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História The General - Chegou a hora



Notas do Autor


Vamos acabar com o sofrimento??
Boa leitura

Capítulo 26 - Chegou a hora


Fanfic / Fanfiction The General - Chegou a hora

Pov América

A mente realmente tem poderes. Você diz tanto uma coisa para si mesma, tantas vezes consecutivas, que aquilo acaba por se tornar realidade. Por dezesseis anos tive a certeza de que éramos intocáveis, de que, independente de todos os ferimentos no caminho, sobreviveríamos para continuar o que lutamos para conseguir. Até receber o telefonema. Eu não tinha ideia de quem estava ligando. A pessoa estava completamente desesperada, as palavras quase não saíam da sua boca e o tremor era evidente. Conseguia saber, mesmo pelo telefone, que chorava. Tentei acalmá-lo, mas já estava ficando impaciente. Quando finalmente inspirou fundo, as palavras despejadas foram como uma faca perfurando o meu coração e desejei que as nunca tivessem saído de seus lábios. Laura notou minha súbita mudança de atitude e veio para meu lado, um ponto de interrogação estampado em seu rosto. Precisei me apoiar na parede e em seguida me sentar na cadeira mais próxima para conseguir ouvir o que mais a garota tinha a dizer, ou pelo menos suponho que seja uma. Desliguei o celular, ainda extasiada, e permaneci em silêncio, a informação ainda sendo digerida.

 _America. America. –ouço a voz melodiosa como se fosse um simples sussurro e então a governanta entra no meu campo de visão, me fazendo acordar do entorpecimento.

 _É o Will. –murmuro fora de consciência. –Ele... Ele foi ferido. Acho que ele está morrendo, Laura. –deixo toda a preocupação e o medo transparecer pela minha voz.

Tudo aquilo que temi por anos está acontecendo e não posso simplesmente fingir que estou doente para enrolar por mais alguns dias. Foi necessário um grande esquadrão de ajuda para me levantar da cadeira. Eu ainda estava petrificada, perdida nas possibilidades, na esperança de que exista outro William no palácio e que tenham ligado para o número errado. Me carregaram para o carro e mesmo sem mover um único músculo, nem mesmo para olhar para o sado, sabia que Laura estava dirigindo. Não sabia como ela descobriu o hospital onde Will estava ou qualquer informação, mas confio o suficiente em sua fonte de informações.

Fazia dezesseis anos que eu não entrava em um hospital e eu esperava que pudesse continuar assim. Por uma ironia do destino, Will, o homem que estava ao meu lado no dia em que fui visitar meus irmãos, era o homem deitado na cama do mesmo hospital, o que me deixava completamente desamparada nesse momento. O cheiro de remédios e as paredes cinzas, o ar de sofrimento e dor faz minha garganta entupir em angústia. Atravesso corredores com meus olhos fixados no chão, sem qualquer vontade de olhar para as paredes que se molharam com meu choro anos atrás.

_Doutor! –Laura grita, o que faz com que recebamos alguns olhares malcriados, mas conseguimos atrair a atenção do médico que já estava de saída.

_Somos a família de William Lyon. Ele é meu marido. –acrescento rapidamente. Ele assente enquanto mexe na papelada. em sua prancheta. Laura e eu nos entreolhamos, com medo das palavras que poderiam vir.

_Ele está bem? –Laura indaga aflita quando não recebemos uma resposta.

 _Está vivo e se recuperando. –sinto todos os meus músculos relaxarem imediatamente. Consigo ouvir as batidas do meu coração muito mais velozes e trabalho para tentar acalmá-lo. –A bala atingiu de raspão a coluna e possui outros hematomas pelo corpo, provavelmente da luta anterior. Não se preocupem, com fisioterapia e repouso ele se recuperará rapidamente. –Não havia percebido que segurava a mão de Laura com mais força do que imaginei ter, e ela retribuía da mesma forma. A abraço, sem conseguir conter minha felicidade.

_Quando ele pode ir embora? –o médico olha novamente os prontuários.

_Temos mais alguns exames para fazer, mas logo ele poderá voltar para casa.

Laura logo o convence de que temos que visitá-lo ou nossas unhas desaparecerão de preocupação. Ela o leva para a recepção para que ele explique exatamente o que aconteceu e todos os procedimentos médicos necessários para que ele se recupere enquanto eu respiro fundo com medo da imagem que verei quando girar a maçaneta. Se tem um lugar onde nunca poderia imaginá-lo, é numa cama de hospital. Ele parece tão frágil e vulnerável enquanto dorme, o cabelos embaraçado e a pele mais pálida que o normal, o posto do Will que conheço, sempre tão cheio de vida. Chega a ser deprimente vê-lo assim, impotente.

Me sento na poltrona ao lado da cama e me inclino em sua direção, segurando uma das suas mãos com força, só para notar o quão fraca está. Ele parece sentir a movimentação, porque seus olhos azuis se abrem imediatamente e todo seu corpo parece começar a recobrar a cor natural. Seu sorriso doce me faz engolir o choro, que é substituído por raiva, raiva daqueles que o colocaram nessa cama.

_Você parece bem para alguém que quase morreu. –acaricio seu cabelo com delicadeza. Ele realmente está muito melhor do que imaginava. A informação deve ter passado por tantas pessoas até chegar em mim que a história deve ter sido aumentava cada uma dessas vezes.

_Achou mesmo que uma bala iria me derrubar? –ele segura minha mão com mais força e consigo sentir a vida voltar para ele, o sangue percorrendo suas veias pulsam vigorantes. –Não fique assim, estou bem...

_Você quase morr... –me jogo em seus braços, as lágrimas percorrendo minhas bochechas. Ele arqueia de dor e logo me afasto.

 _Mas não morri. –observava nossos dedos interligados. –America, olhe para mim. – tenho dificuldade em encarar a intensidade de seu olhar. Eu sabia as palavras que viriam pela frente, e mesmo que estivesse esperando por elas por dezesseis anos, desejei que nunca viessem. –Chegou a hora.

_Will...- começo um protesto que de nada adianta.

_Você tem que ir ao palácio. –seu pedido não é uma ordem, é uma súplica, uma que não consigo negar. –Enviarei uma carta ao rei dizendo o necessário. Durante todos esses anos te treinar para esse momento, te deixei a par de toda estratégia e plano discutível, e agora que estou impossibilitado de exercer minha função, você é a única com a capacidade para assumi-la.

 _Eu não sei, Will, parei os estudos. Não estou pronta... –ele acaricia minha bochecha com delicadeza, secando a última gosta salgada. Fecho os olhos, tentando guardar esse momento, a sensação de seu toque para mim.

_Você está pronta e sabe disso. –espero que ele continue, Will sempre tem um discurso motivador, palavras de incentivo escondidas na manga. –Como Hamlet disse à Ophelia, "Deus lhe deu um rosto, e você deve tornar-se outro." A batalha entre essas duas metades de identidade... quem somos e o que pretendemos ser, é impossível de ser vencida. Assim como existem dois lados para cada história, existem dois lados para cada pessoa. Um que nós revelamos ao mundo e outro mantemos escondido dentro de nós. A dualidade regida pelo equilíbrio entre luz e escuridão, dentro de cada um de nós é a capacidade tanto para o bem quanto para o mal. Mas aqueles que são capazes de apagar a linha divisória são aqueles que seguram o verdadeiro poder. Na arte da guerra, se você conhece o inimigo e conhece a si mesma, não precisa temer as batalhas que se aproximam. –ele sorri satisfeito consigo mesmo e não consigo deixar de sorrir também. Mesmo imobilizado nessa cama ele não se deixa derrotar.

 _Demorou quanto tempo pra pensar nessa? –zombo.

_Não tive muita coisa para fazer aqui antes de vocês chegarem. Acredita que nem a televisão eles quiseram ligar? –gargalho da sua súbita mudança de atitude e quando nossas vozes e risos se abafam e o silêncio se instala, ele volta a me observar com a mesma intensidade de antes. –O que quis dizer, America, é que você não deve temer, por que, sinto muito, você foi feita para brilhar. Você vai pro palácio, criará a perfeita ilusão, derrubará peão por peão, sempre escondendo sua real intenção. Essa rimou. –ele interrompe o momento sério para gargalhar, uma risada pura de alegria em um momento de tensão. –Comece por baixo e enfim poderemos atingir nosso objetivo e libertar Illea.

Pov Maxon

 Admito que estava curioso. Quando meu pai recebeu a carta do general, não tentei transparecer interesse, mas assim que bufou e xingou o rebelde que o havia baleado, soube que as notícias não eram boas, pelo menos não para ele. Estava escrito que ele estava bem, que a cirurgia havia sido bem sucedida e que já havia voltado para casa aos cuidados da esposa. Bem que achei um exagero tudo isso. Mas quando ele jogou a carta no chão e urrou de ódio, eu soube que as coisas estavam piores do que eu realmente imaginava.

Minha mãe se virou assustada, os olhos arregalados assistindo à cena. Eu fazia o mesmo, apesar de mais acostumado aos costumeiros chiliques do rei do que a rainha. Minha mãe se levanta e toma a carta em suas mãos, a lendo rapidamente antes de entregá-la para mim, enquanto meu pai continua gritando.

 _Uma mulher não é capacitada para assumir as responsabilidades de um general! – explode assim que termino de ler as últimas palavras.

_Aqui diz que ela sabe toda a verdade e que foi treinada por ele mesmo. –aponto para a grafia.

_Como ele ousa compartilhar esses segredos com a esposa? –me controlo para não rir e dizer que isso é o que normalmente maridos fazem.

 _William fez bem em deixar esses segredos na mão de outra pessoa caso algo acontecesse com ele. –me surpreendo com a intimidade e o carinho com que minha mãe diz seu nome. Eu nem sabia que eles se conheciam! –Se ele tivesse morrido, os segredos morreriam com ele. – ela o faz ver a luz da razão e, como sempre, ele parece mais tranquilo quando ela a toca. –Além disso, não me surpreendo que tenha escolhido a esposa, provavelmente a pessoa em que mais confia. –É melhor não julgá-la antes de a conhecermos. –meu pai bufa de raiva. –Ela pode surpreender.

_Duvido. –é o que diz, seco, antes de sair do escritório.

 _Você a conhece, mãe? A esposa dele. –ela parece pensar por um momento, uma lembrança dolorosa passa em sua mente.

_Eu conheci a primeira esposa dele. –Então ele foi casado duas vezes, isso não é muito bom para sua reputação. – Helena era muito doente e morreu no parto, assim como o primeiro filho que ela esperava dele, era um recém-nascido. – nesse momento me sinto mal por qualquer defeito que alguma vez encontrei nele, por qualquer vez que havia o xingado e pensado o pior de sua personalidade.  –Mas ele nunca nos apresentou a nova.

_Ela nunca veio aqui? Nem mesmo quando eu era pequeno? –me pergunto surpreso. O que dá em um homem para esconder a mulher do mundo? Ela nunca apareceu ao seu lado, fotógrafos nunca os viram juntos, ninguém nunca a viu.

 _Ele ainda estava solteiro nessa época. Pelo que entendi, ele se casou durante a época da sua seleção, não me lembro muito bem.

_Então eles estão casados há dezesseis anos e ela nunca foi vista? –minha mãe assente como se isso não fosse nada demais. Acho que em alguns dias então a curiosidade do mundo finalmente acabará.

 


Notas Finais


Adoro assustar vcs
bemm como viram que comece a fase palácio \0/ finalmente!
e o Maxon coitado #SabeDeNadaInocente
proximo cap, o começo de tudo :D

Espero que tenham gostado, comentem, compartilhem, adoramos a opinião de vcs
aguardeemm


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