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História The Flame In Your Heart - Para sempre


Escrita por: SongGayeon

Notas do Autor


Boa noite!
Me desculpem a demora.

Essa fanfic já estava terminada a um bom tempo, mas faltava a betagem e, por conta de alguns problemas pessoais, acabei adiando e só conseguindo postar hoje.
De qualquer forma, a primeira vez que escrevi a fanfic eu realmente fiquei feliz com o resultado, mas ao relê-la eu já não tenho tanta confiança assim no enredo e no desfecho dela, portanto peço perdão à Bunny, a pessoa que me fez dar vida à essa fanfic, e aos demais que acompanharam ela até agora.
Me perdoem de coração.

Ps: estou terminando um capítulo de outra fanfic, mas em seguida em corro para cá para responder todos os comentários que vocês, tão belamente, me presentearam com eles <3
Obrigada, de coração <3

Capítulo 2 - Para sempre


Fanfic / Fanfiction The Flame In Your Heart - Para sempre

P.O.V Baekhyun

O eco dos passos em sincronia era a única coisa que rompia o silêncio absoluto.

Estávamos em terreno aberto, vulneráveis a qualquer emboscada; mas, de alguma forma, a imagem imponente do capitão Park, liderando seus soldados à frente de batalha, dava-nos algum conforto e fazia com que o medo, presente desde o momento que descobrimos nossa marcha em direção à guerra, parecesse diminuir; dando-nos uma coragem que, até então, acreditávamos ser inexistente.

Com um único movimento, a mão levantada acima de sua cabeça, o capitão brecou todo um exército no mesmo lugar.

_Preparem-se!_brandiu em altas vozes; seu tom firme não tremendo um segundo sequer, mesmo que estivesse na linha de frente com o inimigo.

Engoli em seco, segurando a espada com força entre meus dedos pouco firmes.

Erguendo-me minimamente nos pés, consegui ver além da fileira de ombros à minha frente e, quando o fiz, abafei um arquejo alto; os olhos arregalados mal piscando ao visualizar a massa de homens que corria até nosso singelo exército.

Mesmo daquela distância eu podia distinguir o brilho nos olhos daqueles homens; um brilho que alegava matar seus semelhantes por diversão acima de qualquer coisa.

Eram assassinos treinados que desempenhavam seu papel sem hesitação.

A calma, que até então impregnava nosso exército, pareceu dispersar quando todos perceberam o suficiente: tínhamos chances pequenas de sair vivos dali; se conseguíssemos seria apenas um seleto grupo. No fim, todos sabiam o desfecho daquela história.

Observei, com o canto dos olhos, alguns soldados trocando olhares nervosos uns com os outros, enquanto tantos outros apenas aceitavam a situação e pareciam dizer um adeus mudo aos seus camaradas.

Respirei fundo e implorei, com todo o meu ser, que mesmo que minha guerra houvesse chegado ao fim, ainda assim, que Mulan saísse viva de sua própria; que a aurora que eu não veria acordar nas próximas horas clareasse a visão de minha irmã. E que, até que todo esse caos terminasse, ela conseguisse viver e retornasse à nossa casa, trazendo consigo as cicatrizes da guerra, pois aquele seria um lembrete de que sua jornada como aventureira, que ela sempre ansiara possuir, havia findado e tudo que ela precisava agora era encontrar alguém para lhe fazer feliz para o resto da vida; alguém que apagaria o horror da guerra e do sangue derramado; alguém que traria luz aos seus dias escuros.

Quando ergui meus olhos novamente, concentrado na grande massa de corpos que quebravam o restante da distância até nós com suas armas em punho, meu olhar se deteve no homem que agora estava sob solo firme, o olhar pétreo ignorando os inimigos que avançavam mais e mais até suas costas.

_Morrer ou viver, tudo depende de vocês._iniciou o capitão, olhando seus homens bem dentro de seus olhos, deixando uma mensagem explícita a todos eles_Espero que tomem a decisão certa, soldados._finalizou sem emoção alguma; tão indiferente quanto havia começado seu pequeno discurso.

Meu olhar se cravou em seu rosto naqueles últimos segundos, desejando, profundamente, que tivéssemos mais tempo.

Como um imã, os olhos castanhos do capitão Park se voltaram para mim.

Não houve grandes emoções.

Não necessitava de nada visível para que eu entendesse o que ele me pedia, mesmo que de forma tão crua:

“Fique vivo.”

E, pela primeira vez desde que saí do conforto de uma vida medíocre e destinada a perecer o mais breve o possível, eu percebi que desejava lutar; não pelo império e nem pela minha própria família. Eu desejava lutar por algo que jamais almejei ter: um futuro.

Com a espada em mãos, mesmo que de forma desengonçada, me juntei ao lado dos demais homens e ecoei um grito em conjunto, enquanto avançávamos até nossos inimigos.

***

P.O.V Autora

Seria inacreditável dizer que Baekhyun sobrevivera. Desde o princípio o garoto sabia que não tinha chances, ainda mais quando sua saúde se mostrava cada dia mais debilitada.

Mas havia algo que o Hua não contava.

Em meio ao chocar de espadas, ao sangue jorrando despudoradamente por todo o campo de batalha, enquanto os corpos se acumulavam mais e mais aos seus pés, Baekhyun percebeu o sentido de estar ligado para sempre aos seus companheiros de guerra: a confiança.

Se lhe dissessem que pessoas arriscariam a vida por si, que quando erguesse sua espada para tentar avançar contra o inimigo outros estariam ali para garantir que ele não sairia machucado, o Hua teria rido daquela afirmação.

Mas agora, enquanto mirava o céu cinzento, lágrimas escorrendo pelas laterais de seu rosto, tudo que Baekhyun se perguntava era o que fizera para merecer tamanha lealdade.

Viu mais soldados do que poderia contar correrem ao seu socorro, sem nem pensarem duas vezes. Não faziam aquilo imaginando saírem vitoriosos; apenas o faziam porque na guerra há apenas um lado amigo e, naquele momento, todos os soldados não vislumbravam correrem de seus destinos, pelo muito contrário: demonstravam, com suas próprias vidas, que eram dignos de serem reconhecidos como mais que grandes heróis do império: reconhecidos como verdadeiros irmãos de guerra.

Baekhyun fungou baixo.

O tempo, após o caos precedente, se tornara frio e silencioso; rompido raramente por sussurros de ajuda entre os soldados sobreviventes.

Baekhyun deveria gritar que estava ali, soterrado pelo cadáver de um de seus inimigos, mas não o fez; por algum motivo não conseguia falar. Algo estava incrivelmente errado consigo, isso ele tinha perfeita certeza. Mas, fosse o que fosse, estava pressionando algum lugar de seu tronco dolorosamente, impedindo-o de clamar por ajuda.

Embora não soubesse dizer quanto tempo passara, ainda assim o Hua continuara esperando. Implorando aos deuses que não esquecessem de si; que lhe dessem uma segunda chance de viver, mesmo que por um curto período de tempo.

Pela primeira vez, Baekhyun percebera que tudo que desejava era poder visualizar mais uma vez os olhos daquele que havia entregado seu coração e alma sem importar-se com as consequências.

Então, enquanto lutava para respirar dificultosamente e manter-se são, ele apenas se concentrou no caramelo dos olhos do capitão Park, pois a dor, mesmo que latente, parecia diminuir gradativamente quando se pegava engolfado no êxtase daquela lembrança.

A noite caiu, cegando-o por completo.

Ao seu redor homens se movimentavam lentamente, tendo o cuidado de socorrer os feridos e deixar os cadáveres para depois.

Pacientemente, firme de uma forma que jamais imaginara ser possível, o Hua ouvira e vira tudo ao seu redor, incluindo os primeiros raios da aurora que jurou não poder nunca mais visualizar.

Sabia que restava pouco agora.

Por mais que tentasse, Baekhyun sabia que não poderia lutar mais com a morte que velara sua presença nas últimas horas.

Queria desesperadamente ver novamente o capitão; seu coração ansiava por aquilo mais do que poderia descrever, mas não conseguiu evitar que seus olhos fossem perdendo o foco e sucumbindo a inconsciência.

Porém, foi com um sorriso pequeno e verdadeiro que Baekhyun agradeceu aos céus por mergulhar naqueles olhos castanhos novamente mais uma vez antes de atingir o vazio de sua própria mente.

***

P.O.V Baekhyun

Duas semanas depois...

Minhas vertebras reclamavam do desconforto daquela posição; como se houvessem ficado muito tempo imobilizadas.

Corri os olhos pela tenda, percebendo que era a mesma que vislumbrara visitar em alguns momentos durante as primeiras semanas de treinamento, quando um ou outro ferimento mais grave acontecia durante os terríveis duelos de espada.

Embora tudo estivesse bem claro em minha mente, ainda assim me vi confuso pelos leitos improvisados estarem quase todos vazios; como se houvessem poucos feridos para se tratarem.

Um frio assustador percorreu minha espinha ao me dar conta do que poderia ser o motivo daquela aparente desocupação: não haviam restado sobreviventes o suficiente para ocuparem aqueles catres.

Tentei me sentar de súbito, mas uma fisgada em meu abdômen me impedira de realizar o ato, me prendendo a mesma posição desconfortável de outrora.

_Finalmente você acordou, soldado!

O cumprimento me pegou desprevenido e quase soltei um xingamento pelo susto.

Um homem de rosto fino e olhos característicos, que parecia visivelmente não dormir há muitos dias, me direcionava um sorriso tranquilo, aquietando qualquer tipo de alerta que meu corpo começara a formar segundos antes.

_Estava começando a achar se valia a pena insistir em você..._falou despreocupado, como se não estivesse pesando uma vida em sua balança_Mas provavelmente eu seria esquartejado em praça pública se não o fizesse._disse risonho, enquanto arrumava algumas ataduras perto de meu leito e erguia vez o outra os olhos em minha direção, como se conspirasse uma piada que apenas ambos compartilhávamos.

Engoli em seco, percebendo minha garganta arranhar com o aquele simples ato.

_Está com sede?_perguntou o outro, parecendo não estar surpreso com aquilo, enquanto levava uma tigela de barro até um jarro em cima de sua pequena mesa de trabalho e enchia-o até a boca, entregando o mesmo em minhas mãos em seguida.

Tentei me sentar para beber, mas novamente fui obrigado a brecar a mim mesmo.

_Eu lhe ajudo._falou o estranho, enquanto erguia parcialmente minha coluna e a sustentava com seus braços, me dando tempo o suficiente de saciar minha própria sede.

Deitado novamente, sentindo meu corpo agradecer por aquela pequena quantidade de água, encarei o homem que me olhava curioso, um sorriso de canto moldando seus lábios finos.

_Hua Baekhyun, certo?_perguntara sem rodeios, parecendo já deter tal informação, mas ansiando por uma afirmação de minha parte.

Acenei brevemente, o cenho franzido para si.

Haviam se passado apenas algumas semanas desde que deixei meu vilarejo para me aventurar nos campos de treinamento. E mesmo que não fosse muito tempo, ainda assim saberia dizer se já houvesse visto aquele homem pelo acampamento.

Ele era, agora mais do que qualquer coisa, uma incógnita que eu não conseguia decifrar.

_Você ficou bastante tempo desacordado, meu caro amigo. Diria que foi até um milagre sobreviver depois. Na verdade, eu serei ainda mais honesto com você: dá minha parte, como curandeiro bem ciente de sua condição física,..._ele arqueou uma das sobrancelhas, deixando implícito em sua fala que já havia revirado meu corpo o suficiente para perceber seu estado pouco confiável_eu não teria insistido em poupar sua vida. Não me leve a mal..., mas durante uma guerra somos obrigados a colocar uma vida acima de outra, sabe?_ditou sincero.

Embora suas palavras fossem como farpas adentrando minha pele sutilmente, eu sabia que ele estava certo: em momentos como aquele, onde um soldado capaz de se recuperar prontamente para guerra estivesse competindo um leito com alguém como eu, deveriam se tomar decisões sábias; decisões baseadas na vitória e no mais apto para a mesma.

Portando, estranhamente, não me vi ressentido com aquele curandeiro; pelo contrário: dirigi minha infelicidade apenas a mim, que desde sempre não fora forte o suficiente para gozar de uma vida saudável.

_Eu entendo._falei sincero, enquanto os olhos perspicazes daquele homem continuavam a me analisar com curiosidade evidente.

_Então, mesmo eu tendo ditado que suas chances eram ínfimas comparada aos demais feridos, por que ele continuara insistindo? Por que fora tão incisivo em salvá-lo?_questionou mais a si mesmo do que a mim, como se debatesse consigo aquelas questões a todo o segundo, curioso demais para refrear a sua sede pelo assunto alheio.

Muito embora ele não houvesse citado nomes, eu não era estúpido a ponto de não entender de quem ele falava.

Tentei evitar sorrir, mas não pude.

Não era por ele ter insistido em poupar minha vida que eu sorria; mesmo se houvesse optado pelo caminho inverso, ainda assim eu sabia que lhe perdoaria, pois ele apenas estava desempenhando seu papel como responsável pela sua tropa.

Mas o que realmente me fazia sorrir agora, aliviado pelas palavras daquele estranho, era o fato de ele estar vivo; do capitão Park estar vivo e bem.

Não percebi a tensão que se alastrava pelo meu corpo até suspirar perante aquela sentença.

_Ele está bem._sussurrei em êxtase, pouco me importando com o brilho nos olhos do homem à minha frente, como se houvesse acabado de confirmar uma suspeita.

_Isso é..._começou o homem, mas parou assim que percebeu uma terceira figura se materializar dentro da tenda, atraindo nossa atenção instantaneamente.

Seus olhos continuavam o mesmo tom castanho que, hora ou outra, também conseguiam metamorfosear-se em caramelo; quando mais tranquilos e livres de todo a pressão.

O rosto, tão sério quanto eu lembrava visualizar segundos antes do caos se alastrar ao meu redor, observava-me impassível; não denunciando alivio ou qualquer outro tipo de sentimento.

_Deixe-nos a sós._ordenou com o tom ameno, sem de fato direcionar nem mesmo um mísero olhar ao homem ao lado de meu leito.

_Sim, senhor._respondeu o outro, o tom divertido não passando despercebido por mim; porém sendo ignorado prontamente pelo capitão, que apenas continuava a me encarar ao longe.

O homem se afastou, deixando-nos sozinhos a nos encarar; incapazes de quebrar o contato visual que se formava.

Eu queria poder ter a mesma coragem que tive naquela noite quando arrisquei minha própria vida apenas para declarar um amor que jamais imaginei sentir.

Mas a certeza do fim, a mesma que detinha quando avancei contra sua espada sem medo algum, não estava batendo à minha porta incansavelmente. Havíamos estado em campo de batalha juntos e, por mais que eu soubesse ter me ferido e visse as escoriações que desenhavam a pele do outro, ainda assim estávamos ali, após tudo isso, vivos. Capazes de aproveitar mais momentos, mesmo que curtos, de algo intenso e verdadeiro.

Saber daquilo me alegrava, mas, ao mesmo tempo, me fazia recuar em vergonha.

_Obrigado._disse o capitão, quebrando o silêncio que parecia se arrastar incansavelmente; a postura imóvel aos pés de meu leito.

Senti meu cenho se franzir àquela sentença.

Muito provavelmente, o capitão Park percebeu o ponto de interrogação que parecia se iluminar em meu rosto, pois, segundos após, me dava seu agradecimento por completo, me fazendo cair mais e mais dentro de um turbilhão de sentimentos:

_Obrigado por viver.

Silenciosamente, uma lágrima correu pelo canto de meu olho direito, enquanto eu experimentava aquela nova sensação.

Por anos eu havia vivido precariamente, sempre necessitando da ajuda de terceiros para não sucumbir.

Muito embora eu soubesse que todos me amavam e não hesitariam em fazer o possível para me ajudarem, ainda assim ninguém entendia o fardo que era viver a base de um corpo tão debilitado como o meu era.

Nunca ninguém havia parado para pensar aquilo: que era complicado apenas respirar para mim, algo tão banal para todos os outros. E, enquanto o capitão Park me olhava e dizia aquelas simples palavras, eu sabia que ele não agradecia apenas por ter sobrevivido ao massacre, mas agradecia muito além daquilo; agradecia por ter vívido dia após dia e por tê-lo conhecido em meio ao caos da guerra.

E muito embora aquelas simples palavras não parecessem nada a qualquer expectador que as ouvisse, enquanto o capitão Park dava-me as costas e desaparecia do lado de fora da tenda, ainda assim eu soube que aquela sentença era o mais perto de um “Eu te amo” que ouviria dele.

E eu nunca reclamaria disso; pois ele acabara de me dar o presente mais belo de todos: a razão para estar vivo.

***

Dois meses depois...

Com duas costelas fraturadas, me tornei ainda mais impotente em meio à guerra. Aquele fato ficou bem visível para qualquer um que me observasse apenas andar; era como ver um ancião curvado em sua própria casca.

Aquela nova realidade era ainda mais triste que minha anterior e, silenciosamente, fui obrigado a me juntar ao curandeiro Zitao sob as ordens do capitão Park, alegando que minha ajuda na ala médica seria mais proveitosa do que interferindo no treinamento dos demais soldados.

Talvez toda aquela situação se tornasse suportável, caso não fosse a indiferença crescente que advinha do capitão em relação a mim.

Durante dois meses, desde que acordei até o momento que fui forçado a virar auxiliar do curandeiro falante que insistia em me atormentar com suas elucubrações, não recebi mais nenhuma atenção do capitão Park; seja em forma de um olhar ou de palavras...nada havia mudado.

Muito embora eu soubesse que não poderia pedir nada, não quando não tínhamos sequer uma história juntos, ainda assim me vi frustrado pela indiferença dele.

WeiWei uma vez disse que o ciúmes era corrosivo e multilava-nos de todas as formas por dentro e, apesar de não entender o sentimento, me vi ansiando por senti-lo uma única vez sequer, pois era duas vezes melhor sentir o caos desnorteador do ciúme, do que sentir apenas pena de si mesmo.

No fim das contas, embora eu desejasse estar errado, me vi cada vez mais cativado em apenas uma hipótese: o capitão Park não me evitava por não ter tempo ou por desejar que eu me recuperasse um pouco mais; talvez toda sua indiferença estivesse apoiada apenas em um pilastre; um que me fazia o ser mais miserável do mundo: talvez, para minha total infelicidade, o capitão Park apenas tivesse se dado conta de que eu era apenas aquela casca oca e podre, prestes a perecer.

E, sentindo que não poderia se contaminar em um relacionamento que não tinha chances nenhuma de possuir um futuro, ele apenas manteve a distância, pois, no fim, por que insistir em algo que pode machucar, quando fechar os olhos era mais eficiente?

***

Três meses depois...

Soldados do Sul, vitoriosos de sua última batalha, haviam mandado reforço ao nosso exército singelo, por conta do número espantoso de perdas durante uma emboscada a caminho da batalha.

Todos os dias, mesmo que a distância, eu o observava de longe; recebendo um olhar de pena por parte de Zitao que, com o passar do tempo, percebeu a profundidade da grande cicatriz que marcava minha pele, e já não tocava mais no assunto por zelo de não me ver mais cabisbaixo do que eu já estava.

Com a pele bronzeada marcada por batalhas que não pude vivenciar ao seu lado, o capitão Park continuava brandindo ordens aos seus soldados; tão eficiente quanto há meses atrás, quando o conheci.

Embora suas feições continuassem as mesmas, destonando apenas da soma de cicatrizes em seu corpo e dos cabelos compridos demais para seus olhos, ainda assim existia uma redoma de vidro ao redor dele; mantendo toda e qualquer pessoa afastada, como um aviso claro que não aceitava aproximação.

Acatando a um pedido mudo, apenas continuei existindo dia após dia ao lado de Zitao, auxiliando-o calado; enquanto sentia algo mais preocupante do que meus ossos se partirem: meu coração.

***

Um ano depois...

_AJUDE-O!_implorou um soldado com o braço enfaixado, enquanto arrastava o corpo de seu camarada como podia; adentrando a tenda de forma invasiva, muito embora a mesma se encontrasse com lotação máxima.

O corpo do homem foi acomodado no chão, principalmente pelo fato de não possuir leitos disponíveis.

Inclinei-me no chão de terra batida e, utilizando como base todo o ensinamento que Zitao prontamente me oferecera durante aquele período de tempo, chequei seus primeiros sinais de vida; ignorando o fato de que havia sangue demais para sequer cogitar as primeiras hipóteses de onde provinha.

Suspirei fraco ao levantar os olhos e encarar o sofrimento daquele homem que, inocentemente, percebia que havia socorrido tarde demais seu amigo.

_Eu sinto muito._falei baixo em respeito, mas o suficiente para que o homem pudesse ouvir.

Uma das coisas que havia aprendido, mesmo que estivesse atuando nos bastidores de uma guerra, era que a luta não era apenas corporal; mas sim psicológica.

Aceitar a morte e o sangue derramado, eram preços altos demais para a maioria das pessoas; portanto não me impressionei quando a mão do homem se fechou em minha garganta, os olhos injetados por uma negação ferrenha; que não aceitava que eu desse fim a uma vida.

Tossi um pouco, sentindo a falta de ar me sufocar.

Zitao, mesmo que estivesse ocupado em um dos catres, a roupa empapada de sangue, correu em meu auxílio; tentando me livrar das garras daquele homem que, entorpecido pela realidade assustadora, perdia a razão.

_Largue-o!_comandava Zitao, mas sua estrutura fraca o impedia de ir mais além de uma tentativa de ajuda, não tendo muito êxito.

Senti minha visão embaçar gradativamente.

Aquilo já havia ocorrido em outros momentos, não era uma surpresa; mas mesmo que não fosse uma surpresa, ainda assim era amedrontador.

_VOCÊ VAI MATÁ-LO!_a voz de Zitao, como nunca ouvira antes, subiu uma oitava; foi então que percebi que ele realmente tinha razão: meus pulmões estavam chegando ao seu ápice; não poderia segurar a inconsciência muito mais.

Como um golpe contra minha garganta, me vi ser liberado daquele aperto em questão de segundos, sugando com fervorosidade e sentido as lágrimas brincarem em meus olhos, a medida que inspirava uma grande quantidade de ar; o rosto grudado ao chão, enquanto Zitao esfregava ininterruptamente meu peito, como se para ajudar na circulação do oxigênio.

Um par de mãos me ergueu do chão e me acomodou sentado, tornando aquela posição mais fácil de absorver o ar.

O cheiro de sangue foi a primeira coisa que me atingiu quando me vi voltar completamente aos meus sentidos.

Embora seus olhos fossem a primeira coisa que me prenderam a Terra, ainda assim o corpo do homem ao seu lado, morto em uma expressão de pânico eterna, me atraiu até si.

O capitão Park pareceu perceber minha contradição àquele tipo de tratamento, mas suas feições não se suavizaram; pelo contrário: se tonaram mais duras.

_Era ele ou você._disse incisivo; sem nenhum tipo de emoção.

_Então deveria ter poupado trabalho.

Um ano e meio depois.

Embora eu não devesse contar, ainda assim eu estava fazendo-o.

Nossas últimas palavras tinham aquele período de tempo e, desde então, se mantiveram num silêncio sufocante, me golpeando insistentemente sem compaixão, enquanto ele apenas vestia sua armadura de homem impassível.

Muito embora não tivéssemos vivido uma verdadeira história de amor, ainda assim eu não conseguia aceitar que algo que parecera tão significativo, mesmo que breve, pudesse ter tido tão pouca importância dessa maneira.

Portanto, ao lhe dirigir aquelas palavras, eu desejava exatamente isso: ser cruel; lhe ferir. Causar qualquer tipo de reação naquele homem que se tornara, ainda mais, uma pedra de gelo inquebrável.

Para minha felicidade e, logo em seguida, infelicidade; vi meu objetivo ter êxito e presenciei, com certa satisfação, a tristeza perpassar aqueles olhos castanhos, para logo em seguida sumir, a medida que ele mesmo se distanciava do caos que havia deixado para trás.

Zitao, ao meu lado, apertou meus ombros, tentando passar um pouco de conforto, muito embora soubéssemos quem, de fato, havia saído machucado daquela pequena vingança.

***

Cinco meses depois...

As primeiras notícias vieram de um mensageiro longínquo, o qual enaltecia, em altas vozes, o sucesso da empreitada militar que o exército do Sul estava tendo.

Fazia muito tempo que eu havia parado de ter esperanças que minha irmã pudesse ainda estar viva; mas naquela tarde, enquanto ouvia as primeiras notícias do Sul em meses, eu senti algo estranho ao mencionarem o nome Hua; o filho prodígio que de mero soldado, agora começava a liderar lado a lado com o grande líder do exército do Sul: capitão Lee Shang.

As notícias, dadas em altas vozes, no meio do acampamento militar, fez com que o olhar de muitos curiosos, que me conheciam como o filho de Hua, me inquerissem abertamente naquele simples gesto.

Mas foram os olhos dele, sérios e franzidos, que chamaram minha atenção em meio a tantos outros.

Silenciosamente, apenas voltei para o porto seguro que a tenda da ala médica se tornara.

Eu sabia que seria questionado, uma hora ou outra, pelo aparecimento de um segundo Hua; sabia que as novas notícias haviam plantado a semente da desconfiança, mas não me importava. Eu empurraria aquelas informações o quanto pudesse.

Pois empurrá-las significava apenas uma coisa: eu estaria protegendo-a; eu estaria protegendo minha irmã, mesmo que de longe.

***

Seis meses depois...

Sentado perto da fogueira, aquecendo-me precariamente do frio de uma noite congelante, ignorei o fato de um par de olhos se depositar sobre mim, assim como havia feito há quase três anos atrás, me dando esperanças para logo apaga-las.

Zitao, ao meu lado, esquentava as mãos em uma caneca de barro com algo fumegante; um chá que dizia fazer bem a si quando o sangue que via era demais para manter a mente limpa.

Estávamos mergulhados no mais profundo silêncio, quando o mesmo fora rompido por um homem baixinho, de grandes olhos expressivos e que, sem perceber, buscou aquilo que tanta receava: a amizade em meio à guerra.

_Cubra-se; se continuar assim vai congelar até os ossos._instruiu, como se repreendesse também.

O pano, mesmo que fino, era acolhedor sobre meus ombros minúsculos; passando algum tipo de calor humano que nem mesmo a mais quente das fogueiras conseguira fornecer.

Olhei para Kyungsoo com um sorriso mínimo nos lábios, vendo-o se remexer inquieto e tentar evitar meu olhar constrangedor.

_O que foi?_perguntou o garoto por fim, olhando de mim para Zitao com uma impaciência característica de si.

Naqueles dois anos em meio, embora tudo parecesse um grande borrão doloroso e escarlate em minha memória, ainda assim nada se comparava ao sopro de vida que a amizade de Zitao e de Kyungsoo me forneceram.

Todas as noites, antes de dormir, eu só tinha certeza de uma coisa: se amanhã eu morresse, a única coisa que gostaria de lembrar completamente era daquela sensação acolhedora do afeto de ambos, mesmo que dado de forma tão errônea.

_Você é surpreendente, Kyungsoo._admiti, encarando-o em agradecimento.

Zitao, ao meu lado, assentiu sorrindo, enquanto brincava com seus dedos na caneca de barro, absorvendo a quentura da mesma.

Kyungsoo se levantou, parecendo desconfortável em ouvir aquilo, se afastando em seguida; o olhar perturbado não abandonando seus grandes olhos um segundo sequer.

_É um bom homem, sabe? Ele só não se deu conta disso ainda._falou Zitao, como se debatesse consigo mesmo o fato de Kyungsoo fingir indiferença, quando, na verdade, transbordava amabilidade.

Assenti em silêncio,  fechando mais e mais o pano em volta dos meus ombros; sorrindo fraco pela sensação que aquele simples gesto de cuidado passava, principalmente quando a guerra fazia questão de aniquilar quaisquer vestígios do mesmo.

Como um imã, meus olhos foram atraídos para ele.

Era algo instintivo que eu mal me dava conta.

Mas, embora devesse ficar chateado comigo mesmo por cair mais uma vez em minha própria fraqueza, ainda assim, me vi agradecendo por aquele pequeno deslize.

O homem, sempre coberto por uma armadura de aço, agora desmontava-se à minha frente; o sangue dilatando suas pupilas, enquanto deixava claro aqueles sentimentos descritos por WeiWei tão prontamente em sua jornada como uma eterna apaixonada: ciúmes.

Não pude evitar sorrir, não de contentamento; mas por achar graça na hipocrisia daquele gesto.

E, imitante há anos antes, o primeiro a desistir daquela batalha visual se levantou e marchou para longe.

Eu imaginava para onde ele iria.

Talvez aquele fosse um pedido não dito para que eu o seguisse.

Mas, em meio a dois anos e meio de um silêncio sufocante, eu aprendi não apenas a entender os pequenos sinais, mas também a tomar para mim sentimentos como o amor próprio e o orgulho.

Então, foi com tais sentimentos que ignorei aquela deixa e segui para o lado contrário: para a tenda da ala médica, onde eu estaria protegido de toda e qualquer confusão que o capitão pudesse implantar ainda mais em mim mesmo.

***

Seis meses depois...

Minhas mãos penduraram a última plaqueta de madeira no varal improvisado na lateral da ala médica, enquanto sentia o peso daqueles nomes esculpidos tão insignificantemente pesarem ao meu redor, como se julgassem a todos pelo seu desfecho.

A situação para o lado Norte não estava tão favorável quanto para o Sul. O capitão Park, mesmo sendo eficaz como ninguém ali o era, ainda assim estava tendo de lidar com fortes baixas em seu exército, enquanto no Sul, Lee Shang e minha irmã faziam milagres, desbravando novos territórios e voltando de batalhas com seu exército intocado.

Se por um lado eu estava completamente aliviado por Mulan estar bem e viva, por outro eu me via apreensivo como nunca estivera antes, tendo o capitão Park na mira direta de nossos inimigos e, diferente de Mulan, sem um exército bem preparado para guerrear ao seu lado.

Embora nada tivesse mudado de forma no que dizia respeito a mim e o capitão, ainda assim meu coração se encolhia ao imaginá-lo em campo de batalha.

Havia a indiferença do Park que nos separava, mas, mais do que ela, eu sabia que nosso pior problema era o orgulho; um que havíamos plantado tão bem enraizado que nos fazia ignorar o fato de estarmos desperdiçando um tempo precioso apenas para não ser o primeiro a dar o braço a torcer.

E o motivo de estarmos fazendo aquilo era o que realmente incomodava, pois tratava-se de uma incógnita para mim.

_Ficar olhando para seus nomes não trará eles de volta.

Ele tentava cansativamente aparentar indiferença, mas naquele instante, eu poderia detectar tranquilamente o tom culpado por detrás de sua repreenda. No fim, mesmo que não fosse aquele que merecesse levar a culpa pelos mortos, ainda assim ele a pegava para si; afundado em sua própria bolha de tristeza.

Não me virei para olhá-lo.

Se o fizesse, com toda certeza, não teria a mesma coragem que sentia borbulhar em meu interior e se materializar em forma de palavras; portanto, apenas estagnei no mesmo lugar, olhando para além das plaquetas e fazendo um último pedido em voz alta, mesmo após tantos anos de silêncio infindável:

_Você se lembra, certo?_perguntei em um sussurro, revivendo a memória mais feliz de minha existência, ao passo que também sentia a dor que relembrá-la causava em meu interior.

O silêncio foi sua deixa para que eu não me brecasse, para que eu continuasse a falar, sem me importar com as consequências:

_Do que você me pediu naquela vez._expliquei, ouvindo o tom trêmulo em minha voz_Talvez eu tenha interpretado errado, mas naquele momento, enquanto nossos inimigos vinham com suas espadas em nossa direção, eu podia jurar...

_Eu lembro._cortou-me, sua reposta saindo em um único sopro; como se necessitasse se libertar de dentro de si antes que sufocasse.

Reprimi um arquejo, sentindo meus olhos marejarem àquela afirmação.

_Eu estava certo então? Não foi apenas minha imaginação?_questionei baixo, fungando acima das palavras.

Um par de mãos se depositou em meus ombros, me fazendo encolher instintivamente; não porque eu tivesse medo, mas porque seu toque, que há tempo não sentia, tinha um poder arrebatador em cada partícula do meu corpo.

Com um cuidado indescritível demais para mãos tão brutas, o capitão Park me virou para si e sustentou meu olhar, a surpresa de ver o reflexo do meu marejar em seus próprios olhos me desestabilizando por completo.

_Não foi sua imaginação._afirmou com veracidade.

_Então me faça esse favor amanhã; certifique-se de fazer aquilo que me pediu em silêncio um dia._pedi, tentando controlar os soluços baixos que ecoavam de minha garganta_Fique vivo._implorei, deixando explícito toda a extensão daquelas palavras.

Nossos olhares se sustentaram por mais alguns segundos, fundidos um no outro como se não pudessem se desprender; ao longe, o som do vento chacoalhando as plaquetas, era como a única música que rompia aquele silêncio confortável que nos cercava.

Talvez eu estivesse cego demais para perceber, ou talvez a indiferença do Park tenha agido como propulsor de toda aquela confusão, me tirando a atenção e direcionando-a para minha própria raiva, quando a resposta estava bem ali, em todo aquele momento: mesmo que o capitão nunca fosse admitir, a única coisa que nos separava não era sua indiferença, mas sua insistência em tentar fingir que não se importava, quando, a única coisa que ansiava, era impedir que eu me machucasse ainda mais a cada partida sua para o campo de batalha.

Eu compreendia isso agora.

Mas já não fazia mais diferença: de toda forma, era tarde demais para fazer qualquer outra coisa a não ser rezar para que, em algum lugar alguém ouvisse minhas preces, e o trouxesse novamente para mim, vivo e bem.

No fim, eu percebi que não necessitava estar ao lado do capitão para me sentir feliz, bastava saber que ele estava vivo para que eu soubesse que conseguiria; para que soubesse que ainda existiam motivos para continuar a persistir.

***

Dois anos depois...

Sentei-me sob a pedra do riacho novamente, admirando a lua no céu.

Faziam setecentos e trinta dias desde que o exército do Sul deixara os campos de treinamento para ir de encontro ao grande ápice de toda aquela guerra.

Zitao, para minha própria infelicidade, também fora convocado para a mesma, auxiliando os possíveis feridos.

Kyungsoo havia seguido com o exército, junto do capitão Park.

Todos haviam ido; apenas eu fui obrigado a ficar apara trás, sob alegações de que seria mais um peso do que uma ajuda.

Não pude deixar de concordar com aquelas palavras, por mais duras que elas fossem.

No fim, todos sabíamos que eu seria inútil; já havia sobrevivido muito tempo para exigir que saísse ileso de mais uma empreitada militar; então apenas abaixei a cabeça e assenti, ficando para trás com alguns soldados que, segundo a seleção do capitão Park, não eram necessários em guerra.

Naquela noite, como em todas as outras, quando me vi soterrado pela saudade da companhia das três pessoas que se tornaram, de forma estranha, necessárias em minha vida, eu caminhei até o mesmo riacho que fora o cenário onde minha vida tomara um rumo totalmente diferente.

Com o mesmo pano fino de anos antes, dado por um Kyungsoo inconformado por estar criando laços, eu me sentei na rocha saliente da beira do riacho, admirando o manto do céu e a luz ofuscante que advinha da lua.

Naquele silêncio inquebrável, eu apenas fechei os olhos e ditei seus nomes a ninguém específico, apenas fazendo o possível para não esquecê-los; fazendo o possível para manter minhas esperanças, mesmo que elas fossem pequenas demais para se apoiarem.

***

Seis meses depois...

Zitao, deitado sob um dos leitos, repousava, respirando com dificuldade, enquanto fingia ignorar o fato de não haver nada onde deveria existir seu braço direito.

Sentado ao seu lado, velei seu sono por vários dias; tomando o cuidado para mantê-lo hidratado e cuidar de seus curativos, ao mesmo tempo que tomava sua mão esquerda e o confortava nas noites de pesadelos e dor incomensurável.

A primeira vez que havia visto Zitao, o descrevi como alguém cujo necessitava de uma noite de sono ininterrupta. Naquele época era apenas isso que tomava os arroxeados ao redor dos olhos do curandeiro. Mas agora, quando ele parecia tão perto do fim, a única coisa que eu imaginava era o quão boa saúde ele gozava naquele tempo e eu, inocente demais, não percebera.

_Sabe o que eu queria?_soltou em uma madrugada onde a dor atingiu o ápice, afugentando sua tentativa de sonhar.

Segurando minhas próprias lágrimas, tentando ser forte por nós dois, enquanto Zitao chorava copiosamente em agonia, eu apenas o incentivei a falar; a continuar falando a qualquer custo, pois o cessar de sua voz era meu grande medo desde que recebi seu corpo na ala médica, totalmente incapacitado de almejar um futuro.

_Queria poder ouvir minha mãe cantarolar novamente a canção das montanhas. Ela sempre fazia isso quando eu sentia medo._falou engasgando em suas próprias lágrimas.

Senti o nó em minha garganta se apertar mais ainda.

Zitao, como curandeiro, sabia que não possuía chances de sobreviver a infecção que se alastrara após ter seu braço decepado.

Ele estava ciente de seu fim e, naquele instante, implorava por ver seu último desejo cumprido.

Pigarreei alto, me aproximando mais de si, uma de minhas mãos apertando a sua com veemência, enquanto minha outra se ocupava em acariciar seus cabelos; sustentando a todo momento seu olhar doloroso.

_Quando o sol se erguer e a chuva cessar, caminhe contra o vento, pois seu caminho encontrará..._iniciei, sentindo os soluços interromperem vez ou outra a melodia, mas não me importei, não quando Zitao sorria parcialmente para mim, seu aperto em minha mão quase uma carícia, de tão fraco que o era_No ponto mais alto da montanha sem fim, o céu azul infinito ditará o seu findar.

Zitao engasgou em agonia, mas não desviou os olhos; era chegado o momento, mas ele queria ouvir até o fim. Ele precisava daquela mísera paz para seguir em frente.

_Não tenha medo de seguir adiante, a nova jornada o chama para que a vida o abrace novamente._os olhos de Zitao se estreitaram mais e mais, tornando-se apenas fendas_ No ponto mais alto da montanha sem fim, um novo capítulo sorrirá para ti._finalizei baixo, o choro se destacando acima de qualquer coisa.

Zitao suspirou uma última vez e ditou suas últimas palavras, caminhando para além das montanhas em seguida:

_Obrigado, Baekhyun.

***

Um ano depois...

As trombetas soaram por todo o acampamento e, antes que eu pudesse me deter, já estava do lado de fora da tenda médica, observando, esbaforido, as centenas de homens, todos de olhar vazio, expressões doentias e psicologicamente afetadas, adentrar o mesmo.

Meus olhos não precisaram procurar demais.

Ele vinha à frente, a expressão modificada minimamente, enquanto todas as cicatrizes de uma guerra interior o tornavam um homem fadado a levar consigo todas as memórias de um tempo doloroso em campo de batalha.

Muito embora eu soubesse que não deveria apenas me importar com aquilo, ainda assim não consegui evitar sentir o alívio por vê-lo manter sua promessa.

Ele havia voltado vivo; com muitas cicatrizes ilustrando sua alma, mas, ainda assim, vivo.

Ignorando à todos que o encaravam, o capitão Park cruzou o acampamento e se dirigiu até onde eu estava, tornando impossível não sentir meu coração saltitar em meu peito.

Frente a frente, mesmo após tanto tempo, percebi que meus sentimentos em relação aquele homem não se modificaram um centímetro sequer, pelo muito o contrário: se tornaram mais fortes.

_Venha comigo._fora sua ordem, mesmo após anos de espera.

Embora eu pudesse sentir a pequena fagulha da decepção enquanto ouvia aquelas palavras, ainda assim agradeci por elas; aquilo era melhor do que nada.

Caminhei em seu encalço até o riacho familiar, o silêncio entre nós dois como uma terceira figura indesejável.

O capitão Park se virou em minha direção e, com um pesar que não compreendi de imediato, me ofereceu o objeto posto em sua palma da mão.

Deixei meus olhos se perderem naquele pequeno pedaço de madeira até entender do que se tratava.

Meus joelhos cederam e me senti, pela primeira vez na vida, egoísta por estar tão focado na figura do capitão para não perceber a ausência de outra pessoa.

O capitão Park se ajoelhou à minha frente e tomou para si minhas mãos, depositando a plaqueta coberta de sangue seco nas mesmas, enquanto as segurava em silêncio, compartilhando do meu próprio sofrimento.

Ainda em silêncio, apenas com meus soluços interrompendo-o vez ou outra, o homem ao meu lado me fez caminhar até o riacho e, juntos, limpamos o sangue que cobria os caracteres de um nome.

Os caracteres de meu grande amigo.

Minutos se passaram, enquanto apenas ficamos lado a lado em frente ao riacho. O capitão Park não soltou uma palavra a mais, pelo contrário: apenas deixou que eu chorasse o tanto que necessitava, sem me interromper uma única vez sequer.

Por fim, quando minhas lágrimas cessaram e tudo que restou fora a plaqueta em minhas mãos, pesando mais do que deveria, o capitão Park a retirou das mesmas e a prendeu ao lado das duas plaquetas que já se amontoavam perto de meu coração.

Lado a lado com minha própria plaqueta, vi a de Zitao dar boas vindas para a de Kyungsoo, enquanto eu tentava vislumbrar, mesmo mediante toda a dor, ambos caminhando lado a lado, rumo às montanhas e sua nova jornada.

***

Seis meses depois...

Meu pai sempre dizia que uma guerra modifica um homem; que o fato de ver sua vida passar por um fio a todo instante, enquanto presencia a morte de tantos companheiros, é razão o suficiente para que você comece a pesar suas decisões; que comece a querer aproveitar cada segundo, mesmo que ínfimo.

Percebi que meu pai estava coberto de razão nos meses que se seguiram a volta dos sobreviventes. O capitão Park, agindo de forma estranha e zelosa, sempre parecia estar por perto, procurando saber se eu estava bem e me convidando a caminhar consigo noite adentro, apenas no intuito de conversarmos e nada mais.

Comecei a achar, depois de certo tempo, que ele se preocupava com o fato de minha saúde ser instável demais para tentar qualquer outra coisa além de meus limites, então me vi obrigado a romper por mim mesmo, mais uma vez, aquela linha que delimitava sua cautela:

_Quando você vai me beijar?_perguntei em meio ao seu discurso sobre o armamento adicional que havia sido enviado do império aquela tarde, fazendo-o se calar imediatamente, ao passo que parecia extremamente surpreso_Desculpe ter de ser tão direto, mas você precisa deixar as coisas claras para mim; não sou bom em ter certeza sobre nada._esclareci, um pouco afobado demais para morder minha própria língua.

O capitão entreabriu os lábios dezenas de vezes, mas quando falou, a única coisa inteligente que conseguiu proferir fora a mais estúpida desde que eu o conhecera:

_Hã?

Não pude evitar sorrir com o quão embasbacado ele estava naquele segundo. Embora eu adorasse a forma firme que ele sempre parecia ter controle de toda a situação, ainda assim me vi encantado por aquela personalidade perdida e acanhada dele; era um lado seu que ele me permitia visualizar após anos no oculto completo.

_Preciso saber se somos amigos ou algo mais. Sei que é pressioná-lo demais, mas..._suspirei fundo, falando tudo rápido o suficiente para quase confundir a mim próprio_Eu preciso saber._soltei as últimas palavras com certo esforço, sabendo que minha expressão beirava a urgência e a ansiedade mais do que qualquer coisa.

Contrariando todas as versões que eu já imaginava conhecer do capitão Park, ele fez algo inesperado ao abrir um sorriso único em minha direção, retirando mais uma máscara de si mesmo e expondo-se à mim tão belamente.

Arquejei, pego de surpreso, enquanto o assistia se aproximar em passos lentos e beijar minha face, ruborizando em seguida a medida que eu sentia segui-lo em seu exemplo.

_Espero que isso responda sua pergunta._disse por fim, sorrindo envergonhado, enquanto olhava para seus próprios pés.

Meu queixo deve ter despencado aquela altura do campeonato, pois eu não estava preparado para aquele tipo de comportamento do Park.

_Você só pode estar brincando comigo..._falei pausadamente, encarando-o com os olhos arregalados.

Vi o outro erguer o rosto, confuso e parecendo ponderar no que havia errado, quando, sem esperar uma nova dose de fofura por parte do capitão, me ergui em meus próprios pés e selei seus lábios, um beijo tímido, mas que deixava claro que não esperava menos do que aquilo.

Os olhos castanhos brilhosos, arregalados em divertimento nítido ao findar do breve beijo, pareceram se divertir.

_Eu lhe esperei por anos, não vou mais me impedir de aproveitar ao máximo._alertei, quebrando o restante de distância entre nossos corpos e envolvendo seu tronco com meus braços, enquanto repousava meu rosto no mesmo, sentindo-o devolver o gesto e inclinar sua cabeça sobre a minha, o queixo depositado-se nesta.

_Que bom, quer dizer que não estou sozinho nisso._emendou, me apertando mais a si, enquanto, juntos, sentíamos nossos corações trabalhando no mesmo ritmo, como se fosse um só.

***

Seis meses depois...

Sentado entre suas pernas sob a mesma rocha que deu início aquela história, observava junto do capitão a noite estrelada, sabendo que aquela poderia ser a última que veríamos lado a lado.

Pode-se dizer que havíamos tomado tempo demais nos preocupando com peripécias e deixando o tempo fluir, diminuindo momentos entre ambos que poderíamos ter prolongado com o passar dos anos.

Mas não o fizemos e, muito embora aqueles últimos meses possam ser descritos como os mais felizes de toda a minha vida, ainda assim eu ansiava por mais; era egoísta o suficiente por esperar passar o resto dos meus dias ao lado daquele homem, jurando-lhe lealdade e amor eterno, mesmo que longe dos olhos alheios.

_Amanhã é o fim de todo esse sofrimento, certo?_me limitei a perguntar, sentindo os braços ao meu redor se estreitarem ainda mais, como se pudesse me fundir a si e me esconder das coisas ruins que derivariam daquela última batalha.

_Você não precisa temer nada. Estará seguro aqui._enfatizou, como se pudesse convencer a si mesmo que eu estaria bem no acampamento, mesmo que soubéssemos que tal poderia ser atacado a qualquer instante após a partida dos soldados para a guerra.

Sorri triste; se todo o problema fosse minha segurança, eu não estarei nenhum pouco preocupado.

Os soldados do Sul haviam recebido ordens direta do Império para se juntar aos do Norte e, juntos, caminhar para o confronto final que ditaria um vencedor e um perdedor.

Naquela noite eu não pesava apenas a vida do capitão em meu coração; Mulan estava em meus pensamentos também, enquanto ambos, sem desconfiar de nada, caminhavam lado a lado na dianteira de uma guerra sem fim.

_Você deve tentar cumprir sua promessa novamente._ordenei baixo, respirando fundo ao sentir a tensão que cobria todo o corpo do homem que me abraçava.

Aquela era resposta suficiente, mesmo que seus lábios se abrissem para soltar mentiras bem elaboradas: o capitão Park, pela  primeira vez desde que o conheci, estava com medo.

_Você tem medo; eu sinto isso._soltei, tentando fazer com que aquele nosso último momento juntos fosse o mais verídico o possível; coberto de uma honestidade que nos faltara nos anos que passamos lado a lado.

_É claro que estou com medo._afirmou ele de prontidão, me pegando levemente de surpresa.

O capitão Park que conheci nos últimos anos sempre fingia o máximo que conseguia; distorcendo a verdade até não restar mais nada. Mas o homem que esteve ao meu lado nos últimos meses, parecia uma cópia do primeiro, só que com uma grande diferença: ele era honesto, mesmo nos momentos que sentia vergonha por o ser.

_E por que o tem?_o pressionei, sentindo meus olhos formarem as primeiras lágrimas.

Se ele possuía medo, era porque não detinha a certeza que voltaria vivo para casa; vivo para os meus braços.

E, excluindo qualquer possibilidade de mentir, o Park disse aquilo que, assim como a primeira vez, soaria o mais perto de um “Eu te amo” que eu ouviria partir dele.

_Porque agora eu tenho motivos para retornar e isso torna as chances de sobreviver duas vezes mais baixas._esclareceu, me aninhando ainda mais em seus braços.

Fechei os olhos e chorei em silêncio, sentindo os pingos das lágrimas dele também molharem o topo da minha cabeça, enquanto sofríamos por algo que tinha noventa por cento de chances de acontecer.

***

Três meses depois...

Entre os sobreviventes nas últimas fileiras, me arqueei o quanto podia em reverência ao imperador. Ao meu lado, todos seguiam o mesmo gesto, agradecidos pelo fim de uma guerra.

Embora Mulan estivesse em pé em frente ao imperador, recebendo seus agradecimentos pessoais por todos aqueles anos liderando um exército vitorioso, ainda assim tudo parecia errado naquela cena, principalmente pela ausência do sorriso costumeiro que deveria estampar a face de uma campeã como minha irmã o era.

Mas tudo que moldava sua expressão era uma tristeza sem fim e tal tristeza parecera se tornar mais profunda e visível quando mencionado o nome do falecido capitão Lee Shang, seu companheiro de luta com quem, muito provavelmente, dividira mais do que um respeito entre colegas de guerra. Meu coração pesou tão forte no peito que pude sentir, como se fosse em mim mesmo, as ondas dolorosas da tristeza de Mulan chegarem até mim.

Mas, como o egoísta que havia me tornado durante aquela jornada, não pude evitar de quase chorar em alívio ao ver a figura do capitão Park se juntar ao lado de minha irmã em frente ao imperador, sendo parabenizado com igual felicidade pelo homem que ficara nos bastidores, enquanto muitos sacrificavam suas vidas pelo império.

Não saberia dizer nem se desejasse como aquele confronto todo havia terminado sem que todos os bárbaros fossem aniquilados; segundo os boatos, o exército inimigo era comandado por um homem ensandecido, que tomara seu posto como herdeiro e infligira muita dor aos seus semelhantes e sua família. Os boatos estavam corretos em uma coisa: aquele homem, causador de tantos conflitos desnecessários, havia perecido, tendo sua irmã ficado em seu posto e feito um acordo com o império, para que ambos se filiassem em união e construíssem, juntos, um império mais forte e pacífico.

Mas não importava o quanto eu pensasse naquele acordo, algo parecia não se encaixar corretamente. Embora não entendesse de acordos, ainda assim eu não acreditava que o imperador confiaria no inimigo sem antes ter uma carta na manga para equilibrar as coisas.

E quando visualizei a expressão do capitão a me encarar lá de cima, eu soube que algo estava terrivelmente errado.

O anuncio do casamento foi feito em altas vozes e comemorado por todos, enquanto nossos olhares, em sintonia, se amparavam naquela nova realidade.

Eu não poderia culpa-lo.

Era uma ordem direta do império.

Uma ordem que pouparia vidas e as devolveria às suas famílias.

Então, com um assentir doloroso em sua direção, eu menti que estava tudo bem.

Menti que compreendia e que conseguiria viver longe de si.

Que conseguiria ignorar tudo que acontecera e voltar para o início; aniquilando-o de minha mente.

Passo a passo caminhei para longe, porque não importava mais olhar para trás, Park Chanyeol já não me pertencia.

***

P.O.V Autora

Em uma história de amor como a de Hua Baekhyun e Park Chanyeol, não há vilões para se entregarem seus papéis. Ambos iniciaram um relacionamento de forma impulsiva, passando mais tempo enclausurados em perguntas do que aproveitando aquele sentimento único que raramente se faz presente para qualquer pessoa que seja.

Embora tenham aproveitado muito pouco de tudo que poderiam tê-lo feito, ainda assim os meses que viveram juntos foram mais felizes e verdadeiros do que muitas uniões que duram anos e mais anos, semeadas com nada além de um acordo.

Na volta para casa, com sua irmã e seu luto infindável pela morte de seu companheiro em guerra, Baekhyun teve de assimilar a morte de seus pais e o casamento forçado que sua irmã mais velha fora obrigada a realizar para se proteger da maldade dos homens.

A infelicidade, antes já suficiente, tornou-se insuportável a medida que irmão e irmã viviam diferentes tipos de luto, pesando as consequências de suas ações mais do que qualquer coisa.

“E se...?” se tornou uma palavra repetitiva em suas mentes, enquanto pensavam que tudo poderia ter sido diferente se não houvessem sentenciado aos outros e a si mesmos a pior dor imaginável.

Porém, por outro lado, ambos concordavam, em silêncio, que mesmo que doesse, ainda assim não conseguiam imaginar uma vida sem ter conhecido seus eternos companheiros. Talvez a morte e a separação, no fim, fosse apenas um obstáculo mediante a felicidade de terem compartilhado, mesmo que brevemente, a chama do amor verdadeiro com eles.

Os anos se passaram e Mulan, agindo como a protetora que se tornara de Baekhyun, cuidou do estado debilitado de seu irmão, colocando sua vida em prol daquilo.

Embora suas dores fossem compatíveis, ainda assim eles sustentavam um no outro como podiam; entregues a uma realidade sufocante, mas que, no meio daquele caos que se tornara seus futuros, era extremamente bem vinda.

Gradativamente, a doença de Baekhyun, somada a doença que cobria sua alma e coração, trouxe tempos difíceis para o garoto que, milagrosamente, havia vívido mais que o esperado.

Em uma noite de frio insuportável, sob a chama de uma vela bruxuleante, o garoto encarava as plaquetas de Zitao e Kyungsoo, sorrindo para as mesmas como se pudesse visualizar as montanhas as quais se juntaria logo mais com os amigos.

Mulan, ao lado do irmão, ouviu seu último pedido, não hesitando um segundo sequer em chamar um mensageiro e enviar um chamado para longe.

Os dias se passaram e tudo ficou silencioso, enquanto Mulan observava cotidianamente a aparição daquele que havia feito seu irmão a pessoa mais feliz de todo o universo.

Em um dia nublado, onde o vento era presença constante, um homem a cavalo, parecendo ter cavalgado incansavelmente pelos desertos até seu destino final, se prontificou em sua porta, gritando o nome de Baekhyun como se pudesse fazê-lo materializar-se com aquele gesto.

A porta do quarto fora praticamente arrombada por aquele homem que há anos não revia. Os olhos do capitão se depositaram na cama e, simultaneamente, sua figura veio ao chão, enquanto chorava copiosamente em frente aquele lugar que servira como leito do pequeno Baekhyun.

_Vou deixa-los a sós._informou Mulan, secando as parcas lágrimas de seu rosto, enquanto fechava a porta e dava-lhes privacidade.

Sob os lençóis finos, ainda impregnados pelo perfume atípico que só Baekhyun possuía, o capitão Park chorou, enquanto segurava a única coisa que garantia que Baekhyun não fora fruto de sua imaginação; a única coisa que lhe garantira que o mesmo fora real e seu.

Com a plaqueta de madeira em mãos, o homem soluçou alto e, como fizera anos antes, proferiu as palavras que ecoavam em seu coração e que feriam sua alma:

_Me desculpe...

O vento uivou do lado de fora da velha casa, fazendo o capitão erguer os olhos vermelhos para, no segundo seguinte, abaixá-los para a plaqueta que jazia em suas mãos.

Como uma resposta muda, assim como todas as outras que compartilharam, Baekhyun havia se preocupado em não deixar o Park sem resposta, mesmo quando não estivesse mais ali para responder por si mesmo.

O capitão sentiu a  textura estranha na parte de trás da plaqueta e a virou, lendo aquele caractere solitário, enquanto, mais uma vez, se via preso naquela dor sem fim:

“Sempre”, rabiscava-se à plaqueta, porque, mesmo que agora estivesse escalando as montanhas, enquanto vislumbrava seus camaradas no pico da mesma, Baekhyun jamais deixaria de enfatizar que, para ele, Chanyeol sempre seria o seu “Para sempre”.

 


Notas Finais


Eu sinto muito mesmo.
Tenho quase 100% de certeza que a história não agradou, então: me perdoem :')
Tentarei fazer melhor na próxima vez <3
Um grande abraço e até mais ;*


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