História The Fame - Segunda Temporada - Ama o Papai

P.O.V Isabella Scott

Desembarquei na Itália exausta. Encontrei minha mãe no estacionamento do aeroporto. Ela veio pra cá pra ajudar a Jessica que mora comigo por sinal, a cuidar da Alicia durante essa semana que estava com seleção.

- Que cara essa é filha? - Perguntou minha mãe depois que ela deu partida no carro com destino ao meu apartamento

- Estou exausta, e também estou cansada das máscaras mãe. Não aguento mais fingir que estou esbanjando felicidade quando não estou.

- Por que não esta feliz minha filha? Você é uma das jogadoras mais desejadas no momento. Já tem vaga garantida na olimpíadas. Tem uma profissão, é bem sucedida, não vejo nada ruim na sua vida

- Sério mãe? Deixa eu de lembrar, eu não tenho tempo direito ultimamente. Estou longe do cara que realmente amo e nunca pude conhecer minha filha, tá bom pra você?

- Filha sobre o amor talvez você tenha outro. Só precisa dar uma chance de conhecer alguém. E sobre Hallie seu pai já conversou com você sobre isso.

- Eu não vou fazer isso, meu Deus mãe. Sabe o que eu acho? - Ela me encarou rapidamente voltando sua atenção pro volante. - Que você está a cada dia parecida com meu pai. - Ela não falou nada e eu nem me atrevi a abrir a boca também. Minha mãe estava igual a ele, que a manipula com facilidade. Ao chegar na garagem do meu prédio ela já iria vir com mesmo papo de sempre. - Mãe não me faz te odiar como eu odeio meu pai por favor. Pela última vez eu não vou tentar pegar a guarda do Justin, entendeu? Fala pro meu pai pra ele desistir. Ele não vai conseguir me convencer - Abrir o porta mala pegando minha mala, antes que ela chegasse perto neguei a sua ajuda. Eu mal cheguei e ela já conseguiu acabar com a animação que eu nem tinha. Entrei no apartamento indo direto pra sala - CHEGUEEEEI - Gritei, vi os pezinhos de Alicia atrás da cortina, prendo o riso, minha filha precisa achar um esconderijo melhor.

- Oi amor - olhei pra trás e recebi um selinho 

- Tá louca Jess? - empurre ela que riu da minha reação. - sua namorada me odeia por que você me beijou na frente dela

- Ela ainda não acredita que você é minha irmã-  rir me jogando no sofá-  como foi lá? Cansada?

- Morta mas com a medalha de ouro na mala - Jess riu - Cadê a Ali? Minha filha até agora não veio me ver - Jess riu em negação

- Ela fugiu de casa e deixou um recado - Jessica disse me entregando um papel que tinha vários desenhos e escrito "fugi pra Disney"

- Ela fugiu pra Disney? Como? Por que? - fingi um drama

- Ela queria muito conhecer a Cinderela

- Mas ela conhece, é uma pena por que eu levaria ela pra Disney, eu até já fiz as reservas e agora quem vamos levar Jess?

- Leva eu mamãe -  Alicia falou saindo de trás da cortina correndo na minha direção

- Meu Deus Alicia, mas você não fugiu?

- Não mamãe - ela me abraçou, sentei ela no meu colo com uma perna em cada lado meu corpo e apertei ela em meus braços. Nossa uma semana longe dela é quase uma eternidade. Senti seu cheiro suave de shampoo de morango.

- Mamãe sentiu muita saudade

- Ali também- ela me deu um beijo no rosto-  E a Disney?

- Você ainda que ir? - ela assentiu animada - quem escreveu isso aqui pra você - me referi ao que estava escrito na carta

- Tia Jess - Ela disse apontando pra Jessica que falou um fofoqueira

- Aaaa você tem uma cúmplice? Sinto muito mas as duas não iram pra Disney por que arquitetada um plano de fuga

- Culpa sua tia - Alicia desceu do meu colo brava - to de mal - emburrou a cara e já ia saindo da sala.

- Alicia volta aqui - chamei e ela voltou ainda de braços cruzados com bico enorme que me deu vontade rir-  pede desculpa pra sua tia - ela foi até Jessica e abraçou ela

- Arculpa tia - Jessica agarrou ela fazendo cosquinha.

- Abri minha mala filha

- Presente?  - Perguntou animada já esquecendo que segundos atrás ela estava bolada

-  Abri aqui - apontei mas ajudando ela a abrir - toma é seu-  entreguei o embrulho pra ela que não pensou duas vezes em tentar abrir não conseguindo e pedindo ajuda de Jessica. Quando ela viu o arco com as orelhas na Minnie e ursinho do Mickey seus olhos só faltaram saltar pra fora, ela me olhou com eles brilhando - nós vamos na férias-  disse vendo ela abrir um sorriso e pular feito louca - caramba vou gastar um dinheirão e não ganho um abraço - ela veio correndo me abraçar

- Ali ama mamãe

- Mamãe também ama a Ali. - deu um beijo nela - vai lá contar pra sua avó que você vai Disney-  ela saiu correndo, olhei pra minha irmã vendo ela secar as lágrimas - Sério isso?

- Essa menina diz dia e noite que quer é ir conhecer a Cinderela na Disney. Eu fiquei emocionada com a felicidade dela, da licença. Vocês vão pra Disney cara - rir em negação

- Aaaai não Jessica, vou tomar banho - me levantei passando por ela, quando dei a volta no sofá que ela estava, me abaixo falando no seu ouvido - nós vamos pra Disney. - Ela me olhou sorrindo

- Cara eu vou pra Disney que emoção

- Larga de ser palhaça, você já foi na Disney-  disse saindo da sala e indo pro meu quarto 

...

Depois do banho deitei na minha cama pra descansar. Fico pensando o quanto mudou minha vida no últimos três anos. Primeiro ano assim que cheguei na Itália foi bem complicado, ser mãe é difícil. De primeira viagem então..  Foi bem difícil começar do zero. Eu decidi canalizar minha tristeza, no esporte. Decidi que ser o melhor que eu poderia, que daria tudo de mim, até mais do que poderia dar. Na fase final do campeonato, mais específica as às quartas de finais, eu vi a líbero titular se machucar e tive a oportunidade de ser titular até o final da liga. Eu sofri no começo, errei demais, a pressão tomava conta de mim, era uma responsabilidade que não sabia se daria conta. Mas eu dei, eu treinei mais, me esforcei mais e evolui com a ajuda de toda a comissão técnica. Minha vida era basicamente Alicia, vôlei e faculdade. Já que assim que formei decidi fazer fisioterapia e como já tinha me formado em educação física só precisa de mais dois anos e estava com duas formações no currículo. No final da temporada de clubes recebi minha primeira convocação pro seleção americana principal. Fui reserva e pouco joguei. Eu estava chegando naquele ano, e seleção é assim, uma passo de cada vez. Naquele ano fui campeã mundial com os Estados Unidos. Hannah foi bronze com Brasil. Sim, ela apesar de ter sido convocada assim como eu, ela optou por jogar pelo Brasil, e até hoje defende a camisa verde e amarela.

No segundo ano, eu troquei de time. Fui jogar na Turquia pelo Fenerbahçe. Foi uma grande experiência que fez crescer como pessoa. Eu estava bem, pelo menos profissionalmente, evolui minha técnica e experimentei novas coisas, como por jogar de ponteira passadora foi bem desafiador por que antes minha função era sempre defender e passar. Agora teria que defender, passar, atacar, bloquear e sacar. Bem mais difícil, acredito eu que não era tão boa ano passado. Bom só fui evoluir e melhorar esse ano. Meu terceiro ano como jogadora profissional então decidi voltar a jogar na Itália pelo Casalmarggiore novamente. Eles me ajudaram muito a desenvolver os novos fundamentos que exigiam de mim quando fosse jogar de ponteira passadora. Posso dizer que fui lapidada por eles e sou eternamente grata. Tudo isso me ajudou a crescer e conseguir minha vaga de titular na seleção americana e uma convocação pela seleção brasileira. Eu era notada, sabiam quem eu era e agora meu sonho já era realidade. Eu consegui! Claro que nem tudo é  só flores nos sonhos, no meu por exemplo eu não tenho férias, é do clube pra seleção, da seleção pro clube. Foi assim durante esses três anos. No clube tenho três semanas no máximo de férias e na seleção muito mal duas. E isso é muito cansativo, não tem uma pausa grande. Com isso levo Alicia pra cima e pra baixo nas viagens da seleção. Ela está sempre comigo, é meu bem mais precioso, eu não vivo sem ela. 

...

Acordei com barulho altíssimo da televisão, logo no meu dia de folga. Caminhei sonolenta até a sala encontrando minha filha sentada no chão com os olhos presos na televisão que passava um clipe de uma dessas bandas só de meninas. Me joguei no sofá

- Ali abaixa essa televisão - Pedi me deitando no sofá e fechando os olhos. Ouvi o volume ser diminuído e senti o sono chegando.

- Mamãe - Ali me chacoalhou pelo braço - Mamãe - Abrir os olhos fitando ela que tinha sorriso pronto pra rasgar seu rosto - Olha é o meu papai - em um movimento brusco virei pra televisão vendo um clipe de Justin começando- Ali senti sodade do papai - olhei pra minha loirinha sentindo a raiva que tinha Justin tomar conta de mim. Por que ele faz isso com ela? Não entendo.

- Ele está trabalhando amor - levantei pegando ela no colo - Lembra que a mamãe te explicou que papai  está fazendo vários shows e fazendo muitas meninas felizes - ela assentiu cabisbaixa - então, quando acabar os shows ele vem te ver tá bom? - ela não respondeu e isso quebra meu coração. Eu não devia iludir ela, eu não devia proteger ele. Justin não está fazendo show nenhum, ele não vem vê- lá  por que não quer. E ver a minha princesa chamando por ele me destrói, por que ele não está nem aí -  Lembra que tia Julia falou que não pode ficar triste por que se não ele vai ficar tambem e aí não vai conseguir fazer as meninas felizes? - ela assentiu-  então princesa, quero ver você sorrindo. Quando acabar ele vem te ver - dei um cheiro nela - seu pai te ama 

- Ali também ama o papai

- Ali parece índio falando de uma terceira pessoa - disse fazendo casquinha nela que riu

- Mamãe liga pro papai? - Deus me ajuda

- Eu ligo, mas só depois do banho- disse levantando o braço dela cheirando seu sovaco fazendo uma careta - alguém tá cheirando muito mal, já pro banho fedorenta

- Não - disse choramingando

- Você é porquinha igual seu pai - coloquei ela no chão e deu um tapa em sua bunda - pro banho porquinha.