1. Spirit Fanfics >
  2. The Cure - Jikook >
  3. 40

História The Cure - Jikook - 40


Escrita por: AP_Moura

Notas do Autor


Voltei depois de muito tempo por culpa de um bloqueio de criatividade

But here I am

Estou lendo uns livros para ajudar a escrever essa fanfic (em primeira pessoa), me avisem se a escrita não estiver muito boa, sejam sinceros 😊

Capítulo 40 - 40


  Naquela noite, o sono se evaporou mais rápido do que em qualquer noite. As três da manhã, eu estava sentado na minha cama, olhando a cor doentia de luz amarela que passava aos feixes pelas cortinas e banhavam minha cama. Provavelmente quando amanhecesse, eu iria remanchar para ir à escola, mas iria de qualquer forma, aliás eu não tinha permissão de ficar em casa sozinho com o Jimin. Bobagem. Nos encontraríamos em outros horários. 

  Eu deveria estar exausto, depois do dia cansativo; entre shows e canos estourados. Meus músculos das pernas doíam, assim como minha audição zunia, o show havia acabado comigo fisicamente, e o Jimin me abalou psicologicamente. Claro, eu não o culparia disso, não foi ele quem fechou a porta. Contudo, eu sentia que ele estava me escondendo alguma coisa, seus olhos me evitavam e ele parecia desconfortável perto de mim. Não eram atitudes de um Jimin normal. 

  Decidi naquele meio tempo que leria um livro enquanto esperava a hora certa de ir o visitar. Me levantei cama e arrastei os pés até a minha estante pobre de livros. Meia dúzia de livros estava em pé na minha estante, sem ordem certa, afinal, por que eu faria isso? Bagunçaria tudo de novo. Peguei um livro que particularmente tinha uma ligação emocional comigo, Querido Diário Otario. Um livro para adolescentes que realmente eram muito bons e engraçados, eu havia os lido na casa do Taehyung uma vez e no meu aniversário após eu começar a ler eles, meus hyungs decidiram que cada um me daria um. Eles faziam os seis livros na minha prateleira. Meu orgulho de leitor.  

  Eu mal havia começado o livro quando capotei sobre ele. Eu não lembrava de ter dormido, só de ter acordado amassado na cama. Com uma vozinha doce me chamando. Primeiramente achei que estivesse sonhando, mas quando abri os olhos e respirei fundo, percebi que eu não sonharia em acordar dolorido. 

  -Yaegiya. -ouvi de novo. 

  Me sentei, sentindo os ossos reclamarem por ter dormido de lado e sobre um ombro. Levei um susto quando bati em alguma coisa fofa, dei um salto que fez a cama estralar. Cobri a boca com as mãos e então percebi que a silhueta de quem estava na beirada da cama e a risada eram do meu Mochi. 

  -Jimin, você quer me matar do coração?! -sussurrei exasperado. 

  Ele se recompôs aos poucos, então enquanto eu coçava os olhos, ele montou em cima de mim. Jogou os braços nos meus ombros e me abraçou forte. Senti algum significado naquele abraço, mas não o questionei, continuei a abraçá-lo. 

  -Obrigado por tomar conta de mim. -disse baixinho contra meu pescoço. 

  Eu ri e arrepiei. 

  -Não precisa me agradecer por estar cumprindo minha obrigação. 

  -Obrigação? -perguntou ele, confuso. 

  Jimin se afastou de mim, e apesar de estar tudo escuro, a luz lá fora iluminou seu rosto, me deixando ver os traços que diziam que ele estava ofendido. 

  -Sim. De namorado. -o respondi com petulância. 

  Ele devia estar corando, mas eu não tinha certeza. Mesmo assim, ele abaixou a cabeça e riu. 

  -Pensei que fosse o meu Romeu.

  -Ah, sim, sou. Também. -concordei. 

  -Você... quebrou a porta sem pensar duas vezes, hoje à tarde.

  Enquanto falava, Jimin enrolava os dedos nos meus cabelos. Parecia nervoso, podia ser só impressão, mas ele ainda parecia tentar me evitar. 

  -Podia ter procurado a chave, ouvi meu pai dizer que estava em cima da porta e que ela vai custar caro.

  -Você estava preso lá dentro. -argumentei um pouco irritado. -Eu não me importo com uma porta. Foda-se a porta. Você disse que estava machucado, era oque eu estava focado no momento.

  -Eu sei, eu sei. -seu tom era apaziguador, mas tinha mais por trás daquilo. -Ouvi você soluçando quando estava lá fora. 

  -Ouviu? 

  Eu não lembrava de ter chorado tão alto, mas se ele ouviu... eu devia estar em desespero mesmo. 

  -Ouvi. -ele acenou positivamente com a cabeça. -E eu também vi seus olhos vermelhos. Então eu decidi que eu nunca mais vou fazer você chorar. 

  -Que tipo de decisão é essa? Não é algo que possa controlar, não é? 

  -Jungkookie... -ele riu e senti algo molhar meu braço. Ergui a mão e toquei seu rosto no escuro, havia um caminho molhado perto do canto do olho. Puxei-o mais para perto tentando o confortar. -Você é o único motivo, único, para eu continuar aqui. 

  Eu gelei. Senti meu coração bater mais acelerado, se isso era possível, o mundo parecia estar congelado. Apertei os braços ao redor dele, senti ele se aproximar até sua respiração bater no meu rosto. Eu sabia que Jimin podia recair, mas me tornar motivo da vida de alguém era algo muito pesado para levar nos ombros. Significava que um erro meu podia o desestabilizar por completo. 

  -Jimin... -comecei, mas ele me interrompeu.

  -Eu sei, é algo ruim de se dizer. Não tenha medo disso. -ele tocou meu rosto. -Acredite em mim, você não fez nada de errado. Nunca fez. 

  Parecia que ele tinha lido minha mente. Encostei meu rosto no peito dele e senti seus braços nos meus ombros deslizarem até as costas. Jimin era alguém especial para mim, sem sombra de dúvidas isso era verdade, embora fosse muito bom saber que estávamos no mesmo nível de importância um com o outro, eu ficava me perguntando se eu merecia ser o motivo de alguém. Quem era eu para estar na lista de motivos de alguém? Um garoto com problemas de relacionamento épicos, que nenhum dos meus amigos esqueciam, uma pessoa que não se importava com as notas e sem destino traçado. Jimin não devia apostar todas suas cartas em mim. 

  -Yaegiya, você está se precipitando a dizer isso, não? 

  Ele ergueu a cabeça e franziu a testa. 

  -Eu te amo. -afirmei com ênfase. -Amo mais do que tudo no mundo. Mas você tem certeza do que está dizendo? 

  -Eu tenho sim, Kookie. Eu tive certeza hoje de tarde. 

 O silêncio dele foi a minha resposta para a dúvida, ele guardava alguma coisa ali. O derrubei devagar, deitando-o de lado na cama, com cuidado por causa da mão machucada. Ouvi ele rir e se encolher perto de mim. 

  -Estava com saudade dessa cama. -disse fechando os olhos. -Tem o seu cheiro. 

  -É bom? -perguntei com um traço de riso na voz. 

  -Parece que eu estou deitado em você. -ele riu e abriu os olhos. 

  Pérolas escuras, era oque pareciam. Eu estava muito apaixonado, porque devo ter passado cinco minutos o encarando e ele não se importou, brincou puxando meu lábio inferior e até chegou pertinho para me dar um beijo. 

  -Jeon Jungkook. -disse baixinho enquanto assistia seus dedos afundando na minha bochecha varias vezes. -Hum... 

  -Você gosta do som de Jeon Jimin? Eu acho que ficaria lindo. 

  Ele se encolheu quando eu disse isso, escondendo o rosto nas mãos. 

  -Não me deixe envergonhado. 

  -Por que não? Fica tão bonitinho. 

  -Jungkookie... -ele reclamou e me deu um tapa no braço. 

  -Você está sendo mal, você desbloqueou um lado meu Jimin, que só você tem acesso. Sabe qual é? 

  -O do "Não vou fazer meu namorado ficar com vergonha porque eu amo ele demais"?

  -Não, isso não existe. -eu ri e beijei suas mãos para que ele se tirasse do rosto. -O lado do "Vou lhe sufocar com os meus beijos até você enjoar de mim". 

  -Me deixe enjoado então. 

  Eu ri e o ataquei com beijos no rosto. Ele dava risadinhas gostosas, ainda eram baixas porque qualquer sinal de felicidade naquela casa acionava o detector de sorrisos do Carcereiro. Um dia eu e Jimin viveríamos bem, sorrindo e rindo o tempo todo, sem medo de que ele aparecesse. Depois de um tempo eu me afastei dele e parei o olhando de novo.

  Jimin franziu a testa e sorriu. 

  -Está na hora de dormir, Yaegiya. Seus olhos estão pesados.

  Eu não estava percebendo, mas era verdade. Eu estava com sono, mas ele me distraia até mesmo do cansaço. Afastei uma mecha do cabelo dele caída na testa e o beijei de verdade. Sentindo seus lábios pressionando contra os meus e suas mãos me tocando sem timidez. Quando me afastei dele, Jimin continuou de olhos fechados, foi os abrindo devagar e então sussurrou:

  -Eu te amo. 

 

  Eu ri e balancei a cabeça positivamente. 

 

  -Eu também te amo. Por isso que... da mesma forma que você decidiu não me fazer chorar, eu decidi que nunca vou deixar ninguém te machucar. E se isso acontecer, -pausei e olhei, Jimin olhava para minha camisa, parecendo desconfortável. -Vai ser uma estrada de duas vias. 

 

  -É. Decidimos coisas difíceis de fazer. 

 

  Sua voz soou triste, e eu tinha uma ideia do que ele poderia estar pensando. E se fosse a mesma coisa que eu, era uma pergunta mais difícil ainda de se responder: E oque eu faria se ele mesmo se machucasse? Ele olhava melancólico para a gola da minha camisa, tão perdido em si mesmo que pensei que ele tivesse esquecido que ainda estávamos ali. Me inclinei para tentar recapturar seus olhos, quando consegui, ele me beijou e me abraçou novamente. 

 

  -Você é o idiota mais fofo que eu já conheci na vida. -disse ele. 

 

  Eu não estava certo se isso era um elogio, mas eu acatei como um. 

 

  -O idiota vai estar te esperando amanhã no intervalo, vá para a frente da escola. Taehyung disse que você sempre fica lá. 

 

  -Fofoqueiro. 

 

  Ele se afastou de mim e sentou-se com dificuldade para não apoiar a mão na cama, olhou para o meu quarto e suspirou. Pensei que ele iria sair do quarto quando levantou, porém ele caminhou até a minha escrivaninha, pegou uns papéis. Parecia estar procurando alguma coisa, oque era bem improvável, levando em conta que faziam dias que ele não ia no meu quarto. Me levantei para achar uma resposta para minha dúvida. Quando cheguei ao seu lado, ele segurava o folheto da escola dele, que eu devia ter levado sem perceber quando brigamos. Então ele o amassou e deixou a bolinha disforme sobre a escrivaninha.

 

  -Eu odeio essa escola. -resmungou. -É um lugar de pessoas perfeitas, parece que ninguém tem vida. 

 

  -Você dizendo isso me surpreende. 

 

  Me recostei na escrivaninha. 

 

  -Que eu me lembre, você era o cara mais certinho e estudioso do mundo. -continuei. -Lembro perfeitamente de quando você preferia estudar a assistir Thor. 

 

  -Alguém entrou na minha vida e me desestruturou. 

 

  Pensei que ele estava com raiva, mas quando ergui os olhos para ele, Jimin sorria. Eu havia estragado a vida perfeita dele, o dando vários momentos cheios de problemas, mas ele gostava disso. 

 

  Peguei sua mão e o puxei para perto, Jimin se encaixou entre minhas pernas e fechou os olhos. 

 

  -Não reclame comigo. -pediu. 

 

  -Eu não vou. -segurei seu rosto apreensivo, e ele abriu os olhos com um sorriso lento. 

 

  -Eu gosto muito de ser desestabilizado assim. -disse ele. 

 

  Eu não devia ter ficado satisfeito com aquilo, mas eu fiquei. Podia sentir os fogos no meu estômago quando ele disse isso. Perguntei-me se em algum momento eu iria acordar e quem estaria na beirada da cama seria minha mãe, dizendo que estava na hora de ir a escola. 

 

  -Eu não queria te contar, mas... eu encontrei uma pessoa nesses últimos dias. 

 

  -Quem? 

 

  -Lembra do menino que tentou me beijar? 

 

  Ele olhou fixamente para mim, como se esperasse uma reação explosiva. Eu tinha a impressão que ele sempre esperava um surto de qualquer pessoa, desde que ainda estudava na minha escola, quando o perguntavam algo inesperadamente, ele ficava tenso como se seus ombros fossem de pedra. 

 

  Eu sorri tentando acalma-lo. 

 

  -Falou com ele? 

 

  Ele balançou a cabeça negativamente e voltou a mexer na bolinha de papel. 

 

  -Não tive coragem. O que eu diria a ele? "Oi, lembra que meu pai te espancou?" Não seria uma boa conversa. Além de que, talvez ele tenha raiva de mim por causa disso, e se ele se voltar contra mim... digamos que eu não teria muita chance. 

 

  -Seu esquadrão de segurança não estaria lá. 

 

  Ele riu e franziu a testa. 

 

  -Meu esquadrão?

 

  -Taehyung acordou todos os meninos para dizer a eles que você tinha se machucado. Se até o Yoongi Hyung ficou preocupado, então é, você tem um esquadrão de segurança. 

 

  -Nossa. 

 

  Lá fora, vi o céu ficar roxo, estava quase amanhecendo. Era possível o tempo ter passado tão rápido? Apontei o céu lá fora e ele acompanhou meu olhar. Aparentemente pensou a mesma coisa, então suspirou com tristeza e me deu mais um abraço. 

 

  -Vejo você amanhã. Certo? Vou esperar na frente da escola. 

 

  -Claro. E... não se preocupe com esse garoto. Se ele vier mexer com você, me ligue, ou para o Tae, ele que comanda nossas operações de resgate. 

 

  -Que? -ele riu. 

 

  -Nada, é que agora ele está se intitulando Capitão Taehyung, defensor dos frascos e dos comprimidos... e do Jimin. 

 

  Ele apertou mais o abraço, assim como eu não queria o deixar ir. Devemos ter passado alguns minutos abraçados, mas ele teve que tomar iniciativa para que eu o soltasse. Quando o desenlacei dos meus braços, ele se inclinou para me dar um beijo rápido e correu para a porta. 

 

  -Ou eu vou agora, ou nunca mais saio daqui. 

 

  -Fique aqui então. Eu juro que seria muito divertido. -as vezes aquele tom de malícia saía sem querer, mas contando que fosse com o Jimin, eu não via problema. E acho que ele também não, pois sorriu e com um último aceno se foi pelo corredor, fechando a porta com uma delicadeza que eu não seria capaz. 

 

  Então lá estava eu, sozinho novamente, sonhando em um dia onde eu e ele dormiríamos juntos sem se preocupar com um idiota nos agredindo no amanhecer. 

 

***

 

  -X-Jimin-X-

 

  Após tantos anos, a escola não havia se tornado um fardo para mim, assim como era para muitas pessoas. Eu até gostava, me fazia ter um objetivo quando eu não tinha nenhum. Não me importava em pegar um livro e estuda-lo pela tarde inteira e ainda fazer as atividades a noite. Porém, naquele dia em especial, a escola parecia estar me sufocando. Eu ouvia atentamente o relógio mudar o ponteiro, me incitando a perceber quantos minutos eu estava perdendo. Mas quando o sinal tocou para o intervalo, eu quase dei saltinhos ao me levantar da cadeira. Jungkook estaria me esperando lá fora. Corri em juntar minhas coisas, provavelmente havia amassado a capa de um dois livros didáticos, mas era o menos importante no momento. Joguei a bolsa nas costas e, sem correr, sai apressado da sala. O corredor estava cheio de pessoas "mortas", admito que o Jungkook tinha razão de me chamar de robozinho, se eu era como aquelas pessoas antes, devo agradece-lo por me distrair disso. Deixei minha bolsa no armário antes de seguir para a frente da escola e enquanto tentava enfia-la sem ao menos esvaziar, tive a impressão de estar sendo observado. 

 

  -Quer ajuda? -perguntou uma voz atrás de mim, a ignorei, afinal, quem me ofereceria ajuda nessa escola idiota? -Jimin-ssi. 

 

  Eu parei de lutar com a bolsa e me virei devagar. Atrás de mim estava menino alto, ele sorria de maneira contagiante, e seus cabelos meios revoltos o deixavam com uma expressão travessa que não devia ser o seu objetivo. Eu gelei quando o reconheci de rosto, até então só havia o olhado de longe, de perto haviam muitos outros detalhes para se reparar. 

 

  -Jimin. -repetiu. 

 

  -O-oi, Chanie.


Notas Finais


Comentem <#

Não esqueçam do que eu pedi na primeira nota ❤️


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...