta do carro preto e entrei no mesmo sentando no acento aconchegante, fechei a porta logo em seguida e olhei para o moreno com a mão no volante me olhando hermético. Sorri para ele que estava incrivelmente cheiroso vestindo uma t-shirt branca que mostrava os seus braços fortes e as tatuagens, fez uma cara confusa e antes de dar a partida quebrou o silêncio.

— Por que não está vestindo o vestido e nem usando a joia que te dei? 

—  Zayn... Eu agradeço pelos presentes e por tudo que tem feito mas você está confundindo as coisas, aquele vestido custou muito e a joia então, não posso aceitar.

— Mas eu te dei e quero que fique.

— Eu não mereço.

— Você merece sim — me olhou nos olhos e sorriu — Estou sendo muito insistente não é? Não responde, me desculpa, não vou mais tentar te conquistar e agora falo sério. 

— Me entende, não posso aceitar, você iria dar o vestido para uma garota na qual quer conquistar, mas Zayn, eu sinto muito, não sou essa garota e também não posso ser, eu tenho o Justin.

— Você o ama Margot — deu de ombros — Ele tem tanta sorte em ter você mesmo sendo um completo babaca, nunca vou entender isso... — suspirou deixando de me olhar — Posso dizer que tenho raiva de mim por não ser suficiente para você gostar de mim.

— Não diga isso Zayn — passei minha mão por sua face alisando  — Entregue o vestido e a joia para alguém que realmente te mereça, você vai encontrar alguém tão especial que nem vai se lembrar que eu existo — sorri.

— Nunca vou te esquecer.

Zayn fez com que os pelos do meu corpo se arrepiassem, me mexi desconfortável dando um sorriso amarelo.

— Eu também não vou.

— Margot — disse firme — Estou falando sério, só não me leve a mal por eu gostar de você, quer saber? Fica com o vestido e com a joia também, é um presente e presente não se devolve. 

— Você não existe... Tem noção do quanto é bom?

— Acho que não em.

Malik deu partida no carro dirigindo até o mesmo bar que havíamos ido, quando entramos lá sentamos em uma mesa afastada onde só se via a iluminaria nos iluminando e uma música antiga tocando deixando o ambiente favorável. Gostava de vir aqui e ainda mais em sua companhia. 

A garçonete vestindo um jeans rasgado e uma regata preta mostrando suas tatuagens apareceu com um bloco de notas na mão, ela tinha um corte de cabelo curto no qual me chamou muita atenção então atendeu-nos realizando nossos pedidos.

— Não acredito que vamos beber.

— Nós estamos em um bar, é lógico que vamos! — disse óbvio.

— Ava Zayn?! Eu digo isso porque estava realmente precisando disso, de um pouco de álcool pra pode relaxar de verdade, sabe?

— Sei — riu — Então vamos relaxar...

A garçonete trouxe nossas cervejas e no primeiro gole já pude sentir o meu corpo relaxar, fechei os olhos sentindo o gosto do álcool e a forma que ele descia gelada em minha garganta. 

— Muito bom... — murmurei abrindo os olhos e vendo Zayn me olhar de tal forma que me dava calafrios pelo corpo, desviei o olhar sem graça para o copo.

— Você é sexy bebendo.

— Zayn!

— Estou falando sério.

— Você acha?

— Acho.

— Idiota.

Já estamos perdidos em quantos copos de cerveja bebemos naquela noite e para piorar toda a situação misturamos. A sensação de estar totalmente bêbada não vou negar que era muito boa, toda aquela felicidade espontanea compensava qualquer frustração, problemas? Eu não sabia o que era, o mundo era só o mundo e eu estava ali com o moreno, divertindo-me.

— Aaah, eu acho que bebi demais — olhei para ele e coloquei a mão na cara — Está tudo girando, e vejo dois de você.

— Acho que vamos ter que pegar um táxi pra ir embora — Zayn gargalhou mexendo no bolso da calça — Achei você.

— O que é isso? — franzi o cenho confusa — Vai fumar? — comecei a rir.

— Eu preciso disso — observei minuciosamente Zayn colocar o cigarro entre os lábios e acender com o fogo logo dando um trago profundo e segurando o vicio entre os dedos — Maravilha, quer? — a fumaça branca saiu dentre seus lábios.

— Não é proibido fumar aqui? — procurei pro qualquer placa mas não achei.

— Relaxa, isso é muito bom.

— Prefiro ficar com o álcool mesmo — balbuciei.

— Você quem sabe — deu de ombros dando outro trago.

— Você me surpreende Zayn — bebi um gole do uísque sentindo-o descer queimando — Nunca pensei que fumasse maconha.

— Isso me relaxa, devia experimentar.

Eu gargalhei bebendo do seu copo.

— Se fica linda assim bêbada imagina só fumada — sua voz saiu rouca e leve

— Queria me deixar bêbada não é? — parei de rir jogando o meu cabelo para trás e pousando os cotovelos na mesa para apoiar minha cabeça em minhas mãos.

Zayn molhou seus lábios e eu não consegui desviar o olhar, o moreno me olhava de forma incrivelmente sedutora, maldita hora em que aquele sorriso de lado se formou me fazendo morder os lábios. Pude analisar melhor seu rosto, aquela barba rala, os olhos castanhos vermelhos, ele era sexy, muito sexy na verdade e isso não me ajudava nem um pouco.

— Posso te contar um segredo? 

— Pode.

Ele se aproximou de mim até uma parte, bem próximo do meu rosto, tão próximo que podia sentir sua respiração e o seu alito de álcool misturado com o cheiro da maconha. Engoli em seco quando sua boca ficou bem próxima do meu ouvido e em um sussurro Zayn disse o seu segredo — Você me deixa excitado — mais uma vez arrepiei-me dos pés até a cabeça, fechei os olhos mas logo abri.

Por muito pouco sua boca não esbarrou com a minha, afastei o meu rosto e sorri nervosa. Naquele instante tinha acordado para a realidade e era como se nunca tivesse bebido naquela noite, me sentia mal.

— Podemos pedir o táxi?

[...]

Três dias se passaram, viajei para o Texas e em dois dias já estava de volta para Nova Iorque, modelar estava se tornando algo surpreendente, tive que abrir mão nesses três dias de ir ao café, uma escolha difícil. Sabia o quanto Flora estava precisando de mim ainda mais agora que o café esta crescendo, mas recompensaria. O lado bom é que em dois dias viria Justin e logo mais Emily.

Zayn me liga todos os dias depois da noite no bar, não sei o que fazer em relação a ele, Malik não muda. Já Justin, sinto todos os dias muito a sua falta, nós nos falamos pouco, são tantas reuniões que eu tenho medo de incomoda-lo. Ás vezes penso que ele não sente tanto a minha falta como eu sinto a dele, seus telefonemas são rápidos, as vídeos chamadas não duram mais do que cinco minutos, há sempre uma circunferência impedindo. 

Eu odeio o fato de estarmos longe um do outro, minha vontade era de pegar o primeiro avião para Atlanta e ir ver Justin. Saudades dos seus toques, dos seus beijos, dos seus sorrisos, do seu bom humor e até a falta dele...